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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA: CONCEITOS BÁSICOS .............................. 5 2.1 NOMENCLATURA E ESTUDO DA ANATOMIA ........................................................................... 7 2.2 POSIÇÃO ANATÔMICA......................................................................................................... 9 2.3 PRINCÍPIOS ANATÔMICOS DE CONSTRUÇÃO DO CORPO HUMANO ........................................ 11 3 CONSTITUIÇÃO GERAL DO CORPO HUMANO ................................................................ 13 3.1 CAVIDADES DO CORPO HUMANO ....................................................................................... 13 3.2 TERMOS DE MOVIMENTOS ................................................................................................ 14 4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO ................................................ 17 4.1 DIVISÃO DO ESQUELETO .................................................................................................. 18 4.2 COMPOSIÇÃO DOS OSSOS ................................................................................................ 19 4.3 PARTE DOS OSSOS .......................................................................................................... 20 4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS ............................................................................................ 21 4.5 SUPERFÍCIES ÓSSEAS ..................................................................................................... 22 5 ARTROLOGIA (ARTICULAÇÕES) ...................................................................................... 24 5.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES ................................................................................ 24 5.2 VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES ......................................................... 28 6 SISTEMA MUSCULAR ......................................................................................................... 29 6.1 TIPOS DE MÚSCULO (TECIDO MUSCULAR) .......................................................................... 30 6.2 MÚSCULO ESQUELÉTICO .................................................................................................. 31 6.3 FUNÇÕES DOS MÚSCULOS ............................................................................................... 38 6.4 CONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS ........................................................................................... 39 6.5 MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO ....................................................................................... 42 6.6 MÚSCULO LISO ................................................................................................................ 43 7 SISTEMA CIRCULATÓRIO .................................................................................................. 44 7.1 VASOS SANGUÍNEOS ........................................................................................................ 44 7.2 CORAÇÃO ....................................................................................................................... 47 7.3 PRESSÃO ARTERIAL ......................................................................................................... 53 8 SISTEMA LINFÁTICO........................................................................................................... 54 9 SISTEMA NERVOSO ............................................................................................................ 59 9.1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ........................................................................................... 61 9.2 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO ....................................................................................... 64 2 9.3 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ........................................................................................ 67 9.4 SISTEMA SENSORIAL ........................................................................................................ 68 10 SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................. 69 10.1 NARIZ ............................................................................................................................. 71 10.2 FARINGE ......................................................................................................................... 72 10.3 LARINGE ......................................................................................................................... 73 10.4 TRAQUEIA ....................................................................................................................... 74 10.5 BRÔNQUIOS .................................................................................................................... 74 10.6 PULMÕES ........................................................................................................................ 75 10.7 PLEURA .......................................................................................................................... 76 10.8 RESPIRAÇÃO ................................................................................................................... 77 10.9 O AR INALADO ................................................................................................................. 81 11 SISTEMA DIGESTÓRIO ....................................................................................................... 82 11.1 FARINGE E ESÔFAGO ....................................................................................................... 83 11.2 ESTÔMAGO ..................................................................................................................... 83 11.3 INTESTINO DELGADO ........................................................................................................ 84 11.4 INTESTINO GROSSO ......................................................................................................... 85 11.5 FÍGADO ........................................................................................................................... 86 11.6 PÂNCREAS ...................................................................................................................... 87 12 SISTEMA URINÁRIO ............................................................................................................ 88 12.1 OS RINS .......................................................................................................................... 88 12.2 OS URETERES ................................................................................................................. 89 12.3 BEXIGA URINÁRIA ............................................................................................................ 89 12.4 URETRA .......................................................................................................................... 90 12.5 REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR ............................................................................... 91 12.6 AÇÃO DO HORMÔNIO ALDOSTERONA ................................................................................. 92 12.7 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA ...................................................................................... 92 12.8 AÇÃO DO HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO ................................................................................ 92 13 SISTEMA GENITAL FEMININO ........................................................................................... 93 13.1 VAGINA ........................................................................................................................... 94 13.2 VULVA ............................................................................................................................95 13.3 OVÁRIOS ........................................................................................................................ 95 13.4 TUBAS UTERINAS ............................................................................................................. 96 13.5 ÚTERO ............................................................................................................................ 96 13.6 MAMAS ........................................................................................................................... 97 14 SISTEMA GENITAL MASCULINO ..................................................................................... 100 3 15 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 104 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direciona- das ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA: CONCEITOS BÁSICOS Fonte: biosphera.org Segundo QUEIROZ (2005), a Anatomia Humana é a ciência que envolve o estudo macroscópico das estruturas do corpo humano, considerando seus aspectos de norma- lidade, sendo importante quanto ao fornecimento de informações para as diversas áreas da saúde. Sua análise pode ser feita por meio de diferentes tecnologias, que incluem a utili- zação de exames de imagens, como radiografias, ultrassonografia, tomografia computa- dorizada, dentre outras. Para isso, o ensino da anatomia humana também pode ser exer- cido com aulas teóricas e práticas que envolvem o estudo, dissecação de peças anatô- micas de cadáveres humanos, prática esta capaz de desenvolver respeito, ética e valo- res (QUEIROZ, 2005). Assim, o estudo da anatomia baseado na utilização de cadáveres humanos, por meio de metodologias tradicionais como a dissecação, permite a aprendizagem em um contexto relevante, incentiva habilidades relacionadas ao trabalho clínico e pro- move uma prática autodirigida (STRINI, 2020). Atualmente a anatomia pode ser dividida em três grandes grupos: anatomia ma- croscópica, anatomia microscópica e anatomia do desenvolvimento. Anatomia Macroscópica: é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utili- zando ou não recursos tecnológicos. Apresenta as seguintes divisões: • Anatomia Regional: na qual os dados anatômicos macroscópicos humanos são descritos segundo as grandes divisões naturais do corpo 6 (membro inferior, membro superior, cabeça e pescoço, tórax, abdome e pelve). • Anatomia Sistêmica: na qual a abordagem é feita segundo os vários sistemas ( conjunto de órgãos com mesma função básica ). • Anatomia de Superfície: Estuda o contorno e a forma de órgãos e estruturas da superfície do corpo. É de grande importância para a se- miologia clínica, pois viabiliza a interpretação correta dos sinais e sin- tomas observados no exame clínico de um paciente. • Anatomia Radiológica: Estuda as estruturas internas do corpo medi- ante raios X e, associada à anatomia de superfície, oferece os funda- mentos morfológicos para o exame clínico. • Anatomia Funcional: Aborda segmentos funcionais do corpo, estabe- lecendo relações funcionais entre as várias estruturas dos diferentes sistemas. • Anatomia Aplicada: Destaca a importância dos conhecimentos ana- tômicos para as atividades clínicas e/ou cirúrgicas. • Anatomia comparada: Estuda a anatomia de diferentes espécies de animais comparando o desenvolvimento filogenético e ontogenético dos diferentes órgãos. Anatomia Microscópica: é aquela relacionada com as estruturas corporais invi- síveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscó- pios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histo- logia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). Anatomia do desenvolvimento: estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do de- senvolvimento até o nascimento. 7 2.1 Nomenclatura e estudo da anatomia Fonte: PT Nextews.com Como toda ciência, a anatomia tem sua própria linguagem. O conjunto de termos usados para designar e descrever um organismo ou suas partes é denominado nomen- clatura anatômica. Com o desenvolvimento e criação de “escolas de anatomia” no final do século passado, estruturas semelhantes do corpo humano receberam diferentes no- mes nesses centros de ensino e pesquisa. Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consig- nados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica interna- cional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955 em Paris foi aprovada oficial- mente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris No- mina Anatômica). Revisões têm sido feitas ao longo do tempo, já que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico podendo ser sempre criticada e modificada desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Con- gressos Internacionais de Anatomia. A última revisão criou a Terminologia Ana- tômica, que está atualmente em vigor. (RUBINSTEIN, 2006) As línguas oficialmente adotadas são o latim (por ser “língua morta”) e o inglês (que se tornou a linguagem internacional das ciências), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio idioma. Ao nomear a estrutura de um organismo, a nomenclatura tenta 8 usar termos que não apenas sinalizam a memória, mas também fornecem informações ou uma descrição da estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos: Segundo, RUBINSTEIN (2016), há nomes inadequados ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso. • Normal e variação anatômica É considerado normal para a anatomia o que é estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Como exemplo podemos citar a artéria braquial que mais comumente divide-se na fossa cubital. Esse é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional essa é conside- rada uma variação. Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. • Divisão do corpo humano O corpo humano está dividido em partes, todas em comum igualdade, facilitando a sustentação e locomoção do nosso corpo, bem como a proteção de nossos órgãos. O corpo humano e dividido em: I. Cabeça: extremidade superior do corpo, unida ao tronco pelo pescoço. II. Pescoço: parte de sustentação da cabeça ao restante do corpo. III. Tronco: parte central do corpo, se divideem tórax (cavidade torácica) e ab- dome (cavidade abdominal). 9 IV. Membros: saio as extremidades do corpo, se dividem em dois membros supe- riores e dois membros inferiores. Cada um dos membros possui uma raiz li- gada ao tronco e uma parte livre. Fonte: ienciasmorfologicas.pt 2.2 Posição anatômica Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas considerando- se que a posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão denominada posi- ção de descrição anatômica (posição anatômica). Assim, quando os anatomistas escre- vem seus textos, eles se referem ao sujeito descritivo ao considerar o indivíduo como se ele ainda estivesse em uma posição padronizada. (RUBINSTEIN 2016) A posição anatômica corresponde à posição ereta, em pé, de frente para o obser- vador, com a face voltada para a frente e o olhar voltado para o horizonte, os membros superiores estendidos paralelamente ao tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente, os membros inferiores paralelos e os calcanhares unidos, com os dedos dos pés voltados para a frente 10 Fonte: ienciasmorfologicas.pt Planos de delimitação e secção do corpo humano As descrições baseiam-se em planos de delimitação que contornam o corpo hu- mano por planos tangentes à sua superfície e determinam um contorno com a forma de um paralelepípedo. Planos Seccionais: • Planos de secção: são planos imaginários perpendiculares ao corpo na po- sição anatômica. • Plano mediano: passa longitudinalmente através do corpo e o divide em metades direita e esquerda. • Plano sagital: é qualquer plano vertical paralelo ao plano mediano; embora muitas vezes utilizado, o termo “parassagital” é redundante. • Plano frontal ou coronal: é ortogonal ao plano mediano, ou seja, divide o corpo em anterior ou ventral e posterior ou dorsal. • Plano transversal ou horizontal: é ortogonal aos planos mediano e sagital 11 Fonte: aulasdeanatomia.com 2.3 Princípios anatômicos de construção do corpo humano • Antimeria: Divide o corpo em duas metades (dois antímeros), se for feito um corte no plano sagital mediano • Simetria: Divide o corpo em duas metades iguais • Estratificação: Sobreposição por estratos ou camadas. Os estratos podem ser de um mesmo tecido ou de tecidos diversos. • Metameria: Segmentação craniocaudal em unidades ou metâmeros • Paquimeria: Divisão pelo plano frontal médio em paquímeros ventral, com a grande cavidade que contém as vísceras, e dorsal, com a cavidade que contém o neuroeixo. As partes do corpo também podem ser descritas pelos termos de posição que se baseiam em sua proximidade aos planos de delimitação e secção ou ao plano mediano. Tais termos indicam que uma estrutura é, por exemplo, mais cranial que outra, pois ne- nhuma estrutura ou órgão é simplesmente cranial ou ventral, já que esses planos são tangentes ao corpo e são usados como referência. Termo Descrição Exemplo Lateral Faz referência a uma estrutura situada mais afastada do plano mediano e não A orelha é lateral em rela- ção ao olho 12 próximas ao plano lateral. A referência sempre é o plano mediano Medial Faz referência a uma estrutura que se situa mais próxima ao plano mediano em relação a uma outra O olho é medial em rela- ção à orelha Posterior ou dorsal Faz referência a uma estrutura que se situa mais próxima ao plano dorsal em relação a outra A coluna vertebral é pos- terior em relação ao cora- ção Anterior ou ven- tral Faz referência a uma estrutura que se situa mais próxima ao plano ventral em relação a outra O coração é anterior em relação à coluna vertebral Inferior ou po- dálico Faz referência a uma estrutura que se situa mais próxima ao plano podálico em relação a outra O osso hioideo é inferior em relação à mandíbula Superior ou cra- nial Faz referência a uma estrutura que se situa mais próxima ao plano cranial em relação a outra A mandíbula é superior em relação ao osso hioide Fonte: adaptado de Introdução ao estudo da anatomia. CARIA, P.H.F. Termos de posição e direção • Em relação ao Plano Mediano: 1. Mediano: toda e qualquer estrutura posicionada sob o plano mediano. Ex.: na- riz, osso esterno, cicatriz umbilical, sínfise púbica, coluna vertebral, laringe etc. 2. Medial: para estruturas localizadas próximas ou voltadas ao plano mediano. Ex.: olhos, rins, mamas, extremidade esternal da clavícula etc. 3. Lateral: para a estrutura localizada mais afastada do plano mediano exemplo: orelhas em relação aos olhos e ao plano mediano, extremidade acromial da clavícula 4. Intermédia: para estruturas localizadas entre uma estrutura medial e outra la- teral. • Em relação ao Plano Cranial ou superior 1. Superior ou cranial: aquela que está mais próxima do plano superior 2. Inferior ou caudal: aquela que está mais distante do plano superior 3. Médio: aquela que está entre uma superior e outra inferior 13 • Em relação à Raiz dos membros: 1. Proximal: aquela que está mais próxima 2.Distal: aquela que está mais distante 3. Médio: aquela que está entre a proximal e a distal Fonte: estudandoanatomia.com 3 CONSTITUIÇÃO GERAL DO CORPO HUMANO A célula é a unidade básica na constituição dos seres vivos. Um agrupamento de células constitui um tecido. A reunião de vários tecidos constitui um órgão que se agru- pam para formar um aparelho ou sistema. Todas as células necessitam de oxigênio e nutrientes sem os quais entra em sofrimento podendo esse sofrimento resultar em morte. À morte das células segue-se morte dos tecidos, órgãos e do próprio ser vivo. Células → Tecidos → Órgão → Aparelho ou Sistema → Organismo. 3.1 Cavidades do corpo humano • Cavidade craniana: é o espaço dentro do crânio e contém o encéfalo. • Cavidade espinhal: similar a um longo cilindro contém a medula espinhal. • Cavidade torácica: contêm a traqueia, os brônquios e os pulmões, o coração, a aorta, e outros vasos sanguíneos, o esôfago e nervos. 14 • Cavidade abdominal: contém o estômago, o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado, parte do intestino grosso (cólon e cécum), o pâncreas e o baço. Os dois rins estão na parte posterior da cavidade abdominal. • Cavidade pélvica: contém os órgãos reprodutores, a bexiga e a parte inferior dos intestinos. 3.2 Termos de movimentos • Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo. Ex- tensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo. Fonte: questoesdefisiocomentadas.com • Adução: movimento na direção do plano mediano em um plano coronal. • Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal. • Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano medi- ano. • Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano. 15 Fonte: hestudosbel.com • Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente. • Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. Fonte: estudosbel.com • Retrusão: movimento de retração (para trás) ocorre na mandíbula e no ombro. • Protrusão: movimento dianteiro (para frente) como ocorre na mandíbula e no ombro. • Elevação: elevar ou mover uma parte para cima, elevar os ombros. • Abaixamento: abaixar ou mover uma parte para baixo, baixar os ombros. • Retroversão: posição posteriorização da pelve. • Anteroversão: posição anteriorização da pelve. 16 • Inversão: movimento da sola do pé em direção ao plano mediano. • Eversão: movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Fonte: estudosbel.com • Dorsiflexão (flexão dorsal): movimento de flexão na articulação do tornozelo (cal- câneono chão). • Plantiflexão (flexão plantar): quando se fica em pé na ponta dos dedos (calcâneo no ar). Fonte: tacticalroom.com.br 17 4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO Fonte: Musculacao.net O Sistema Esquelético ou Sistema Ósseo, ou esqueleto é um conjunto de ossos, cartilagens e articulações, que interagem entre si, formando o arcabouço do corpo hu- mano. A osteologia é a ciência responsável pelo estudo dos ossos e articulação, ou seja, do Sistema Esquelético como um todo. Já́ num sentido mais amplo, a osteologia inclui o estudo da formação dos ossos de todo o esqueleto. O esqueleto deixa de ser uma “reu- nião de ossos”, passando a ter um significado mais amplo, como arcabouço – denomi- namos arcabouço a estrutura óssea que sustenta o corpo humano. Dessa forma, o conjunto de ossos e cartilagens se interliga formando o arcabouço e desempenhando várias funções no corpo humano como um todo. Os ossos são órgãos passíveis de movimentos, são a base de sustentação do corpo humano, formando uma estrutura sólida. Constituem peças rijas, em número, coloração e formas variáveis. As principais funções do esqueleto humano são: • Proteção das estruturas vitais: oferecer proteção aos órgãos vitais e vísceras, tais como cérebro, medula, coração e pulmões. • Sustentação do organismo: servir como uma espécie de armação para o corpo humano, formando uma estrutura rígida, fixando os tecidos e as partes moles do corpo. • Base mecânica do movimento: servir como alavanca para o início da locomoção. 18 • Hematopoiética: fazer a hematopoiese, para a medula produzir glóbulos verme- lhos, brancos e plaquetas. • Armazenamento de sais: como armazenamento e reserva de minerais, principal- mente cálcio e fósforo, e em quantidade menor magnésio e sódio. 4.1 Divisão do esqueleto O esqueleto humano é formado por um total de 206 ossos, divididos em duas grandes porções, denominadas esqueleto axial – 80 ossos, e esqueleto apendicular – 126 ossos. A união dessas duas porções se faz pelas “cinturas” escapular e pélvica. Além de apresentar-se na forma mais comum com todos os ossos interligados, o esqueleto também se apresenta de forma isolada, dessa forma, denominamos esqueleto articulado ou desarticulado. Quando o esqueleto se apresenta na forma articulada, a união dos ossos pode ser natural (feita pelos próprios ligamentos e cartilagens), artificial (ligada por meio de peças metálicas) ou mista (usando os dois processos de ligação). Esqueleto axial • É composto por um total de 80 ossos que formam a principal estrutura de susten- tação do corpo humano. Está dividido em: Crânio: 8 ossos – dispostos em números ímpares: frontal, occipital, etmoide e es- fenoide, e em números pares: temporal e parietal. • Face: 14 ossos – dispostos em números ímpares: mandíbula e vômer, e números pares: conchas nasais inferiores, nasal, lacrimal, zigomático, maxilar e palatino. • Hioide: 1 osso – localizado na parte anterior do pescoço, abaixo do maxilar infe- rior, à frente da coluna cervical. É suportado e sustentado pelos músculos do pes- coço, e suporta a musculatura da base da língua. 19 • Ossículos auditivos: 6 ossos – dispostos em números pares: martelo, bigorna e estribo. • Coluna vertebral: 26 ossos divididos da seguinte forma: 7 vértebras na região cer- vical, 12 vértebras na região torácica, 5 vértebras na região lombar e 2 ossos na região sacrococcígeá. Os ossos da região sacrococcígea são fundidos – não pos- suem disco vertebral entre si, são imóveis, constituem 5 ossos fundidos na região sacra e mais 4 fundidos na região coccígea, considerando, dessa forma, 1 osso para cada região, por isso o total de 2 ossos nessa região. • Externo: 1 osso – localizado na parte anterior da região torácica, serve de susten- tação das costelas e clavícula, formando a caixa torácica – protege os pulmões, coração e grandes vasos – aorta, veia cava, e veias pulmonares. • Costelas: 24 ossos – considerados 12 pares de cada lado, estão divididas entre verdadeiras, flutuantes e falsas. As costelas verdadeiras são 7 pares superiores ligadas ao esterno por cartilagens próprias e individuais. As costelas falsas são 3 pares ligadas ao esterno por uma única cartilagem. E as costelas flutuantes são 2 pares que não se ligam ao esterno, as extremidades anteriores são livres. Esqueleto apendicular É composto por um total de 126 ossos, formando a estrutura que permite ao esque- leto os movimentos. Está dividido em: Membros superiores (MMSS), clavícula, escapula, úmero, radio, ulna, carpo, metacarpo e falanges. Membros inferiores (MMII) ossos do quadril, fêmur, fíbula, tíbia, patela, tarso e metatarso. 4.2 Composição dos ossos Os ossos são formados por duas partes, uma orgânica e outra mineral. A parte orgânica é constituída por colágeno, onde estão os aminoácidos, e também pela subs- tância fundamental, onde estão as fibras de colágeno que dão resistência e elasticidade aos ossos. A porção mineral é responsável pela rigidez dos ossos e é formada por fosfato de calcino, carbonato de cálcio, pequenas porções de fluoreto de cálcio e de magnésio. 20 4.3 Parte dos ossos Os ossos estão divididos em partes, e interligados umas as outras. Veja abaixo como ocorre essa divisão. • Periósteo: membrana que reveste a superfície do osso, com exceção da cartila- gem articular. Tem grande concentração de vascularização e é de extrema impor- tância para a Regeneração óssea. • Osso compacto: parte abaixo do periósteo; tem textura densa e apresenta poros, apesar de ser compacto. • Osso esponjoso: fica localizado logo abaixo do compacto, tem aspecto esponjoso e é alta- mente poroso. Nele se localiza a medula óssea. • Medula óssea: preenche o interior do osso, responsável pela produção de células sanguíneas. • Epífise: são as extremidades dos ossos longos. • Diáfise: é o corpo dos ossos longos, em que fica localizada a cavidade medular. • Metáfise: parte em que ocorre o crescimento do osso em comprimento. Fonte: slideplayer.com.br 21 No tecido ósseo destacam-se os seguintes tipos celulares: • Osteoblastos: são as células responsáveis por sintetizar a parte orgânica do osso, ou seja, que produzem o novo osso. • Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo, ou seja, destroem o osso. • Osteócitos: tem um papel fundamental na manutenção da integridade do osso. 4.4 Classificação dos ossos A classificação mais comum e estudada é aquela em que se considera a forma dos ossos, dividindo-os segundo a predominância de uma das dimensões sobre as ou- tras, seja o comprimento, a largura ou a espessura. Osso longo Apresenta um comprimento maior que a largura e a espessura. Exemplo: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges Osso curto Apresenta equivalência das três dimensões. São os ossos que su- portam o peso do corpo. Exemplo: ossos do carpo e do tarso. Osso plano Seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occi- pital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos. Osso irregular Apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspon- dência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes. Essas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: 22 Osso pneumá- tico Apresenta uma ou mais cavidades de volume variável revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar,temporal, etmóide e esfenóide Osso sesa- móide Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. Os primeiros são chama- dos intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas tam- bém pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). Fonte: enfermagembio.com.br 4.5 Superfícies Ósseas Algumas terminologias anatômicas são utilizadas para descrever as superfícies ósseas, bem como suas características. Dentre elas destacam-se: Superfícies articulares Cabeça: extremidade articular globosa, por exemplo: cabeça do fêmur. Côndilo: projeção delgada de grande porte, por exemplo: côndilos femorais. 23 Face: superfície achatada, pouco profunda, por exemplo: face articular do rádio. Superfícies não articulares • Crista: crista do osso (por exemplo: crista ilíaca); • Espinha: eminência delgada e pontiaguda, exemplo: espinha isquiática. Epicôndilo: processo proeminente acima do côndilo, exemplo: epicôndilos do úmero. • Processo: saliência óssea acentuada, exemplo: processo mastoide. Trocanter: grande processo para inserção muscular, exemplo: trocanter maior e menor do fêmur. • Tuberosidade: processo de superfície áspera e rugosa, exemplo: tuberosidade ulnar. • Tubérculo: processo de forma arredondada, exemplo: tubérculo do úmero. Cavidades, depressões e aberturas • Articular: encontrada nos ossos, podendo ser rasa ou profunda. Forame: passagem através de um osso (por exemplo: forame obturado); • Seio: espaço oco em determinados ossos. • Sulco: depressão ou escavação alongada (por exemplo: sulco do nervo radial do úmero); Fonte: sites.google.com 24 5 ARTROLOGIA (ARTICULAÇÕES) Uma articulação é definida como a junção entre duas ou mais partes ósseas e o tecido que as conecta. Essas estruturas permitem que os ossos se encaixem, criando mobilidade e, ao mesmo tempo, promovendo a estabilidade necessária para a região. A mobilidade articular é essencial para que as pessoas realizem as atividades funcionais diárias de maneira eficaz. Caso não existisse, o indivíduo estaria sempre sujeito a lesões constantes ao tentar realizar movimentos básicos, como levantar da cama e chutar uma bola de futebol. Cada articulação do corpo humano é caracterizada por seus componentes estru- turais específicos, desde aqueles com uma estrutura muito fibrosa, imóvel e mais estável, até àquelas que têm cápsula articular e líquido sinovial, permitindo uma grande quanti- dade de movimento. Fatores como o envelhecimento, sobrecarga em atividades físicas, esforço repe- titivo e sedentarismo; estão diretamente relacionados ao desgaste ou lesão dos compo- nentes da articulação, causando trauma, dor e, se recorrente, pode levar a diversas ar- tropatias (doenças articulares como artrite e osteoartrite). 5.1 Classificação das articulações As articulações são descritas de acordo com tipo de material ou forma pelo qual os ossos são unidos, existem três tipos de classe das articulações: Articulações fibrosas: Os ossos são conectados por tecido fibroso. Na maioria dos casos, o grau de movimento das articulações fibrosas depende do comprimento das fibras que conectam os ossos. As suturas do crânio são exemplos de articulações fibro- sas. Esses ossos estão próximos e se encaixam ao longo de linhas onduladas ou sobre- postas. A sindesmose é uma articulação fibrosa que conecta os ossos a uma camada de tecido fibroso, que pode ser ligamentos ou membranas fibrosas. Portanto, esse tipo de articulação tem mobilidade parcial. A membrana interóssea no antebraço é uma lâmina de tecido fibroso que une o rádio e a ulna em uma sindesmose. A sindesmose dento alveolar (gonfose) é uma arti- culação fibrosa na qual um processo semelhante a um pino encaixa-se em uma cavidade entre a raiz do dente e o processo alveolar da maxila. 25 A mobilidade dessa articulação (um dente mole) indica distúrbio dos tecidos de sustentação do dente. No entanto, movimentos locais microscópicos nos informam (gra- ças a propriocepção) sobre a força da mordida ou do cerrar de dentes, e sobre a exis- tência de uma partícula presa entre os dentes. Fonte: researchgate.net Articulações cartilaginosas (cartilagíneas): as estruturas são unidas por carti- lagem hialina ou fibrocartilagem. Nas sincondroses ou articulações cartilaginosas primá- rias os ossos são unidos por cartilagem hialina o que permite leve curvatura no início da vida. As articulações cartilagíneas primárias geralmente são uniões temporárias como as existentes durante o desenvolvimento de um osso longo nas quais a epífise e a diáfise são unidas por uma lâmina epifisial. As sincondroses permitem o crescimento do osso no comprimento. Quando é atingido crescimento completo, a lâmina epifisial converte-se em osso e as epífises fun- dem-se com a diáfise. 26 Fonte: fisioterapia.com As sínfises ou articulações cartilagíneas secundárias são articulações fortes, ligei- ramente móveis unidos por fibrocartilagem. Os discos intervertebrais fibrocartilagíneos existentes entre as vértebras são formados por tecido conjuntivo que une as vértebras. Essas articulações proporcionam à coluna vertebral resistência e absorção de choque, além de considerável flexibilidade. Articulações sinoviais: os ossos são unidos por uma cápsula articular (formada por uma camada fibrosa externa revestida por uma membrana sinovial serosa) que trans- põe e reveste a cavidade articular. A cavidade articular de uma articulação sinovial, como o joelho, é um espaço potencial que contém um pequeno volume de líquido sinovial lu- brificante secretado pela membrana sinovial. No interior da cápsula a cartilagem articular cobre as faces articulares dos ossos; todas as outras faces internas são revestidas por membrana sinovial. As articulações sinoviais, o tipo mais comum de articulação, permitem livre movi- mento entre os ossos que unem. São articulações de locomoção, típicas de quase todas as articulações dos membros. As articulações sinoviais geralmente são reforçadas por ligamentos acessórios separados (extrínsecos) ou são um espessamento de parte da cápsula articular (intrínsecos). Algumas articulações sinoviais têm características diferentes como discos articu- lares fibrocartilagíneos ou meniscos encontrados quando as faces articulares dos ossos são desiguais. Os seis principais tipos de articulações sinoviais são classificados de acordo com o formato das faces articulares e/ou o tipo de movimento que permitem: Articulações planas: permitem movimentos de deslizamento no plano das faces articulares. As superfícies opostas dos ossos são planas ou quase planas com movi- mento limitado por suas cápsulas articulares firmes. As articulações planas são muitas e quase sempre pequenas. Um exemplo é a articulação acromioclavicular situada entre o acrômio da escápula e a clavícula. Gínglimos: permitem apenas flexão e extensão, movimentos que ocorrem em um plano (sagital) ao redor de um único eixo transversal; assim, os gínglimos são articu- 27 lações uniaxiais. A cápsula dessas articulações é fina e frouxa nas partes anterior e pos- terior onde há movimento; entretanto, os ossos são unidos lateralmente por ligamentos colaterais fortes. A articulação do cotovelo é um exemplo de gínglimo. Articulações selares: permitem abdução e adução, além de flexão e extensão, movimentos que ocorrem ao redor de dois eixos perpendiculares; sendo assim, são arti- culações biaxiais que permitem movimento em dois planos, sagital e frontal. Também é possível fazer esses movimentos em umasequência circular (circundução). As faces articulares opostas têm o formato semelhante a uma sela (isto é, são reciprocamente côncavas e convexas). A articulação carpometacarpal na base do polegar (1º dedo) é uma articulação selar. Articulações elipsóideas: permitem flexão e extensão, além de abdução e adu- ção; sendo assim, também são biaxiais. No entanto, o movimento em um plano (sagital) geralmente é maior (mais livre) do que no outro. Também é possível realizar circundução, mais restrita do que nas articulações selares. As articulações metacarpofalângicas são elipsóideas Articulações esferóideas: permitem movimento em vários eixos e planos: flexão e extensão, abdução e adução, rotação medial e lateral, e circundução; sendo assim, são articulações multiaxiais. Nessas articulações altamente móveis, a superfície esferói- dea de um osso move-se na cavidade de outro. A articulação do quadril é uma articula- ção esferóidea na qual a cabeça do fêmur, que é esférica, gira na cavidade formada pelo acetábulo do quadril. Articulações trocoideas: permitem rotação em torno de um eixo central; são, portanto, uniaxiais. Nessas articulações um processo arredondado de osso gira dentro de uma bainha ou anel. Um exemplo é a articulação atlantoaxial mediana, na qual o atlas (vértebra C I) gira ao redor de um processo digitiforme, o dente do áxis (vértebra C II), durante a rotação da cabeça. 28 Fonte: anatomiaemfoco.com 5.2 Vascularização e inervação das articulações As articulações são irrigadas por artérias articulares originadas nos vasos ao redor da articulação. Com frequência há anastomose (comunicação) das artérias para formar redes (anastomoses arteriais periarticulares) e assegurar a irrigação sanguínea da arti- culação e através dela nas várias posições assumidas. As veias articulares são veias comunicantes que acompanham as artérias e, como as artérias estão localizadas na cápsula articular, principalmente na membrana sinovial. As articulações têm rica inervação propiciada por nervos articulares com termi- nações nervosas sensitivas na cápsula articular. Nas partes distais dos membros (mãos e pés), os nervos articulares são ramos dos nervos cutâneos que suprem a pele sobrejacente. No entanto, a maioria dos nervos articulares consiste em ramos de nervos que suprem os músculos que cruzam e, por- 29 tanto, movem a articulação. A lei de Hilton afirma que os nervos que suprem uma articu- lação também suprem os músculos que movem a articulação e a pele que cobre suas inserções distais. Os nervos articulares transmitem impulsos sensitivos da articulação que contri- buem para a propriocepção responsável pela percepção do movimento e da posição das partes do corpo. A membrana sinovial é relativamente insensível. Há muitas fibras de dor na camada fibrosa da cápsula articular e nos ligamentos acessórios, o que causa dor intensa em caso de lesão articular. As terminações nervosas sensitivas respondem à rotação e ao estiramento que ocorre durante a prática de atividades esportivas 6 SISTEMA MUSCULAR Fonte: drfisioterapia.com.br Os músculos saio órgãos ativos do movimento do corpo humano, agem de forma elástica por causa das fibras presentes em sua composição e de forma contrátil, ou seja, pela contração exercida por eles sobre as articulações e ossos, os quais estão presos aos tendões, resultando na movimentação do esqueleto. (SANTOS, 2014) Os músculos não asseguram somente a movimentação do corpo, mas também toda a sua dinâmica e estática, interligando ossos, articulações e tendões, determinando a posição e postura do corpo humano. 30 O Sistema Muscular é formado por aproximadamente 650 músculos, representando cerca de 40 a 50% do peso total do ser humano. Sistema Muscular é um conjunto de órgãos que nos permite o movimento. Nada mais é do que a estrutura muscular do ser humano, que resulta numa série de movimen- tos para que o esqueleto humano tome vida e realize suas funções vitais. O movimento dos músculos é controlado pelo Sistema Nervoso. Dentro do aparelho locomotor constituído pelos ossos, articulações e músculos, es- tes últimos são os elementos ativos do movimento. Além de tornar possível o movimento, a musculatura também mantém unidas as peças do esqueleto determinando a posição e a postura do esqueleto. 6.1 Tipos de músculo (tecido muscular) As células musculares que, frequentemente, são denominadas fibras musculares, porque são longas e estreitas quando relaxadas, são células contráteis especializadas. São organizadas em tecidos que movimentam as partes do corpo ou causam a modifi- cação temporária do formato dos órgãos internos (reduzem a circunferência de todo o órgão ou de parte dele). O tecido conjuntivo associado conduz fibras nervosas e capila- res para as células musculares e une-as em feixes ou fascículos. Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br Três tipos de músculo são descritos tomando como base diferenças relacionadas a (o): • Controle normalmente pela vontade (voluntário versus involuntário) 31 • Aparência estriada ou não estriada ao exame microscópio (estriado versus liso ou não estriado) • Localização na parede do corpo (soma) e nos membros ou formação de órgãos ocos (vísceras, por exemplo: o coração) das cavidades do corpo ou de vasos sanguíneos (somático versus visceral). Existem três tipos de músculo: Músculo estriado esquelético: é o músculo somático voluntário que forma os músculos esqueléticos que compõem o sistema muscular movendo ou estabilizando os- sos e outras estruturas (por exemplo: os bulbos dos olhos). Músculo estriado cardíaco: é um músculo visceral involuntário que forma a maior parte das paredes do coração e partes adjacentes dos grandes vasos como a aorta, e bombeia o sangue. Músculo liso (músculo não estriado): é o músculo visceral involuntário que forma parte das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e órgãos ocos (vísceras), deslocando substâncias através deles por meio de contrações sequenciais coordenadas (pulsações ou contrações peristálticas). Fonte: anatomiapapelecaneta.com 6.2 Músculo esquelético O tecido muscular esquelético é um dos três tipos de músculos do corpo e tem a característica de ser voluntário. Cada músculo esquelético é composto por centenas a 32 milhares de células alongadas, chamadas de fibras musculares, paralelamente dispos- tas. As células musculares ou fibras musculares podem ser muito longas, como o mús- culo sartório da coxa, em que algumas fibras têm o mesmo comprimento do próprio mús- culo, isto é, 25 a 30 cm. Cada fibra muscular possui vários núcleos e é envolvida por uma membrana plas- mática, chamada de sarcolema. Existem túbulos transversais, os túbulos T, que se inva- ginam a partir da superfície em direção ao centro de cada fibra muscular. Os túbulos T permitem que o líquido extracelular penetre profundamente no citoplasma da fibra mus- cular. O conjunto das duas cisternas transversais e o túbulo T formam uma tríade. Cada sarcômero tem duas tríades. O citoplasma da fibra muscular é o sarcoplasma. Nele, há mitocôndrias que pro- duzem grande quantidade de trifosfato de adenosina (ATP) durante a contração muscu- lar. Estendendo-se por todo o sarcoplasma, está o reticulo sarcoplasmático, uma rede de túbulos envolvidos por membrana, que armazena íons cálcio, necessários durante a contração do músculo. No sarcoplasma também existem moléculas de mioglobina, um pigmento avermelhado semelhante à hemoglobina do sangue, que armazena o oxigênio até que ele seja necessário pela mitocôndria para gerar ATP. Estendendo-se ao longo de todo o comprimento da fibra muscular, estão estrutu- ras cilíndricas chamadas de miofibrilas. 33 Cada miofibrila consiste em dois tipos de filamentos proteicos, os filamentos del- gados e filamentos espessos,que não se estendem por todo o comprimento de uma fibra muscular. Os filamentos formam compartimentos chamados de sarcômeros, que são as uni- dades funcionais básicas das fibras musculares estriadas. O miócito ou fibra muscular possui também: • Retículo sarcoplasmático; • Complexo de Golgi; • Inclusões de gordura; • Grumos de glicogênio; • Citoesqueleto muito desenvolvido. Na placa motora ocorre a estimulação para a contração muscular, em que o axô- nio de um neurônio motor irá desencadear o potencial de ação. O neurotransmissor da junção neuromuscular é a acetilcolina. O motoneurônio e as fibras musculares inervados por ele constituem uma unidade motora. 34 Fáscia Muscular Fonte: webefit.com Aponeurose ou fáscia muscular são tecidos conjuntivos que envolvem todo o Sis- tema Muscular. Apresentam-se como lâminas achatadas, revestindo e separando os músculos entre si. Recebem denominações de acordo com o músculo que está envol- vido, ou de acordo com a região em que o músculo está localizado, como, por exemplo, fáscia toracolombar. Exercem algumas funções básicas, entre elas: • Servem de origem e inserção aos músculos; • Constituem bainhas fibrosas para os tendões; • Servem de vias de orientação para os vasos sanguíneos e nervos; • Permitem o deslizamento de uma estrutura sobre a outra, evitando ou diminuindo o atrito; Durante a contração muscular, proporcionam um meio elástico, evitando a estase sanguínea. 35 Os músculos podem ser descritos ou classificados de acordo com seu formato, que também pode dar nome ao músculo: • Músculos planos: têm fibras paralelas, frequentemente com uma aponeurose — por exemplo, M. oblíquo externo do abdome (músculo plano largo). O M. sartório é um músculo plano estreito com fibras paralelas. Fonte: Teliga.net 36 • Músculos peniformes: são semelhantes a penas na organização de seus fascículos e podem ser semipeniformes, peniformes ou multipeniformes — por exemplo, M. ex- tensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme) e M. deltoide (multipeniforme). Extensor longo dos dedos Reto Femoral Fonte: br.depositphotos.com Fonte: auladeanatomia.com • Músculos fusiformes: têm formato de fuso com um ou mais ventres redondos e espessos de extremidades afiladas — por exemplo, M. bíceps braquial. 37 Fonte: krlavado.com • Músculos triangulares (convergentes): originam-se em uma área larga e conver- gem para formar um único tendão — por exemplo, M. peitoral maior. Fonte: auladeanatomia.com • Músculos quadrados: têm quatro lados iguais — por exemplo, M. reto do abdome entre suas interseções tendíneas. Fonte: personalfatburn.com.br 38 • Músculos circulares ou esfincterianos: circundam uma abertura ou orifício do corpo fechando-os quando se contraem — por exemplo, M. orbicular dos olhos (fe- cha as pálpebras) Fonte: cosmeticaprofissional.net Os músculos que têm múltiplas cabeças ou múltiplos ventres, têm mais de uma cabeça de inserção ou mais de um ventre contrátil, respectivamente. Os músculos bíceps têm duas cabeças de inserção (p. ex., M. bíceps braquial), os músculos tríceps têm três cabeças de inserção (p. ex., M. tríceps braquial) e os Mm. digástrico e gastrocnêmio têm dois ventres (no primeiro, a organização é em série; no segundo, em paralelo). Fonte: fdmoficial.com.br 6.3 Funções dos Músculos Os músculos têm funções específicas de movimento e posicionamento do corpo. Músculo agonista: é o principal músculo responsável pela produção de um mo- vimento específico do corpo. Ele se contrai concentricamente para produzir o movimento 39 desejado, fazendo a maior parte do trabalho (gastando a maior parte da energia) neces- sário. Na maioria dos movimentos há apenas um músculo agonista, mas alguns movi- mentos empregam dois agonistas em igual medida. Fonte: auladeanatomia.com.br Músculo antagonista: é um músculo que se opõe à ação de outro. Um antago- nista primário se opõe diretamente ao agonista, mas os sinergistas também podem ser opostos por antagonistas secundários. Quando há contração concêntrica dos agonistas ativos para produzir um movimento, há contração excêntrica dos antagonistas, que rela- xam progressivamente, de forma coordenada, para produzir um movimento suave. Músculo fixador: estabiliza as partes proximais de um membro mediante contra- ção isométrica enquanto há movimento nas partes distais. Músculo sinergista: complementa a ação de um agonista. Pode ser um auxiliar direto de um músculo agonista atuando como componente mais fraco ou mecanicamente menos favorável do mesmo movimento, ou pode ser um auxiliar indireto servindo como fixador de uma articulação interposta quando um agonista passa sobre mais de uma articulação, por exemplo. Não é incomum que haja vários sinergistas auxiliando um ago- nista em determinado movimento. 6.4 Contração dos músculos Os músculos esqueléticos atuam por meio da contração; eles puxam e nunca em- purram. No entanto, alguns fenômenos — como o “estalido nas orelhas” para igualar a 40 pressão e a bomba musculovenosa — tiram vantagem da expansão dos ventres muscu- lares durante a contração. Quando um músculo contrai e encurta uma de suas inserções geralmente perma- nece fixa, enquanto a outra inserção (mais móvel) é puxada em direção a ele, muitas vezes, resultando em movimento. As fixações dos músculos são descritas como origem e inserção. A origem geral- mente é a extremidade proximal do músculo que permanece fixa durante a contração muscular e a inserção geralmente é a extremidade distal do músculo que é móvel. No entanto, isso nem sempre ocorre. Alguns músculos conseguem agir nas duas direções em circunstâncias diferentes. Por exemplo, no exercício de flexão de braços no solo- a extremidade distal do membro superior (a mão) está fixa (no solo) e a extremidade pro- ximal do membro e o tronco (do corpo) estão se movimentando. Contração Reflexa: Embora os músculos esqueléticos também sejam denomi- nados músculos voluntários, alguns aspectos da sua atividade são automáticos (refle- xos) e, portanto, não são controlados pela vontade. Os exemplos são os movimentos respiratórios do diafragma controlados, na maioria das vezes, por reflexos estimulados pelos níveis sanguíneos de oxigênio e dióxido de carbono (embora possa haver controle voluntário dentro de limites), e o reflexo miotático, que resulta em movimento, após alon- gamento muscular produzido pela percussão de um tendão com um martelo de reflexo. Fonte: sobiologia.com.br Contração tônica: Mesmo quando estão “relaxados” os músculos de um indiví- duo consciente estão quase sempre levemente contraídos. Essa leve contração, deno- 41 minada tônus muscular, não produz movimento nem resistência ativa (como o faz a con- tração fásica), mas confere ao músculo certa firmeza, ajudando na estabilidade das arti- culações e na manutenção da postura, enquanto mantém o músculo pronto para respon- der a estímulos apropriados. Geralmente o tônus muscular só está ausente quando a pessoa está inconsciente (como durante o sono profundo ou sob anestesia geral) ou após uma lesão nervosa que acarrete paralisia. Contração fásica: Existem dois tipos principais de contrações musculares fásicas (ativas): • Contrações isotônicas: nas quais o músculo muda de comprimento em relação à produção de movimento. Fonte: museuescola.br • Contrações isométricas: nas quais o comprimento do músculo perma- nece igual — não há movimento, mas a força (tensão muscular) aumenta acima dos níveis tônicos para resistir à gravidade ou a outra força antagô- nica. O segundo tipo de contração é importante para manter a postura vertical e quando os músculos atuam como fixadores ou sustentadores. Existem dois tipos de contraçõesisotônicas. • Contração concêntrica: na qual o movimento decorre do encurtamento muscular—por exemplo, ao levantar uma xícara, empurrar uma porta. Nor- malmente é a capacidade de aplicar força excepcional por meio da contra- ção concêntrica que distingue um atleta de um amador. • Contração excêntrica: na qual um músculo se alonga ao contrair — isto é, sofre relaxamento controlado e gradual enquanto exerce força (reduzida) 42 contínua como ao desenrolar uma corda. Embora não sejam tão conheci- das as contrações excêntricas são tão importantes quanto as contrações concêntricas para os movimentos coordenados e funcionais como cami- nhar, correr e depositar objetos no chão ou sentar-se. Fonte: aneste.org 6.5 Músculo estriado cardíaco O músculo estriado cardíaco forma a parede muscular do coração, o miocárdio. Também há um pouco de músculo cardíaco nas paredes da aorta, veias pulmonares e veia cava superior. As contrações do músculo estriado cardíaco não são controladas voluntariamente. Fonte: sobiologia.com.br A frequência cardíaca é controlada intrinsecamente por um marca-passo, um sis- tema condutor de impulso formado por fibras musculares cardíacas especializadas que, por sua vez, são influenciadas pela divisão autônoma do sistema nervoso (DASN). 43 O músculo estriado cardíaco tem aparência estriada nítida ao exame microscó- pico. Os dois tipos de músculo estriado — esquelético e cardíaco — são ainda caracte- rizados pelo caráter imediato, rapidez e força de suas contrações. Embora a característica se aplique tanto ao músculo estriado esquelético quanto ao cardíaco, no uso comum o termo estriado é usado para designar o músculo estriado esquelético voluntário. O músculo estriado cardíaco é diferente do músculo estriado esquelético em sua localização, aparência, tipo de atividade e meios de estimulação. Para manter o nível contínuo de elevada atividade, a irrigação sanguínea do músculo estriado cardíaco é duas vezes maior que a do músculo estriado esquelético. 6.6 Músculo liso O músculo liso, assim denominado pela ausência de estriações das fibras mus- culares ao exame microscópico, forma uma grande parte da camada intermediária (tú- nica média) das paredes dos vasos sanguíneos (acima do nível de capilares). Conse- quentemente, ocorre em todo o tecido vascularizado. Também constitui a parte muscular das paredes do sistema digestório e dos ductos. O músculo liso é encontrado na pele, formando o músculo eretor do pelo associ- ado aos folículos pilosos, e no bulbo do olho, onde controla a espessura da lente e o tamanho da pupila. Como o músculo estriado cardíaco, o músculo liso é um músculo involuntário, entretanto, é diretamente inervado pela DASN. Sua contração também pode ser iniciada por estimulação hormonal ou por estí- mulos locais como o estiramento. O músculo liso responde mais devagar do que o mús- culo estriado e com uma contração tardia e mais suave. Pode sofrer contração parcial durante longos períodos e tem capacidade muito maior do que o músculo estriado de alongar sem sofrer lesão paralisante. Esses dois fatores são importantes no controle do tamanho dos esfíncteres e do calibre do lúmen (espaço interior) das estruturas tubulares (p. ex., vasos sanguíneos ou intestinos). Nas paredes do sistema digestório, das tubas uterinas e dos ureteres as células musculares lisas são responsáveis pela peristalse, conjunto de contrações rítmicas que impulsionam o conteúdo ao longo dessas estruturas tubulares. 44 7 SISTEMA CIRCULATÓRIO Fonte: estudopratico.com.br O sistema circulatório é o sistema responsável pelo transporte de substancias como nutrientes (aminoácidos, eletrólitos e linfa), de gases, hormônios, hemácias, para todas as células do nosso organismo, com o propósito de defesa dos diversos sistemas que o compõem. Entre as diversas funções do sistema circulatório, podemos destacar: defesa, regulação da temperatura, estabilização do pH e homeostase. O Sistema circu- latório proporciona a comunicação entre os diversos tecidos e sistemas do nosso orga- nismo. O Sistema circulatório é considerado um sistema fechado formado por vasos san- guíneos (artérias, veias e capilares) e pelo coração, órgão central que funciona como uma bomba propulsora de sangue. Esse Sistema pode ser considerado como uma rede de distribuição de sangue, composto pelos Sistemas Cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) e linfático (linfonodos e vasos linfáticos). Esses dois sistemas dão origem ao Sistema circulatório. O Sistema circulatório é dividido em: sistema sanguíneo, sistema linfáticos e órgãos hematopoiéticos. 7.1 Vasos sanguíneos São classificados em veias ou artérias e capilares. As veias e artérias são com- postas por túnicas (íntima, média e adventícia) e dependendo de sua localização será o 45 seu calibre, que influenciará na quantidade de camadas que cada túnica apresentará e consequentemente sua função (JUNQUEIRA, 2018). A maioria dos vasos sanguíneos do sistema circulatório tem três camadas ou tú- nicas: • Túnica íntima: é formada por endotélio mais camada subendotelial (T.C frouxo). Nas artérias aparece a Limitante elástica interna (LEI) - localizada entre a média e a íntima; • Túnica média: formada de tecido muscular liso disposto em fibras muscu- lares circulares, fibras elásticas, proteoglicanas e também podendo conter a Limitante elástica externa (LEE) - entre a média e adventícia • Túnica externa: é composta por Tecido conjuntivo denso não modelado e tecido conjuntivo frouxo mais fibras colágenas e elásticas (sintetizadas pelos fibroblastos) mais vasa vasorum (em caso de artérias de grande ca- libre) (JUNQUEIRA, 2018). Fonte: auladeanatomia.com Artéria de grande calibre | elásticas | condutoras: possuem túnica íntima ricas em fibras elásticas, a túnica média é a mais desenvolvida e apresenta de 40 a 70 cama- das de lâminas elásticas, possui LEE e túnica adventícia com vasa vasorum; Artéria de médio calibre | musculares | distribuidoras: possuem túnica íntima (o endotélio é dificilmente observado), túnica média com cerca de 40 camadas muscula- res, possui LEE e túnica adventícia; Veias de grande calibre: íntimo endotélio, subendotélio (dificilmente observado), túnica média bastante delgada, músculo liso, pouco desenvolvida, túnica adventícia – 46 espessa e desenvolvida, formado de TCD não modelado mais músculo, sendo o único vaso que tem músculo da adventícia; Veia de médio calibre: possui túnica íntima possui válvulas (dobras da intima), túnica média formada por músculo liso fibras colágenas e elásticas e túnica adventícia formada por TC Denso não modelado variando para TC Frouxo; Veia de pequeno calibre (vênulas): possui túnica íntima formada apenas de en- dotélio, túnica média é geralmente ausente, túnica adventícia é em delgada e possui TC. Observação: Todas as veias possuem LEE ausente (JUNQUEIRA, 2018). Fonte: anatomiaemfoco.com.br Capilares sanguíneos: São vasos compostos de uma única camada de células endoteliais. Essas células endoteliais prendem-se umas nas outras e possuem de zônu- las de oclusão, importante mecanismo no SVS já que permite a permeabilidade variável a macromoléculas. Os capilares podem ser de diferentes tipos: fenestrados (presença de orifícios nas paredes das células endoteliais) (JUNQUEIRA, 2018). Fonte: bioblogcuriosidades.com 47 Esse tipo de capilar é encontrado em tecidos onde acontece o intercâmbio de substâncias entre o tecido e o sangue, como nos rins e intestino. Capilares contínuos (ausência de fenestras em sua parede endotelial) esse tipo de capilar é encontrado em todos os tipos de tecido muscular, conjuntivo, glândulas exócrinas e tecido nervoso. Ca- pilares sinusóides (tem trajeto tortuoso e calibre aumentado além de amplos espaços entre as células endoteliais, lâmina basalcontinua, apresenta macrófagos em torno da parede) está localizado no fígado e em órgãos hematopoiéticos (JUNQUEIRA, 2018). 7.2 Coração O coração é um órgão muscular oco, que funciona como uma bomba contrátil. É formado pelo tecido muscular estriado, composto por três camadas: o endocárdio – ca- mada interna; o miocárdio – camada média; e o epicárdico ou pericárdio – camada ex- terna. Está dividido em quatro câmaras: átrio direito (AD), ventrículo direito (VD), átrio esquerdo (AE) e ventrículo esquerdo (VE). Entre os atritos e ventrículos existem orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea, denominados valvas cardíacas. As valvas estão divididas em tricúspide ou atrioventricular direita, bicúspide ou atrioventri- cular esquerda ou mitral, valva pulmonar e valva aórtica. (SANTOS, 2014) O coração localizado no mediastino torácico (porção mediana do tórax), compre- endida entre as cavidades pulmonares é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. O tecido muscular que forma o coração é de tipo especial, tecido muscular estri- ado cardíaco, e constitui sua camada média o miocárdio. Este é revestido internamente por endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. Esta camada interna é o endocárdio. Externamente ao miocárdio há uma serosa revestindo-o denominada epicárdio. A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras: • Duas à direita, o átrio e o ventrículo direitos • Duas à esquerda, o átrio e o ventrículo esquerdos. 48 Fonte: infoescola.com Os átrios e ventrículos têm funções muito diferentes – os átrios recebem sangue* que deve seguir para os ventrículos, enquanto os ventrículos devem propelir o sangue para as circulações pulmonar e sistêmica. Estas diferenças funcionais estão relaciona- das a diferenças estruturais internas e externas. Observe, na Figura 21.5, os detalhes da configuração externa do coração e as características diferenciadas dos átrios e dos ven- trículos. (MARTINI et al., 2009) O átrio direito situa-se ântero-inferiormente e à direita do átrio esquerdo. O átrio esquerdo se estende posteriormente ao átrio direito; constitui a maior parte da superfície posterior do coração, superiormente ao sulco coronário. Os dois átrios têm paredes mus- culares relativamente finas e, como resultado, são altamente distensíveis. Quando o átrio está vazio, sua porção externa desinfla-se e o átrio assemelha-se a uma aba enrugada e ondulada. A extensão expansível do átrio é chamada de aurícula (auris, orelha) porque os antigos anatomistas consideraram seu aspecto semelhante ao de uma orelha. A au- rícula também é conhecida como apêndice auricular. (MARTINI et al., 2009) Os ventrículos situam-se inferiormente ao sulco coronário. O ventrículo direito constitui grande parte da face esternocostal do coração. O ventrículo esquerdo estende- se desde o sulco coronário até o ápice do coração, formando a face pulmonar esquerda e a face diafragmática do coração. Os átrios são separados pelo septo interatrial (septum, parede), e o septo inter- ventricular separa os ventrículos. Cada átrio se comunica com o ventrículo ipsilateral. 49 Valvas são pregas de endocárdio que se estendem no interior das aberturas entre os átrios e os ventrículos. Essas valvas abrem e fecham para evitar fluxo retrógrado, man- tendo assim um fluxo unidirecional do sangue dos átrios para os ventrículos. (A estrutura e a função das valvas serão descritas em um tópico separado.) Um átrio funciona para coletar o sangue que retorna ao coração e passá-lo ao ventrículo a ele conectado. As demandas funcionais sobre os átrios direito e esquerdo são muitos semelhantes, e as duas câmaras têm aparência quase idêntica. Já as de- mandas sobre os ventrículos direito e esquerdo são bastante diferentes, havendo distin- ções estruturais significativas entre os dois. (MARTINI et al., 2009) Átrio direito O átrio direito recebe sangue venoso, pobre em oxigênio, da circulação sistêmica por meio da veia cava superior e da veia cava inferior. A veia cava superior, que se abre na porção súperoposterior do átrio direito, traz o sangue venoso proveniente da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do tórax. A veia cava inferior, que desemboca na porção ínfero-posterior do átrio direito, traz o sangue venoso proveniente de tecidos e órgãos da cavidade abdominopélvica e dos membros inferiores. As veias do próprio coração, com diferentes nomes, coletam sangue da parede cardíaca e o conduzem ao seio coronário. Este vaso coletor abre-se na parede posterior do átrio direito, inferior- mente à abertura da veia cava inferior. (Os vasos sanguíneos do coração serão descritos em um tópico separado.) (MARTINI et al., 2009) Cristas musculares proeminentes, os músculos pectíneos (pectin, pente), esten- dem-se ao longo da superfície interna da aurícula direita e através da parede atrial anterior adjacente. O septo interatrial separa os átrios direito e esquerdo. Desde a quinta semana do desenvolvimento embrionário até o nascimento, existe uma abertura oval, o forame oval, localizada neste septo. O forame oval permite o fluxo de sangue diretamente do átrio direito para o átrio esquerdo en- quanto os pulmões estão em desenvolvimento e não estão funcionantes. Ao nas- cimento, os pulmões começam a funcionar e o forame oval se fecha; após 48 horas ele está permanentemente fechado. Uma pequena depressão, a fossa oval, persiste neste local no coração adulto. Ocasionalmente, o forame oval não se fecha e permanece patente (aberto). Como resultado, o sangue volta a circu- lar pela circulação pulmonar, diminuindo a eficiência da circulação sistêmica e aumentando a pressão sanguínea nos vasos pulmonares. Isso pode levar a um aumento nas dimensões do coração, ao acúmulo de líquidos nos pulmões e pôr fim à insuficiência cardíaca. (MARTINI et al., 2009) Ventrículo direito Sangue venoso, pobre em oxigênio, passa do átrio direito ao ventrículo direito atra- vés de uma abertura ampla limitada por três bandas fibrosas. Essas bandas, ou válvulas 50 (cúspides), formam a valva atrioventricular (AV) direita ou “valva tricúspide”. As margens livres das cúspides são fixas em feixes de fibras colágenas, as cordas tendíneas. Esses feixes originam-se nos músculos papilares, projeções musculares cuneiformes da super- fície ventricular interna. As cordas tendíneas limitam o movimento da valva AV e evitam o refluxo de sangue do ventrículo direito para o átrio direito; este mecanismo será deta- lhado posteriormente. A superfície interna do ventrículo contém uma série de pregas musculares irregu- lares, as trabéculas cárneas (carneus, carnoso). A trabécula septomarginal, ou “banda moderadora”, é uma faixa de músculo ventricular que se estende desde o septo inter- ventricular, uma divisória muscular espessa que separa os dois ventrículos, até a parede anterior do ventrículo direito e base do músculo papilar anterior. A extremidade superior do ventrículo direito afunila-se em uma bolsa cônica de pa- redes lisas, ou cone arterial, que termina na valva do tronco pulmonar. Essa valva con- siste em três válvulas semilunares (em forma de meia-lua). Quando o sangue é ejetado do ventrículo direito, passa através dessa valva para entrar no tronco pulmonar, o início da circulação pulmonar. A disposição das válvulas nessa valva evita o refluxo de sangue para o ventrículo direito quando este se relaxa. A partir do tronco pulmonar, o sangue flui para as artérias pulmonares, direita e esquerda. Estes vasos ramificam-se repetidamente no interior dos pulmões antes de suprir os capilares pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas. O átrio esquerdo A partir dos capilares pulmonares, o sangue, agora rico em oxigênio, flui no interior de pequenas veias que se unem para finalmente formar quatro veias pulmonares, duas de cadapulmão. Essas veias pulmonares direitas e esquerdas desembocam na porção posterior do átrio esquerdo. O átrio esquerdo não apresenta músculos pectíneos*, mas apresenta uma aurícula. O sangue que flui do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo passa através da valva atrioventricular (AV) esquerda, também conhecida como “valva mitral” (mitra, chapéu episcopal) ou “valva bicúspide”. Como o próprio nome indica, essa valva contém um par de válvulas (cúspides). A valva atrioventricular esquerda permite o fluxo de sangue rico em oxigênio do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, e evita o fluxo na direção oposta. O ventrículo esquerdo 51 O ventrículo esquerdo é o que apresenta paredes mais espessas em comparação com todas as outras câmaras cardíacas. Essa maior espessura do miocárdio permite que o ventrículo esquerdo exerça uma pressão suficiente para propelir o sangue por toda a circulação sistêmica; para efeito de comparação, o ventrículo direito apresenta paredes relativamente finas e bombeia o sangue para os pulmões e de volta ao coração, em uma distância total de somente cerca de 30 cm. A organização interna do ventrículo esquerdo assemelha-se à do ventrículo direito. Entretanto, as trabéculas cárneas são mais proe- minentes em comparação às do ventrículo direito, não há trabécula septomarginal e, uma vez que a valva mitral tem apenas duas válvulas, existem também apenas dois músculos papilares. O sangue deixa o ventrículo esquerdo passando através da valva da aorta no inte- rior da parte ascendente da aorta. A disposição das válvulas na valva da aorta é a mesma da valva do tronco pulmonar. Na base da parte ascendente da aorta, ocorrem dilatações saculares, adjacentes a cada válvula. Estas bolsas conjuntamente constituem o seio da aorta, que evita a aderência das válvulas à parede da aorta nos momentos em que a valva se abre. A artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda, que suprem o miocárdio, têm origem no seio da aorta. A valva da aorta evita o refluxo do sangue para o ventrículo esquerdo uma vez que ele tenha sido bombeado para fora do coração em direção à circulação sistêmica. A partir da parte ascendente da aorta, o sangue flui atra- vés do arco da aorta para a parte descendente da aorta. O tronco pulmonar liga-se ao arco da aorta por meio do ligamento arterial, um cordão fibroso que é o remanescente de um importante vaso sanguíneo fetal. Grande circulação ou circulação sistêmica: Ventrículo esquerdo aorta artérias de calibres progressivamente menores capilares veias de calibres progressivamente maiores veias cavas superior e infe- rior átrio direito. Pequena circulação ou circulação pulmonar: Ventrículo direito tronco pulmonar artérias pulmonares direita e esquerda, com redução progressiva de calibre capilares pulmonares veias pulmonares com aumento progressivo de calibre átrio esquerdo. 52 Fonte: jmarcosrs.com Tem como função bombear sangue e produzir hormônio natriurético. É um órgão muscular composto por 3 túnicas: Endocárdio: endotélio apoiado em uma camada subendotelial de tecido conjun- tivo frouxo, abaixo do qual aparecem as fibras de Purkinje. Epicárdico: O epicárdio (pericárdio visceral) consiste em uma serosa: tecido con- juntivo frouxo coberto por epitélio simples pavimentoso, o mesotélio. O tecido conjuntivo frouxo contém fibras elásticas, vasos sanguíneos e linfáticos e fibras nervosas e adipó- citos. Miocárdio: músculo estriado cardíaco, podendo ser diferenciado principalmente pelos discos intercalares. Fonte: licardio.com Pericárdio: Envolvendo o coração, separando-o dos outros órgãos do tórax e li- mitando sua distensão, existe um saco fibrosseroso, o pericárdio. Ele é constituído por uma camada externa fibrosa, o pericárdio fibroso e por uma camada interna serosa, o 53 pericárdio seroso. Este possui uma lâmina parietal aderente ao pericárdio fibroso e uma lâmina serosa aderente ao miocárdio, ou seja, a lâmina serosa é o epicárdio. 7.3 Pressão arterial Pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra a parede das artérias, por sua força elástica, sobre o sangue (LÓPEZ,2004). • Hipotensão arterial ortostática A hipotensão ortostática é definida como uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 mmHg dentro do 3º minuto em pé e está associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares (D.B.H.A, 2020). • Hipertensão arterial Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), hipertensão arterial (HA) é uma condição clínica patológica de múltiplos fatores que se caracteriza pela elevação e manutenção da pressão arterial (PA) a níveis iguais ou superiores a 140 (sistólica) e/ou 90(diastólica) mmHg (KUBOTANI, 2019). O sistema vascular é composto por estruturas denominadas: artérias; arteríolas; veias e vênulas, todas formadas em sua essência por musculatura lisa, cuja contração e relaxamento são determinados por alguns mediadores locais, e hormônios circulantes oriundos de nervosos simpáticos e endotélio vascular, como por exemplo, os Prostanói- des (precursor de Prostaglandinas) e o óxido nítrico (NO), que, em conjunto atuam prin- cipalmente por intermédio da regulação do íon Ca2+. Assim, o processo de contração e relaxamento dessa musculatura, determina à resistência vascular, consequentemente, a pressão arterial (KUBOTANI, 2019). A PA é o resultado da multiplicação entre o débito cardíaco e a resistência vascu- lar periférica. Nesse sentido, o débito cardíaco constitui o resultado da multiplicação entre os valores da frequência cardíaca pelo volume sistólico. O sistema de veias e artérias funciona basicamente como câmaras elásticas que amortece a descarga expelida pelo músculo cardíaco. Durante a sístole ventricular a pressão aumenta até o ápice pressórico, determinando dessa forma, a pressão sistólica. Por outro lado, ao passo que, o sangue vai sendo encaminhado aos capilares, a pressão declina de forma progressiva até atingir o valor mínimo, determinando, dessa forma, a pressão diastólica (KUBOTANI, 2019). 54 Nesse contexto, as descargas da bomba cardíaca e a elasticidade das artérias matem a irrigação aos órgãos e tecidos. Assim, o calibre e elasticidade dos vasos san- guíneos arteriais determinam a pressão arterial, e a redução de ambos os fatores acar- retará o aumento da pressão arterial (DUARTE, 2014). Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (adultos com mais de 18 anos de idade). PAD (mmHg) PAS (mmHg) CLASSIFICAÇÃO < 85 < 130 Normal 85-89 130-139 Normal limítrofe 90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1) 100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio 2) > 110 > 180 Hipertensão moderada (estágio 3) < 90 > 140 Hipertensão sistólica isolada Fonte: departamentos.cardiol.br 8 SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é essencial para o bom funcionamento do nosso organismo. Ele é o responsável pelo equilíbrio de fluidos, pela absorção de lipídeos e pela defesa do corpo. Veja na Figura abaixo a estrutura o sistema linfático: 55 Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009). O sistema linfático possui alguns componentes essenciais para o funcionamento, como a linfa, os vasos linfáticos, os linfonodos e os ductos linfáticos (GUIRRO; GUIRRO, 2010) A linfa é um tecido conectivo líquido, transportado pelo sistema linfático. Ela é composta por: • Líquido intersticial: se assemelha ao plasma sanguíneo, porém com menor concentração de proteínas. • Linfócitos: células responsáveis pela resposta imunológica. • Macrófagos: células do tecido conjuntivo, ricos em lisossomos, que fagoci- tam elementos estranhos no corpo. 56 Os vasos linfáticos transportam a linfa para o sistema venoso. Eles drenam o fluido de praticamente todos os nossos tecidos para controlar o equilíbrio dos fluidos e mover as substâncias estranhas para os linfonodos (VANPUTTE
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