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Infecçã� d� Trat� Urinári� Classificação: - Cistite: Infecção da bexiga - Pielonefrite: infecção do rim - Bacteriúria assintomática: urocultura positiva com > 100.000 UFC/ml na ausência de qualquer sinal ou sintoma urinário. - ITU recorrente: > 2x em 6 meses ou > 3x em 12 meses. Bacteriúria Assintomática (BA) - predomínio de Gram - - Aumenta com a idade (> 20% em > 80 anos) - Homens raramente apresentam - piúria não fecha o quadro de BA - Tratamento: - Gestantes - Pacientes que irão ser submetidos a procedimentos urológicos invasivos - Transplantados renais (Herrison) - Neutropênicos (Herrison) Cistite - inflamação/infecção da bexiga → lesão tecidual a ponto de gerar sintomas, mas não ascenderam para o trato superior - Mais prevalente em mulheres (principalmente mais velhas e em atividade sexual) - Clínica: - disúria e polaciúria - urgência miccional - hesitação - desconforto suprapúbico - hematúria macroscópica - Diagnóstico: - padrão-ouro: urocultura - quadros não complicados o tratamento é empírico - Urinálise - Fita reagente - quando avaliação não seja completamente elucidada: o tratamento pode ser estabelecido na presença de nitrito ou esterase leucocitária positivos - Quadro complicado: - alterações funcionais ou estruturais do TGU - doenças que predispõem a ITU (DM ou AIDS) - Uso de cateter urinário - gravidez - Tratamento: - sulfametoxazol + trimetoprim 400/80 mg 12/12h por 3 dias → No Brasil, não deve ser feito devido a alta resistências - Fosfomicina trometamol 3g dose única (tratamento de escolha) - Nitrofurantoína 100 mg 6/6 h por 5-7 dias - betalactâmicos (amoxicilina, cefalexina) por 5-7 dias → No Brasil, não deve ser feito devido a alta resistências - Quinolonas (ciprofloxacino, ofloxacin, levofloxacin, moxifloxacino ou norfloxacino) por 3 dias. - Obs: gestantes → droga mais segura betalactâmicos, nitrofurantoína e fosfomicina - Evitar quinolonas como primeira escolha para tratamento de cistite para evitar resistência - Cistite complicada ou recorrente: 7 dias de tto - Homens: tto de 7-14 dias e evita-se nitrofurantoína e betalactâmicos pois penetram menos em tecido prostático - Pyridium: deve ser evitado devido a náuseas e hemólise. Seu uso deve ser no máx 2 dias Pielonefrite - infecção aguda, normalmente bacteriana, dos rins e pelve renal - Pielonefrite não complicada: ocorre em paciente com trato urinário estruturalmente neurologicamente normal - pielonefrite complicada: paciente com anormalidades funcionais ou estruturais do trato urinário, SVD, cálculos urinários, infecções em homens, gestantes, crianças ou pacientes hospitalizados. Presença de abscessos, pielonefrite enfisematosa e necrose de papila, como veremos adiante. - Fatores de ricos: - sexo feminino - atividade sexual - parceiro sexual novo - história de ITU prévia (nos últimos 12 meses) - uso de diafragma com espermicidas - menopausa - anormalidades do TGU - instrumentação urinária - DM, incontinência e imunossupressão - gravidez - Epidemiologia: - no período neonatal, os meninos são mais acometidos - a partir da infância as mulheres passam a ser mais acometidas - Em idosos a proporção é semelhante entre homens e mulheres devidos a HPB - Fisiopatologia colonização uretral → transporte até a bexiga → crescimento bacteriano (facilitado por esvaziamento incompleto) → transporte até a pelve renal e rim (acometimento hematogênico) adesão a mucosa, produção de IL, e recrutamento de PMN e linfócitos. Citocinas pró inflamatórias levam a formação de edema e vasoconstrição. Os túbulos podem sofrer necrose (formando microabscessos) quando na presença de grandes abscessos ele se encontra na junção corticomedular, subcapsular ou espaço perirrenal. - Etiologia - Pielonefrite não complicada: E. coli (70-90%), Staphylococcus saprophyticus (5-15%, principalmente em mulheres jovens durante o verão), Klebsiella, Proteus e Enterococcus spp. (10-15%, principalmente em homens idosos, pós instrumentação e pacientes submetidos a atb recente) - Pielonefrite complicada: E. coli, Pseudomonas aeruginosas, Enterobacter spp. e outras Enterobacteriaceae - Clínica: - dor progressiva em flancos - fadiga - febre - prostração, náuseas e vômitos - Precedida ou acompanhada de sintomas de cistite - Exame físico: febre, taquicardia, EG regular e Giordano positivo - Apresentação atípica: idosos, pacientes debilitados e crianças (dor abdominal, cefaléia, sintomas constitucionais não específicos, dor lombar ou pélvica e queixas respiratórias) - 20-35% dos casos podem apresentar bacteremia → paciente com sinais de sepse devem ter pelo menos 2 hemoculturas coletadas - Diagnóstico: - clínica + laboratório - Exames: urocultura, pesquisa de piúria, bacterioscopia por Gram e sensibilidade antibiótica. - Em indivíduos imunocompetentes o crescimento de apenas um único microrganismo é típico e em imunocomprometidos há a polimicrobiana - Ausência de piúria sugere outros diagnósticos - Exames de imagem: solicitar em caso de dúvida diagnóstica, falha terapêutica, suspeita de abscesso ou obstrução: - TC com contraste: melhor definição anatômica, identifica abscesso e outras complicações - USG: não possui sensibilidade tão boa quanto a TC sendo mais recomendado solicitar diretamente a TC. É recomendada em caso de imagem seriada de abscesso ou hidronefrose. - Diagnósticos diferenciais: Chlamydia, uretrite herpética, vaginite por cândida ou tricomoníase, cistite, intersticial e irritação vulvovaginal não infecciosa. - Tratamento - tto VO ambulatorial x tto EV hospitalar: vai de acordo com a gravidade, a presença de náuseas e vômitos, EG do paciente, suporte clínico ambulatorial e possibilidade de seguimento médico. - Internação: - doente graves - imunodeprimidos - gestantes - suspeita de abscesso, obstrução ou cálculo - crianças e homens - vômitos persistentes apesar de antieméticos - ausência de terapia VO adequada - condições inadequadas para tto domiciliar - Má aderência medicamentosa - Tto geralmente é empírico: buscar cobertura contra bacilos gram negativos, para ITU complicada deve-se cobrir gram positivos e gram negativos resistentes. - Antibióticos: - Enterococcus: ampicilina ou amoxicilina - staphylococcus: cefalosporina - VO: quinolona - IM ou IV: ceftriaxona 1ª dose seguida de VO: - Amox+clavulanato - cefpodoxime - cefpodoxime - cefadroxila - Grávidas: dar preferência a cefalosporina de 3ª ou penicilinas (ampicilina ou de espectro expandido associado ou não a aminoglicosídeos) - Crianças: cefalosporina de 3ª ou aminoglicosídeos - OBS: o tratamento deve seguir de acordo com o teste de sensibilidade. - Tempo de tto: 7-14 dias, se sepse de 14-21 dias. - pacientes respondem a 7 dias de cipro - O SMX-TMP deve ser utilizado apenas caso o patógeno tenha suscetibilidade conhecida - Troca EV→VO: assim que as indicações de parenteral estejam resolvidas - melhora da instabilidade e gravidade - ingestão de líquidos VO s/ vômitos e intestino normal - disponibilidade de drova VO - ITU por cateter: - todo paciente com febre e bacteriúria tem ITU - 10000 UFC sintomático e 100000 assintomáticos - retirada da SVD - atb sistêmico de 7 a 14 dias. - Prognóstico: - melhora após 48h (melhora febre e EG) - S/ melhora em 48h: considerar erro de diagnóstico, atb inadequado ou complicações anatômicas. - realizar urocultura após tratamento - Profilaxia: - em quadros de repetição - medidas: evitar uso de espermicidas, estrogênio vaginal pós-menopausa, urinar após relação (mulheres) - evitar cateterização - corrigir anormalidades urológicas - Profilaxia antimicrobiana nas mulheres com ITU de repetição e pós-transplante renal imediato baixas doses de sulfametoxazol-trimetoprim ou nitrofurantoína prescritas durante seis meses, podendo-se utilizar períodos maiores conforme a necessidade. Na terceira forma, a paciente deve coletar urina e iniciar antibiótico ao primeiro sinal de infecção. Complicações: - Pielonefrite enfisematosa - paciente com DM - Fermentação da glicose pelos bacilos e produzindo gásdentro do parênquima renal - início súbito de pielonefrite grave com evolução para sepse - Extensa necrose de tecido renal - Tto: nefrectomia ou tto concervador, individualizando cada paciente - Necrose de papila - infec das pirâmides + dç vasculares do rim ou obstrução do trato urinário → necrose de papila renal - Na pielonefrite aguda (principalmente pct c/ DM) → infecção pode se agravar pela obstrução da saída por tecido morto - Sintomas: dor em flancos ou pelve + calafrios e febre - Obstrução das vias urinárias - quando possível a remoção de cálculos + pielonefrite pode ser adiada até estabilização do paciente - passagem do cateter duplo J ou nefrostomia percutânea até estabilização - Abscessos renais ou periféricos - grande maioria originária de infecções do trato urinário - sinais: - febre após 4 ou 5 dias de tto - urocultura com flora polimicrobiana - presença de cálculos renais (principal fator de risco) - febre + piúria, com urinocultura estéril (obs: tb renal também pode causar) - Abscessos hematogênicos não se apresentam com a síndrome clínica da pielonefrite! - Pielonefrite xantogranulomatosa - forma evoluída, infrequente e crônica de pielonefrite - mulheres de meia-idade, com história de pielonefrite de repetição. - Quadro: dor lombar, febre, queda do estado geral e perda de peso. - Exame físico: massa abdominal palpável e o de sangue mostra anemia com VHS elevado. - Na urina: piúria e bacteriúria, com crescimento de micro-organismos na cultura. - Agentes mais encontrados: Gram- seguidos de longe pelos estafilococos. Em certos casos a cultura é negativa (25%). - Diagnóstico: TC ou angiografia - Tratamento: retirada cirúrgica do rim afetado após um curso de antibiótico. Prostatite - Espontânea ou precipitada por cateter vesical - Na espontânea geralmente acomete jovens - Quadro: febre + calafrios + dor peniana e disúria (homem que apresente sintomas de cistite + sinais sistêmicos) - Toque retal: próstata edemaciada, tensa e sensível - Diagnóstico: urocultura e gram - Associados ao cateter: bastonetes gram - adquiridos no hospital ou enterococo - Não associados: E. coli - Tto: quinolona, SMX-TMP, cefalosporina de 3ª ou aminoglicosídeo, IV ou VO por 6 semanas - Crônica: proteus, E. coli, klebsiella → tto quinolona 4-6 semans ou SMX-TMP, se recorrência a duração é de 12 semanas - Penicilinas,cefalosporinas, aminoglicosídeos e nitrofurantoína não possuem boa penetração na próstata sem inflamação aguda. - Em caso de falha atb prolongada em baixas doses (semelhante a ITU recorrente)
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