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Beatriz Martins Magalhães ↬Os sintomas associados à gestação é questão comum na vida da mulher em idade reprodutiva e sexualmente ativa, embora alterações endócrinas e anatômicas, bem como processos patológicos ou mesmo �siológicos possam produzir sinais e sintomas sugestivos de gravidez, o diagnóstico precoce da gestação, ou a sua exclusão é importante ↬O início precoce do pré-natal possibilita a tomada de medidas que bene�ciam o feto, tais como evitar o uso de medicações potencialmente prejudiciais à evolução da gestação, assim como possibilita a estimativa acurada da idade gestacional e a data provável do parto ↬O diagnóstico da gravidez pode ser dividido em clínico e laboratorial e o laboratorial em métodos hormonais e de imagem ↬Diagnóstico Clínico: associar achados do exame clínico aumenta a chance do diagnóstico de gestação, que deve ser con�rmado com o diagnóstico laboratorial no primeiro trimestre de gravidez ↬Dividir os sinais e sintomas em: presunção (ligados à esfera neurovegetativa), de probabilidade (ligados às modi�cações da esfera genital) e de certeza (ligados à presença do feto) Sinais e sintomas de presunção…………………… ● Náuseas: melhor caracteriza o início da gestação, na maioria dos casos completo e espontâneo desaparecimento terminado o primeiro trimestre de gravidez. Provável resultado da adaptação materna ao hormônio gonadotró�co coriônico (hCG) ● Fadiga e sonolência: provável decorrência da vasodilatação observada no organismo materno ● Atraso menstrual: suspeitar de gravidez, principalmente quando relata vida sexual ativa e está em idade reprodutiva sem contracepção ou uso irregular de contraceptivo. Levar em consideração o emocional. Lembrar que após 10 a 14 dias o atraso constituirá sinal de probabilidade ● Alterações de humor: alterações de humor e labilidade emocional são frequentes na gestante …………Sinais e sintomas de probabilidade……………… ● Amenorreia: de�ni-se como atraso menstrual que ultrapassa 3 ciclos consecutivos, embora considerado o sinal mais precoce de gravidez, pode ocorrer em situações �siológicas (aleitamento, menopausa) ou patológicas (de origem emocional, durante o uso de anovulatórios, nas atletas etc), sangramento uterino sugestivo de menstruação pode ocorrer em alguns casos após a concepção, é episódio considerado �siológico, correspondendo à implantação do ovo ● Polaciúria: o útero em crescimento e ante�exão acentuada comprime a bexiga, causando micção frequente e de quantidade reduzida (polaciúria), sintomas comum por volta de 6 semanas , costuma desaparecer à medida que o útero ganha a cavidade abdominal, voltando a se fazer presente no �nal da gravidez, quando a apresentação insinuada pressiona a bexiga de encontro ao púbis ● Modi�cações uterinas: o útero gravídico sofre alterações de volume, forma e consistência, apreciadas pelo toque combinado. A embebição gravídica torna o órgão amolecido, com consistência cística, elástica e pastosa, principalmente na Beatriz Martins Magalhães região do istmo, o que possibilita a �exão acentuada do corpo sobre o colo uterino durante o toque combinado - (sinal de Hegar – pode ser observado a partir de 6 a 8 semanas de gravidez) - O colo uterino perde a �rmeza característica (consistência nasal), tornando-se amolecido (consistência labial) – regra de Goodel. Quando grávido, o útero é intrapélvico, de formato piriforme com base superior e de consistência �rme, assume forma globosa, preenchendo os fundos de saco vaginais por volta de 8 semanas de gravidez (sinal de Nobile-Budin) Crescendo inicialmente de maneira assimétrica, de acordo com a implantação ovular (sinal de Piskacek) ⇨Em torno de 12 semanas o útero alcança a cavidade abdominal, sendo palpável logo acima da sín�se pubiana. Com 16 semanas, encontra-se entre a sín�se e a cicatriz umbilical, aí sendo palpável na 20a semana ● Outros sinais: por volta de 8 semanas de gestação, pode ser observado o sinal de Osiander - pulsação arterial percebida pelo toque nos fundos de sacos vaginais Sinal de Jacquemier ou Chewick – coloração violácea demonstrada pela vulva congesta; Sinal de Kluge – cor violácea percebida também na mucosa vaginal. ● Congestão mamária: Mamas congestas e doloridas por causa da estimulação hormonal da gonadotro�na coriônica nas glândulas secretoras, bem como pelos efeitos dos estrogênios e da progesterona ⇨Na oitava semana as aréolas apresentam-se escurecidas, com hipertro�a dos tubérculos de Morgagni, que passam a ser denominados tubérculos de Montgomery ⇨Com 16 semanas nota-se aumento da vascularização venosa, bem percebidas em mulheres de pele clara - rede de Ha�er - e a presença de colostro, obtido espremendo-se delicadamente a mama ⇨Em torno de 20 semanas, o aparecimento da aréola secundária (sinal de Hunter), representada pelos limites imprecisos que o escurecimento das aréolas provoca ● Alteração de muco cervical: a elevação dos níveis da progesterona leva à redução da concentração de sódio no muco cervical, que deixa de exibir padrão arboriforme (ausência de cristalização) Sinais e sintomas de certeza…………… Beatriz Martins Magalhães ● Rechaço fetal: a perceção do rechaço fetal se chama SINAL DE PUZOS durante o toque vaginal - dedo impulsiona o conteúdo uterino, através do fundo de saco, deslocando o feto para longe no líquido amniótico; a tendência ao retorno do concepto à posição primitiva fará com que ele seja novamente percebido - pode ser observado a partir de 14 semanas de gravidez ● Percepção dos movimentos fetais: para ser considerado sinal de certeza de gravidez, os movimentos fetais devem ser percebidos pelo observador.Carece de precisão o relato da paciente. Com 18 a 20 semanas, dependendo do panículo adiposo da paciente, já é possível perceber a movimentação fetal ● Ausculta dos batimentos do coração fetal: É o sinal mais �el de gestação. Ouvido antigamente a partir de 20 semanas com o auxílio do estetoscópio de Pinard, tornou -se mais precoce com o advento do sonar Doppler (entre 10 e 12 semanas) ↬DIAGNÓSTICO CLÍNICO ● Métodos Hormonais: Cabe lembrar que, mesmo sendo teste especí�co, a dosagem plasmática do β-hCG permite a ocorrência de reação cruzada com o LH, em especial nas seguintes situações: castração; uso de substâncias psicotrópicas; climatério; hipertireoidismo com aumento de LH ⇨O erro mais comum é um resultado negativo logo após o atraso menstrual, quando ainda não há produção su�ciente de β-hCG na urina. Teste doméstico negativo deve ser con�rmado com teste laboratorial ⇨Os testes hormonais indicam a presença de hCG de qualquer fonte, não excluindo uma gestação ectópica, doença trofoblástica gestacional ou alguns tipos de tumores ovarianos ● Métodos de imagem (USG): a ultrassonogra�a facilitou enormemente o diagnóstico precoce da gravidez, identi�cando a localização da implantação e avaliando a vitalidade ovular ⇨Via abdominal ou vaginal(sendo a vaginal a preferida nas gestações iniciais por possibilitar melhor visualização das estruturas ovulares) - mandatória no 1° trimestre ⇨Mediante ultrassonogra�a transvaginal é possível identi�car a presença do saco gestacional com quatro semanas de gravidez, próximo ao atraso menstrual ⇨Na quinta semana, visualiza-se a vesícula vitelina; entre 6 e 7 semanas percebem-se o eco embrionário e os batimentos cardíacos do embrião, sinal que atesta a vitabilidade ovular ⇨Entre 10 e 12 semanas identi�ca-se a cabeça fetal e o espessamento do saco gestacional correspondente a futura implantação placentária. ⇨Além do diagnóstico precoce da gravidez, a ultrassonogra�a serve como um ótimo guia para a datação da gestação pelo aparecimento de “estruturas-chave” em determinadas fases do desenvolvimento embrionário ● Ressonância magnética nuclear: principais avaliações são avaliação do sistema nervoso central, no diagnóstico mais preciso de malformações fetais e em informações adicionais nos casos de Beatriz Martins Magalhães acretização placentária diagnosticada pela ultrassonogra�a ⇨Nas suspeitas de gestação abdominal possibilita imagens com maior de�niçãoespacial do feto e localização precisa da placenta ⇨É exame considerado inócuo para o feto, devendo-se evitar o uso do contraste à base de gadolínio, que atravessa a barreira placentária. É indicado com prudência no primeiro trimestre Cronologia da Gravidez……………………. ⇨ A gravidez se inicia a partir da fecundação do óvulo, data impossível de ser determinada, a não ser nas técnicas de reprodução assistida ⇨Convencionou-se datar a gravidez a partir do único episódio objetivo da vida reprodutiva da mulher: a data da última menstruação (DUM) ⇨A idade obstétrica está aumentada de 14 dias em relação à idade embriológica ⇨A gravidez dura 280 dias, a partir do primeiro dia do último período menstrual, 40 semanas, 10 meses lunares ou 9 meses solares ⇨A Organização Mundial da Saúde estabeleceu como norma o critério de semanas completas, só se avançando na datação quando se ultrapassa o sexto dia da semana em curso. Por exemplo: 75 dias de gestação correspondem a 10 semanas e 5 dias, ou 10 semanas completas ⇨Para o cálculo da data provável do parto (DPP), Nägele propôs uma regra simples que consiste em somar 7 dias ao primeiro dia do último período menstrual, e somar 9 ou subtrair 3 meses ao mês têm 28, 29, 30 ou 31 dias, e que o mês muda de acordo com a soma dos dias Exemplo: DUM – 2/3/2012 DPP – 9/12/2012 DUM – 28/10/2012 DPP – 4/8/2013 (quando a soma dos dias passa para o mês seguinte soma-se 8 ou subtrai-se 2 ao mês) ⇨Outra forma de avaliar a idade da gravidez, o último período menstrual é desconhecido, é lançar mão de dados clínicos e do exame físico, a saber: o útero alcança a cavidade abdominal em torno de 10 a 12 semanas de gestação, a cicatriz umbilical com 20 semanas e daí em diante cresce cerca de 1 cm por semana (tabela de Berlizan). O colostro surge por volta de 16 semanas, e entre 18 e 20 semanas a movimentação fetal é percebida pela mãe e pelo observador
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