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Abertura de Empresas Alciléa Santos de Medeiros Ana Carolina Martins de Lana Abertura de Empresas Abertura de Empresas Natal/RN 2021 Alciléa Santos de Medeiros Ana Carolina Martins de Lana Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. M488a Medeiros, Alciléa Santos de. Abertura de empresas / Alciléa Santos de Medeiros, Ana Carolina Martins de Lana ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – 2. ed. – Natal, RN : 2021. 90 p. : il. ISBN 978-65-86886-08-5 Inclui referências 1. Administração. 2. Abertura de empresas. 3. Organização de empresas. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/MOVEEDU/LCFJ CDU 658 presidente ROGÉRIO GABRIEL diretor de operações ANTÔNIO MIRANDA NETO head do ensino técnico IGHOR DE CASTRO DEUS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos ITSUO MACÊDO OKASHITA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação GUSTAVO RIBEIRO ISABEL CRISTINA FERNANDES MAURIFRAN GALVÃO RODRIGO GALVÃO ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA designer instrucional IRÍS DO CÉU VIEIRA NUNES WANNYEMBERG KLAYBIN DA SILVA DANTAS revisão de língua portuguesa ANA AMÉLIA AGRA LOPES RAFAEL AGUIAR MOURA revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR “Abrir a primeira empresa é como ganhar asas! Ser empreendedor é voar!” (José Caetano de Mattos Neto). Índice iconográfico O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, simples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o estudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramen- tas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe- -os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja consi- derado muito relevante. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apresen- tado ao final ou ao longo do texto. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Identificar os tipos de empresas 17 O que é uma empresa? 17 Setores da economia 18 Tipos de empresas 19 Microempreendedor individual 19 Empresa de responsabilidade limitada 20 Porte das empresas 22 Micro e pequenas empresas 22 Média e grandes empresas 22 Resumo 23 Autoavaliação 23 Competência 02 Identificar as tributações para cada tipo de empresa 27 O que é tributo? 27 Classificação dos tributos 28 Impostos 28 Impostos federais 28 Imposto estadual 29 Impostos municipais 29 Contribuições especiais 29 Regime de tributação 30 Simples nacional 30 Lucro real 31 Sumário Lucro presumido 33 Tributação paga pelo MEI 34 Tributação paga pela empresa de pequeno porte e microempresa 36 Resumo 37 Autoavaliação 37 Competência 03 Listar documentos para o registro da empresa 41 Documentos pessoais 41 Documentos da empresa 41 Registro da Empresa 42 Passo a Passo para o Registro da Empresa 43 Município 44 Resumo 45 Autoavaliação 45 Competência 04 Diferenciar marca e patente, analisando a legislação vigente 49 O que é marca? 49 Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) 51 Procedimento para registro de uma marca 51 Processamento do pedido de registro 52 O que é Patente? 53 Resumo 54 Autoavaliação 54 Competência 05 Definira identidade visual 59 O que é identidade visual? 59 Teoria Gestalt 60 Logotipo 63 Slogan 63 Domínio virtual 66 Como registrar o domínio 67 Resumo 67 Autoavaliação 68 Competência 06 Reconhecer a importânciada ética nas empresas 73 Conceito de ética 73 Sociedade 74 Compromisso trabalhista 74 Processo de encerramento de uma empresa 75 Resumo 77 Autoavaliação 77 Referências 79 Conheça o autor 81 A be rt ur a de E m pr es as 9 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. A be rt ur a de E m pr es as 11 Palavra do professor autor Olá, seja bem-vindo ao mundo da administração de empresas. Neste estudo, vamos abordar todo o procedimento para criação e registro de uma empre- sa. E é nesse momento que são colocados em prática todo o planejamento de um projeto. Para isso, faz-se necessário seguir alguns passos predefinidos para oficializar o registro da empresa, sob pena de sofrer graves consequências da sua não legalização, como mul- tas, dificuldades financeiras, entre outros problemas. Você vai aprender todos os caminhos e atalhos para registrar uma empresa, indepen- dente da categoria em que ela se encaixa. E, ao longo de todas as competências, você encontrará várias oportunidades de colocar em prática o que foi aprendido. A partir de agora, você realizará uma caminhadapara a oficialização do negócio, e jun- tos iremos percorrer passo a passo. Preparados? A be rt ur a de E m pr es as 12 A be rt ur a de E m pr es as 13 Apresentação das competências Como em toda caminhada, iremos fazer um breve alongamento, abordando o conceito de empresa e seus tipos, veremos o conceito de setores econômicos, desvendaremos a teoria da empresa e, paralelamente, faremos um estudo da legislação vigente, sobre cada categoria de empresa. Após a contextualização do tema, vamos percorrer todas as etapas para criação e registro de uma empresa, apontando de forma clara e objetiva o que deve ser feito antes, durante, e depois do processo de registro, sendo um guia baseado nas le- gislações vigentes para os diversos tipos de empresa. Na nossa primeira competência, identificaremos o conceito de empresa e os ramos de atividade econômica. Além disso, diferenciaremos os tipos de empresa existentes. Em um momento posterior, na segunda competência, diferenciaremos tributo, imposto e taxa; e avaliaremos a necessidade de recolhimento de cada uma. Além disso, iremos estabelecer uma relação entre as tributações recolhidas e os tipos de empresas. Em nossa terceira competência, listaremos e mostraremos toda a documentação ne- cessária para a abertura, registro e operação da empresa, e descreveremos todo o cami- nho para se adquirir a licença para funcionamento. Na quarta competência, diferenciaremos marca e patente, analisando a legislação vi- gente. Descreveremos quais os direitos e obrigações da empresa após a consolidação da marca e do registro da patente. Na quinta competência, estabeleceremos o conceito de identidade visual, sua impor- tância para a consolidação da empresa no mercado de consumo, bem como aspectos importantes a serem considerados no momento de sua formulação. E, na sexta competência, reconheceremos a importância da ética nas empresas. Identificar os tipos de empresas Competência 01 A be rt ur a de E m pr es as 17 Nesta competência será feito um mapeamento do conceito de empresa, do surgimento desse termo e dos setores da economia. O que é uma empresa? A palavra empresa, apesar de ser muito utilizada, dificilmente é analisada no seu sen- tido real. Qual seria a sua definição de empresa? Identificar os tipos de empresas Podemos considerar a empresa como uma unidade produtora de bens e serviços, que visa o desenvolvimento de determinado setor da economia e o lucro econômico. Desde os primórdios, observamos a presença do ato de comercializar. Porém, a conso- lidação da palavra empresa e os pilares que a sustentam, só surgiram após a Revolução Industrial, momento em que a empresa assume um papel de extrema importância para o desenvolvimento da sociedade. Segundo Requião (2010), o primeiro autor a abordar a empresa a partir de uma teoria foi Alberto Asquini, que desenvolveu então a Teoria Poliédrica da Empresa, classificando-a em quatro perfis diferentes, descrito no Quadro 1: Perfil funcional: A empresa é uma atividade que realiza produção e circulação de bens e serviços, mediante organização de fatores de produção (capital, trabalho, matéria prima etc.). Perfil corporativo: A empresa é uma instituição, uma organização pessoal, formada pelo empresário e pelos colaboradores (empregados e prestadores de serviços), todos voltados para uma finalidade comum. Perfil subjetivo: O empresário é quem exercita a atividade econômica organizada, de forma continuada. Perfil objetivo (patrimonial): Os bens estão unidos para uma atividade específica, que é o exercício da atividade econômica. Quadro 1 – Teoria Poliédrica Fonte: autoria própria (2014). A be rt ur a de E m pr es as 18 De acordo com a figura acima, podemos observar que Asquini estabelece quatro perfis diferentes para definir uma empresa. Em cada perfil há um enfoque específico para a defi- nição de empresa. No perfil subjetivo, a empresa é vista como o próprio empresário, pessoa responsável pelo processo de gerenciamento da organização; no perfil funcional há um enfoque para a atividade de produção em si, considerando a empresa como o próprio processo contínuo de produção. De acordo com o perfil patrimonial, a empresa é definida pelo estabelecimento em que é formada, e por todo o conjunto de bens que lhe confere identidade. Por fim, o perfil cor- porativo define a empresa como um complexo composto pelo empresário e seus colabora- dores, traçando desta forma, um perfil amplo que interliga o todo, e não somente as partes como os perfis abordados anteriormente. De acordo com o Código Civil Brasileiro, a economia adota o perfil funcional, organi- zando a produção e circulação de bens e serviços, a partir do alinhamento dos fatores de produção (matéria prima, capital e trabalho). Agora que você já sabe o conceito de empresa, vamos analisar o contexto em que ela pode estar inserida. Setores da economia Inicialmente, podemos dizer que uma empresa pode estar inserida em setores da eco- nomia, que estão divididos em 3 grupos: setor primário, setor secundário e setor terciário. Figura 1 – Setores da economia Fonte: autoria própria (2021). A be rt ur a de E m pr es as 19 Pesquise sobre o desenvolvimento dos três setores da economia no Brasil, e tente criar hipóteses que justifiquem o crescimento ou diminuição de cada um. Não se esqueça de compartilhar sua resposta no Fórum. Tipos de empresas Uma tarefa que costuma ser bem complexa para um futuro empresário é a escolha pela classe de empresa que pretende abrir. Para tal, você vai estudar os principais tipos jurídicos de empresas existentes e como essas variações são definidas de acordo com os parâmetros de faturamento anual, número de funcionários e atividade econômica. Agora que você já sabe para onde quer ir, irá descobrir qual o melhor caminho a percor- rer, evitando quaisquer imprevistos que venham a prejudicar nossa caminhada. Para isso vamos traçar os principais tipos jurídicos das empresas: a) Empresário Individual (EI); b) Microempreendedor Individual (MEI) – iremos aprofundar; c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) – iremos aprofundar; d) Sociedade Limitada (LTDA); e) Sociedade Anônima(S/A); f ) Sociedade Limitada Unipessoal: Novo tipo de sociedade, introduzida pela Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019. (Lei da Liberdade Econômica). Outros tipos: Cooperativa, Associação, Fundação etc. Microempreendedor Individual O primeiro tipo a ser estudado é a do Microempreendedor Individual (MEI), que recebeu especial atenção em 19 de dezembro de 2008 com a consolidação da Lei nº 128, que rege as condições e implicações para o registro nessa categoria (BRASIL, 2008). As características do Microempreendedor Individual são: - Ter faturamento anual de, no máximo, 81 mil reais; - Ter, no máximo, um funcionário. A única restrição para o registro do MEI é que o dono não deve ter vínculos com outra empresa (seja sócio ou titular). A be rt ur a de E m pr es as 20 Empresa de Responsabilidade Limitada O segundo tipo de empresa é denominado de Empresa de Responsabilidade Limitada (EIRELI). De acordo com a Lei nº 12.441 de 2011, a EIRELI se caracteriza por ser constituída por uma única pessoa (assim como no MEI) e a totalidade do capital social deve ser devidamente integralizada, não sendo inferior a 100 salários mínimos (BRASIL, 2011). Vamos entender melhor as particularidades da EIRELI? - Na categoria EIRELI, diferente do que ocorre no MEI, faz-se necessário um capital social mínimo integralizado, no valor de 100 salários mínimos, diferente do que ocorre na categoria MEI em que não há necessidade de um capital social mínimo. O MEI abrange os autônomos. O baixo custo para se registrar na categoria torna um gran- de atrativo, visto que além da legalização o empreendedor irá garantir benefícios previden- ciários, redução de carga tributária, facilidade paraadquirir créditos frente às instituições financeiras, isenção de taxas para o registro da empresa e muitos outros benefícios que ga- rantem segurança e estabilidade. Há atividades que não podem fazer parte do MEI. As atividades permitidas são aquelas determinadas segundo o Comitê Gestor do Simples Nacional: anexo XI da Resolução CGSN nº 140/2018. Autônomos: São as pessoas que trabalham por conta própria, como: costureiras, artesãos, padeiro, animador de fes- tas, esteticistas, manicures, alfaia- tes, confeiteiros, marceneiros e muitos outros. Além disso, o Brasil conta com um órgão responsável por garantir apoio aos empreende- dores: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que possui uma equipe de funcionários treinados e qualificados para tirar as dúvidas dos empreendedores, bem como conduzi-los para um melhor gerenciamento de seus negócios. Acesse o Portal do Empreendedor e consulte a listagem das ocupações per- mitidas. As consultas estão disponíveis através dos links: <http://antigo.portaldoempreendedor.gov.br/> <https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor . Internet A be rt ur a de E m pr es as 21 Quadro 2 – Comparação entre o MEI e a EIRELI Fonte: autoria própria (2021). Sua principal característica é a segregação do capital pessoal com as obrigações da empresa, limitando os riscos. Visto que no MEI o empreendedor responde por todas as obrigações com o seu patrimônio pessoal, enquanto que na EIRELI há uma separação, onde os patrimônios pessoais não são ligados às obrigações do empreendedor, assim como no próprio nome da categoria, a responsabilidade passa a ser imitada, ao con- trário do que acontece com o MEI. Microempreendedor Individual (MEI) Até R$ 81 mil Apenas um, o titular O titular responde integralmente; não há separação entre patrimônio pessoal e da empresa Livre Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) Livre. Obs.: se for enquadrada no porte de ME ou EPP haverá limite. Apenas um, o titular. O titular pode ter sociedade com outra empresa, desde que não seja da mesma modalidade Remete-se somente ao patrimônio da empresa; não envolve o patrimônio pessoal do empresário Não inferior a 100 vezes o salário mínimo vigente TIPO DE EMPRESA FATURAMENTO ANUAL NÚMERO DE SÓCIOS RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL CAPITAL SOCIAL UMA PESSOA NOVA LEI CRIA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA De acordo com o assunto estudado, comente quais aspectos devem ser anali- sados para que o microempreendedor decida o tipo de empreendimento que deve ser registrado. Atividade - Além disso, não há necessidade de sócios na categoria EIRELI, uma grande conquista alcançada, visto que até então, a maioria das categorias necessitavam de sócios ou socieda- de. A figura abaixo aborda de forma resumida as principais diferenças entre o MEI e a EIRELI. Vamos analisar? A be rt ur a de E m pr es as 22 Micro e Pequenas Empresas A Lei Complementar 123/2006, conhecida como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (BRASIL, 2006), é responsável por definir em quais modalidades de porte o pequeno negócio poderá se encaixar. Assim, por este critério, temos a seguinte classificação: - Microempresas (ME) - Faturamento anual até R$ 360 mil (LC nº 155/2016); e - Empresas de Pequeno Porte (EPP) - Faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões (LC nº 155/2016). (BRASIL 2016). Porte das Empresas No ato da abertura, após definido o tipo jurídico, deverá ser escolhido o porte da empre- sa. Porte de empresa nada mais é do que um termo técnico para identificar o tamanho de seu negócio (micro, pequeno, médio ou grande) geralmente de acordo com o faturamento anual. No Brasil, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas normatiza limites de faturamento para fins tributários e outros benefícios. Médias e Grandes Empresas Para os demais portes de empresa, cada órgão governamental tem sua norma para de- finição, dentre eles, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Política Nacional do Meio Ambiente, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns se utilizam de outras informações para classificar o porte das empresas, além do faturamento anual, como número de funcionários. Adotaremos a classificação do BNDES que é embasada na Lei nº 11.638/2007 e usa o cri- tério de faturamento: Estes limites de faturamento podem sofrer alterações periodicamente, im- portante consultar a legislação em vigor, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp155.htm> . Internet A be rt ur a de E m pr es as 23 ( ) Telemarketing, serviços bancários; ( ) Indústria de automóveis, construtora civil; ( ) Agricultura, pesca, extrativismo vegetal. Resumo Ao final deste estudo você aprendeu o conceito de empresa, desvendou os três setores da economia e a Teoria da Empresa defendida por Asquini. Além disso, aprendeu sobre os tipos de empresas, especialmente MEI e EIRELI, e sobre os portes de enquadramento: Microempresa, Empresa de Pequeno Porte, Médias e Grande Empresas, a partir dessa definição, vai caminhar para a escolha do regime de tributação. Autoavaliação 1. Marque a alternativa que apresenta o ramo da atividade econômica responsável pelo processo de transformação de matéria prima em mercadoria. a) Indústria; b) Serviços; c) Comércio; d) Fabricação. 2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita. I - Setor primário; II - Setor secundário; III - Setor terciário. Para acessar a lei na íntegra acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Internet - Empresa de Médio Porte – Faturamento anual maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões - Empresa de Grande Porte – Faturamento anual maior que R$ 300 milhões. A be rt ur a de E m pr es as 24 a) III,II,I; b) I,II,III; c) III,I,II; d) II,I,III. 3. Marque a alternativa que apresenta o tipo de empresa que deve ter no máximo um funcio- nário e faturamento anual de até 81mil reais. a) Microempresa; b) EIRELI; c) MEI – Microempreendedor Individual. d) LTDA. 4. De acordo com a Teoria Poliédrica da Empresa desenvolvida por Asquini, em qual dos per- fis a economia brasileira se enquadra: a) Perfil funcional; b) Perfil subjetivo; c) Perfil corporativo; d) Perfil objetivo ou patrimonial. 5. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita I – Microempreendedor Individual; II – Empresa de Pequeno Porte; III – Microempresa. ( ) Faturamento anual igual ou maior que R$ 360 mil e inferior a R$ 4,8 milhões; ( ) Faturamento de até 81 mil por ano; ( ) Faturamento anual de até R$ 360 mil. a) I,II,III; b) III,I,II; c) III,II,I; d) II,I,III. A be rt ur a de E m pr es as 25 Identificar as tributações para cada tipo de empresa Competência 02 Classificação dos Tributos A Constituição Federal em seus artigos 145, 149, 149-A, classifica os tributos em 05 (cinco) espécies: a) Impostos; b) Taxas; c) Contribuições Especiais; d) Contribuições de Melhoria; e) Empréstimos Compulsórios. Iremos nos aprofundar nas duas principais espécies: Impostos e Contribuições Especiais. A be rt ur a de E m pr es as 27 Nesta competência, iremos abordar os diversos tipos de tributos e seus devidos fins, além de traçar a relação de cada tipo de empresa com a tributação especifica de acordo com sua categoria. Será nosso segundo passo para a caminhada rumo ao registro de uma empresa, pois a partir da tributação, você aluno poderá saber em qual categoria a empresa que irá registrar pode se enquadrar. O que é tributo? Segundo o artigo 3º do Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), um tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada medianteatividade administrativa plenamente vinculada”. (BRASIL, 1996). Ou seja, os tributos são todos os pagamentos obriga- tórios de pessoas físicas e jurídicas previstos por lei que devem ser recolhidos pelo Governo. Identificar as tributações para cada tipo de empresa Qual a sua opinião sobre o recolhimento dos impostos diretos no seu país? Você, aluno, os considera justo ou abusivos? Por quê? Atividade Além da divisão em direto e indireto os impostos possuem outra classificação, relacio- nada com o órgão que promove o recolhimento, se é o governo federal, o governo estadual ou municipal. Vamos analisar detalhadamente essa divisão agora: Impostos Federais Os impostos federais são aqueles destinados a União. Dentro da categoria dos impostos federais, temos os seguintes impostos: – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ); – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); – Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF); – Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); – Imposto sobre Território Rural (ITR); – Imposto sobre Importação (II); Impostos Os impostos são valores pagos em moeda nacional para o Estado, com a finalidade de investir nas principais áreas de necessidades básicas da população: educação, saúde, trans- porte, segurança, cultura, obras públicas, entre outros. Os impostos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os diretos são os impostos que incidem diretamente sobre o patrimônio (bens) e renda (salário, faturamento, rendimentos) do cidadão ou da empresa. Os indiretos incidem sobre os produtos e serviços consumidos, ao comprar um produto no mercado, por exemplo, você paga no caixa o imposto indireto que já vem embutido no valor do produto final. A be rt ur a de E m pr es as 29 Impostos Estaduais Dentro da categoria dos impostos estaduais, temos os seguintes impostos: – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermu- nicipal e de Comunicação (ICMS); – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); – Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD ou ITCD). Impostos Municipais De acordo com a Constituição Federal, art. 156, os impostos municipais são: – Imposto sobre Serviços (ISS); – Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); – Imposto sobre Transmissão “Inter Vivos” de Bens Imóveis (ITBI (ou ITIV). Contribuições Especiais A finalidade desta espécie tributária não é a arrecadação fiscal, e sim a intervenção eco- nomica e social a que se destina. Outra característica que diferencia este tributo dos demais é que este apenas pode ser criadocom a intenção de custear uma atividade estatal específica. As principais Contribuições são: – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); – Programa de Integração Social (PIS); – Contribuição Previdenciária Patronal (CPP). Para acessar na íntegra a Constituição Federal, acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Neste endereço, você encontrará detalhes sobre todos os impostos citados. Internet A be rt ur a de E m pr es as 30 Regimes de tributação Agora que você já sabe os principais tributos, vamos analisar os três tipos de regime de tributação: o Simples Nacional, o Lucro Real e o Lucro Presumido. A escolha do regime tributário deve ser feita no ato da constituição da empresa e revisada no início de cada ano- -calendário (mês de janeiro), e você deve levar em conta os seguintes aspectos: – Ramo de atividade da empresa; – Composição societária; – Média de faturamento; – Margem de lucro esperado para os negócios. Vamos analisar cada regime e suas principais características. Simples Nacional O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, pre- visto na Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006), aplicável às Microempresas (ME) e às empresas de Pequeno Porte (EPP). Para acessar a lei na íntegra acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm . Internet Desde a Constituição Federal, em seus artigos 170 e 179 (BRASIL, 1988), foi dado um trata- mento diferenciado às pequenas e médias empresas, de forma a garantir a sua desoneração e facilidade, buscando tratar de forma diferenciada a categoria que até então não recebia grande assistência do governo. Porém, foi com a Lei nº 9.317/1996 (BRASIL, 1996), que foi criado o Simples Nacional com o objetivo de unificar os impostos recolhidos pelos municípios, estados, DF e União. Vale destacar que o Simples Nacional é composto por 05 Anexos (tabelas), onde cada anexo institui quais as alíquotas (%) destinadas a grupos específicos de atividades. Anexo I -O primeiro anexo é referente ao setor de comércio. Anexo II - O segundo anexo, por sua vez, diz respeito ao setor industrial. A be rt ur a de E m pr es as 31 Base legal: Lei Complementar 155/2016: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp155.htm . A Resolução CGSN nº 143, de 11 de dezembro de 2018 (Anexo VI), atualizou as atividades vedadas pelos Simples Nacional. Acesse o link e veja: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros. action?idArquivoBinario=50966 . Internet Anexo III – neste terceiro anexo aparecem as alíquotas para um determinado grupo de prestadores de serviço Anexo IV - O penúltimo anexo traz mais prestadores de serviços (Ex.: serviço de limpeza, vigilância, obras, construção de imóveis e serviços advocatícios) Anexo V - Por fim, o quinto anexo, que também é voltado a outros prestadores de serviços (Ex.: serviços de auditoria, jornalismo, tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros). Vamos listar abaixo as principais vantagens do Simples Nacional: – Desoneração e desburocratização; – Recolhimento único mensal de todos os tributos através do DAS; – Aplicação de percentuais favorecidos e progressivos (quem fatura mais paga mais), inci- dentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta. Lucro Real O artigo 258 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), conforme o Decreto nº 9.580/2018 (BRASIL, 2018), afirma que lucro real é o lucro líquido do período de apuração dos tributos, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. O regime tributário tem como base o faturamento mensal ou trimestral da empresa e incide apenas sobre o lucro efetivo, não sendo consideradas as outras despe- sas incidentes. Embora seja considerado um regime padrão, o Lucro Real possui maior complexidade em relação ao Simples Nacional ou Lucro Presumido, sendo que o processo de cálculo do lucro contábil é um pouco mais longo, envolvendo a apuração da própria empresa e os ajustes (positivos e negativos) da legislação fiscal. A be rt ur a de E m pr es as 32 Conforme artigo 257 do RIR/2018, as empresas abaixo são obrigadas a optar pelo regime tributário do Lucro Real: I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso I); II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de de- senvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financia- mento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e enti- dades abertas de previdência complementar (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso II; Lei nº 10.194, de 2001, art. 1º, caput, inciso I; Lei Complementar nº 109, de 2001, art. 4º; e Lei nº 12.715, de 2012, art. 70); III - que tiveremlucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso III); IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto sobre a renda (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso IV); V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma estabelecida no art. 219 (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso V); Querendo mais acesse: https://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e- demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas- pessoa-juridica-2020-arquivos/capitulo-vi-irpj-lucro-real-2020.pdf/view . Internet A be rt ur a de E m pr es as 33 Lucro Presumido A palavra presumir, de acordo com o dicionário Aurélio, tem o significado de julgar com certas possibilidades, considerar como provável, supor, suspeitar. Assim como o sentido de sua palavra, o Lucro Presumido se baseia na presunção de lucro recebido pela empresa, com sua mera aproximação, não há exigência de uma receita bruta mínima, porém o teto de fatu- ramento anual é de R$78milhões (esse valor foi atualizado e entrou em vigor em janeiro de 2014 com a Lei nº 12.814/2013). O lucro é determinado através da aplicação de um percentual sobre os valores globais da receita auferida. Na tabela abaixo temos esses percentuais: Percentuais sobre a receita 1,6% 8 % Espécies de atividades Revenda a varejo de combustíveis e gás natural - Venda de mercadorias ou produtos; - Transporte de cargas; - Atividades imobiliárias; - Serviços hospitalares; - Atividade rural; - Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante; - Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços); VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de asses- soria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso VI);VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegó- cio (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, caput, inciso VII); VIII - que tenham sido constituídas como sociedades de propósito específico, formadas por microempresas e empresas de pequeno porte, observado o disposto no art. 56 da Lei Complementar nº 123, de 2006 (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 56, § 2º, inciso IV); e IX - que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei 13.043, de 2014. A be rt ur a de E m pr es as 34 Percentuais sobre a receita 16% 32% 1,6 a 32% Espécies de atividades - Serviços de transporte (exceto o de cargas); - Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano. - Serviços profissionais (médicos, dentistas, advogados, contado- res, auditores, engenheiros, consultores, economistas, etc.); - Intermediação de negócios; - Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos; - Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execu- ção da obra (ADN Cosit 6/97). - Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percen- tual específico. - No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual. Tabela 1 – Percentuais recolhidos sobre a receita de cada atividade econômica Fonte: Portal Tributário ([20--]). Analisando a tabela acima, podemos perceber que a maior carga tributária incide sobre a prestação de serviços. Tributação paga pelo MEI O MEI se caracteriza por ser ao mesmo tempo um tipo jurídico e um tipo de tributação com uma forma simples e descomplicada de registro, além de ser a categoria mais barata e com menos incidência de impostos. E, a partir de agora, vamos traçar passo a passo de todos os custos que um MEI terá no desenvolvimento de sua atividade a cada mês. Como vimos na primeira competência, o custo para se registrar como MEI é zero, tendo apenas o pagamento mensal como forma de contribuição, que será totalmente destinado ao empreendedor individual, para sua aposentadoria. O pagamento da contribuição mensal do MEI deve ser feito até o dia 20 de cada mês, através de carnê, em caso de atraso sofrerá uma multa de 0,33% ao dia, chegando essa multa ao valor máximo de 20%. Vamos listar abaixo o valor pago mensalmente para cada ramo de atividade. - R$ 53,25 comércio e indústria; - R$ 57,25 serviços; - R$ 58,25 comércio e serviços; A be rt ur a de E m pr es as 35 O valor pago mensalmente representa em torno de 5% do salário mínimo vigente, variando conforme seu ajuste anual. O MEI se caracteriza por ser enquadrado automati- camente no Simples Nacional(SIMEI), isento dos tributos federais, tais como Imposto de Renda, PIS, COFINS, Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e o CSLL. E, ao efetuar o pagamento mensal o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxí- lio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. O Microempreendedor Individual fará o pagamento mensal de acordo com ativi- dade exercida (citado anteriormente) por meio de carnê emitido através do Portal do Empreendedor, além de taxas estaduais/municipais que devem ser pagas de- pendendo do estado/município e da atividade exercida (Fonte: https://www.gov. br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor . Acesso em: 06 nov. 2020). Vamos analisar, agora, o custo que o MEI terá ao contratar um funcionário (limite para a categoria). - 3% de contribuição previdenciária patronal; - Retenção de 8% de contribuição previdenciária; - Base de cálculo: 01 salário mínimo vigente ou o piso da categoria. Sendo assim, o custo básico da contratação de um empregado pelo MEI é de 11% sobre o valor total da folha de salários (3% de INSS mais 8% de FGTS). Mas existem outros custos obrigatórios, como: vale-transporte, 13° salário e férias. Caso o MEI faça compra de suas mercadorias em outro estado, sofrerá a incidência do imposto estadual que é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), desta forma, tem um maior incentivo a comercialização local. A be rt ur a de E m pr es as 36 Tributação paga pela Empresa de Pequeno Porte e Microempresa As micro e pequenas empresas, podem optar entre o regime do Lucro Real, Lucro Pre- sumido ou o Simples Nacional. Mas em regra geral a opção mais vantajosa é pelo Simples Nacional, caso não haja atividade impeditiva ou outros requisitos legais que impeçam, con- forme Lei Complementar Nº. 123/2006. (BRASIL, 2006). Em qualquer uma das situações acima, a empresa estará sujeita ao recolhimento dos se- guintes tributos sobre as suas operações, sendo que no Simples Nacional são unificados: – IRPJ; – CSLL; – PIS; – COFINS; – Contribuição Previdenciária; – IPI (caso desenvolva atividade industrial); – ICMS (caso atue na atividade de comércio, transporte ou comunicação); – ISS (caso seja uma prestadora de serviços). Resumo Ao final deste estudo você aprendeu o conceito de imposto, bem como os seus diversos tipos. Além disso, traçou uma relação direta com cada tipo de empresa e seu devido regime de tributação, um estudo de fundamental importância para desvendar a melhor opção tri- butária para a empresa que você aluno irá abrir, como forma de garantir uma total legalidade e cumprimento das obrigações junto ao governo. Autoavaliação 1. Relacione as colunas abaixo: I – Imposto federal; II – Imposto estadual; III - Imposto municipal. a) I, II, III, III b) II, I, I, II c) III, II, II, I d) I, II, III, I 2. Maria é doceira e deseja se cadastrar como MEI, assinale a alternativa que apresenta o valor que deverá ser pago mensalmente, visto que ele se enquadra no ramo de indústria e comércio.a) R$ 57,25; b) R$ 53,25; c) R$ 58,25; d) R$ 45,00. ( ) IPI; ( ) ICMS; ( ) ISS; ( ) PIS. A be rt ur a de E m pr es as 37 A be rt ur a de E m pr es as 38 3. Marque a alternativa que apresenta o valor recolhido pelo MEI para a contribuição previ- denciária de seu funcionário. a) 3%; b) 8%; c) 7%; d) 5%. 4. Marque a alternativa que apresenta o regime de tributação unificado, diferenciado e sim- plificado abordado na lei complementar 123. a) Lucro presumido; b) Lucro real; c) Simples nacional; d) Imposto federal. 5. Assinale a alternativa que apresenta o regime tributário que tem como base de cálculo o lucro efetivo auferido pela empresa. a)Lucro real; b)Lucro simples; c)Lucro presumido; d)Simples nacional. A be rt ur a de E m pr es as 39 Listar documentos para o registro da empresa Competência 03 Nesta competência, iremos abordar toda a documentação necessária para o proces- so de registro de uma empresa, um passo primordial para o início das atividades de forma eficiente. Vamos listar todos os órgãos responsáveis pelo registro de cada etapa em específico. Lembrando que cada estado ou município atende a uma legislação específica, porém ire- mos conhecer detalhadamente a documentação que é comum a todos: Documentos pessoais Podemos fazer uma divisão em duas categorias de documentação necessária para o registro de uma empresa, a primeira se enquadra nos documentos pessoais de quem re- presenta a empresa e dos seus sócios, devendo ser disponibilizado 02 (duas) cópias au- tenticadas de: - Identidade (RG); - CPF; - Comprovante de residência. Documentos da empresa Na segunda categoria de documentos necessários para o registro, temos os documen- tos da empresa, que são: - Instrumento de Constituição: Contrato social, Ato Constitutivo, Estatuto etc, ou seja, de acordo com o tipo jurídico da empresa; - 01 cópia do Contrato de locação do imóvel ou Escritura/Contrato de compra e venda (no caso de imóvel próprio); - 01 (uma) cópia do IPTU; O instrumento de constituição é o documento que contém as principais informações da empresa como: objetivo, ramo, aspecto societário e formação do capital social. A be rt ur a de E m pr es as 41 Listar documentos para o registro da empresa A be rt ur a de E m pr es as 42 Registro da Empresa A abertura de empresas foi desburocratizada e os todos órgãos são integrados. Todo processo se dá através do portal Redesim. Órgãos integrados ao Redesim: - Junta Comercial; - Cartório de Registro de Pessoa Jurídica *; - Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)*; - Receita Federal; - Estado (Secretaria Estadual da Fazenda/Tributação); - Município* (Secretaria Municipal da Fazenda/Tributação e Meio Ambiente*. *Em algumas cidades estes órgãos podem não estar integrados ao RedeSim. Na Redesim a coleta de informações é unificada, evitando que o solicitante informe repetidamente dados já prestados anteriormente. Toda a informação é compartilhada entre os órgãos envolvidos, dando mais celeridade ao processo. Internet Para ter acesso aos modelos de instrumento de constituição de cada tipo societário, acesse os anexos da Instrução Normativa (IN) do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI), IN DREI N°. 81/2020, disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/drei/legislacao/instrucoes- normativas-em-vigor . Acesso em: 23 mar. 2021. Internet Para ter acesso ao portal Redesim, acesse: https://www.gov.br/empresas-e- negocios/pt-br/redesim . A be rt ur a de E m pr es as 43 Passo a Passo para o Registro da Empresa 1º PASSO – CONSULTA PRÉVIA Acessar o portal do RedeSim e preencher todos os dados solicitados para realizar a con- sulta do nome empresarial, bem como a permissão das atividades no local informado. 2º PASSO – COLETA DE DADOS Após aprovação da consulta prévia, o cidadão deve fornecer todos os dados e informa- ções de interesse dos órgãos envolvidos no processo de registro (dados completos dos só- cios e da empresa). 3º PASSO - PROTOCOLAR A DOCUMENTAÇÃO Concluída a etapa de coleta de dados, o solicitante deverá entregar a documentação ne- cessária no respectivo órgão de registro, que pode ser a Junta Comercial, o Cartório de Re- gistro de Pessoa Jurídica ou a OAB: - Documentos gerados pela Redesim (Requerimento, DBE, Consulta Prévia); -Instrumento de Constituição da empresa; - Cópia autenticada de RG/CPF dos sócios; - Pagamento da taxa por meio da guia de recolhimento; Após a análise da documentação, estando tudo correto, as inscrições da pessoa jurídica são geradas em conjunto: CNPJ, Inscrições Estadual e Municipal, bem como o instrumento registrado com o respectivo número. ÓRGÃOS DOCUMENTOS DE REGISTRO E INSCRIÇÃO Junta Comercial/ Cartório/ OAB • Instrumento de Constituição registrado (Contrato Social, Ato Constitutivo, Estatuto, etc.) Junta Comercial • NIRE - Número de Identificação de Registro da Empresa Cartório • Registro em Livro próprio, onde constará número de ordem e folhas OAB • Número da OAB da Pessoa Júridica Receita Federal • CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica Estado (Secretaria Estadual da Fazenda/ Tributação) • Inscrição Estadual Município Secretaria Municipal de Tributação Sec. Mun. do Meio Ambiente e Urbanismo • Inscrição Municipal • Alvará de Funcionamento Tabela 2 – Documentos de Registro da Empresa Fonte: Autoria própria (2020). A be rt ur a de E m pr es as 44 Município Caso o Município não esteja integrado ao RedeSim, será necessário comparecer à Secre- taria Municipal de Tributação e a de Meio Ambiente para solicitar a Inscrição Municipal e Alvará de Funcionamento, devendo apresentar os seguintes documentos básicos: - Formulário próprio; - Documentos dos sócios; - Instrumento de constituição; - CNPJ; - Contrato de Locação ou Escritura; - IPTU; - Laudos dos órgãos de vistoria. Por fim, deve-se solicitar a autorização para a emissão de notas fiscais, que em todos os Estados já são eletrônicas, assim como na maioria dos municípios. Caso o município não tenha NF Eletrônica a empresa prestadora de serviços deverá comparecer à Secretaria Muni- cipal de Tributação. Secretaria Municipal de Tributação - Prestadoras de serviços. Secretaria Estadual da Fazenda - Empresas do comércio e indústria. Notas: 1) Em alguns municípios o processo de cadastro poderá ser separado do Redesim, podendo ser manual ou digital. 2) A documentação competente é de acordo com a complexidade da atividade e localização. A be rt ur a de E m pr es as 45 Resumo Nesta competência, percorremos o terceiro passo para o registro da empresa, verificando toda a documentação necessária para a oficialização e liberação das atividades empresariais. Verificamos os principais órgãos que devem autorizar o funcionamento do estabeleci- mento, bem como a apresentação de documentos específicos, em suas devidas quantidades e formas de apresentação. Autoavaliação 1. Marque a alternativa que apresenta a documentação pessoal necessária para o proces- so de registro de uma empresa. a) Contrato social e CPF; b) Alvará de funcionamento e contrato social; c) Identidade, CPF e comprovante de residência; d) Somente contrato social. 2. Assinale qual o documento que apresenta o objetivo da empresa, seu ramo de atividade, aspecto societário e formação do capital social. a) Alvará de funcionamento; b) Instrumento de Constituição (Ex.: Contrato social, Ato Constitutivo, Estatuto); c) Ficha de cadastro nacional; d) NIRE – Número de Inscrição de Registro da Empresa. 3. Identifique nas alternativas abaixo, a que apresenta o órgão responsável pelo forneci- mento do NIRE- Número de Inscrição de Registro da Empresa. a) Junta comercial; b) Prefeitura; c) Previdência social; d) Secretaria da fazenda. 4. Identifique abaixo o órgão responsável pela emissão do CNPJ – Cadastro Nacional da Pes- soa Jurídica: a) Prefeitura; b) ReceitaFederal; c) Secretaria Estadual da Fazenda; d) Junta Comercial. 5. Relacione as colunas abaixo: I – Documentos pessoais; II – Documentos da empresa. ( ) Contrato social; ( ) CPF; ( ) Contrato de locação; ( ) Comprovante de residência. a) I,I,II,II; b) II,I,II,I; c) I,I,I,II; d) I,II,II,II. A be rt ur a de E m pr es as 47 Diferenciar marca e patente, analisando a legislação vigente Competência 04 A be rt ur a de E m pr es as 49 Diferenciar marca e patente, analisando a legislação vigente Vivemos em um mundo repleto de produtos e uma diversidade de marcas para o que procuramos consumir. Ao comprarmos um celular, por exemplo, temos uma enorme varie- dade de marcas, cada uma com suas especificidades. Ao entrar em um mercado, procuramos o produto que desejamos em setores específi- cos, são prateleiras repletas de produtos com a mesma finalidade, porém feitos de forma distinta e com o diferencial de cada marca. São constantes as escolhas feitas de acordo com a preferência da marca ou até mesmo a consolidação desta no mercado, segundo Aaker (1998) as pessoas tendem a comprar uma marca conhecida, pois se sentem confortáveis com o que lhes é familiar. E para todo esse processo de reconhecimento e consolidação no mercado, faz-se ne- cessário o processo de registro da marca, bem como o processo de patentear o produto, esses assuntos serão tratados nesta competência. Mas você sabe o significado de marca e patente? O que é marca? De acordo com Kotler (1998), marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação desses componentes que tem o propósito de identificar bens ou serviços e diferenciá-los dos concorrentes. Constantemente, nos deparamos com uma grande quantidade de marcas no mercado,onde cada uma delas busca se manter competitiva, almejando constantemente o maior número de clientes possível. São diversos os fatores de escolha de uma marca frente à outra. Em alguns casos temos o preço como fator diferencial, em outros temos a qualidade do produto, o status oferecido pela marca, e assim nos deparamos com diversas opções de produtos, de acordo com o que cada marca tem a oferecer. A marca pode ser constituída por letras, nomes, símbolos ou a combinação destes ele- mentos. A be rt ur a de E m pr es as 50 De acordo com a legislação brasileira, as marcas podem ser divididas de acordo com a sua natureza e sua apresentação. Vamos analisar os quadros abaixo: Em função de sua natureza, as marcas podem ser: A marca usada para distinguir produto de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. A marca usada para distinguir serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. A marca usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto a qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. A marca usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de um determinado grupo ou entidade. A marca composta exclusivamente por letras e/ou números do nosso alfabeto, sinais gráficos e de pontuação. A marca composta exclusivamente por elementos figurativos, que podem ser desenhos ou letras de outro alfabeto. A marca composta por uma mistura de elementos nominativos e figurativos. A marca composta pela forma plástica de um produto ou de embalagem que seja distintiva, podendo conter também, elementos figurativos e nominativos. Marca de Produto Marca de Serviço Marca de Certificação Marca coletiva Marca Nominativa Marca Figurativa Marca Mista Marca Tridimensional Quadro 3 – Tipos de marcas de acordo com sua natureza Fonte: Brasil (1996). Quadro 4 – Tipos de marca de acordo com sua apresentação Fonte: Brasil (1996). Quanto à apresentação, podemos dividir as marcas em: A propriedade sobre uma marca é obtida através do registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), esse registro assegura ao responsável pela mar- ca, o uso exclusivo desta em todo o território nacional, podendo ser utilizado por outras pessoas por meio de autorização.O registro da marca vigora por 10 (dez) anos, sendo pror- rogado por igual período, quantas vezes o proprietário da marca desejar. Aponte uma marca de produto que você faça uso regularmente. Cite dois mo- tivos pelos quais você a usa, frente a concorrência. Atividade A be rt ur a de E m pr es as 51 Para analisar os valores para registro de uma marca, acesse o site do INPI: https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/tabelas-de-retribuicao/tabela-marcas. pdf . Internet Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) O INPI é uma autarquia federal, criada em 1970 e vinculada ao Ministério da Economia. Dentre suas atividades, temos o registro de: – Marcas; – Desenhos Industriais; – Programas de Computador; – Topografias de Circuito. Além disso, o INPI é responsável pelo processo de concessão de patentes e averbações de contrato de franquia e das distintas modalidades de transferências tecnológicas. Procedimento para registro de uma marca O primeiro passo para o registro de uma marca consiste na busca previa se o nome já esta sendo utilizado, essa pesquisa deve ser realizada no site do INPI. Após a pesquisa e a confirmação de que o nome da marca está disponível, você deve realizar um cadastro no site para ter acesso através de login e senha. Para efetivar o cadas- tro, você deve preencher uma ficha com informações pessoais. Posteriormente ao cadastro e preenchimento da ficha,você deverá encaminhar a se- guinte documentação, juntamente com o comprovante de pagamento da Guia de Recolhi- mento da União(GRU): – Formulário de registro da marca; – Comprovante de pagamento; – Imagem digital da marca. A be rt ur a de E m pr es as 52 Processamento do pedido de registro O processamento do pedido de registro da marca consiste na chave do processo, visto que, nesta etapa, é verificada se todas as condições estabelecidas estão em conformidade para se dar continuidade ao processo e garantir a exclusividade sobre a marca. Na etapa de processamento, são verificadas se todas as condições estão em conformi- dade e livres para o registro. Caso todas as condições estejam em conformidade, o pedido de registro será publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI), tornando público o processo de registro, garantindo desta forma, a intervenção e contestação de terceiros no prazo de até 60 (sessenta dias), que possam ter seus interesses prejudicados com tal registro. Transcorridos os 60 (sessenta dias) sem nenhuma contestação, o pedido de registro passa para a etapa seguinte, a etapa do exame de registrabilidade, que consiste na anali- se técnica do pedido, podendo ser formuladas exigências que devem ser respondidas no prazo de 60 (sessenta dias). Em todas as etapas, tem-se como base o princípio da especialidade de marcas, que busca garantir a não colidência com outra marca já registrada no mesmo segmento. Assim como, caso as exigências não sejam respondidas, o registro será arquivado. Transcorridas as duas etapas acima, teremos a conclusão do exame que poderá ter como resposta: sobrestamento, deferimento ou indeferimento. Vamos analisar pelo Quadro abaixo: Seu pedido de registro de marca foi aprovado Seu pedido de registro de marca foi negado Seu pedido de registro de marca se encontra momentaneamente paralisado, por existirem anterioridades pendentes de decisão. Pagar as taxas finais para expedição do certificado e proteção ao primeiro decênio, obedecendo aos prazos legais (ordinário ou extraordinário). (consulte a tabela de retribuições). Caso deseje, o usuário pode recorrer desta deci-são, apresentando uma petição de recurso contra o indeferimento do pedido de registro. (consulte a tabela de retribuições). Acompanhar o seu pedido de registro de marca. Deferimento Indeferimento Sobrestamento Quadro 5 – Resultados do exame de registrabilidadeFonte: Inpi (2012[?]). Internet Para ser registrado como patente, acesse: https://www.gov.br/inpi/pt-br/ servicos/patentes . Para ter acesso a Lei da propriedade industrial, acesse o site do INPI: https:// www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/marcas/legislacao . A be rt ur a de E m pr es as 53 Após o processo de deferimento do registro, o responsável pagará o valor referente a documentação, tendo desta forma o prazo de 10 (dez) anos para uso exclusivo da marca, podendo prorrogar por igual período. Todo o processo de registro pode ser acompanhado pelo site do INPI, disponível em: http://www.inpi.gov.br/portal/ . O que é Patente? Patente é um título de propriedade que confere ao seu titular o direito de exclusividade de exploração de uma invenção, em um determinado território, por um limitado período de tempo em troca da descrição da invenção. As patentes podem ser de dois tipos: – Patente de Invenção: produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial. Tem validade de 20 anos a partir da data de depósito. – Modelo de Utilidade: objeto de uso prático, suscetível de aplicação industrial, que apre- sente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria fun- cional no seu uso ou em sua fabricação. Tem validade de 15 anos, a partir da data de depósito. De acordo com a Lei nº 9.279/1996, Lei da Propriedade Industrial, Art. 8, para ser patente- ável, deve-se atender aos requisitos de: – Novidade absoluta; – Atividade inventiva; – Aplicação industrial. A be rt ur a de E m pr es as 54 Resumo Nesta competência, tratamos do conceito de marcas e patentes, bem como o caminho que deve ser percorrido para o processo de registro destes, de forma a garantir o uso exclu- sivo e autonomia para quem a registra. Apresentamos os dois caminhos percorridos para a então liberação do registro da marca, analisando os prazos definidos, bem como as possíveis conclusões de pedido: deferimento,indeferimento e sobrestamento. Autoavaliação 1. Nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de iden- tificar bens ou serviços e diferenciá-los dos concorrentes. O conceito acima se refere a: a) Produto; b) Marca; c) Patente; d) Logotipo. 2. Título de propriedade que confere a seu titular o direito de exclusividade de exploração de uma invenção, em um determinado território, por um limitado período de tempo, em troca da descrição da invenção. O conceito acima se refere a: a) Marca; b) Logomarca; c) Patente; d) Slogan. 3. Marque a alternativa que apresenta o instituto responsável pelo processo de registro das marcas. a) IBGE; b) Receita Federal; A be rt ur a de E m pr es as 55 c) Sebrae; d) INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. 4. De acordo com a Lei da Propriedade Industrial nº 9.279/96 é patenteável a invenção que atenda aos requisitos de: I – Planos comerciais; II – Novidade; III – Métodos de ensino; IV – Atividade inventiva; V – Aplicação industrial. a) II, IV e V; b) I, II e III; c) III,IV e V; d) I,IV e V. 5. Marque a alternativa que apresenta o prazo de duração de registro de uma marca. a) 10 anos; b) 20 anos; c) 2 anos; d) 5 anos. A be rt ur a de E m pr es as 57 Definir a identidade visual Competência 05 A be rt ur a de E m pr es as 59 Definir a identidade visual Em nosso dia a dia, constantemente nos deparamos com situações em que precisamos constatar quem somos, seja para efetuar uma assinatura de contrato, seja para realizar uma inscrição. Nestas situações rotineiras que exigem de nós uma identificação. Da mesma forma, as empresas também necessitam de algo que as identifique e as façam conhecidas pelo o que são e pelo o que representam. No mundo empresarial, cha- mamos isso de identidade visual. Nesta competência, vamos tratar do conceito de identidade visual, as teorias que em- basam seu estudo e técnicas para a formação de uma identificação harmoniosa. Além disso, iremos tratar do domínio virtual, uma ferramenta usada cada vez mais por toda a sociedade, como alternativa de presença comercial. O que é identidade visual? Segundo Ribeiro (1987), a identidade visual é um conjunto sistematizado de elemen- tos gráficos que identificam visualmente uma empresa, uma instituição, um produto ou um evento, personalizando-os, tais como logotipo, um símbolo gráfico, uma tipografia, um conjunto de cores. Assim como acontece com as pessoas, a identidade visual retrata o ser da empresa, devendo ser levados em consideração diversos aspectos na hora de sua elaboração, como por exemplo: – Cultura da empresa; – Posicionamento no mercado; – Objetivos; – Foco; – Missão. Desta forma, de acordo com as informações acima, o designer gráfico, profissional ca- pacitado para desenvolver a identidade visual, estabelecerá formas de desenvolver um trabalho enraizado às características da empresa. A be rt ur a de E m pr es as 60 Teoria Gestalt A teoria Gestalt tem sua origem na Alemanha em 1523, tendo como base a tradução da palavra Gestalt, que de acordo com a bíblia significa o que é colocado diante dos olhos. Hoje, abordada no mundo inteiro, a teoria Gestalt busca integralizar as partes em opo- sição ao todo, ou seja, busca analisar a multiplicidade de interpretações. Analise a figura 3 abaixo: Figura 3 – Exemplo da lei de Gestalt Fonte: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/gestalt Acesso em: 01 abr. 2021. Figura 4 – Continuidade Fonte: http://prismacores.files.wordpress.com/2012/11/continuidade.png?w=300&h=190 Acesso em: 01 abr. 2021. Podemos perceber, que há duas formas de percepção da imagem, uma delas apresenta dois perfis de um rosto, a segunda representa uma taça. Desta forma, a Teoria Gestalt bus- ca identificar a percepção de um todo junto com a percepção das partes. Abaixo temos os sete fundamentos básicos da Gestalt: – Continuidade: é a impressão visual de como as partes se sucedem através da organiza- ção perceptiva da forma. A be rt ur a de E m pr es as 61 Figura 5 – Segregação Fonte: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/gestalt Acesso em: 01 abr. 2021. Figura 6 – Semelhança Fonte: <https://ricardoartur.com.br/1001/2011/04/princpios-de-gestalt-aplicados-ao-design/>. Acesso em: 01 abr. 2021. – Segregação: quando há percepção de separar e identificar um elemento. – Semelhança: os objetos similares se agruparão entre si. – Unidade: um conjunto de elementos menores em certa ordem, forma uma imagem maior Figura 7 – Unidade Fonte: <https://prismacores.wordpress.com/2012/11/07/cores-e-gestalt/>. Acesso em: 01 abr. 2021. A be rt ur a de E m pr es as 62 – Proximidade: os elementos próximos tendem a se agrupar, constituindo uma unidade. Figura 8 – Proximidade Fonte: http://prismacores.files.wordpress.com/2012/11/img-unificacao.png?w=300&h=300 Acesso em: 07 nov. 2014. Figura 9 – Proximidade 2 Fonte: <https://prismacores.wordpress.com/2012/11/07/cores-e-gestalt/>. Acesso em: 01 abr. 2021. Figura 10 – Fechamento Fonte: <https://prismacores.wordpress.com/2012/11/07/cores-e-gestalt/>. Acesso em: 01 abr. 2021. – Fechamento: obtém-se a sensação de fechamento visual pela continuidade de elemen- tos numa ordem estrutural definida. A be rt ur a de E m pr es as 63 Pesquise exemplos de uma identidade visual de algumas empresas . Atividade Logotipo Logotipo é um símbolo constituído por uma palavra graficamente particularizada que gera associações sucessivas. De modo a garantir uma ligação do logotipo com sua marca. O logotipo pode ser representado graficamente em desenho, por elementos gráficos e tipografia (tipos de letra), ou por apenas um deles. Em alguns exemplos, temos logotipos apenas definidos pela tipografia, como os exemplos abaixo: Em outros casos, temos logotipos que apenas a forma gráfica já gera uma associação automática do que foi visto, com amarca específica. Slogan O slogan, palavra em inglês, que traduzida ao pé da letra significa grito de guerra, deve ser representada por uma palavra ou frase curta e de fácil memorização, gerando uma associação à empresa ou produto, e garantindo uma publicidade forte. Vamos analisar abaixo alguns exemplos: Figura 11 – Exemplos de logotipo Fonte: Google Imagens (2021). Figura 12 – Exemplos de logotipo 2 Fonte: Google Imagens (2021). A be rt ur a de E m pr es as 64 No comércio da sua cidade existem marcas e empresas locais, cite dois exemplos de slogan que, em sua opinião, geram uma associação direta ao produto. Atividade Nos exemplos acima, percebemos que, além do logotipo, temos frases ou palavras que complementam a imagem. No caso da loja C&A, temos a frase “Abuse e Use” como forma de atrair o público ao consumo de suas mercadorias. No caso do Bombril, temos a frase: 1001 utilidades, de forma a representar ao consu- midor que o produto pode ser usado para várias atividades. Desta forma, o slogan serve como complemento ao logotipo, criando uma publicidade com a finalidade de chamar atenção do consumidor e mostrar seu diferencial frente aos concorrentes. Agora que sabemos o que significa logotipo e slogan, vamos fazer uma análise sobre uma ferramenta bastante utilizada para o realce da marca frente a concorrência, a COR, pois além de um logotipo e slogan bem feito, a escolha da cor ideal garante a harmonia do objetivo da empresa com o público-alvo.Vamos analisar no próximo tópico. Constantemente, profissionais da área de publicidade e propaganda, bem como pro- fissionais de design e psicologia, estudam e analisam o impacto das cores nas pessoas. Tanto no sentido de influenciá-las como no sentido de gerar desejos e vontades. Figura 13 – Slogans Fonte: Google Imagens (2021). A be rt ur a de E m pr es as 65 Desta forma, no momento de elaboração de uma logomarca, deve-se atentar para a es- colha das cores a serem utilizadas, levando em consideração o objetivo da empresa, bem como sua ideologia e perfil. Na figura abaixo, vamos analisar o impacto das cores em quem a visualiza. Ao analisarmos a figura acima, percebemos que cada cor tende a gerar um estímulo diferente. No ramo da publicidade, tem-se focado muito nesses estímulos, criando-se lo- gomarcas a partir de cores que chamem a atenção do cliente e cores que garantam que a mensagem chegue de forma eficiente. A cor amarela, primeira abordada na figura, passa a ideia de clareza e calor, sendo bas- tante usada em marcas de combustível e bateria. A cor laranja, por sua vez, remete alegria e confiança, bastante usada em produtos des- tinados a jovens; o vermelho se caracteriza por ser uma cor que ativa a atenção de quem vê, incentivando a coragem e juventude. O lilás, bastante presente em produtos infantis, místicos, religiosos e redes sociais, ati- va a criatividade e o imaginário. Verde, remete ao crescimento e saúde, bastante usada em produtos naturais, que preservem a natureza e garantam o bem estar. A cor cinza, representa o equilíbrio e a estabilidade, fatores muito importantes na defi- nição da identidade de uma empresa. Por fim, o azul remete a confiança, sendo bastante usado em marcas de computador e linhas aéreas. Figura 14 – Guia emocional das cores Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-xWOKbaMvGhI/UdYFqIqfaMI/AAAAAAAACZA/H5dg7VdshYA/s960/cores-criativas.jpg Acesso em: 01 abr. 2021. A be rt ur a de E m pr es as 66 Domínio virtual Apesar de usarmos constantemente, pouco se sabe que o domínio representa o en- dereço virtual para se acessar determinado site, ou seja, o domínio nada mais é do que o próprio site que digitamos para navegar em determinada página na internet. Vamos observar o exemplo abaixo: http://www.sistemaitb.com.br/ Analisando o domínio acima, percebemos que este encontra-se dividido em 4 (quatro) partes. – www: iniciais da palavra World Wibe Web que traduzindo significa uma rede de alcance mundial, ou seja, em qualquer parte do mundo, ao se digitar esse endereço eletrônico teremos o acesso direto ao site da instituição itb; – sistemaitb: representa o nome do domínio; – com: representa a finalidade do domínio; – br: representa o país em que foi registrado o domínio. De acordo com a finalidade do domínio, ele pode ser: Endereço Quem usa? .net Provedores de Internet .edu Instituições de Ensino .gov Governos .com Sites Comerciais .org Instituições Não Governamentais Figura 15 – Principais domínios Fonte: Autoria própria (2014). Analisando os quadros acima, percebemos que há uma divisão, de acordo com a fina- lidade do site, os domínios terminados em “.net”, por exemplo, representam sites relacio- nados a provedores de internet. Os que contém “.edu” estão relacionados a instituições educacionais. Os terminados em “.gov” representam sites ligados ao governo federal de cada país, como os sites da Receita Federal, do Ministério da Educação (MEC), da saúde e outros. Os domínios terminados em “.com”, indicam sites comerciais e os domínios “.org” Para consultar o valor do registro do domínio, acesse: https://registro.br/ajuda/ pagamento-de-dominio/ . Internet A be rt ur a de E m pr es as 67 tratam das organizações não governamentais fundadas com o objetivo de promover algum benefício a sociedade ou a um grupo específico de pessoas. Agora que sabemos toda a estrutura de um domínio, vamos aprender a registrá-lo e garantir uma fundamental ferramenta que agrega valor a empresa, junto ao seu mercado consumidor. Como registrar o domínio Antes de registrar um domínio, é necessário verificar se este já não foi utilizado por ou- tra pessoa. Essa pesquisa, bem como o registro são feitos acessando o endereço: <https://registro.br/> Existem algumas regras para o formato do domínio, das quais podemos citar: - O tamanho mínimo de 2 e máximo de 26 caracteres; - Os caracteres válidos são letras de "a" a "z", números de "0" a "9" e o hífen; - O domínio não pode conter somente números, nem iniciar ou terminar por hífen. O valor do registro do domínio pode variar de acordo com o tempo contratado, que pode ser de 01 a 10 anos Resumo Ao final desta competência, você aprendeu o que é identidade visual, qual sua finalida- de e descobriu a importância de se formar uma identidade voltada para os objetivos e perfil da empresa. Além disso, analisou formas de tornar o slogan e logotipo atrativos para seus clientes, garantindo a identidade plena da empresa. Por fim, analisamos o que é domínio virtual, suas diversas categorias e a forma de registrá-lo. A be rt ur a de E m pr es as 68 Autoavaliação 1. Conjunto sistematizado de elementos gráficos que identificam visualmente uma empre- sa, uma instituição, um produto ou um evento. A frase citada representa o conceito de: a) Identidade visual; b) Logotipo; c) Slogan; d) Domínio. 2. Relacione a coluna da direita com a da esquerda. I – Logotipo; II – Slogan; III – Identidade Visual. ( ) Conjunto sistematizado de elementos gráficos que identifi- cam visualmente uma empresa; ( ) Palavra em inglês que traduzida ao pé da letra representa grito de guerra; ( ) Símbolo que faz ligação direta a marca. 3. Relacione a coluna da esquerda com a da direita, de acordo com a finalidade de um domínio. I - ". edu"; II - ".gov"; III - ".com". ( ) Sites comerciais; ( ) Sites de instituições de ensino; ( ) Sites relacionados a órgãos do governo federal. a) I,II,III; b) III,I,II; c) III, II,I; d) II,III,I. a) I,II,III; b) III,I,II; c) III,II,I; d) I,III,II. A be rt ur a de E m pr es as 69 4. Marque a alternativa que apresenta um exemplo de domínio governamental. a) www.itb.com; b) www.receitafederal.gov.br; c) www.vetorial.net; d) www.operacaosorriso.org.br. 5. Endereço disponibilizado na web, como forma de garantir a interação da empresa com seu mercado consumidor. Marque a alternativa que apresenta talconceito. a) Domínio; b) Identidade Visual; c) Slogan; d) Logotipo. A be rt ur a de E m pr es as 71 Reconhecer a importância da ética nas empresas Competência 06 Reconhecer a importância da ética nas empresas O processo de abertura e administração de uma empresa requer uma constante postu- ra ética e profissional frente às obrigações e compromissos selados pela empresa. Desde a contratação de um novo funcionário, até o momento de pagamento dos tributos e obrigações, faz-se necessário uma plena conduta ética para evitar consequências graves. Antes de começarmos nossos estudos, quero lançar uma questão: o que você entende por ética? Conceito de Ética A Ética é o estudo fundamentado nos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. A palavra tem origem do grego ethikos, que significa caráter. Dessa forma, ser ético é agir de forma íntegra e honesta, desviando-se de atitudes erradas e fraudulentas. Cumprir com as obrigações é um dos principais pilares na gestão empresarial, seja no pagamento de tributos, na assinatura da carteira de trabalho de seus funcionários. A be rt ur a de E m pr es as 73 Figura 16 – Equilíbrio ético Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-iYcovEYqd3M/UP_evrKGR4I/AAAAAAAALwk/frj2oRdIkKk/s1600/valores.jpg Acesso em: 01 abr. 2021. Ccite três exemplos de atitudes que demonstram comportamento ético. Atividade A be rt ur a de E m pr es as 74 Sociedade Muitas vezes o empreendedor não possui todo o capital para abrir e iniciar a operacio- nalização da empresa, então ele recorre a um empréstimo, porém, dependendo do valor solicitado, pode ser um mau negócio para a agência que financiará o empreendimento. Então, um sócio como fonte de recurso financeiro para o início das atividades da empresa é o primeiro motivo de um empresário querer uma sociedade. Outro motivo bem comum de iniciar uma sociedade é quando um sócio possui o recurso financeiro e o outro possui alguma competência necessária para a produção do produto ou execução do serviço. Geralmente essa relação de sociedade inicia-se desde a concepção do negócio. E, por fim, há outra situação na qual é importante ter um sócio. É o caso em que o empreendedor, devido a alguma restrição física (doença, idade avançada etc.) precisa de alguém que conduza o empreendimento durante sua ausência (Seja ela temporária ou definitiva). De todas as formas, deve-se escolher um sócio que seja comprometido com a empresa, alguém que assuma a responsabilidade pelo gerenciamento e pelos resultados, indepen- dentes de serem positivos ou negativos. Compromisso trabalhista Para realizar suas atividades de forma regular, a empresa deve contar com uma equi- pe de funcionários que trabalhem de forma legal, e para isso, faz-se necessário assinar a carteira de trabalho de todos eles, como forma de garantir o recebimento de seus direitos legais. Figura 17 – Sociabilidade Fonte: Oliveira (2014). A be rt ur a de E m pr es as 75 Figura 18 – Carteira de Trabalho Fonte: https://viacarreira.com/como-tirar-carteira-de-trabalho/ Acesso em: 01 abr. 2021. O fato de assinar a carteira de um trabalhador garante diversos benefícios a ele, gerando por outro lado, grandes obrigações ao empregador. Como pagamento de benefícios, FGTS, auxílio transporte e outros. Tanto o empregado como o empregador arca com despesas e impostos. O empregado, no caso, tem valores recolhidos mensalmente de seu salário, como forma de arrecadação de impostos pelo governo, garantindo o fundo previdenciário,auxílios e benefícios. Desta forma, o Ministério do Trabalho vem combatendo práticas ilegais dentro das em- presas, garantindo a proteção dos empregados. Esta prática ao combate da irregularidade serve de termômetro para o mercado, onde cada vez mais, empresas responsáveis garantem o comprometimento para com seus fun- cionários, gerando renda e oportunidades. Processo de encerramento de uma empresa São diversos os fatores que levam uma empresa ao encerramento, apesar de muitos julgarem que o fato de uma empresa fechar está relacionado com a falência, decorrente da má administração. Esse processo ocorre, também, por motivos positivos, como mudança de categoria ou expansão para outro tipo de mercado. Porém, o processo consiste em uma etapa de medidas a serem tomadas. A be rt ur a de E m pr es as 76 O processo de encerramento de uma empresa consiste em duas etapas: o encerramen- to burocrático e o encerramento prático. O primeiro a ser realizado é o encerramento prático, que consiste na quitação de todas as dívidas da empresa, como por exemplo: – Demissão de todos os funcionários de forma regular: o processo de demissão de forma regular consiste na desvinculação de todos os funcionários, realizando o pagamento de impostos referentes à rescisão do contrato. Não podendo, entretanto, encerrar uma empresa caso haja funcionários em licença, férias ou qualquer benefício que venha a sofrer prejuízos com a desvinculação do funcionário. – Encerramento de todo o estoque de mercadorias: uma empresa só poderá fechar suas portas, no momento em que não existir mais nenhuma mercadoria em estoque.Isso jus- tifica as grandes liquidações que algumas empresas fazem, objetivando queimar todo o seu estoque, para o posterior processo de encerramento regular da empresa. – Pagamento de todas as contas em aberto: a empresa deverá cumprir com todas as suas obrigações financeiras, quitando as contas futuras a pagar, de forma a regularizar seu processo de fechamento. – Encerramento de contas bancárias: todas as contas abertas pela empresa, que até então serviam de ferramenta financeira devem ser encerradas, de forma a não existir vínculos da empresa com o sistema financeiro. – Todos os bens da empresa devem ser extintos: todos os bens pertencentes a empresa, como cadeiras, mesas, materiais de almoxarifado e outros devem ser extintos, seja na forma de divisão entre os sócios, doação ou venda, garantindo desta forma, a total ex- tinção da empresa. Figura 19 – Portão de empresa fechada Fonte: https://www.fecomercio.com.br/noticia/proposta-altera-tratamento-a-micro-ou-pequena-empresa-em-falencia Acesso em: 01 abr. 2021. A be rt ur a de E m pr es as 77 Após o encerramento prático da empresa, o responsável deverá procurar um conta- dor para realizar o encerramento burocrático da empresa, que consiste basicamente na emissão de certidões e documentos que informem a regularização da empresa para seu processo de encerramento. O contador deverá informar a todos os órgãos percorridos durante o processo de abertu- ra da empresa, que as atividades da mesma estão encerradas.Tal medida garante a baixa da empresa nos diversos sistemas, evitando a geração de cobrança de tributos ou outras obrigações financeiras. Resumo Nesta competência estudamos a ética nas organizações e analisamos diversos casos de formação de sociedades em uma empresa. E ainda, a forma que o quadro dos funcio- nários da empresa seria formado, e os compromissos com esses profissionais contratados. Além disso, vimos que existem vários motivos para o fechamento de uma empresa, e conhecemos o procedimento correto para fechar legalmente um empreendimento. Autoavaliação 1. Estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. O conceito esta relacionado a: a) Moral; b) Ética; c) Responsabilidade; d) Princípios. 2. Um fator que deve ser analisado ao escolher um sócio é: a) Saber se o sócio tem problemas familiares; b) Se ele possui uma família; c) Saber se o sócio tem restrições no seu nome ou tem histórico de inadimplência; d) Se ele participa de ações solidárias. 3. Qual das alternativas a seguir NÃO se constitui como um benefício para a empresa ao A be rt ur a de E m pr es as 78 contratar um funcionário de forma legal: a) A empresa poderá fazer marketing da situação legal dos
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