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UNIDADE 4 Ventilacao Mecanica e Correlacoes Patologicas

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UNIDADE 4 – Ventilação Mecânica e Correlações Patológicas 
 A ventilação mecânica é, sem duvida, um assunto de interesse do fisioterapeuta que atua em Unidades de terapia Intensiva. O controle do paciente “respirando com ajuda de aparelhos’’ não é tarefa fácil e exige do profissional dedicação e muito estudo. A assistência ventilatória já salvou e pode salvar muitas vidas, por outro lado ela pode ser extremamente lesiva. Assim, durante a aplicação de pressão positiva o profissional deve usar os modos ventilatórios que esteja mais familiarizado e, desta forma, evitar as complicações inerentes à técnicas. 
 Por definição a ventilação mecânica é um método de suporte para o paciente durante uma enfermidade aguda, não se constituindo em um tratamento curativo. Seu principal objetivo é substituir ou auxiliar a função respiratória do paciente por meio de pressão positiva, quando na presença de distúrbios que comprometam a ventilação ou as trocas gasosas. Além disso, a técnica pode ser utilizada de forma profilática, como no pós – operatório de cirurgias com anestesia geral, em pacientes com necessidade de controle dos gases sanguíneos e nos casos de disfunção de outros sistemas ou órgãos, como no choque ou na sepse . 
 Na sua história a evolução na área de saúde nos últimos dois séculos foi assombrosa, especialmente no âmbito da ventilação mecânica. Em 1887 Fell O´Dwayer desenvolveu um equipamento de intubação laríngea com possibilidade de oferecer suporte ventilatório para pacientes com obstrução das vias aéreas devido à difteria. O sistema era composto por um fole conectado a um tubo de metal que era introduzido na via aérea do paciente. 
 No início do século passado a poliomielite, denominada vulgarmente como paralisia infantil, era um problema grave para a saúde pública de diversos países. Quando a doença acometia os músculos ventilatórios o paciente fatalmente não resistia. Dessa forma, diversos estudiosos da época empenharam-se para dar solução a esse problema de ordem mundial. Em 1926 Philip Drinker começou a desenvolver um aparelho que seria, mais tarde, criado por Drinker realizava ventilação mecânica por meio de pressão negativa . Ele foi usado pela primeira vez em uma paciente portadora de poliomielite em 1928 em Boston. 
 Durante a segunda guerra mundial surgiram os primeiros ventiladores mecânicos com pressão positiva, que possibilitava melhorar adaptação dos pacientes com distúrbios elásticos e resistidos das vias aéreas. Assim, em meados dos anos 50 surge o ventilador mecânico Bird Mark 7, um equipamento de primeira geração, ciclado à pressão, utilizado em alguns hospitais até os dias de hoje. 
 Os ventiladores de 2ª geração surgiram com o objetivo de suprir as deficiências dos primeiros ventiladores, que eram incapazes de garantir um volume pulmonar adequado a pacientes com graves alterações de complacência e resistência das VA. No ano de 1967, quando foi descrito pela primeira vez a Síndrome da Angustia Respiratória Aguda
 ( SARA), alguns dos mais importantes ventiladores de 2ª geração foram introduzidos no mercado . Esses ventiladores possibilitavam a ventilação alveolar, garantido o volume de gás insuflado aos pulmões, entretanto, em condições adversas, como nos casos de aumento da resistência das VA, as pressões alcançadas para garantir tais volumes eram imensas e, por vezes, geravam dificuldades no tratamento. 
 No inicio dos anos 80 a evolução tecnológica possibilitou, por meio da utilização de microprocessadores, um avanço amplo dos ventiladores mecânicos. Dessa forma, os ventiladores de 3ª geração foram introduzidos no mercado. A partir desse ponto, inúmeros modos de ventilação artificial surgiram e com eles muitas particularidades, o que refletiu no procedimento vantagens e desvantagens. Enquanto as novas modalidades possibilitavam uma abordagem especifica a certos distúrbios pulmonares, de forma a controlar e especificar fluxos, pressões e volumes, a complexidade no manuseio dos ventiladores tornara-se maior. 
Definições , indicações , objetivos 
 A ventilação mecânica ou a assistência ventilatória consiste na manutenção da oxigenação e ou ventilação dos pacientes portadores de Insuficiência Respiratória Aguda ou Crônica agudizada (IRpA) de maneira artificial , até que eles estejam capacitados a assumi-las. 
 
As indicações são :
- Insuficiência respiratória; 
- Alteração do nível de consciência com falha no controle do centro respiratório; 
- Doenças neuromusculares; 
- Resistência aumentada das vias aéreas ou obstrução grave; 
- Aumento excessivo do trabalho respiratório com risco de fadiga; 
- Necessidade de sedação profunda, como em procedimentos cirúrgicos, por exemplo. 
Os objetivos:
Ao recorrer à ventilação mecânica, a equipe tem como objetivo: 
- Reverter a hipoxemia 
- Reverter a acidose respiratória aguda 
- Diminuir o desconforto respiratório 
- Prevenir ou reverter a atelectasia 
- Reverter a fadiga dos músculos respiratórios 
- Permitir a sedação e/ou o bloqueio neuromuscular 
 - Diminuir o consumo sistêmico ou miocárdico de oxigênio 
 - Diminuir a pressão intracraniana

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