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Atividades turma 103

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E.E. HERBERT JOSÉ DE SOUZA – BETINHO 
Rua Marechal Rondon, nº 23, Cidade Nova, Santana do Paraíso - Tel. (31) 3822-4922 
Disciplina: Arte Professor (a): Danielle Delpenho Data: Etapa: 1º Turma: 
 
Arte e experiência 
 
No início do século XX, uma das grandes inovações no campo da arte foi a incorporação do conceito 
de experiência estética para a compreensão da fruição e da produção de arte, em suas diferentes formas. 
John Dewey (1859-1952), filósofo estadunidense, conceituou a experiência estética como o encontro que 
temos com a arte ou mesmo com a natureza, não para assimilar ou integrar a beleza que elas nos 
proporcionam, mas para participar ativamente no mundo artístico e no mundo natural. 
Em outras palavras, em uma experiência estética, não é a beleza da arte ou da natureza que entra em 
nós, somos nós que entramos nesse mundo, caso estejamos abertos para isso. 
Veja a seguir alguns destaques retirados do trecho do artigo Contribuições para entender a 
experiência estética, escrito por Marcos Villela Pereira que está na página 20 e 21 do seu livro didático Ser 
Protagonista – Artes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responda as perguntas abaixo em seu caderno. 
a) O autor do artigo afirma que é preciso ter determinada atitude quando se está em contato com a arte. Como 
você explicaria essa atitude? 
b) É possível que um artista tenha controle total sobre o modo como sua obra vai ser interpretada pelo 
público? Justifique. 
c) Para você, é importante se deixar levar pela arte? Justifique. 
 
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PARA QUE SERVE A ARTE? 
Quando se fala em finalidade da arte, pode-se dizer que ela é relativa 
aos contextos histórico e cultural em que está inserida. Se ela dialoga 
com a vida, portanto, não está isenta de fins éticos, ambientais e 
sociais, do engajamento político e do posicionamento religioso dos 
artistas, dos fins utilitários ou até mesmo de total inutilidade. Em 
outras palavras, a arte é uma manifestação cultural. Na obra 
Confirmado: é arte, de 1977, Paulo Bruscky ironiza o papel da arte 
como algo que precisa ser cientificamente comprovado, validado, 
regido por regras que não fazem parte da vida real e cotidiana, que, 
como sabemos, é cheia de contradições. 
 
 
Considerando a imagem, responda: 
a) Descreva o que você vê na imagem. 
b) Como você interpreta a mensagem embutida na imagem? 
c) Para você, é importante que a arte seja livre de regras e convenções? Justifique. 
 
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Como vimos, a arte contemporânea surgiu em meados do século XX, nesse período ocorreram mudanças 
culturais significativas, resultantes das transformações sociais, econômicas e políticas iniciadas no fim do 
século XIX. Eventos como as duas grandes Guerras Mundiais, a bomba atômica, as lutas das minorias pelos 
direitos humanos e as revoltas estudantis, entre outros, modificaram irreversivelmente os valores morais da 
sociedade e a relação entre as pessoas. Isso se refletiu de modo profundo nas produções artísticas, que se 
desvincularam da arte acadêmica, negando a herança de conceitos tradicionais, como a idealização e a 
representação, e colocando em discussão as diversas formas de arte, bem como o valor que se dava à arte 
e aos artistas. O campo da arte e seus mecanismos de legitimação, como os museus, as galerias, os livros e 
os críticos de arte, passaram a dar lugar a manifestações artísticas questionadoras, que misturam diversas 
linguagens, como a visual, a musical, a corporal e a verbal, em uma multiplicidade de ações, como sons, 
narrativas, gestos e movimentos. Essa nova forma de arte envolve o público por meio de todos os sentidos, 
criando, assim, uma experiência estética completa e, muitas vezes, inquietante. Então, podemos afirmar que, 
em virtude das mudanças que ocorreram na arte durante o século XX e continuam a se desenrolar no século 
XXI, noções como imitação do real, obra-prima e talento e, principalmente, o papel e o valor da arte, como 
transcendência ou idealização, passaram a ser amplamente discutidos e revistos. Por isso, muitas das 
produções artísticas atuais causam espanto, curiosidade e, até mesmo, rejeição. 
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JOHN CAGE E A MÚSICA EXPERIMENTAL 
 
Ao longo de sua história, a música foi produzida e apreciada de 
diversas maneiras. Pela tradição da música erudita europeia e pela 
sua grande influência na música das outras regiões do globo, é 
possível estudar os diversos caminhos que ela tomou ao longo do 
tempo e analisar como ela influenciou artistas do mundo todo. 
Durante o século XX, muitos artistas se ocuparam de pensar em 
novas maneiras de fazer música. Como ela se constitui como um 
fenômeno composto de múltiplos elementos, os artistas passaram a 
explorar cada um deles para transformá-la. Nesse período, surgiu a 
 música experimental, que, apesar de não poder ser caracteriza da 
como um estilo, representou uma proposta de ruptura radical com a 
tradição musical. John Cage (1912-1992) foi um músico 
estadunidense que colaborou para a concretização de grandes 
mudanças no fazer musical, seja por parte dos artistas e 
compositores, seja em relação à participação do público nos eventos 
musicais. Ao articular o pensamento musical europeu do século XX 
à filosofia zen-budista, Cage propôs novas relações e usos das 
matérias-primas musicais: som e silêncio. 
 
 
SOM E SILÊNCIO 
 
A obra de maior destaque de John Cage, e talvez a que melhor 
revela seu pensamento musical, chama-se 4’33’’, escrita para 
apresentação solo ou qualquer outra formação musical. Nessa obra, 
o solista ou grupo musical sobe ao palco com seu instrumento e 
passa quatro minutos e trinta e três segundos em silêncio. Essa 
composição é dividida em três movimentos, descritos pela palavra 
em inglês tacet, que sugere uma longa pausa dos instrumentistas, 
propondo que eles se mantenham imóveis no palco durante a 
apresentação. Observe a seguir a partitura de Cage para a 
interpretação dessa composição. Depois, observe a primeira página 
da partitura para piano da “Suite: pour le piano”, em português “Suite: 
para piano”, do compositor francês Claude Debussy (1862-1918). 
Nesse tipo de escrita, procura- -se orientar os mínimos detalhes da 
composição aos intérpretes, sugerindo as características das notas, 
pausas utilizadas e sua organização no tempo. As orientações 
abrangem a velocidade da música, os fraseados, quais notas serão 
tocadas, sua duração, a intensidade, e, ainda, sugerem o caráter de trechos específicos, indicando um toque 
delicado, agressivo, sereno, entre outros. 
 
Sobre a composição de John Cage, apesar de os intérpretes não realizarem 
nenhum som com seus instrumentos, quando 4’33’’ é interpretada, é possível 
ouvir os barulhos dos assentos no teatro, eventuais tosses ou conversas do 
público, os sons do entorno do teatro, a respiração das pessoas e qualquer 
outro som que ocorra no ambiente. Dessa maneira, o artista propõe um 
momento de escuta, a ser preenchido pelos diversos sons do ambiente no qual 
a peça é interpretada. Além de peças instrumentais, John Cage também 
compôs para vozes, levando para o canto as inovações das representações 
em suas partituras. 
Veja um trecho da partitura da peça Ária, por exemplo. 
 
 
Trecho da partitura da peça Ária, para voz, de John Cage, 1958. 
 
 
O ACASO 
 
Além das reflexões a respeito do silêncio promovidas por suas composições, John Cage dedicou muitas de 
suas criações ao trabalho com o acaso. Essa abordagem era bem diferente de boa parte das músicas feitas 
até então, nas quais os compositores indicavam, em suas partituras, os instrumentos que seriam utilizados, 
as notas musicais que cada um tocaria e quando deveriam soar. Em vez disso, John Cage se ocupou de criar 
propostas de situações nas quais o acaso prevalecesse sobre o repertório musical dos intérpretes. Cage seutilizou de inovações nas partituras tradicionais e do I Ching, um texto chinês de mais de 2 600 anos que 
apresenta diferentes modelos de conduta, para imprimir o acaso em suas criações. O ideograma “I” significa 
“mutação” e é um dos mais importantes para os chineses, que acreditam que a única constante no mundo é 
propriamente a mutação. O compositor usava as propostas do I Ching como oráculo para determinar a 
sequência de notas ou grupos de notas que deveriam ser usadas e o momento preciso de suas ocorrências. 
Esse tipo de estratégia causou muita controvérsia por parte do público e da crítica que assistiram às 
apresentações do compositor, já que, por essa vertente aleatória, decorriam sonoridades muito diferentes 
daquelas a que todos estavam acostumados 
 
OUTROS TRABALHOS DE JOHN CAGE 
 
Outros trabalhos importantes na trajetória artística de John Cage são 
suas composições que utilizam o piano preparado como instrumento 
musical. A preparação mencionada consiste na introdução de 
materiais diversos nas cordas do instrumento, alterando o som que 
elas produzem quando percutidas, obtendo no instrumento novas 
possibilidades de sonoridades. Esse recurso foi utilizado durante a 
criação de um espetáculo de dança no qual o compositor tinha 
apenas um piano como instrumento. Essa maneira de utilizar o 
instrumento abriu espaço para o que se pode chamar de técnicas 
estendidas de utilização dos instrumentos musicais. Essas técnicas 
implicam usos inusitados dos instrumentos para que se encontrem 
novas sonoridades.

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