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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM LINGUAGENS, CODIGOS E TECNOLOGIAS

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1.
1 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 
EM LINGUAGENS, CÓDIGOS E 
SUAS TECNOLOGIAS 
 
 
 
 
 
© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem 
prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Presidente 
Rodrigo Galindo 
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada 
Paulo de Tarso Pires de Moraes 
Conselho Acadêmico 
Carlos Roberto Pagani Junior 
Camila Braga de Oliveira Higa 
Carolina Yaly 
Danielle Leite de Lemos Oliveira 
Giani Vendramel de Oliveira 
Juliana Caramigo Gennarini 
Priscila Pereira Silva 
Tayra Carolina Nascimento 
Coordenador 
Giani Vendramel de Oliveira 
Revisor 
Guilherme Alves de Lima Nicésio 
Editorial 
Alessandra Cristina Fahl 
Daniella Fernandes Haruze Manta 
Flávia Mello Magrini 
Hâmila Samai Franco dos Santos 
Mariana de Campos Barroso 
Paola Andressa Machado Leal 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Leite, Carlos Eduardo Damian 
L533c Competências e habilidade em linguagens, códigos e 
suas tecnologias/ Carlos Eduardo Damian Leite – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2018.
 100 p.
 ISBN 978-85-522-1339-0
 1. Linguagem. 2. Comunicação. I. Leite, Carlos Eduardo 
Damian. II. Título. 
CDD 370 
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 
2018 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza 
CEP: 86041-100 — Londrina — PR 
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/ 
http://www.kroton.com.br
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
TEMA 1 ........................................................................................................................................................................4 
Linguagem e Geração de Significados 
TEMA 2.....................................................................................................................................................................16 
Linguagem Corporal: Identidade e Representação 
TEMA 3.....................................................................................................................................................................29 
Produção, Construção e Recepção de Textos 
TEMA 4.....................................................................................................................................................................43 
Recursos Expressivos em Diferentes Textos 
TEMA 5.....................................................................................................................................................................56 
Argumentação na Produção Textual 
TEMA 6.....................................................................................................................................................................70 
Aspectos Linguísticos da Língua Portuguesa 
TEMA 7.....................................................................................................................................................................83 
Aspectos Linguísticos da Língua Portuguesa 
 
 
 
Linguagem e Geração de 
Significados 
Autor: Carlos Eduardo Damian Leite 
Objetivos 
• Analisar os principais aspectos do processo 
comunicacional. 
• Compreender o uso da língua materna em função da 
expressividade e geração de significados. 
• Verificar as formas de emprego da de linguagens 
e códigos em diálogos, bem como no processo de 
ensino-aprendizagem. 
4 
5 
 
 
 
1. Aspectos de formação e uso da linguagem 
Desde os primórdios da civilização, o que nos diferencia dos outros 
animais, de acordo com as teorias de Campbell (2006), é o ato de falar – 
ato esse que nos proporciona a habilidade de dialogar entre nós e, com 
isso, construir processos comunicacionais. Independente de nossa língua 
materna, quando conhecemos outros países e, assim, outras culturas, 
interagimos através dos processos comunicacionais, embora em muitas 
situações através de gestos, nossa principal fonte de interação é o 
diálogo que, muitas vezes, ocorre de modo descontextualizado, porém, 
através da fala com o uso de signos e expressões. 
De acordo com Vygotsky (2011), o uso dos signos proporciona 
ao indivíduo o desenvolvimento da linguagem, por meio da qual 
estabelecem relações dotadas de significados criando, assim, uma teia 
comunicacional em que ocorre o posicionamento frente aos demais 
indivíduos e ao seu contexto sociocultural. 
Denominam-se tais diálogos, segundo Jakobson (1995), por Processo 
Comunicacional; para que tal processo ocorra são necessários quatro 
elementos essências, sendo eles: o emissor, o receptor, a mensagem ou 
sinal e o canal. A sequência de etapas obedece a seguinte ordem: 
1. O emissor emite a mensagem e dá início ao processo 
comunicacional. 
2. O receptor, ou receptores, são os que recebem a mensagem (ou 
sinal) por meio do canal e, de certo modo, irão disseminá-la aos 
demais envolvidos no processo – se for possível a ele(s) assimilar 
a mensagem. 
3. Por fim, a mensagem será reenviada para o emissor por meio 
do canal, a fim de que o retorno lhe seja garantido (nesse caso o 
feedback ocorre de maneira imediata). 
 
 
 
O processo comunicacional ocorre quando o emissor direciona ao 
receptor o que podemos chamar de mensagem ou sinal, em que tal 
ação pode encontrar neste processo o que chamamos de ruído, que 
pode complicar diretamente o entendimento do receptor em relação 
à mensagem ou sinal emitido inicialmente. Tal fato ocorre de modo 
constante dentro deste processo, atrapalhando seu desenvolvimento 
devido ao tempo que se perde ao rever ações que poderiam ser 
simplesmente ser tomadas imediatamente pelo receptor. 
PARA SABER MAIS 
CASTELS, Manuel. O Poder da Comunicação. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
Nesta obra, Castels aponta os principais aspectos da 
comunicação, bem como sua importância sociocultural, 
diante do poder que exerce nas diversas realizações do ser 
humano no século XXI. 
Dentro do Processo Comunicacional, de acordo com Jakobson (1995), 
podemos detectar os seguintes processos: 
• Codificar: consiste em receber uma mensagem e codificá-la a 
ponto de que seja compreendida por todos os envolvidos no 
processo comunicacional, adequando-a aos signos que todos 
tenham domínio. 
• Descodificar: significa compreender a mensagem passada 
pelo emissor e repassá-la aos demais envolvidos nos processos 
organizacionais, de modo coerente. 
• Linguagem-verbal: consiste no diálogo, em que é importante que 
o emissor busque fazer-se compreender, utilizando de signos que 
sejam de conhecimento dos demais envolvidos no processo. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
• Linguagem não verbal: não é apenas pela fala que podemos 
nos comunicar, como citado anteriormente, nos comunicamos 
também por gestos e expressões, sendo elas corporais ou faciais. 
• Feedback: consiste no retorno do receptor para com o emissor, 
sendo esse retorno positivo ou negativo à cerca do assunto a 
ser tratado. 
Devemos ter cautela em criticar a ocorrência de ruídos dentro das 
comunicações, pois embora possam comprometer o funcionamento do 
processo de modo cotidiano, pode-se também contar com o ruído para 
que não sejam tomadas decisões precipitadas quanto ao feedback. Nesse 
sentido, fica clara a necessidade deste no processo comunicacional, como 
veremos no decorrer desse módulo sobre a sua importância. 
Os processos comunicacionais, ou seja, a comunicação em si, pode 
ser considerada a base para que o feedback ocorra. Podemos afirmar 
que, sem tais processos não haveria âmbito para ocorrer e, para que 
ocorra a comunicação efetiva, é necessário que o emissor saiba se fazer 
entender, sendo objetivo com suasmensagens. 
Nesse sentido, o emissor deve compreender que não existe um 
processo unilateral em relação aos processos comunicacionais, em 
que ele apenas direciona aos demais os assuntos que acredita serem 
pertinentes. Na verdade, o emissor deve estar disposto a ter feedbacks 
positivos ou negativos, quando deverá então processar tais retornos, 
utilizando-os para o desenvolvimento pleno dos processos pertinentes à 
comunicação. 
ASSIMILE 
A comunicação possui, além das ações que lhe são 
específicas, importância relativa à forma com que é 
empregada em diversos contextos. No âmbito social, é 
7 
recurso efetivo para a transmissão efetiva de ideias voltadas 
a suas realizações e a de seus colaboradores. 
Um dos pontos pertinentes ao sucesso das relações no âmbito social 
é, certamente, o uso adequado da comunicação. As capacidades do 
indivíduo devem consistir na compreensão e na transmissão efetiva de 
ideias, e com a ascensão das tecnologias digitais, ou de informação e 
comunicação, a sociedade passou a se comunicar de forma muito mais 
efetiva e dinâmica. 
As tecnologias de informação são recursos considerados valiosos 
para a aprendizagem no contexto social e cultural, inclusive na 
contemporaneidade, devido à forma pela qual conteúdos são 
transmitidos para os indivíduos. É válido, portanto, que se considere a 
evolução dos recursos utilizados, ao longo da trajetória educacional. 
A comunicação, portanto, passou hoje a contribuir para a dinâmica 
das relações individuais, bem como as das organizações diante da 
sociedade. Diante de tais aspectos é que se pode pensar na importância 
do aprendizado de linguagens e códigos, com base no modo com que 
são constantemente empregados no contexto sociocultural, bem como 
no efetivo desenvolvimento comunicacional dos indivíduos ser relevante 
à aprendizagem. 
2. Comunicação, significados e relações 
A evolução das mídias, principalmente do rádio e da televisão, propiciou 
novas formas de convivência e comunicação entre os indivíduos. 
Segundo Bobbio (2004), a concepção de comunicação tende a se tornar 
mais complexa, conforme as formas de divulgação de informações 
8 
também criam novos atrativos e novas possibilidades de atrair e 
convencer espectadores. 
A forma como se trabalha com os ruídos pode prejudicar diretamente 
o desenvolvimento da comunicação. Para Torquato (2002), as diversas 
fontes existentes têm dificuldades em dominar os temas, sem que sejam 
aprofundados, que não sejam compreendidos em sua profundidade ou 
sem que as ideias sejam devidamente propagadas, uma vez que ocorre 
tal dificuldade na expressão de ideias. 
Dentre as teorias dos processos comunicacionais, existem os 
funcionalistas Merton e Lazarsfeld, que desenvolveram o método Two 
Steps Flow (Fluxo de Duas Etapas). Tal teoria destaca o fato de que 
uma informação não mantém seu fluxo, mas que segue duas etapas 
na qual os emissores elaboram e disseminam a informação entre si, na 
íntegra, para que então, em um segundo momento, a informação seja 
transmitida de um modo alterado, para um grupo maior de receptores. 
Um dos pontos para que as relações dentro do âmbito sociocultural 
sejam bem-sucedidas é, certamente, o uso adequado da comunicação. 
As capacidades do indivíduo devem consistir na compreensão e na 
transmissão efetiva de ideias. Tal pensamento deve ser desenvolvido 
com base na premissa de que a educação se efetiva a partir do processo 
comunicacional, ainda que em seu nível mais básico. 
Existem outras redes de comunicação informal que operam na 
sociedade, inclusive no âmbito educacional, que acabam, por sua 
vez, gerando informações que adquirem significados próprios, já que 
elas não vêm com uma interpretação pré-definida, com os devidos 
esclarecimentos a um determinado fato para os demais indivíduos. 
Pode-se também analisar as concepções de Mattelart & Mattelart (1999) 
com relação ao conceito de gatekeeper, em função de um indivíduo, ou 
um grupo, que recebe as informações para que então venha a repassá-la 
9 
►. 
com modificações, gerando reações de acordo com o interesse subjetivo 
daqueles que manipulam os conteúdos. Nesse sentido é que surgem os 
boatos dentro de um determinado contexto. 
Com relação à atuação docente como gatekeeper, destacam-se duas 
inteligências que são fundamentais para o convívio em bom andamento, 
sendo elas a inteligência intrapessoal e a interpessoal. Tais inteligências 
consistem nas habilidades e competências necessárias para o convívio 
social e também para que o desenvolvimento de projetos e objetivos 
nas escolas. 
Em relação à inteligência intrapessoal, podemos salientar que o 
professor deve estar primeiramente em harmonia com seu interior, 
tendo consciência em suas habilidades e competências, com certeza 
de suas aptidões profissionais e que, nesse sentido, se agrade de sua 
função para que possa exercê-la com maestria, sendo a inteligência 
interpessoal por sua vez pautada na relação com outro, na habilidade de 
interagir com os demais indivíduos em âmbito educacional, cooperando 
em muitos momentos, como o aprendizado e a resolução de conflitos. 
3. Aspectos de formação e uso da linguagem 
Ao se analisar o processo comunicacional em âmbito escolar, verifica-
se que a recepção é o principal aspecto com o qual se deve lidar para 
que o aprendizado seja efetivo. Para Drucker, “qualquer que seja o meio 
usado para a comunicação, a primeira pergunta a ser feita deve ser: ‘Esta 
comunicação está dentro dos limites de percepção do receptor? Ele é 
capaz de recebê-la?’” (2002, p. 127). 
A linguagem cumpre uma função primordial na comunicação, já que 
efetiva a mediação entre os elementos do contexto sociocultural e os 
símbolos que o ser humano encontra em meio às convenções e as 
regras estabelecidas para aquelas. Para Habermas, a linguagem tem um 
10 
aspecto universal ao possuir um conjunto de regras básicas que pode 
ser compreendido, além de possibilitar a comunicação entre os homens 
e permitir que “as fronteiras de mundo tidas como incomensuráveis 
ainda se mostrem permeáveis” (HABERMAS, 1990, p. 153). 
O feedback, que significa “retroalimentação”, é o elemento de retorno 
da comunicação, que possibilita à organização compreender as formas 
com que as mensagens são recebidas e interpretadas, garantindo desse 
modo que o processo seja sempre realizado com os mesmos padrões, 
resultando no sucesso da compreensão da mensagem. Dessa forma, 
cabe a compreensão da comunicação em âmbito educacional como 
uma série de procedimentos pertinentes à interação – ao ajustamento – 
entre o professor e seus alunos. “A qualidade desse ajustamento é o que 
determina a diferença entre falar e ser ouvido, entre palavras ao vento e 
ideias em comum” (KAPLAN, 1993, p. 12). 
A comunicação em sala de aula possui ainda uma função de 
compartilhamento (o próprio termo é uma junção da ação de tornar 
comum) e, nesse sentido, pode ainda efetivar a transmissão de uma 
mensagem de modo igualitário, a fim de que todos os indivíduos 
possam saber de uma informação com os mesmos detalhes, em função 
do sucesso das realizações individuais. 
Moreira (2010) afirma que a comunicação voltada para tornar o 
aprendizado efetivo representa em síntese um conjunto de estratégias, 
que têm como objetivo melhorar, ou gerar uma boa imagem para o 
âmbito educacional, e que a cada vez mais está relacionada com seus 
públicos, sejam eles professores, alunos, pais e/ou familiares. 
O relacionamento com os públicos depende da forma com que a 
comunicação é efetivada, para que as devidas concepções educacionais 
sejam disseminadas. Todos os envolvidos ganham com o feedback, 
pois a partir do momento em que professores e alunos estiverem 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
em sintonia, permite, de certo modo, avaliar as relações humanas e 
considerar o devido clima de empatia entre eles. 
Pode-se ainda afirmar que toda atividade de aprendizado é feita por 
meio da comunicação, sendo vista como um processo estratégico e 
tida comoprioridade para que tal meio alcance o desenvolvimento 
pleno de suas ações. Com a interação entre os indivíduos se desenvolve 
um relacionamento efetivo, em função da aceitação das premissas 
educacionais de uma forma construtiva. 
Hastings e Potter (2005, p. 101) salientam que “[...] precisamos construir 
sistemas de feedback precisos, francos e confiáveis”. Um professor, 
portanto, precisa criar em sala de aula um ambiente de aprendizagem, no 
qual os alunos sejam completamente valorizados, ouvidos e respeitados. 
Para Reis (2010), feedback é a base para a construção de um 
procedimento pessoal, ou para outras realizações propostas pela 
equipe de gestão escolar. Nesse contexto, o processo comunicacional 
pode ainda modificar o modus operandi dos envolvidos no processo de 
ensino-aprendizagem, de forma que os conteúdos sejam amplamente 
difundidos e compreendidos. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Reflita sobre a seguinte situação: você, professor, se depara 
com uma mensagem incorretamente transmitida por seus 
colegas, em um determinado contexto do âmbito educacional. 
Quais as suas atitudes para que as devidas informações sejam 
repassadas, a fim de que os esclarecimentos sejam oferecidos 
de forma efetiva? Apresente suas considerações em nosso 
fórum, realizando sua postagem e comentando as opiniões de 
seus colegas de curso. 
12 
 
 
 
 
 
 
 
Com o feedback, os envolvidos na instituição escolar podem se 
comunicar para, assim, alcançar os seus objetivos comuns no contexto 
da aprendizagem. É um meio para que os envolvidos não cometam 
erros com relação a todos os procedimentos necessários para o sucesso 
de professores e alunos. 
Além de que, o feedback constitui um termômetro de como a escola se 
relaciona com seus públicos, à medida que possibilita aos envolvidos 
compreenderem sua importância. Assim, o feedback pode sempre 
contribuir para a motivação dos alunos, que passam a se sentir 
efetivamente motivados ao aprendizado. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Complete a sentença com a alternativa que corresponde 
às palavras adequadas: “O processo comunicacional 
ocorre quando o ___________ direciona ao ____________ o 
que podemos chamar de _____________ ou sinal, onde tal 
ação pode encontrar neste processo o que chamamos 
de __________, que pode complicar diretamente o 
entendimento do que foi emitido inicialmente”. 
a.Meio; receptor; resposta; obstáculo. 
b.Emissor; receptor; mensagem; ruído. 
c. Receptor; emissor; mensagem; feedback. 
d.Emissor; receptor; mensagem; ruído. 
e.Emissor; meio; feedback; ruído. 
2. Um indivíduo ou um grupo que recebe as informações, 
para que então venha a repassá-la com modificações – 
de acordo com interesses subjetivos –, e gera reações 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de acordo com o interesse daqueles que manipulam os 
conteúdos: 
a.Gestor. 
b.Colaborador. 
c. Fornecedor. 
d.Acionista. 
e.Gatekeeper. 
3. Qual significado do termo comunicação? 
a.Tornar comum. 
b.Tornar confuso. 
c. Tornar complicado. 
d.Tornar casual. 
e.Tornar completo. 
Referências Bibliográficas 
CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Atena, 2006. 
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. Belo Horizonte: Cultrix, 1995. 
MATTELART, Armand & MATTELART, Michèle. História das teorias da 
comunicação. São Paulo: Edições Loyola, 1999. 
MERTON, Robert K. Estructura burocratica y personalidad. In: RUITENBEEK, H. M. 
(org). Dilema de la sociedad de organización. Buenos Aires: Paidos, 1967. 
MOREIRA, B. L. Dicas de Feedback. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. 
TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São 
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 
VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Atlas, 2011. 
14 
Gabarito 
Questão 1 – Resposta B 
Resolução: Os elementos que compõem o processo comunicacional 
são o emissor, o receptor, a mensagem e o ruído que, por sua vez, 
deve ser amenizado ou evitado. 
Questão 2 – Resposta E 
Resolução: Gatekeeper é o indivíduo que trabalha com a mediação 
das informações que lhe são repassadas. 
Questão 3 – Resposta A 
Resolução: A comunicação refere-se ao ato ou efeito de 
tornar comum. 
15 
 
Linguagem Corporal: Identidade e 
Representação 
Autor: Carlos Eduardo Damian Leite 
Objetivos 
• Analisar os principais aspectos da linguagem 
corporal. Compreender o uso da língua como 
integradora social e formadora de identidade. 
Verificar o uso da linguagem para representação 
do mundo e fortalecimento dos processos de 
identidade e cidadania. 
16 
17 
 
 
 
1. A linguagem como elemento cultural 
A cultura do ser humano se caracteriza por elementos específicos, 
que também se fazem presente nas ações de outros seres vivos. Um 
exemplo é a dança realizada por abelhas para indicar perigo na colmeia, 
ou uma fonte de néctar apropriada, ou ainda o cortejo de machos às 
fêmeas, nessa e em outras espécies, constituindo, segundo Benveniste 
(1976)1, um sistema de comunicação efetivado por tais animais. 
A esses procedimentos, considerados comuns nas realizações animais 
no aspecto cultural, denomina-se elemento lúdico, ludicidade, lúdico 
ou ainda jogo, que também se faz presente nas atividades humanas. 
Claro que o elemento lúdico varia sua complexidade de acordo com a 
espécie, correspondendo desde a respostas instintivas em determinadas 
situações até reações mais elaboradas, envolvendo aspectos, por 
exemplo, do relacionamento interpessoal. 
Nesse sentido, destaca-se a ludicidade proporcionada pelo diálogo na 
cultura humana, a partir do momento em que o uso da linguagem se 
destaca como recurso simbólico de transmissão de conteúdos, valores 
e opiniões, com o entendimento humano presente como atitude 
específica do processo comunicacional (BENEVIDES, 1976)2. 
Na cultura humana, o lúdico assume aspectos exclusivos, que refletem 
a interpretação e representação da realidade por meio de símbolos, 
modo pelo qual o ser humano cria para si mesmo um padrão mental e/ 
ou visual relativo a seres, objetos e fenômenos de sua realidade. Esse 
processo cria, na cultura humana, um conjunto de referências que, por 
sua vez, formam a linguagem. 
A linguagem, segundo Huizinga (2000)3, é basicamente o 
reconhecimento cultural do agrupamento de símbolos, sendo que o uso 
1 BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. 
2 BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. 
3 HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2000. 
 
dos mesmos em ocasiões diversas consiste no processo de comunicação 
humana. O processo comunicacional pode ser também considerado 
como de caráter lúdico, pois se baseia no esquema de regras e preceitos 
que norteiam a ação de transmitir informações, dentre conceitos, 
opiniões e valores, o que torna a comunicação essencial à sobrevivência 
e desenvolvimento dos indivíduos. 
Contudo, além da existência do jogo na comunicação, devem ser 
analisadas questões que são específicas do ser humano, que fazem com 
que a efetivação do elemento lúdico seja feita de modo diferenciado 
das outras espécies animais. Tais questões referem-se às condições 
biológicas do ser humano, especificamente em relação ao cérebro, órgão 
que possui características que facilitam a apreensão e compreensão 
das informações. 
Dentre as características do cérebro, segundo Vygotsky (2001)4, destaca-
se a plasticidade, enquanto propriedade cerebral que diz respeito 
à capacidade do órgão se modificar de acordo com as informações 
apreendidas, independentemente da complexidade que as mesmas 
apresentam. Essa característica permite ao ser humano desenvolver 
a capacidade de representar sua realidade por meio de elementos 
simbólicos, compreender outros símbolos de outras realidades e aplicar 
na linguagem. 
É por meio da linguagem que a cultura humana se caracteriza, sendo 
que o desenvolvimento humano pode se dar, de forma única e 
diversificada, em diversoscontextos geográficos e socioculturais. O uso 
da linguagem na comunicação, por meio da fala e da escrita, permite ao 
homem compartilhar conceitos, valores e opiniões, tornando comuns 
tais elementos na sociedade em que estão inseridos. Dessa forma, no 
contexto simbólico, surgem outros aspectos igualmente enriquecedores 
para a cultura humana, tais como os mitos, os ritos e as crenças. 
4 VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
18 
 
Em uma perspectiva étnica, Vygotsky (2001)5 considera que as questões 
socioculturais são definidas dentro de parâmetros específicos, seguindo 
os preceitos que orientaram o ser humano desde os princípios da 
formação da linguagem, em meio à origem da organização da sociedade. 
Segue-se, portanto, um esquema na geração da cultura que se inicia 
com o jogo, que faz uso da representação simbólica, que serve de base 
para a linguagem, empregada como instrumento de transmissão dos 
símbolos e dos aspectos a que fazem referência. 
Com relação a esses aspectos, podem ser notados: a política, a economia 
e a organização social do ser humano. Em todos esses âmbitos, 
encontram-se os símbolos que justificam a importância da figura de 
um líder tribal, um monarca, um juiz, um presidente da república, 
relacionada não ao indivíduo em si, mas à representação que possui 
no contexto em questão. Além disso, também pode ser apontado com 
relação ao valor do dinheiro na sociedade capitalista, já que pequenos 
discos de metal e pedaços de papel tornam-se moedas e notas. 
A análise simbólica de mundo, portanto, não se reduz ao objeto, 
fenômeno ou pessoa, mas sim àquilo que, em um segundo momento, 
podem representar. A transmissão e utilização desses conteúdos 
relacionados ao símbolo são os atos que caracterizam as ideias que 
permeiam a cultura humana. Sua essência, paralelamente, está sempre 
ligada ao lúdico. Afinal, é por meio da ludicidade que o ser humano 
desenvolve regras específicas para lidar com o que é novidade, 
analisando o ser, objeto ou fenômeno da natureza em questão e 
criando um símbolo que será referência naquele contexto sociocultural, 
especificamente, ou mesmo em outros, familiares ou não. 
A sociedade tende a organizar tal processo, tal qual a si mesma, em 
um caráter sistêmico, no qual todos os indivíduos possuem funções 
específicas, em diversos setores políticos, econômicos, sociais e 
culturais. As interações são a base desse sistema, que ocorrem de 
5 VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
19 
 
 
 
 
~
 
forma múltipla e dialética. Isso significa que o sistema social é aberto a
mudanças, efetivadas por seus integrantes, com base no esquema de
comunicação, enquanto transmissão e compreensão de mensagens.
2. Linguagem corporal e seus significados
Ao analisar o discurso inerente ao contexto sociocultural, inclusive da
perspectiva dos indivíduos em meio ao processo de letramento, podem
ser consideradas produções escritas e orais, de diversas ocasiões, a fim
de que se reconheça o significado principal (explícito) e os secundários
(implícitos), em contato entre os indivíduos que fazem parte desse
contexto, com conteúdos e formas de transmissão específicas, bem
como os elementos que são complementares.
No cotidiano, o discurso pode ser analisado também por seus detalhes,
como a forma pela qual o emissor escolhe as palavras, termos e sentenças
a serem transmitidos, utiliza aspectos de seu contexto para exemplificar 
ideias e situações, além dos valores que assume em suas considerações,
junto aos gestos que utiliza, a chamada linguagem não-verbal.
PARA SABER MAIS
WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O Corpo Fala. São Paulo:
Summus, 2010.
Nessa obra, os autores apresentam características diversas
da linguagem corporal, bem como os significados gerados
por cada postura ou gestualidade.
Para quem analisa um discurso, as considerações sobre todos esses
elementos formalizam suas características, tal qual as sentenças 
20 
que podem ser empregadas da devida maneira. Diante disso, um 
discurso pode ser classificado, por exemplo, como político, acadêmico/ 
educacional, religioso, científico e organizacional (ou corporativo). 
Ao focar a discussão nas características de cada discurso, é possível 
perceber suas características específicas. 
Assim como o discurso religioso se caracteriza por ter base nos ritos 
que promove e nos dogmas da religião em questão; o científico, no que 
é comprovado pelas hipóteses, experimentações e teses; o político nas 
ideologias socioculturais; o acadêmico, nas normas metodológicas; e o 
discurso corporativo baseia-se nos princípios de mercado e nas relações 
interpessoais envolvendo os colaboradores. 
Portanto, há de se considerar, nessa modalidade discursiva, a presença 
de termos técnicos, pertencentes a cada indivíduo, com suas funções 
específicas, inclusive no âmbito educacional. Além disso, os gestos 
podem ser observados, caso deseje interpretá-los. Por exemplo, 
se a pessoa se inclina para a frente é sinal de que está interessada 
no assunto; se cruza os braços, demonstra falta de interesse ou 
discordância com o que lhe foi dito. 
ASSIMILE 
São várias as possibilidades de interpretação em torno da 
linguagem não verbal, diante de olhares, posturas e gestos 
específicos. Uma enorme gama de sentimentos pode ser 
refletida por tais manifestações corporais e as mesmas 
devem ser analisadas, em função da compreensão efetiva 
da mensagem trazida por outrem. 
A partir da interpretação de falas, gestos e outras sutilezas do cotidiano, 
inseridos no contexto da cultura humana, pode-se analisar o discurso 
21 
por completo. Isso significa dizer que além de compreender as 
características do âmbito escolar, também se descobre, com a devida 
observação e análise de seu cotidiano, quais elementos mais chamam 
a atenção dos alunos, enquanto receptores, seja na modalidade 
oral ou escrita. 
No contexto escolar, não se pode esquecer de que, de acordo com 
a forma com que o poder é exercido e as relações interpessoais são 
efetivadas, e de acordo com a cultura da instituição e o modo como 
processa as exigências da sociedade, as crenças e valores acabam por 
servir de base a toda e qualquer concepção individual. 
Os conceitos diante da comunicação nas instituições escolares, 
enquanto elemento fundamental à propagação de sua cultura, são 
diversos de acordo com as concepções de cada uma, em relação à 
efetivação de seu próprio processo comunicacional. Com a implantação 
da cultura de comunicação, os profissionais da Educação puderam notar 
a importância, para todos os envolvidos no âmbito escolar, do devido 
desenvolvimento de ações pertinentes à divulgação clara, concisa e 
igualitária de informações. 
Os gêneros textuais começam a fazer parte da cultura e do cotidiano dos 
indivíduos, por meio de ações como a leitura e interpretação de textos, 
sejam verbais (palavra escrita) ou não verbais (imagens e sinais); além 
da produção textual, com base em gêneros específicos, de acordo com a 
finalidade comunicacional do que foi produzido. 
A partir da criação de uma autêntica cultura de comunicação e 
atendimento nas escolas, com a consequente valorização dos públicos 
interno (corpo docente/ discente, equipe pedagógica/ gestora) e externo 
(pais e/ ou familiares e comunidade), com a adoção de processos 
comunicacionais efetivos, o relacionamento da instituição escolar com 
os envolvidos em sua atuação ganhou um novo patamar, refletindo-se 
em novas iniciativas por parte, inclusive, dos professores. 
22 
3. Linguagem e socialização 
Em muitas das concepções filosóficas, o ser humano é tido como 
racional e social. Isto significa que é capaz de direcionar o pensamento 
lógico em função do relacionamento com outros indivíduos, em busca 
da formação de elos seguros, que garantam a sobrevivência de um 
modo geral, bem como o desenvolvimento de si e da coletividade. 
Nesse sentido, concebe-se o ser humano comosendo essencialmente 
voltado à socialização, à medida em que se esforça para estabelecer 
os devidos vínculos em torno de sua comunidade, garantindo sua 
participação em todas as ações pertinentes ao desenvolvimento da 
mesma, que influenciam de alguma forma sua própria importância no 
contexto em que se insere. 
Existe uma concepção bastante recorrente ao se verificar a forma como 
os relacionamentos humanos se efetivam, em torno das possibilidades 
de desenvolvimento das parcerias, da postura que se adota no processo 
comunicacional, nas formas com que se credita uma determinada 
informação, além da condução do relacionamento a longo prazo. A 
isso denomina-se negociação, que é conduzida de forma a efetivar 
o relacionamento entre dois ou mais indivíduos, à medida em que 
possuem um objetivo em comum, inclusive a propagação de uma 
informação, e procuram realizar a união de forças, de ideias ou ainda 
de direcionamento do grupo, a fim de que possam atingir o objetivo do 
qual comungam. 
Com o processo de negociação, ocorre também um conjunto de 
possibilidades pré-definidas, que podem ser efetivadas de acordo 
com os interesses comunicacionais dos envolvidos. Consiste em três 
possibilidades de negociação, denominadas ganha-ganha, ganha-
perde e perde-perde, que se diferenciam de acordo com o lado 
beneficiado (ou não). 
23 
A negociação definida como ganha-ganha é caracterizada pelo fato de 
que, diante das necessidades das partes envolvidas, ambas tendem a 
ter saldos positivos, sem serem prejudicadas no processo. É importante 
destacar que tal predisposição para que essas partes possam ganhar a 
negociação depende, essencialmente, dos indivíduos que a realizam. 
Já a negociação definida como ganha-perde é caracterizada por 
apenas uma das partes envolvidas ter um saldo positivo, diante das 
necessidades de uma das partes envolvidas, que acaba se sobrepondo 
à outra, que se torna a prejudicada no processo. Isso ocorre quando as 
intenções de um dos negociadores se opõem a do outro, resultando na 
vantagem obtida por apenas uma das partes. 
Por fim, a negociação definida como perde-perde é aquela na qual 
ambas as partes envolvidas no processo obtêm um saldo negativo, 
sendo totalmente prejudicadas pelo processo. Uma negociação ganha-
perde pode, inclusive, tornar-se perde-perde, caso os lados se oponham 
às intenções um do outro, mas nenhum deles atinja seus objetivos. 
Importante analisar essas três formas de negociação para que se 
compreenda como as relações humanas podem ser estabelecidas, 
principalmente quando estão em jogo interesses diversos, de duas 
ou mais pessoas. Assim, pode-se verificar o que ocorre em diversos 
momentos históricos, políticos, econômicos e socioculturais, quando 
as ideias entram em conflito e resultam em momentos em que se 
efetiva um equilíbrio e outras em que uma crise é desenvolvida, 
comprometendo os indivíduos que visam estabelecer relações. 
Com base nesses princípios, é importante considerar que isso ocorre no 
ambiente educacional. Afinal, o mesmo é formado por indivíduos (no 
caso, alunos, professores e equipe pedagógica/ gestora) e tais processos 
de negociação são feitos a todo momento, inclusive com resultados que 
afetam a instituição escolar e suas realizações. 
24 
 
 
 
 
TEORIA EM PRÁTICA 
Reflita sobre a seguinte situação: você se depara com uma 
denúncia na instituição de ensino em que atua, na qual 
dois alunos dizem estar mentindo sobre um problema 
específico. Chamam você para conversar com esses alunos 
e você pode verificar que, enquanto um deles mantém o 
olhar fixo e postura estável, o outro permance com olhar 
instável, postura inquieta e fala titubeante. Qual deles você 
acredita estar mentindo? Você confia na detecção por conta 
apenas dessas atitudes? Por quê? 
Nesse sentido, o que se pode analisar é que as informações 
referentes à escola devem ser desenvolvidas da forma mais eficaz 
possível, tendo em vista as possibilidades de negociação e que, para 
o crescimento da organização e evolução dos professores e de seus 
alunos, o relacionamento entre eles deve ser pautado em ganho para 
ambas as partes. 
Dessa forma, uma consideração a ser feita com base na busca pelo 
processo de negociação caracterizado como ganha-ganha é garantir que os 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem estejam verdadeiramente 
envolvidos com as ações da unidade de ensino, a fim de que esta, em sua 
totalidade, possa envolvê-los e estimulá-los constantemente. 
Com base nas concepções voltadas à negociação, pode-se ainda 
estabelecer parâmetros que auxiliem na compreensão do modo com 
que o relacionamento entre os indivíduos se estabelece, a partir da ideia 
de que sempre há interesses envolvidos, sejam eles objetos em comum 
ou não da relação que se estabelece entre as partes. 
Tais considerações envolvem uma manifestação com aspectos 
psicossociais e culturais. Trata-se do relacionamento interpessoal, uma 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nomenclatura que define a ação humana de estabelecer e preservar 
contatos, não apenas diante da necessidade de uma criação aleatória de 
vínculos, mas também para efetivar os processos de negociação, de uma 
maneira constante e diversificada. 
A partir da análise feita da necessidade humana de se estabelecer 
vínculos para a sobrevivência, bem como para efetivar o processo de 
negociação, verifica-se que escolas podem se beneficiar de estímulos 
constantes à comunicação benéfica a todos os envolvidos, a fim de que 
possam harmonizar as relações interpessoais e serem propagadas, 
pelos próprios professores e alunos, como instituições com ambiente 
adequado à comunicação e ao convívio. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. É conduzida de forma a efetivar, inclusive em âmbito 
escolar, o relacionamento entre dois ou mais indivíduos, 
à medida em que possuem um objetivo em comum: 
a. Negociação. 
b. Competição. 
c. Comercialização. 
d. Amortização. 
e. Geração. 
2. A linguagem humana pode ser caracterizada: 
a. Pela simplicidade com que foi formada, de acordo 
com a evolução humana. 
b. Como reconhecimento cultural do 
agrupamento de símbolos. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c. Como reconhecimento cultural do 
agrupamento de palavras. 
d. Exclusivamente pela capacidade humana de falar. 
e. Como reconhecimento cultural do 
agrupamento de letras. 
3. O uso da linguagem na comunicação, por meio da fala e 
da escrita, permite ao homem: 
a. Compartilhar conceitos, valores e opiniões. 
b. Realizar a transmissão aleatória de informações. 
c. Gerar mensagens sem sentido para outrem. 
d. Expressar-se, mesmo que não haja 
propósito em sua ação. 
e. Postar mensagens nas mídias sociais, por 
meio da Internet. 
Referências bibliográficas 
BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral. São Paulo: Companhia 
Editora Nacional, 1976. 
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: 
Perspectiva, 2000. 
MATTELART, A. & M. História das Teorias da Comunicação. 2. ed. São Paulo: 
Loyola, 1999. 
TAVARES, M. das. G. de P. Cultura Organizacional: uma abordagem antropológica 
da mudança. São Paulo: Qualitymark, 2010. 
VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: 
Martins Fontes, 2001. 
27 
Gabarito 
Questão 1 – Resposta A 
Resolução: A negociação é conduzida de forma a efetivar, inclusive 
em âmbito escolar, o relacionamento entre dois ou mais indivíduos, 
à medida em que possuem um objetivo em comum. 
Questão 2 – Resposta B 
Resolução: A linguagem humana pode ser considerada como 
agrupamento de símbolos, reconhecidos culturalmente. 
Questão 3 – Resposta A 
Resolução: A comunicação permite a difusão, por meio da leitura e 
da escrita, de conceitos, valores e opiniões. 
28 
 
Produção, Construção e Recepção 
de Textos 
Autor: Carlos Eduardo Damian Leite 
Objetivos 
• Analisar aspectos do texto literário. Considerar a 
função sociolinguística da linguagem. Compreender 
os procedimentos de construção do discurso e sua 
recepção enquanto produção textual.29 
1. Aspectos do texto literário 
Tratando-se dos aspectos que direcionam o discurso humano e 
suas funções socioculturais, pode ser analisada sua relação com a 
compreensão filosófica da realidade. Sabe-se que a Filosofia é a forma 
pela qual o ser humano analisa o mundo ao seu redor, por meio da 
reflexão, questionando todas as coisas, por mais simples que sejam ou 
pareçam ser. Tornam-se corriqueiras, portanto, perguntas de cunho 
filosófico que investiguem a essência da humanidade ou o porquê da 
existência de todas as coisas. 
Tais questionamentos são sempre feitos com base na interpretação e 
compreensão simbólica de mundo, gerando, por sua vez, a linguagem, 
por meio da qual tipos diversificados de conhecimento são assimilados, 
gerando respostas que, aceitas pela sociedade, tornam-se crenças 
e valores, que por muito tempo vêm sendo propagados como 
comportamento (na Grécia Antiga, denominado ethos) do ser humano. 
Com o devido direcionamento, a transmissão de uma mensagem pode 
ser prévia e devidamente trabalhada em função da geração de discurso, 
que pode ser desenvolvido com base nas afirmações que antecedem 
o mesmo, já que o discurso propaga ideias em função dos saberes e 
realizações socioculturais. Também existe um conjunto de preceitos, 
que se referem à utilização do discurso, para a devida divulgação das 
mensagens aos mais diversos públicos, ao que se dá o nome de retórica. 
A retórica se refere, principalmente, ao devido emprego das palavras, 
em ocasiões variadas, na preocupação de que se propague uma 
mensagem do modo mais coerente e eficaz possível. Por estar 
voltada à devida utilização das palavras, teve origem na elaboração 
discursiva filosófica. Isso significa dizer que o emprego dos vocábulos 
na transmissão dos conceitos se faz fundamental, a fim de que 
o questionamento e a divulgação oral do saber pudessem ser 
potencializados, em função da comunicação sem ruídos. 
30 
 
 
 
 
Outra característica discursiva, desenvolvida paralelamente à retórica pelos 
filósofos gregos, foi a oratória: a preocupação em se esforçar para garantir 
que a mensagem transmitida, por meio do processo comunicacional, fosse 
plenamente compreendida pelos receptores. Tal esforço ainda é atual, 
inclusive no âmbito organizacional, em função do ato de falar em público. 
A oratória pode ser considerada como um poderoso recurso, a fim de 
que as ideias sejam apresentadas de forma clara e concisa, em um jogo 
vocabular que não apenas transmite a mensagem desejada, mas nota 
respostas nos receptores da mesma por meio de olhares, postura e 
questionamentos, que possibilitam a continuidade desse processo. 
Foram vários os meios de comunicação para que houvesse uma 
evolução relacionada à forma de se expressar e aos recursos 
empregados para tal. Contudo, mesmo com as novas tecnologias sendo 
usadas para fortalecer o processo comunicacional, ainda devem ser 
mantidas a devida precaução e as devidas regras na divulgação de 
ideias, o que faz com que a retórica e a oratória sejam empregadas junto 
a essas mídias inovadoras, principalmente no âmbito organizacional, em 
ações como palestras, reuniões e capacitações de colaboradores. 
PARA SABER MAIS 
ARISTÓTELES. Retórica. São Paulo: Folha, 2015. 
A obra do filósofo Aristóteles, apresenta a importância do 
bem falar para a transmissão de ideias, em torno da eficácia 
no se fazer compreender pelos outros, de modo atraente e 
efetivo, buscando o sucesso na comunicação. 
As técnicas de retórica e oratória ainda possuem relevância devido 
à preocupação constante do ser humano, ao longo de sua evolução 
31 
histórica e cultural de se comunicar da maneira mais eficaz e objetiva 
possível, a fim de que consiga a devida compreensão para com os 
receptores a quem direciona sua mensagem. O modo com que a 
comunicação sem ruídos ocorre, também muda de acordo com o 
contexto, pois são variados os fatores que prendam ou não a atenção 
dos receptores em meio a um discurso. 
É interessante perceber que é natural ao ser humano a apreensão 
de maneira seletiva, inclusive em meio à sociedade da informação, 
que disponibiliza uma quantidade enorme de informações por meio 
de várias fontes. O conhecimento é gerado com a apreensão do que 
realmente interessa ao receptor e, consequentemente, é o que será 
armazenado pelo cérebro de modo efetivo. 
Dentre as regras que se aplicam à retórica, pode-se evitar o emprego de 
palavras muito complexas, ainda mais se não fizerem parte do universo 
sociocultural do público em questão. Deve-se interpretar os termos 
técnicos que fizerem parte do discurso, principalmente se for sabido 
que os presentes não possuem o devido conhecimento ou o tiverem 
de modo superficial. Com tal iniciativa, sentenças que seriam difíceis 
de interpretar ficam facilmente passíveis de compreensão, garantindo 
a assimilação das ideias transmitidas, bem como a dinamicidade do 
processo comunicacional. 
Com relação à oratória, as regras são voltadas à utilização prática das 
palavras, ou seja, do discurso em si, no momento da fala. Para que a 
compreensão das palavras seja efetiva, basta que o orador, enquanto 
emissor preocupado com a transmissão de sua mensagem e com o 
feedback a ser obtido, trabalhe sua locução, atentando para o modo e a 
velocidade com que produz seu discurso. 
Por meio da eloquência e da interpretação dos termos técnicos, além da 
locução empregada da maneira mais clara e concisa possível, o emissor 
dos conteúdos, seja qual for o tipo de evento em que tiver contato com 
32 
seu público, terá sucesso em ser compreendido e suas ideias serão 
assimiladas de forma a produzir conhecimento efetivo. 
A retórica pode ainda ser utilizada em mídias escritas, produzindo 
gêneros textuais como cartas, relatórios e memorandos, utilizados 
constantemente no contexto organizacional, podendo ser elaborados, 
inclusive, considerando-se o poder de argumentação explícito no 
documento em questão. O julgamento das palavras a serem utilizadas é 
prévio, baseando-se no público a quem se destina a mensagem, a fim de 
que sejam efetivadas sua apreensão e compreensão. 
Portanto, da mesma forma que, no contexto organizacional, a retórica 
auxilia o orador na escolha das palavras corretas para momentos 
específicos, também contribui com a comunicação escrita, em relação 
aos gêneros textuais que a compõe. A descrição dos detalhes referentes 
à empresa também é um elemento específico dos documentos em 
âmbito organizacional, seja para relatar ideias sobre a criação ou 
renovação de um produto, seja para realizar um evento ou uma 
campanha promocional. 
Tal precaução garante que as ideias sejam compreendidas passo 
a passo nessas realizações organizacionais, fazendo com que os 
processos cotidianos não sejam prejudicados por uma atitude errada, 
um mal entendido por parte do colaborador. A retórica permite a este, 
portanto, que ao ler um documento sejam aplicadas todas as medidas 
necessárias, a partir das instruções transmitidas por escrito. 
ASSIMILE 
Retórica e oratória são elementos que fazem com que o 
texto seja devidamente produzido, inclusive com o cuidado 
adicional com as palavras a serem empregadas, bem como 
o sentido que as mesmas venham a gerar no leitor. 
33 
 
 
 
 
 
 
Com base nos símbolos, a fala gera um aspecto único e exclusivo da 
cultura humana: a linguagem, e, nesse conjunto formado pela imagem 
e a ação de falar, surge a forma como o homem pode sugerir/ produzir 
significados e resignificados para tudo em seu meio, a imaginação com o 
estabelecimento coletivo de crenças, aspectos culturais e interdiscursivos (a 
interpretação do que se lê e ouve). Ao longo do desenvolvimento humano, 
os questionamentos sobre tudo o que existe são constantes e variados. 
Em busca de respostas, o ser humano cria explicações por meio da 
imaginação, diante de valores e realizações de seus antecessores, 
disseminando-as coletivamente pela fala, formando a chamada 
tradição/ cultura oral. Essa tradição compreende aforma pela qual 
os conhecimentos são transmitidos por meio da fala, de geração para 
geração, sendo a forma pela qual muitos registros históricos, filosóficos, 
culturais e literários puderam ser mantidos até os dias atuais, a exemplo 
de gêneros conhecidos da tradição oral, como mitos, contos de fada, 
ditados populares e provérbios. 
2. Aspectos culturais da fala e do texto 
A partir das constatações pertinentes sobre o uso da linguagem 
nos primórdios da evolução humana, pode-se considerar algumas 
ideias sobre a forma como as diversas culturas se utilizaram de 
símbolos e seus significados, a fim de representarem seres, objetos e 
fenômenos diversos. 
As mitologias, compreendendo formas fantásticas de explicação para 
os fenômenos naturais e as realizações humanas, constituem uma das 
primeiras manifestações da cultura oral na humanidade. Na narração 
dessas realizações, baseadas em valores como justiça, honra e coragem, 
surge a figura mítica do herói, junto de uma noção mundial do que seria 
o ato de heroísmo. 
34 
 
 
Em diversas culturas, as buscas realizadas por um objeto de valor, 
que traria poderes a quem o utilizasse com responsabilidade, ou pelo 
caminho de volta para casa ou ainda para derrotar um ou mais inimigos 
malignos ou mesmo pelo autoconhecimento, retratam os obstáculos 
necessários para a transfiguração de um mortal em herói. 
São exemplos de herói: na cultura greco-romana, Héracles (ou Hércules), 
Aquiles e Ulisses (ou Odisseu); na cultura nórdica (países como Noruega 
e Finlândia), Thor e Sigfried; na oriental, Krishna (reencarnação guerreira 
da deusa Vishnu) e Amaterasu (deusa-sol que se encarnou em forma de 
loba, para derrotar o dragão Orochi). 
As mitologias ainda fazem parte do imaginário do homem 
contemporâneo, sendo parte de diversas manifestações linguísticas e 
artístico culturais, como livros, obras cinematográficas e até mesmo 
em jogos eletrônicos. A jornada do herói é descrita, segundo Joseph 
Campbell, como um movimento cíclico, pertencente a mitologias 
de culturas diversas, nas quais o herói serve de exemplo ético para 
os demais indivíduos, ao sair em busca de um objeto ou conquista 
almejado, passar obstáculos e chegar ao seu objetivo, retornando ao seu 
lar após cumprir seu destino. 
A partir de uma ou mais etapas vencidas, era congratulado pelo 
heroísmo aquele que partia em sua busca e retornava, com conquistas 
materiais e/ ou espirituais, tornando-se um símbolo mítico dos valores 
relacionados ao ato heroico e um exemplo do comportamento em 
sociedade. A partir da compreensão do início da interpretação do 
mundo, feita pelo homem, a partir da representação em símbolos, 
podem ser abordadas questões referentes aos valores colocados pelo 
homem, como ideais para as suas realizações e a sua existência, assim 
como o processo para o desenvolvimento do raciocínio lógico. 
Se os heróis transmitiam, por meio de seus mitos, a conduta que 
deveria ser espelho para as realizações humanas, o comportamento 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
passou a ser uma discussão entre os homens, em busca de outro 
aspecto da existência dos mesmos: a vida em sociedade. Também 
na sociedade grega, além da imaginação e da linguagem permitirem 
que se desenvolvesse o pensamento mitológico, possibilitaram 
também outro tipo de reflexão sobre os homens e o mundo: o 
pensamento filosófico. 
A diferença desse modo de pensar estava na interpretação das 
coisas: enquanto o homem com a mitologia buscava significados 
além dos acontecimentos e realizações observados, revelando as 
respostas no contexto fantástico, com a Filosofia, ele se questionava 
e se questiona, racionalmente, sobre aquilo que era observado, 
procurando respostas nas características e/ ou ações próprias do 
objeto ou ser investigado. 
E foi analisando o convívio do ser humano em sociedade, 
considerando os valores que realmente contribuíam para o bem 
comum, que os filósofos (homens que questionavam o mundo pela 
razão) elaboraram um conjunto de preceitos para tal orientação 
social, denominada Ética, enquanto o conjunto de normas sociais que 
orientavam e orientam o homem em seu meio social a se portar de 
modo a não prejudicar a si mesmo e aos demais, no equilíbrio entre 
vícios e virtudes. 
A Ética orientava o ser humano, de acordo com a Filosofia, sobre quais 
atitudes seriam corretas e em quais ocasiões. Seria um dos produtos dos 
questionamentos filosóficos que, além dos preceitos morais, colocariam 
em cheque todos os elementos abordados pela mitologia. 
Contudo, o pensamento racional substituiu a fantasia, sendo a 
curiosidade a base; e a reflexão e a experimentação, as ferramentas 
para que a razão guiasse as descobertas realizadas em outras áreas 
em expansão na mesma época, como Matemática, Química, Física 
e Astronomia. 
36 
3. Considerações sobre a produção textual 
O texto, assim como o discurso, é produzido em gêneros textuais 
diversos, de acordo com as possibilidades vislumbradas em um 
determinado contexto. Com relação, por exemplo, aos meios de 
comunicação voltados ao público externo de uma organização, podem 
ser destacadas as peças publicitárias, as notícias corporativas, os sites, o 
atendimento ao consumidor e a pesquisa de opinião, por exemplo. Esses 
recursos externos, como pode ser notado, acompanham os públicos em 
seu cotidiano, diferentemente dos meios internos, que estão inseridos 
no cotidiano dos colaboradores e que, por sua vez, acompanham o dia a 
dia da organização. 
A peça ou anúncio publicitário, mídia conhecida por toda a população 
consumidora e reconhecida, inclusive internacionalmente, está 
voltada especificamente para quem consome os produtos e serviços 
organizacionais. Normalmente, seus dados se referem ao produto ou 
serviço oferecido pela organização, com destaque para suas funções 
e características (embalagem, qualidade e eficácia em satisfazer uma 
necessidade do consumidor). 
Hoje, além de trabalhar com o produto ou serviço em si, a peça 
publicitária ainda pode se referir à própria organização, associando seus 
valores e seus diferenciais de mercado a este meio de comunicação, 
como forma de se apresentar ao público consumidor. 
As notícias corporativas são desenvolvidas de acordo com as 
informações que são transmitidas pela organização para a imprensa. 
Esta, por sua vez, repassa os dados obtidos para a sociedade em geral. 
Tais notícias dizem respeito às realizações da empresa, assim como 
às medidas que venham a ser tomadas no caso de um lançamento 
de produto ou nas resoluções de uma crise. Tal mídia é gerada pela 
assessoria de imprensa da organização em questão, que pode trabalhar 
com o press-release ou a mídia espontânea. 
37 
O press-release é uma notícia curta e específica sobre a organização, 
com enfoque voltado ao que se deseja informar. A mídia espontânea 
por muitas vezes não é espontânea, mas sim planejada pela assessoria 
de imprensa para promover a organização, por meio de uma notícia 
referente a uma realização organizacional de destaque. 
O atendimento ao consumidor, os sites e a pesquisa de opinião, 
estão voltados ao público externo, em geral, com foco específico 
para os consumidores. O atendimento ao consumidor pode contar 
com um serviço específico por telefone, o Serviço de Atendimento ao 
Consumidor (SAC), já que a relação entre organização e consumidor não 
termina no ato da compra, mas pode continuar em um serviço de troca 
ou assistência do produto, por exemplo. 
A pesquisa de opinião é o procedimento de verificar se a opinião do 
consumidor em relação a alguma realização da organização (produto, 
serviço ou imagem institucional), pode ser efetivada por meio de dados 
obtidos com o próprio SAC, dos sites ou ainda com uma pesquisa 
específica, dependendo da necessidade organizacional quanto a 
questões referentes a uma determinada atividade ou departamento. 
Contudo, os meios mais eficazes para garantir a participação dos 
colaboradores nas realizações organizacionais, bem comopara a 
divulgação positiva da instituição para com a sociedade, são os meios de 
comunicação interna. Podem ser citados, por exemplo: como interno, o 
mural de notícias, o jornal e a rádio; a revista institucional e a Intranet. 
O mural de informações é um quadro, fixado a uma parede, 
normalmente de um corredor ou local com alto fluxo de transeuntes. 
Seu tamanho é de acordo com o tamanho do local em que estará fixado. 
Quanto mais colaboradores transitarem e quanto maior for o ambiente, 
mais o mural terá de chamar a atenção com suas cores, tamanho e 
diagramação (forma como as informações se encontram dispostas no 
recurso em questão). 
38 
O jornal interno e a revista institucional são elaborados com o mesmo 
formato dessas mídias convencionais, mas com notícias que dizem 
respeito aos acontecimentos relevantes da organização. Pode até 
conter notícias que façam referência ao contexto político, econômico 
ou sociocultural, mas com enfoque nos dados estatísticos, as metas, 
as conquistas e os responsáveis por elas. Também são divulgados os 
eventos realizados pela organização. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Reflita sobre a seguinte situação: de que forma você 
acredita que a retórica possa ser usada em diversos 
momentos do contexto sociocultural? Você verifica algum 
modo eficaz da mensagem a ser passada ao leitor ou 
ouvinte? E quanto a informações falsas, as mesmas podem 
ser transmitidas a partir de ideias apresentadas de forma 
atraente e com riqueza de vocabulário, tendo como base as 
técnicas pertinentes à retórica e à oratória? 
Outra comunicação interna muito utilizada é a rádio interna, que 
obedece aos padrões de uma estação de rádio convencional, 
trabalhando muitas vezes com uma programação similar, de músicas a 
anúncios. Os acontecimentos internos são o foco dessa mídia, voltada 
principalmente a destacar aos colaboradores fatos e realizações diárias 
no âmbito organizacional. 
A Intranet é uma mídia interna com grandes potencialidades para 
a transmissão de informações. Funciona praticamente como a 
Internet, no que se refere à propagação de informações e ao modo de 
navegação, mas seu conteúdo é restrito a alguns sites ou apenas ao 
site da organização, bem como aos relacionados às realizações diárias 
39 
 
 
 
 
 
 
 
do colaborador (como site de notícias e/ ou pesquisa). Trata-se de um 
recurso de comunicação muito difundido, inclusive devido ao modo de 
operação ter como base os recursos da Internet. 
Discutindo-se a importância de cada mídia, pode-se verificar que os 
usos são específicos, de acordo com o alcance, o número de pessoas e a 
mensagem a ser propagada. Dentre as especificidades, também podem 
ser consideradas a apresentação da mídia e a forma pela qual será 
distribuída no ambiente organizacional. 
As considerações em torno dos gêneros textuais, produzidos no 
contexto do mercado de trabalho, abrem espaço para que sejam 
analisados os textos mais comuns, elaborados tanto na Literatura 
quanto na área do Jornalismo. Deve-se compreender que, se os textos 
organizacionais são elaborados para o público externo e interno 
destas instituições, há também outras formas textuais que garantem a 
veiculação de importantes conteúdos para outros âmbitos da sociedade. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Podem ser citados como exemplos de meios de 
comunicação interna, exceto: 
a. Mural de notícias. 
b. Jornal interno. 
c. Revista institucional. 
d. Rádio interna. 
e. Internet. 
2. Conjunto de técnicas relacionadas à escolha de vocabulário 
e de ideias pertinentes à elaboração de um discurso eficaz: 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. Marketing. 
b. Retórica. 
c. Intranet. 
d. Organização. 
e. Filosofia. 
3. Elemento formado por técnicas que permitem a escolha 
pertinente de elementos não verbais ao discurso: 
a. Comunicação. 
b. Mitologia. 
c. Oratória. 
d. Cultura. 
e. Ruído. 
Referências bibliográficas 
BAKHTIN, Mikhail. Os Gêneros do Discurso. Rio de Janeiro: 34, 2015. 
CAMPBELL, J. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athena, 2005. 
___________. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix, 2003. 
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: 
Perspectiva, 2000. 
MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação. 
São Paulo: Edições Loyola, 1999. 
VYGOTSKY, L. S. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
Gabarito 
Questão 1 – Resposta E. 
Resolução: Apenas a Internet não corresponde a uma produção 
textual pertinente à comunicação interna das organizações. 
41 
Questão 2 – Resposta B. 
Resolução: Retórica é o conjunto de técnicas que permite a escolha 
efetiva de ideias e de vocabulário para um discurso. 
Questão 3 – Resposta C. 
Resolução: Oratória é o conjunto de técnicas que auxiliam o reforço 
da mensagem transmitida por meio de um discurso. 
42 
 
ll►. 
Recursos Expressivos em 
Diferentes Textos 
Autor: Carlos Eduardo Damian Leite 
Objetivos 
• Analisar os principais aspectos da linguagem. 
Compreender o uso da língua como integradora 
social e formadora de identidade. Verificar o uso 
da linguagem como recurso expressivo e formador 
de diferentes textos, com enfoque no contexto 
sociocultural contemporâneo. 
43 
 
 
1. Aspectos do aprendizado e uso da linguagem 
Considerando-se os aspectos relevantes ao desenvolvimento do 
indivíduo de acordo com as capacidades biológicas e psicossociais, 
é importante analisar as concepções de Jean Piaget (1996)1, teórico 
cujo foco de pesquisa foi o desenvolvimento cognitivo, de acordo com 
períodos específicos juntamente dos estímulos exteriores e interiores. 
Isso com base nos estudos realizados pelo teórico, denominada Teoria 
da Epistemologia Genética, afirmando que a criança possui etapas de 
desenvolvimento específicas. 
Para o autor, tais etapas consistem em períodos definidos pela idade 
dos indivíduos, marcando o desenvolvimento cognitivo dos mesmos. São 
quatro períodos: o sensório motor (0 a 2 anos); o pré-operatório (2 a 7 
anos); o das operações concretas (7 a 12 anos); o período das operações 
formais (12 anos completos em diante). 
Os três primeiros períodos são essenciais para a constituição do 
indivíduo, pois no sensório motor é o período onde o indivíduo tem um 
conhecimento primitivo de mundo, de acordo com suas necessidades 
vitais e instintos, no período pré-operatório. Já se iniciam novos 
conceitos, como o autoconhecimento, a imitação, um novo olhar 
de mundo, embora ainda não saiba o conceito de regras, onde são 
inicialmente construídas as noções da moral, da obediência, embora 
ainda não respeitem regras, pois o indivíduo ainda não possui um juízo 
definido, uma moral positivada, segundo Piaget (1996)2. 
Diante dessas considerações, pode-se compreender, a partir de 
Piaget (1996) que, a partir dos doze anos, a linguagem atua no 
desenvolvimento dos indivíduos como forma de estabelecer o convívio 
social, seja no âmbito familiar, escolar ou comunitário, bem como 
fortalece as concepções referentes à moral, inclusive por meio de testes, 
1 PIAGET, J. A Construção do Real na Criança. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996. 
2 PIAGET, J. A Construção do Real na Criança. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
como enfrentamentos ao comportamento considerado padrão – tão 
comuns em meio à rebeldia dos quinze, dezesseis e dezessete anos. 
Mediante esse pensamento, é confirmada a premissa de Piaget (1996) 
sobre apenas no período das operações concretas serem definida a 
moral, a ética do indivíduo em formação, iniciando-se a aquisição de 
regras, o que vai, paralelamente, ao encontro dos estímulos midiáticos. 
Ainda falando da teoria de Piaget (1996), tem-se os conceitos de 
assimilação e acomodação, onde fica claro como funciona a influência 
da leitura de mundo nas crianças: a assimilação consiste em uma nova 
informação, como se o cérebro fosse um sistema de fichas onde é 
inserida uma ficha nova. 
Todo esse sistema então é modificado e a acomodação seria a 
internalizaçãoda nova informação que processada dentro desse sistema, 
no caso o cérebro da criança, se torna um conceito ou até mesmo uma 
vontade. Isso significa dizer que o desenvolvimento humano diz respeito 
à relação que o sujeito estabelece com o objeto a ser devidamente 
contemplado e analisado. Tal ação torna comum a convivência 
homogênea entre os indivíduos e é necessária a busca por uma moral que 
respeite tal convívio, uma vez que tais apelos são internalizados. 
Ao serem verificadas outras concepções acerca do aprendizado, 
complementado pelo uso das novas tecnologias e a aplicação das 
mesmas no contexto educacional, é valiosa a contribuição do filósofo 
contemporâneo Pierre Lévy (1993)3 e a formação, em escala global, de um 
fenômeno cognitivo e sociocultural que ele denomina Inteligência Coletiva. 
O filósofo diz que o ser humano, por meio das Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TICs), se conecta ao mundo pelo contato, pela interação 
geral. “As fronteiras são as ruínas, ainda de pé, de um mundo em revolução. 
(...) O verdadeiro destino do homem é ser um planetário, participando 
ativamente da inteligência coletiva de sua espécie” (LÉVY, 1993, p. 03)4. 
3 LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: 34, 1993. 
4 LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: 34, 1993. 
45 
Nessa sociedade, a educação permanente será um imperativo, no que se 
refere ao aprendizado efetivo e valorizado, surgindo assim um novo tipo 
de homem: o homo studiosus, que é a realização de um dos mais velhos 
sonhos humanistas, o homo universalis. “O homem universal, ou aquele 
que está munido de uma instrução completa e em condições de mudar 
de profissão e, portanto, também de posição no interior da organização 
social do trabalho” (LÉVY, 1993, p. 33-34). 
O autor ainda caracteriza o homem como ser social, fruto de uma 
comunidade que provoca efeitos no pensamento e no agir deste por 
meio da linguagem, pelo sistema de valores, pelas relações sociais. 
Vê-se a tecnologia, contribuindo para o aumento e a modificação das 
capacidades cognitivas do homem (LÉVY, 1993). 
A planetarização de Lévy descreve um fenômeno que se relaciona 
com a transformação do espaço e do tempo. Um fenômeno também 
relacionado com o surgimento de novos meios de comunicação, em 
que a diversão se confunde com a aprendizagem e novas formas de 
aprender aderem à ideia da “educação-entretenimento” (LÉVY, 1993). 
A entrada do computador na sala de aula, principalmente na 
contemporânea sociedade da informação, trouxe questões que dizem 
respeito não só ao uso das TICs, como, principalmente, sobre outros 
procedimentos relacionados à efetividade da educação. 
A questão é definir qual tecnologia é utilizável na educação, na convicção 
de que seu uso deve ser acompanhado da reflexão sobre a mesma. 
Determinar a importância desta ou daquela tecnologia, em termos 
de ajudar o aluno na construção do conhecimento, tem sido uma 
preocupação recorrente dos educadores. 
Diante das concepções de Lévy e da relevância na definição do uso 
das TICs na educação, verifica-se que o professor deve assimilar, com 
relação às suas técnicas, o papel de mediador entre o conhecimento 
46 
 
 
 
 
~
 
científico e o aluno – sendo que a Inteligência Coletiva só se desenvolve
a partir da colaboração entre os envolvidos.
Isso significa que o docente deve estar atento às formas pelas quais o
estudante deve assimilar as informações, com a devida análise crítica
das fontes de pesquisa e dos conteúdos difundidos, como também
desenvolvê-las e divulgá-las, a fim de apresentar sua colaboração na
propagação virtual do conhecimento.
Desse modo, a figura docente vem a ser responsável não apenas por 
aplicar as TICs no estímulo do processo de ensino aprendizagem, a partir da
compreensão da Inteligência Coletiva, mas também de incentivar a inserção
do aluno na cultura digital, a partir do momento em que este reconhece seu
papel na elaboração e divulgação de conteúdos por meio da Internet.
2. Geração de textos 
O texto é produzido no contexto sociocultural a fim de que se reflitam
as ideias e valores de uma sociedade, a partir do momento em que
a mesma deseja efetivar a propagação por diversos grupos étnicos,
reunindo indivíduos de diferentes idades, nível de escolaridade e
socioeconômico. Um texto pode ainda ser produzido por meio da
denotação, que é o significado diretamente relacionado à palavra
ou sentença apresentada; e/ ou da conotação, que é o significado
secundário, gerado por outros empregos que a palavra ou sentença
apresentada possa ter.
PARA SABER MAIS
ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso. Campinas, SP:
Papirus, 2010. 
47 
 
 
 
 
 
Nessa obra, a autora apresenta características básicas da 
formação do discurso enquanto texto grerado em ocasiões 
específicas, bem como as formas com que o mesmo pode 
ser analisado, diante dos significados propostos por aquele 
que o elabora. 
Segundo Orlandi (2010)5, o discurso deve ser analisado enquanto 
produção textual gerada em um determinado contexto, isto é, produzido 
de acordo com a historicidade em que o seu emissor se baseia para 
gerar as informações que deseja repassar ao seu público. Pode-se 
empregar elucubrações diversas, mas a perspectiva individual é sempre 
pautada no momento presente. 
ASSIMILE 
São várias as possibilidades de interpretação em torno do 
texto gerado, inclusive quando se percebe que o mesmo 
consiste em um discurso, pois está associado à linguagem 
verbal e não verbal. Já na modalidade escrita, os recursos 
empregados são voltados ao estímulo da imaginação do 
leitor, no que se refere a sua função. Por exemplo, ao se 
tratar de uma narrativa, os detalhes do ambiente e dos 
personagens devem ser descritos com detalhes, a fim de 
que o enredo seja ricamente apresentado. 
A partir da interpretação de falas, gestos e outras sutilezas do cotidiano, 
inseridos no contexto da cultura e da sociedade, pode-se analisar o 
discurso por completo: além de compreender as características do âmbito 
sociocultural, também se descobre, com a devida observação e análise 
5 ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso. Campinas, SP: Papirus, 2010. 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de seu cotidiano, quais os elementos que mais chamam a atenção dos 
indivíduos, enquanto receptores, seja na modalidade oral ou escrita. 
Na arte, em geral, não são poucas as vezes que se estabelece a lição de 
criação artística por meio da própria linguagem empregada, isto é, não 
são poucas as vezes que um texto é utilizado para se delinear a maneira 
como se pode, ou deve, construí-la. Da mesma maneira, há registros 
delimitando os limites formais da construção textual. 
A teoria da comunicação nomeia tal qualidade como metalinguagem, 
de modo que a base para tal conceito fora expressada por Roman 
Jakobson definindo que a interpretação de um signo linguístico por meio 
de outros signos da mesma língua, sob certo aspecto homogêneos, é 
uma operação metalinguística. “O recurso à metalinguagem é necessário 
tanto para a aquisição da linguagem como para seu funcionamento 
normal”. (JAKOBSON, 2007, p. 78)6 
Os gêneros textuais começam a fazer parte da cultura por meio de ações 
de criação de textos voltados à exposição de fatos (notícias e artigos 
de opinião), descobertas científicas (artigos, monografias, dissertações 
e teses), aos ideais poéticos e artísticos (poesias), às narrativas fictícias 
(romances) e não fictícias (contos e biografias). As questões relacionadas 
ao contato com as novas tecnologias ganharam uma nova importância, 
principalmente, após a devida reestruturação da cultura de comunicação, 
por meio de criações de políticas de comunicação nas mídias sociais. 
A partir da criação de uma autêntica cultura de comunicação, com a 
consequente valorização dos conteúdos apresentados, com a adoção de 
atributos fundamentais, por sua vez, à cultura organizacional, tais como 
profissionalismo,ética, transparência, dinamismo, criatividade e exercício 
pleno da cidadania, o relacionamento entre escritores, jornalistas e 
pesquisadores com seus públicos ganhou um novo patamar, refletindo-se 
em novas iniciativas por parte, inclusive, dos indivíduos. 
6 JAKOBSON, R. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 2007. 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. O aprendizado pelos textos 
Se forem considerados os aspectos socioculturais, como a linguagem 
e o simbólico, faz-se relevante o uso da obra de Vygotsky (2001)7, pois 
o autor aponta como características de seu terceiro pressuposto, o 
sociointeracionista, a adoção do simbólico na interpretação da realidade 
e na apreensão de informações, capacidade humana possível apenas 
graças à plasticidade do cérebro (propriedade que lhe permite a 
adaptação em relação ao meio e ao conhecimento constantemente 
apreendido e inovado). 
Ainda segundo Vygotsky (2001), a partir das características observadas 
e das experiências obtidas, as informações apreendidas no mundo, 
em objetos, seres e fenômenos da natureza, são adaptadas para a 
representação simbólica, por meio da qual o que é estudado ganha uma 
denominação específica, para que sejam reconhecidos pelos demais 
seres humanos. 
Dante (2006)8 comenta que na área específica da alfabetização e 
letramento, os professores elaboram suas propostas pedagógicas 
sem reconhecer as potencialidades de seus alunos e, assim, não 
conseguem perceber “quais são os caminhos que eles aprendem com 
mais facilidade, ou ainda, não sabem detectar quais as razões que 
impedem alguns alunos de aprender” (DANTE, 2006, p. 59). Devido 
ao fato do professor, muias vezes, não compreender os diferentes 
mecanismos utilizados pelo aluno para aprender, acaba por rotulá-lo 
de incompetente. 
A partir do momento em que tais interpretações simbólicas são reunidas 
e utilizadas como um conjunto de combinações, surge a linguagem dentro 
de um sistema linguístico específico, de acordo com particularidades de 
cunho sociocultural. Tal colocação ganha importância na concepção de 
7 VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
8 DANTE, Luiz R. Didática na Pré-Escola – Série Educação. São Paulo: Ática, 2006. 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
Wallon (2010)9, inclusive quando a linguagem é valorizada pelo professor 
sujeito desse trabalho, como elemento base do desenvolvimento do 
educando, em conjunto do reconhecimento desse em relação à sua 
capacidade e da forma como pode se expressar e/ ou se posicionar em 
determinadas situações ou contextos socioculturais. 
Surge então a necessidade de ampliar as vias educacionais, visando 
interagir com múltiplos meios de influências e linguagens diversificadas, 
com base no mundo tecnológico, proporcionando ao aluno com 
deficiência auditiva recursos que contribuam para seu aprendizado de 
forma prazerosa e lúdica. A aprendizagem é um processo constante e 
contínuo, não acontece de uma só vez, mas ocorre ao longo de nossas 
vidas em fases, em ciclos. É o resultado da estimulação do ambiente 
sobre o indivíduo já maturo, que se expressa, diante de uma situação-
problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função 
da experiência (WALLON, 2010)10. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Reflita sobre a seguinte situação: um texto possui mais 
importância do que o outro? Um gênero possui relevância 
maior ou menor quando comparado com outros? Por quê? 
Mais do que objetos de conhecimento, segundo Vygotsky (2001)11, 
as linguagens são meios para o conhecimento. O homem conhece o 
mundo por meio de suas linguagens e de seus símbolos. À medida que 
se torna mais competente nas diferentes linguagens, torna-se mais 
capaz de conhecer a si mesmo, sua cultura e o mundo em que vive. Com 
base nessa perspectiva, na escola, os estudos na área desenvolvem o 
9 WALLON, H. Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
10 WALLON, H. Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
11 VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
51 
conhecimento linguístico, musical, corporal, gestual, das imagens, do 
espaço e das formas. 
Esse conhecimento deve partir dos interesses dos indivíduos, de suas 
necessidades imediatas e do meio em que vivem, cabendo ao professor 
priorizar as habilidades naturais de cada faixa etária educacional, com 
atividades lúdicas que estimulem o desenvolvimento das habilidades de 
observação e análise, a fim de que seja feita a exploração do contexto 
em que vivem. 
Ao entrar na escola, os conhecimentos começam a ser aprofundados e 
organizados a partir de situações propícias para que as crianças ponham 
em prática os conhecimentos que possuem e, consequentemente, os 
ampliem. Com a leitura, inclusive, todos os principais conhecimentos são 
apreendidos e devidamente analisados. 
Para ter concretizado essa proposta, acredita-se ser necessário criar 
contextos didáticos que considerem e explorem os saberes dos 
estudantes a respeito dos conteúdos que aprenderão. Ao concluir 
esse trabalho sobre proposta de alfabetizar por meio da contação de 
histórias, ficou registrada a certeza de que essa proposta é fundamental 
para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. 
Destaca-se o quanto é importante e necessário o professor despertar 
no aluno, em todas as áreas do conhecimento, interesse, criatividade 
e gosto, tendo em vista que o pensamento é expresso por palavras, 
gestos, oralidades, que se transforma em escrita. É preciso que 
possibilite ao educando momentos de leitura com prazer, interesse, 
crítica, e que o mesmo adquira o hábito de ler durante toda vida. 
A Educação precisa oferecer conhecimento que possibilite ampliar e 
explorar o interesse discente, relacionando as atividades de ensino 
com a curiosidade dos alunos, valorizando suas ideias espontâneas. É 
necessário que se recrie o método de ensino de forma que as novas 
52 
 
 
 
 
 
 
tecnologias sejam utilizadas pelos alunos como recursos voltados à 
construção efetiva do saber. 
Em meio às questões que surgem, o docente logo pode compreender 
seu papel de mediar as informações encontradas e o modo como 
as mesmas serão processadas, transformadas em conhecimento e 
apreendidas, para que todos tenham a chance/ oportunidade de se 
expressar, questionar o que já está aparentemente determinado, para 
que o aprendizado siga em processo valioso e contínuo. 
A cultura oral compreende a forma pela qual os conhecimentos são 
transmitidos por meio da fala, de geração para geração, sendo a forma 
pela qual muitos registros históricos, filosóficos e culturais puderam ser 
mantidos até os dias atuais. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Como pode ser definida a Inteligência Coletiva? 
a. Elaboração de conhecimentos científicos, gerados por 
grupos de renomados teóricos. 
b. Elaboração e difusão de conhecimentos variados de 
toda a sociedade, por meio de recursos presentes nas 
novas tecnologias. 
c. Elaboração de conhecimentos variados, por um 
número restrito de pesquisadores. 
d. Elaboração e difusão de conhecimentos científicos, 
por meio de sites de busca. 
e. Elaboração e difusão de conhecimentos científicos, 
por meio das redes sociais. 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Assinale a alternativa que completa a premissa de 
Pierre Lévy (1993): 
O verdadeiro destino do homem é ser um ____________, 
participando ativamente da __________________________ 
de sua espécie. 
a. Planetário/ Inteligência Coletiva. 
b. Solitário/ Inteligência Coletiva. 
c. Planetário/ Inteligência Absoluta. 
d. Planetário/ Inteligência Individual. 
e. Solitário/ Inteligência Extrema. 
3. O que vem a ser, segundo Lévy (1993), a união entre 
diversão e aprendizagem? 
a. Educação Entrosada. 
b. Educação Divertida. 
c. Educação Espetáculo. 
d. Educação Entretenimento. 
e. Educação Infantilizada. 
Referências bibliográficas 
DANTE, Luiz R. Didática na Pré-Escola

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