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TUBERCULOSE CUTÂNEA A tuberculose é a doença causada pelas Mycobacterium Tuberculosis que se dissemina por vias aéreas, mas que raramente o paciente desenvolve esses sintomas assim como ocorre nos casos de Hanseníase. Nesses casos diz que a doença apresenta elevado grau transmissão, mas não apresenta elevada patogenicidade. A manifestações dessa doença variam muito conforme o paciente, naqueles que manifestam, as características de são as mesmas que da Hanseníase, apresentam algumas susceptibilidades genéticas ou hipersensibilidade a essa bactéria, assim como dependendo muito da cepa que foi infectada naquele paciente. No entanto, grande maioria não desenvolve tuberculose, e os fatores sociais e ainda ambientais contribuem para o desenvolvimento, como por exemplo, a grande maioria dos tuberculínicos que se tem manifestações são presidiários. Lembrando que a infecção pela bactéria não é sinônimo de tuberculose, já que a grande maioria pode não ter um desenvolvimento da doença. Esse desenvolvimento tem a influência de inúmeros fatores como imunidade desse indivíduo, quantidade de cepas, virulência das cepas, e assim por diante. EPIDEMIOLOGIA Não é comum o desenvolvimento de tuberculose fora do pulmão, as manifestações extra pulmonares ocorrem em apenas 14% dos casos e desses casos, apenas 1 a 2% tem envolvimento cutâneo, com maior incidência naqueles que possuem menor nível socioeconômico e predomina em mulheres. A forma cutânea da tuberculose é denominada de cútis coliquativa ou escrofuloderma e com o desenvolvimento da AIDS houve grande aumento dos casos. Segue mesma lógica dos casos dos presidiários, a imunodepressão ou a maior suscetibilidade leva a reativação da bactéria que era antes latente, iniciando quadros de tuberculose, em presidiários, a deficiência imune e péssimas condições em que estão submetidos fazendo com que estejam mais submetidos ao desenvolvimento de infecções. CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: ocorre quando o paciente nunca teve contato com o bacilo da tuberculose ou não foi sensibilizado em casos anteriores. SECUNDÁRIA: a secundária ocorre quando o paciente já teve contato com o bacilo, sendo sensibilizado, mas tem o desenvolvimento da doença devido algum fator atípico que ocorreu com o organismo que tirou a latência. TUBERCULOSES PRIMÁRIAS As manifestações cutâneas são extremamente raras ainda mais na pele. Quando ocorrem em pacientes primários que nunca tiveram contato com a doença, a principal forma de ocorrência é o CANCRO TUBERCULOSO. É uma lesão que inicia-se como uma mácula ou pápula de 3 a 4 semanas após a inoculação do bacilo podendo ter as evoluções para placas ou nódulos inflamatórios. Esse tipo evolui posteriormente para formação de úlceras e fistulas que não cicatrizam e permanecem expostas. Podem ter o aparecimento de linfedenopatia regional formando casos de abscessos frios com os linfonodos aumentados. As áreas mais acometidas são faces, membros como mãos e extremidades inferiores, mas as mucosas oral e também conjuntival podem ser afetadas. Geralmente progridem ao tratamento espontâneo, com cura das feridas, que podem permanecer por vários meses se não tratadas. Logicamente o diagnóstico é feito pela baciloscopia local das feridas que indicarão a presença dos patógenos nesse local, assim como teste histológico e cultura. Inicialmente o PPD é negativo, mas torna-se positivo ao longo de toda a infecção e desenvolvimento da ferida. Outra forma de tuberculose primária que pode ter alguma manifestação cutânea é a sensibilização pela vacina BCG consequentemente a inoculação. Algumas complicações são comuns como erupções exantemáticas, vermelhidão ao redor da vacina, cicatriz queloide, além de lúpus vulgar abscessos cutâneos e escrofuloderma. A Lúpus Vulgar ou Tuberculose Luposa recebe esse nome por possuir quadros de lesões semelhantes ao lúpus. Nas maioria das vezes, ocorre em casos de pacientes que já se foram sensibilizados com a doença, secundariamente, mas em casos como sensibilização da vacina BCG também pode ocorrer a formação de lesões eritematosas que venham a se assemelhar ao lúpus com manchas avermelhadas que devem ser analisadas antes de diagnosticar. TUBERCULOSES SECUNDÁRIAS A forma mais comum de manifestação cutânea naqueles que já foram sensibilizados anteriormente pelos bacilos é a Lúpus Vulgar que dessa vez, não possui nenhum tipo de relação com a vacina da BCG, sendo uma manifestação de tuberculose cutânea crônica. Podem se apresentar de diversas maneiras distintas com o desenvolvimento de formas planas como manchas muito avermelhadas recobertas ou não com escamas, até casos de placas hipertróficas, nódulos, ulceras com área necrose e cicatrizes decorrentes das lesões comumente observada mais em mento e face dos pacientes. E o diagnóstico obviamente é a cultura juntamente com o exame histopatológico das lesões que irão identificar uma presença dos bacilos da tuberculose, fechando portanto o diagnóstico e confirmando a Lúpus Vulgar ou Tuberculose Luposa e não casos de LES clássico. Outro tipo de manifestação é a Tuberculose Verrucosa que pode acometer inúmeras regiões do corpo, apresentando um quadro de lesões mais vegetantes ou vegetativas que inicialmente evoluem para pápulas que posteriormente é apresentado um caráter mais verrucoso principalmente em regiões como os pés, mãos e dedos. Não é comum de ocorrer, e o diagnóstico é feito com PPD, PCR além de ter a cultura em meios específicos para confirmar presença de bacilos. ESCROFOLUDERMA (TUBERCULOSE COLIQUATIVA) É a forma de tuberculose cutânea mais comum em nossos meios ocorrendo geralmente em jovens, adolescentes em idosos que já possuem o diagnóstico de tuberculose com PPD positivo. Geralmente as lesões na pele são derivadas de focos mais adjacentes da doença como linfonodos ou ossos, tendo um maior aparecimentos nas regiões do pescoço devido logo as proximidades principalmente com linfonodos que são os mais acometidos: regiões submandibulares, cervicais e supraclaviculares com nódulos subcutâneos que ulceram e fistulizam formando eliminação de material purulento. O diagnóstico é feito por meio da histopatologia, PPD e por cultura de material, assim como todas as lesões que são as mais comuns na pele e na região cutânea. Pode ser feito o teste do PCR principalmente em casos PB em que não tem a presença de bacilos nos locais das lesões. TUBERCULÍDES As tubercúlides são manifestações de hipersensibilidade a distância por foco de tuberculose, geralmente com lesões abacilares ou paucibacilares, sendo necessário nesse casos realização do PCR, extremamente útil para diagnóstico. - Tuberculíde papulonecrótica: são pequenas lesões forma de pápulas ou nódulos que geralmente acometem locais como os membros, e desenvolvem para necrose e ulceras que deixam cicatrizes. - Líquen Escrofuloso; - Eritema indurado de Bazin: é uma paniculite relacionada a tuberculose com presença de nódulos inflamatórios bem localizados preferencialmente nas regiões posteriores das pernas com tendência a ulceração. Frequentemente esses nódulos são acompanhados de eritrocianose, livedo, além de perniose. BCG E COMPLICAÇÕES O Bacillus Calmette-Guérin (BCG) é uma cepa atenuada do M. bovis, empregado na vacinação contra a tuberculose em todo o planeta, eficácia relativa, protege por bloquear a disseminação hematogênica secundária da micobactéria, limitando infecção primária nível subclínico, protegendo, sobretudo, dos tipos disseminado e meníngeo; No local da injeção, após 2 a 6 semanas, surge pápula de crescimento lento que se torna purulenta e evolui para ulceração após 8 a 12 semanas, deixando cicatriz atrófica conversão da tuberculínica que surge após 6 semanas da vacinação. Pacientes com imunodeficiênciade etiologias variadas, inclusive aqueles com AIDS, podem evoluir para tuberculose progressiva e fatal e, por isso, não devem ser vacinados. TRATAMENTO DA TUBERCULOSE CUTÂNEA Na fase inicial que deve ser mantida por cerca de 2 meses em que se tem doses fixas diárias estabelecidas conforme o peso: 1. Rifampicina: 150 mg 2. Isoniazida 75 mg 3. Pirazinamida 400 mg 4. Etambutol 275 mg Nas doses de manutenção, utiliza-se os dois primeiros tipo de fármacos combinando doses fixas diárias conforme for o peso do paciente: 1. Rifampicina 300 mg 2. Isoniazida 200 mg Lembrando sempre de se realizar a profilaxia e controle de indivíduos, principalmente aqueles que nunca tiverem um contato com o bacilo e convivem com pessoas que tiveram e foi diagnosticada na forma sintomática. E naqueles que já tiveram o contato com o bacilo, evitar o aparecimento da tuberculose.
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