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A01 - Teorias da Aprendizagem

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AULA 1 
TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
Profª Wiviany Mattozo de Araujo 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Bem-vindo à aula 1 da disciplina de Teorias da Aprendizagem! A ementa 
desta disciplina abrange uma ampla discussão sobre a relação entre pensamento 
filosófico, pedagógico e psicológico, e as diferenças entre o processo de 
aprendizagem analisadas por teorias comportamentais e por teorias cognitivas. 
Também propõe a análise da dimensão construtivista e interacionista em Jean 
Piaget e Lev Vygotsky, além da psicologia histórico-cultural de Vygotsky, assim 
como o aprofundamento nas ideias sociointeracionistas sobre o desenvolvimento 
e a aprendizagem, a aprendizagem mediatizada, a zona de desenvolvimento 
proximal, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores: pensamento, 
linguagem, sensação e percepção, atenção e concentração, memória, mediação, 
formação de conceitos, imaginação, criatividade e raciocínio lógico. 
Nesta primeira aula, abordaremos como pensamento filosófico mudou ao 
longo do tempo, influenciado pelas relações sociais, e como esse fato modifica as 
ideias sobre o processo de conhecimento e aprendizagem. 
CONTEXTUALIZANDO 
O que é aprendizagem? O que a aprendizagem significa para você? O que 
você já aprendeu hoje? Essas questões nos trazem reflexões importantes como, 
por exemplo: quantas vezes paramos para nos perguntar sobre nosso próprio 
processo de aprendizagem ou daqueles que convivem conosco, sejam familiares, 
colegas ou alunos? O quanto aprendemos no cotidiano e não nos damos conta? 
Desse modo, discutir diferentes teorias sobre o processo de aprendizagem 
se torna relevante em diferentes escalas, do nível pessoal ao profissional. 
Poderíamos utilizar muitos exemplos diários, como aprender a cozinhar com 
técnicas modernas uma nova receita ou ainda como utilizar aplicativos disponíveis 
em smartphones para se deslocar no espaço, entre outros. 
Podemos aprender a executar essas tarefas sozinhos, com o auxílio de 
uma pessoa próxima, de um profissional da área ou de alguém que disponibilizou 
um tutorial na internet. Portanto, o processo de aprendizagem permeia as 
atividades cotidianas da vida em sociedade, pois mesmo que alguém execute uma 
tarefa por um longo período do mesmo jeito, esta pode sofrer adaptações e 
alterações, o que obrigará o domínio de um novo processo de aprendizagem para 
essa atividade, mesmo que quem a execute tenha experiência. Isto posto, vamos 
 
 
03 
investigar ao longo da disciplina as diferenças entre as teorias que buscam 
explicar o processo de aprendizagem e quais mecanismos são/foram utilizados 
para esta finalidade. 
TEMA 1 – A RELAÇÃO ENTRE A FILOSOFIA E A PEDAGOGIA 
Ao longo da história, o pensamento humano foi mutável e evolutivo. A forma 
de ver o mundo depende de cada indivíduo e das relações estabelecidas em 
sociedade. Assim, ideias que eram pensadas e aceitas num dado tempo e espaço 
hoje são compreendidas de outra maneira, como as reflexões de pensadores pré-
socráticos, como Protágoras (480–410 a.C.), que afirma que o “homem é a medida 
de todas as coisas”, em que buscou explicar como ocorre a compreensão e a 
representação das coisas e do mundo (Nogueira, 2015, p. 28). 
Assim, as representações ligadas ao ideal de ensino e aprendizagem 
também se modificaram e se transformaram com o tempo. Pensar a relação entre 
a filosofia, a psicologia e a pedagogia para a construção do conhecimento exige 
discutir diferentes formas de conhecimento, pois “a linha que separa as histórias 
da pedagogia e da psicologia da história da filosofia é muito tênue, tamanho é o 
vínculo existente entre estas áreas na fundação da ciência moderna atual” 
(Nogueira, 2015, p. 33). 
Por exemplo, ao falarmos do conhecimento ligado a religião, como a leitura 
de livros de cunho religioso e o ensinamento de dogmas, estamos falando de um 
conhecimento teológico, baseado num modelo cristão de educação. 
Há também o conhecimento baseado na filosofia, que dá base ao 
conhecimento científico da atualidade e que sustenta métodos experimentais e 
racionais sobre o homem. Nesse cenário, podemos citar Francis Bacon (1561–
1626) e René Descartes (1596–1650), importantes nomes que contribuiram 
significativamente com o avanço da ciência moderna. 
Destacam-se também nomes que contribuiram com o conhecimento 
filosófico contemporâneo, como Karl Marx (1818–1883) e Friedrich Engels (1820–
1895). Marx e Engels não produziram sobre questões educacionais, mas sim 
sobre o pensamento ocidental, as condições reais de vida e de trabalho na 
sociedade (Nogueira, 2015, p.27). Assim, o conhecimento filosófico foi construído 
pelo esforço do questionamento sobre os problemas humanos e em relação ao 
meio social, sendo o objeto da análise de ideais e conceitos. 
 
 
04 
Desse modo, o conhecimento científico é o tipo de conhecimento que busca 
leis e sistemas com o propósito de explicar de modo racional o observado. Para 
que seja produzido, esse conhecimento exige uma investigação e procedimentos 
de verificação para comprovar ou refutar uma hipótese. Contudo, o conhecimento 
científico pode ser alterado, reformulado, aprimorado e testado continuamente, 
devendo ser divulgado e benéfico socialmente. 
Em contrapartida, há o senso comum, que se refere ao modo de pensar da 
maior parte da população. Esse conhecimento é baseado na experiência, na 
vivência e nas observações, tendo como base as crenças e tradições, além dos 
sentidos. Portanto, o senso comum abrange o conhecimento informal, 
fundamentado no que se sente e no que se aprende em sociedade. Por exemplo, 
cortar os cabelos na lua crescente faz com que os fios cresçam mais rápido? 
Comer manga com leite faz mal para o organismo? Gatos de três cores são 
sempre fêmeas? Chá de camomila ou suco de maracujá servem para acalmar? 
Todas essas questões fazem parte do conhecimento popular e são muito 
importantes; no entanto, o conhecimento científico baseado numa consciência 
filosófica é contrário ao senso comum. A filosofia deve contribuir eminentemente 
para o desenvolvimento do espírito problematizador voltado aos problemas 
associados à condição humana. 
TEMA 2 – CONCEITO DE APRENDIZAGEM 
O conceito de aprendizagem é extremamente complexo e envolve 
inúmeros fatores e processos pelos quais compreendemos conceitos de temas 
específicos e que podem garantir mudanças permanentes no comportamento do 
indivíduo. Todos nós estamos sempre aprendendo algo novo, seja ao fazer um 
curso novo, ao mudar de emprego, ao aprender um novo idioma. Esse processo 
ocorre no sistema nervoso central (SNC) e passa pelos sentidos. A aprendizagem 
é um produto da experiência do indivíduo e depende das condições 
neurobiológicas e ambientais, que resultam numa mudança de comportamento. 
Deste modo, a mudança de comportamento é estruturada por meio das 
diversas relações emocionais. Portanto, ao aprender algo temos o resultado da 
interação de estruturas mentais com o ambiente. Por exemplo, uma pessoa em 
situação de vulnerabilidade e que aprende a utilizar os alimentos em sua 
totalidade, consegue extrair mais nutrientes e melhorar a qualidade de vida da 
própria família e da comunidade em que está inserida. Do mesmo modo, quando 
 
 
05 
uma criança recebe os estímulos adequados em conjunto, tanto do ambiente 
familiar como principalmente da escola que frequenta, a probabilidade de se 
desenvolver e aprender com mais facilidade é potencializada. 
Ou seja, quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem no 
ambiente escolar/familiar, predomina a ressignificação do sujeito com novas 
formas de comunicação, habilidades e competências. No processo de 
aprendizagem há a participação, mediação e interação, e estes elementos 
compõem um ambiente propício para a aprendizagem, envolvendo seres ativos e 
autores do processo relacionado ao conhecimento. Os fatores que influenciam 
diretamente esse processo estãoligados à cognição, como a percepção, atenção 
e memória; aos fatores sociais e culturais, como o ambiente familiar, a 
comunidade e os valores sociais e estereótipos; aos fatores biológicos, através 
das conexões neurais e fisiológicas e da herança genética; e aos fatores 
emocionais. 
A taxonomia dos objetivos educacionais, também chamada Taxonomia de 
Bloom (1956), propõe uma classificação dos níveis de aprendizagem: “A 
taxonomia de Bloom (1956) valoriza a formulação de objetivos educacionais 
verificáveis que permitem, por meio de avaliações sistemáticas, o conhecimento 
do diagnóstico da aprendizagem dos alunos” (Monteiro; Teixeira; Porto, 2012). 
Essa teoria explica que os objetivos educacionais podem ser divididos em 
diferentes domínios para que a aprendizagem ocorra de modo apropriado. São 
eles: a) o domínio psicomotor (saber-fazer), que envolve atividades com 
habilidades motoras e de manipulação; b) o domínio cognitivo (saber-saber), que 
compreende atividades intelectuais e de interpretação, exigindo que estratégias 
sejam pensadas para a execução de uma ação; e c) o domínio afetivo (saber-
estar, ser), que se relaciona com a sensibilidade, as atitudes e os valores 
transferidos socialmente (Monteiro; Teixeira; Porto, 2012). 
A aprendizagem apresenta múltiplas visões, os processos e as 
circunstâncias em que ocorre podem variar, e isso proporciona diferentes 
resultados, que dependem diretamente do papel do professor, da escola e do 
próprio educando. Diferentes teorias convergem para pontos comuns, como a 
ideia de que os individuos são agentes ativos na busca e construção do 
conhecimento, principalmente dentro de um contexto significativo. 
Dessa forma, ao pensarmos no papel do formador, este deve exercer a 
função de facilitador do processo de ensino-aprendizagem, sendo o principal 
objetivo levar os educandos a aprender. Consequentemente, o professor deve 
 
 
06 
produzir situações que favoreçam a aprendizagem, que permitam ao aluno 
reproduzir um determinado conceito teórico, além de desenvolver a autonomia 
para resolver problemas e buscar soluções. Outrossim, a aprendizagem 
proporciona o aumento da criticidade, proatividade e criatividade, dentre outras 
qualidades que tornam o aluno personagem principal e autônomo. 
O professor precisa construir situações para que os alunos possam 
participar das aulas, e isso ocorre na fase do planejamento das aulas. A 
participação é fundamental para que o professor consiga avaliar como, sobre o 
quê, quando e o quanto os seus alunos estão aprendendo. Também não há 
dúvidas de que essa é uma chance avaliar se os objetivos traçados estão sendo 
cumpridos e diante de quais circunstâncias. 
TEMA 3 – ETAPAS DA APRENDIZAGEM 
O processo de aprendizagem é realizado em diferentes etapas, passando 
pelos sentidos humanos. É preciso compreender que há facilitadores nas etapas 
da aprendizagem, sendo estes a capacidade de uma pessoa responder aos 
desafios que a vida em sociedade lhe proporciona o tempo todo, seja quando 
criança até a velhice. Para isso, constata-se que há diferentes tipos de 
aprendizagem, bem como várias etapas que compõem esse processo. 
No tema anterior da nossa aula, verificamos que o aluno deve desenvolver 
a capacidade de discutir um conceito teórico e ampliar a autonomia em resolver 
problemas e buscar soluções de modo simples e coerente. Para realizar essas 
tarefas, devemos lembrar que a aprendizagem tem um caráter pessoal e único, e 
que os efeitos dela se tornam visíveis pela mudança de atitude e comportamento, 
sendo estes observáveis de várias maneiras. Essas manifestações são expostas 
pelo sujeito que aprendeu e transformam sua vida; por exemplo, durante o 
processo de alfabetização, a criança, ao aprender a ler, passa a conhecer um 
novo universo, o que altera sua noção de tempo e espaço. 
Para o professor, entender o processo de aprendizagem se torna 
indispensável. É necessário compreender o que se passa na cabeça do sujeito 
que aprende. Esse entendimento propicia maior efetividade durante o processo 
de aprendizagem. Para isso, deve-se levar em consideração conceitos e 
características, teorias e métodos, e principalmente as etapas escolhidas para que 
a aprendizagem seja contínua. 
 
 
07 
Outro ponto a se considerar é que jovens e adultos aprendem de distintas 
maneiras, pois a percepção de vida é diferente, portanto, a faixa etária influencia 
a forma de se pensar o processo de aprendizagem. Sabendo que esse processo 
passa pelos sentidos humanos e é devolvido em forma de perguntas, respostas e 
informações através da linguagem da parte motora, podemos classificar a 
aprendizagem em vários domínios, como o cognitivo, associado ao conhecimento, 
às informações e capacidades intelectuais; o afetivo, ligado aos sentimentos, às 
emoções e atitudes; e o psicomotor, que envolve a coordenação motora. 
Dentro do domínio cognitivo, o conhecimento é um processo que exige que 
o sujeito reproduza uma noção, ideia ou procedimento que lhe foi ensinado; a 
compreensão é a explicação de um tema de modo diferente do que lhe foi 
ensinado; a aplicação é a construção de uma nova forma de realizar uma 
atividade; a análise é a capacidade de verificar informações e dados, constituindo 
uma relação nova entre eles; a síntese é o agrupamento de informações para 
construir novos dados e criar novas descrições do objeto ou da situação, sendo 
essa uma possibilidade de o aluno criar uma produção inovadora e pessoal. 
Cada domínio apresenta habilidades diferenciadas, como por exemplo, no 
domínio cognitivo as habilidades são voltadas para a compreensão, análise, 
memorização, síntese e avaliação; no domínio afetivo as habilidades são voltadas 
para a receptividade e a organização, as respostas rápidas e a caracterização se 
evidenciam; já no domínio psicomotor, as habilidades envolvem movimentos 
corporais básicos, movimentos reflexos, comunicação corporal não discursiva, 
além da percepção física e emocional. 
A avaliação apresenta os processos cognitivos mais complicados, sendo 
esta utilizada para conferir o nível de conhecimento sobre uma informação, uma 
teoria ou uma ideia, na qual critérios podem ser usados para a avaliação. Esses 
processos resultantes da aprendizagem devem evidenciar o que o aluno aprende, 
independente do conhecimento que possuía anteriormente. Portanto, entende-se 
que a avaliação deve ser um processo cumulativo, pois o conhecimento cognitivo 
depende do anterior e dá subsídios a novos processos de aprendizagem, sendo 
esta um fenômeno plural e interativo. 
Portanto, no processo de aprendizagem há o input da informação, e essa 
informação é organizada por nossas habilidades. O output, por sua vez, é a 
aprendizagem, ou seja, a mudança do estado anterior pelo conhecimento 
adquirido. As etapas existentes na execução do processo de aprendizagem 
dependem diretamente da natureza de como a tarefa foi proposta e solicitada, 
 
 
08 
seja pelo argumento de diferentes capacidades ou pela cobrança de níveis de 
respostas variados. Consequentemente, o professor pode favorecer as situações 
para o processo de ensino-aprendizagem por meio de atividades coletivas e/ou 
individuais. 
Para discutir essa questão, proponho um exemplo voltado para a educação 
infantil. Todos, em algum momento da vida, já conviveram com crianças 
pequenas, e isso proporciona variados níveis de entendimento sobre o processo 
de aprendizagem infantil. Do nascimento aos seis anos de vida é possível 
perceber mudanças significativas e visíveis, que envolvem questões sociais, 
culturais e ambientais do meio em que a criança está inserida, e as características 
apropriadas as tornam parecidas com as pessoas e o local em que vivem. 
Desse modo, questões norteadoras podem ser inseridas para pensarmos 
sobre como essas transformações acontecem com as crianças. Assim, qual a 
capacidade de absorção de conhecimentoda criança em cada fase da educação 
infantil? Como a presença de pessoas adultas instiga novos conhecimentos? Qual 
a relação entre o estímulo dado por adultos nas etapas da aprendizagem da 
criança? Ao nascer a criança apresenta saltos de desenvolvimento, e a 
quantidade de estímulo oferecida por parte dos adultos, cuidadores e/ou 
professores, ao longo dos primeiros anos de vida, reflete diretamente no 
desenvolvimento do processo psicomotor. As brincadeiras e os jogos propostos 
também são preponderantes. 
Portanto, o processo educacional centrado na aprendizagem envolve uma 
coautoria entre a criança e a comunidade adulta onde ela se insere, sendo o 
conhecimento constantemente construído. Durante as etapas da aprendizagem, 
tanto na educação infantil como no ensino básico, o professor tem a possibilidade 
de atuar como facilitador da aprendizagem, por meio de estímulos e da mediação 
entre os saberes pré-existentes e os que passarão a adquirir. 
Sendo assim, o papel do professor se destaca com a aplicação de tarefas, 
jogos e atividades úteis que funcionem como estratégias para despertar os 
processos cognitivos, afetivos e motores na busca pela resolução de problemas e 
pela potencialização das formas de pensar ao propor experiências nas diferentes 
etapas do processo de aprendizagem, a prática, repetição, imitação, reprodução 
ou criação de novos modelos, tanto individualmente como em grupo, que se utilize 
de situações-problema e que permita ao aluno descobrir, associar, estruturar, 
analisar, contextualizar essas situações. Todos estes elementos proporcionam o 
aprender aprendendo – ou seja, a construção de um saber muito mais profundo. 
 
 
09 
TEMA 4 – ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM 
A aprendizagem é um processo contínuo, pois vivemos num mundo em 
constante transformação. Desse modo, estamos aprendendo a todo instante por 
diversos objetivos, sejam pessoais e/ou profissionais. Muitas vezes há frustração 
nesse processo, pela dificuldade em experimentar algo novo, pela falta de domínio 
e articulação ou mesmo por estratégias que não despertam o interesse. No 
entanto, o processo de aprendizagem ocorre ininterruptamente. 
Esse fato é o que garante a aquisição de novos conhecimentos, por mais 
difícil que pareça. Assim, falar em estratégias para o processo de aprendizagem 
é discutir sobre as capacidades e habilidades existentes e que durante o processo 
de aprendizagem foram aprimoradas pelas competências desenvolvidas. Afinal 
de contas, o homem não nasce sabendo andar ou falar, escrever ou ler. Mas, ao 
nascermos inseridos num contexto social, aprendemos essas funções e as 
executamos com facilidade; dessa maneira, o que no início pareceu complexo e 
difícil passamos a fazer espontâneamente. 
Assim sendo, do nascimento até o início da vida adulta o ritmo de 
aprendizagem é acelerado, o que significa que, quando adultos, reduzimos esse 
ritmo, mas continuamos sempre a aprender. Portanto, as crianças estão em 
constante aprendizado, incitadas pela curiosidade e pelo interesse em temáticas 
variadas. É por isso que as crianças perguntam o tempo todo, desde o 
funcionamento de objetos até comportamentos sociais. Como não aprendemos 
da mesma forma, passamos a desenvolver diferentes estratégias de 
aprendizagem que nos permitem o envolvimento ativo com o objeto do 
conhecimento. Por exemplo, a bola é um objeto esférico usado em vários esportes 
e brincadeiras, que pode ter diversos tamanhos, texturas e características. Como 
aprendemos a diferenciar esse objeto e usá-lo para determinadas finalidades? 
A aprendizagem exige interação, troca de experiências do indivíduo com o 
meio em que está inserido, além da relação de troca com sua comunidade 
educativa. Portanto, uma criança ao ganhar uma bola de presente passa a 
interagir com esse objeto, mas a forma de relação dependerá do contexto social 
em que ela está inserida, bem como das correlações existentes naquele meio. 
Poderíamos utilizar inúmeros exemplos, como os sinais de trânsito, a forma de 
cumprimento, o vestuário, dentre outros. 
Ao falar sobre estratégias no processo de ensino-aprendizagem é preciso 
discutir quais são as expectativas em relação às instituições de ensino, da 
 
 
010 
educação infantil ao ensino superior. Na educação infantil espera-se que, por meio 
do uso de brincadeiras e situações do cotidiano, os alunos sejam estimulados a 
se desenvolver utilizando o raciocínio lógico, os cinco sentidos, a capacidade de 
se comunicar e se socializar na escola, em casa e na comunidade. Essas 
estratégias utilizam e estimulam a criatividade e autoconfiança, dão a percepção 
de limites e respeito ao próximo e a si mesmo, além de transmitir ensinamentos 
sobre convívio em equipe, cooperação e ajuda ao próximo, bem como 
desenvolver a consciência ambiental e de respeito ao meio vivo, desde cuidados 
com animais e a destinação correta de resíduos até a compreensão sobre 
alimentação. No ensino superior temos problemas relacionados a métodos que 
não proporcionam aos alunos formas diversificadas nde aprendizagem por falta 
de didática, recursos e até mesmo de tempo. 
Em vista disso, devemos refletir que os exemplos utilizados anteriormente 
são tarefas relativamente simples e sem mistério, no entanto, nem todos 
conseguem executá-las, seja por falta de uma formação adequada ou por 
recursos escassos. Alguns desses exemplos fazem parte da realidade de 
professores da rede de ensino dos municípios brasileiros, seja ela privada ou 
pública. 
TEMA 5 – AS ESCOLAS DE PENSAMENTO PSICOLÓGICO 
As escolas de pensamento são grupos de pesquisadores e pensadores que 
possuem ideias parecidas e/ou que dialogam entre si trabalhando num mesmo 
tema ou temas coincidentes, buscando resolver problemas comuns e 
compartilhando ideais teóricos. A aprendizagem é um processo contínuo e ativo, 
e o homem se apropria do conhecimento para desenvolver sua vida, suas relações 
cotidianas, reproduzindo crenças, tradições e costumes, em conjunto com uma 
evolução tecnológica e moderna. 
A história da ciência moderna é dotada de uma constante evolução do 
saber, com novas ideias substituindo as anteriores ou as aprimorando por meio 
dos avanços tecnológicos que possibilitam um aprofundamento sobre as áreas do 
conhecimento. Neste tema, faremos uma breve recapitulação das escolas de 
pensamento psicológico e como elas estão diretamente relacionadas às teorias 
da aprendizagem que veremos nas próximas aulas da disciplina. 
 
 
 
011 
Figura 1 – Evolução histórica das escolas de pensamento psicológico 
 
Fonte: Nogueira, 2015, p. 51. 
A primeira escola de pensamento psicológico foi o Estruturalismo, que teve 
seu início ainda no século XIX influenciando várias áreas da ciência moderna, pois 
reflete vários elementos estruturantes básicos. O objeto de estudo da Psicologia 
Estruturalista consiste na experiência consciente subordinada ao sujeito que a 
vivencia, voltando-se aos fatos estruturais da mente (Nogueira, 2015, p. 46). Na 
sequência, o movimento denominado de Funcionalismo ganhou mais espaço e o 
pragmatismo dos problemas do mundo real se destaca nessa linha de 
pensamento. Nomes como Darwin e sua Teoria da Seleção Natural surgem, e a 
diferença essencial é que as estruturas passaram a ser associadas a um enfoque 
empirista. 
O enfoque empirista também está presente na Teoria Comportamental, a 
qual veremos na segunda aula desta disciplina. A Teoria Comportamental ou 
Behaviorismo é a ideia de que o comportamento humano é influenciado pelo meio 
e moldado de fora para dentro. O maior nome dessa teoria é Skinner, e sua 
concepção se construiu com base na ciência experimental, priorizando a 
investigação com sustentação no comportamento humano passível de 
observação e quantificação (Nogueira, 2015, p. 47). Para esse autor, o 
comportamento é resultado do ambiente, por meio dos estímulos e do reforço 
positivo ou negativorecebidos. 
Em paralelo ao behaviorismo, houve a Psicologia da Forma, mais 
conhecida como Escola da Gestalt. Trata-se de uma teoria que estuda como os 
seres humanos percebem os objetos, as ações e a sensação de movimento. 
Alguns dos exercícios dessa análise envolvem a ilusão de ótica, e a ideia principal 
 
 
012 
é que compreender o todo é mais do que simplesmente entender as partes; assim, 
a visão do todo ganha destaque em um rigoroso método empirista, pois “os 
psicólogos dessa escola enfatizavam que percebemos os objetos e figuras como 
um todo completo, ao contrário de pedaços ou parte isoladas de informação 
sensorial” (Nogueira, 2015, p. 47). 
Já a Psicologia Humanista ganha destaque no processo educativo, dado 
que tem como objetivo a significação do que é estar vivo para o ser humano. 
Desse modo, essa teoria se destaca por beneficiar o ideal sobre saúde, bem-estar, 
crescimento e realização, uma ideia que não se pautava na doença, contrapondo-
se aos paradigmas anteriores. Um dos principais autores sobre esse tema é Carl 
Rogers (1902–1982). 
Outra importante concepção é a Psicologia da Educação, que tem como 
objeto de estudo o sujeito nos processos de ensino-aprendizagem, preocupando-
se com os métodos utilizados. Nessa linha de pensamento se concentram estudos 
baseados nos problemas cotidianos, em métodos e teorias que visam auxiliar os 
procedimentos práticos de ensino e dos instrumentos de avaliação, além da 
preocupação com as questões afetivas e socioculturais do ambiente escolar, 
caracterizando esse processo como um intercâmbio entre o educando e o 
educador. Nessa corrente de pensamento, Piaget (1896–1980) e Wallon (1879–
1962) são grandes autores que se preocuparam com a compreensão do sujeito 
que aprende, da infância até a vida adulta, e com o desenvolvimento psicológico 
da criança, respectivamente. 
Baseada no materialismo histórico e dialético surge a psicologia social, 
enfatizando o caráter concreto da consciência e das relações entre estímulo e 
resposta. Essa concepção propõe que o homem é constituído no e pelo social, e 
que sofre mudanças contínuas pautadas no contexto histórico, político, 
econômico, cultural e social. 
Para a psicologia social, o principal teórico é Vygotsky (1896–1934), que 
apresentou uma nova forma de pensar, unindo sujeito e objeto na análise. Essas 
relações estavam pautadas no estímulo e na resposta obtidos em conjunto com a 
produção cultural humana. Esse teórico foi o “grande fundador da escola soviética 
de psicologia, principal corrente que deu origem a uma perspectiva crítica da 
psicologia” (Nogueira, 2015, p. 49). 
Outros importantes teóricos também fazem parte das escolas do 
pensamento psicológico, como David Ausubel (1918–2008), que discutia o 
 
 
013 
conceito de aprendizagem significativa e realizava importantes pesquisas sobre a 
formação dos significados no ato da cognição. 
FINALIZANDO 
Nesta aula construímos um panorama da concepção humana com base em 
três grandes áreas que dão sustentação para a nossa disciplina de Teorias da 
Aprendizagem, sendo elas as ideias do que é filosofia, psicologia e pedagogia. 
Desse modo, vimos como o conhecimento evoluiu e mudou ao longo dos 
séculos. Por exemplo, discutimos a diferença entre o conhecimento científico e o 
senso comum, lembrando que o primeiro busca leis e métodos que expliquem de 
modo racional o que está sendo observado, podendo ser reformulado ou mudado 
de acordo com novas experiências e estudos científicos, e o segundo faz 
referência ao pensamento e conhecimento da maior parte da população, baseado 
nas experiências cotidianas, herdadas da comunidade ou da família, ou em 
crenças religiosas e tradicionais. O senso comum faz parte do dia a dia das 
pessoas, e é muito interessante quando um professor usa essa ferramenta para 
contextualizar sua aula. 
Vimos também o conceito de aprendizagem, suas etapas e características, 
e como esse processo altera a vida de quem aprende. Lembrando que os 
inúmeros fatores que envolvem a aprendizagem desencadeiam mudanças 
permanentes no comportamento do indivíduo e como a todo instante, mesmo que 
em escalas diferentes, estamos aprendendo algo novo, nossa conduta se altera, 
pois a aprendizagem ocorre no sistema nervoso central (SNC), partindo da 
experiência e das condições ambientais. 
Analisamos os objetivos educacionais propostos para compreender melhor 
o processo de ensino-aprendizagem, sendo eles: o domínio psicomotor, que 
compreende as habilidades motoras em saber-fazer; o domínio cognitivo, que 
envolve as atividades de interpretação e análise em saber-saber; e o domínio 
afetivo, que apresenta relação com valores, sensibilidade e atitudes em saber-ser. 
Além disso, analisamos o uso de diferentes estratégias que devem ser 
usadas nesse processo e que resultam em diferentes respostas. A aprendizagem 
é uma ação constante, por isso o que estudamos hoje e as informações que temos 
podem não ser as mesmas daqui a alguns anos: elas podem se modificar 
completamente ou o conhecimento sobre determinado assunto pode se ampliar, 
pois as informações evoluem continuamente. 
 
 
014 
Por fim, analisamos brevemente as escolas de pensamento psicológico, 
iniciando com o Estruturalismo e a ideia de uma psicologia experimental, 
passando pelo Funcionalismo e seu pragmatismo, até o Behaviorismo e a ideia 
de que o homem é um ser passível de ser moldado pelo meio em que vive, sendo 
fruto de estímulos e reforços positivos ou negativos. Outras concepções envolvem 
a Psicologia Humanista, a Psicologia da Educação e a Psicologia Social, sendo 
estas muito relevantes para os estudos sobre o processo de ensino-
aprendizagem. 
 
 
 
015 
REFERÊNCIAS 
BARONE, L. M. C.; MARTINS, L. C. B.; CASTANHO, M. I. S. Psicopedagogia: 
teorias da aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. 
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