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0 Nível Supervisão, Perfuração, Intervenção e Completação © 2014 Todos os direitos reservados a Única Segurança de Poços. 1 DECLARAÇÃO DE QUALIDADE E POLÍTICA DE COMENTÁRIOS Caro participante: O IADC é um comitê para assegurar que seus credenciados ofereçam ensino de qualidade, além de um alto padrão de conduta. Um dos caminhos para continuarmos a melhorar nossos programas de credenciamento e processos é ouvindo e respondendo aos pontos de vista dos participantes dos treinamentos. O IADC pretende garantir que: Fazer um comentário seja tão fácil quanto possível; Nós levamos qualquer comentário acerca de nossos credenciados a sério; Nós responderemos da forma correta – por exemplo, nós investigamos, coletamos mais informações e ponderamos os dois lados antes de tomarmos uma decisão; Aprendemos a partir dos comentários recebidos e os utilizamos na melhoria da qualidade do programa de credenciamento; Os credenciados aprendem com os comentários recebidos e os utilizam na melhoria da qualidade do ensino que eles provêm. Como você pode fazer um comentário? Você pode comentar pessoalmente, por escrito, por fax, por e-mail, por telefone ou através de formulário disponível no site do IADC através dos endereços listados abaixo. Dirija seus comentários para: Diretor – Garantia de Qualidade/Controle de Qualidade. Por favor, forneça detalhes suficientes concernentes às suas experiências com o curso de modo a permitir que o IADC colete mais informações quanto necessárias (ex.: nome do curso, data e local do treinamento, instrutor, escola ministrante, etc.). Sua informação de contato é opcional, mas assistirá ao IADC se o acompanhamento das informações for necessário. Contato IADC: Pessoalmente: IADC Headquarters 10370 Richmond Ave., Suite 760 Houston, TX 77042 USA Por escrito: IADC Attn.: Director – QA/QC PO Box 4287 Houston, TX 77210-4287 USA Por fax: +1.713.292.1946 Por telephone: +1.713.292.1945 Por E-mail: quality@iadc.org mailto:quality@iadc.org 2 SUPERVISÃO OnShore Versão 1.1 MANUAL DE CONTROLE DE POÇOS SUPERFÍCIE 14/09/2016 13:44 3 PREFÁCIO Os participantes terão inicialmente uma revisão geral dos conceitos fundamentais importantes para que possam compreender a aplicação dos métodos de controle. Na sequencia, após a abordagem sobre kick e blowout, os procedimentos necessários para o completo controle da situação. Todos os tópicos abrangidos nesta apostila visam ampliar os conhecimentos em controle de kick. Procuramos expor o assunto de maneira a despertar o interesse do treinando e consequentemente motivá-lo ao aprendizado. Atingindo este objetivo, temos motivos para satisfação. Como esta nova versão ainda não sofreu um seguimento sistemático, solicitamos que possíveis erros encontrados aqui sejam comunicados para que possam ser corrigidos futuramente. 4 ÍNDICE # Parte I – Manual Controle de Poço I - CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................... 16 1 - Tipos de fluidos .................................................................................................................. 16 2 - Fluido de perfuração........................................................................................................... 16 2.1. Propriedades dos fluidos de perfuração ............................................................................ 16 a) Massa específica .................................................................................................................. 16 b) Parâmetros reológicos. ........................................................................................................ 17 c) Força gel .............................................................................................................................. 18 d) Salinidade ............................................................................................................................ 18 2.2. Propriedades do fluido após adensar ou diluir................................................................. 16 3 - Conceitos e cálculos de pressão ......................................................................................... 19 3.1. Definição de pressão ........................................................................................................ 19 3.2. Conceito do tubo em "U" e coluna hidrostática................................................................ 19 3.3. Tipo de pressão ................................................................................................................. 20 a) Pressão hidrostática ............................................................................................................. 20 b) Gradiente ............................................................................................................................. 21 c) Pressão da formação ............................................................................................................ 22 d) Pressão na cabeça do poço .................................................................................................. 23 e) Pressão num ponto do poço ................................................................................................. 23 f) Diferencial de pressão .......................................................................................................... 23 g) Pressão trapeada .................................................................................................................. 23 h) Pressões em condições dinâmicas ....................................................................................... 24 i) Pressões no fundo do poço estática e dinamicamente. ......................................................... 25 j) Pressão na sapata do revestimento estática e dinamicamente ............................................. 25 k) Pressão de absorção ............................................................................................................. 26 l) Pressão de fratura ................................................................................................................. 26 m) Pressão gerada no pistoneio ............................................................................................... 26 n) Massa específica equivalente .............................................................................................. 26 o) Relação volume, altura e seu efeito na pressão ................................................................... 27 p) Cálculos diversos - volume, tempo ..................................................................................... 28 5 II - KICK E BLOWOUT ...................................................................................................... 29 1. Definição. ........................................................................................................................... 29 2. Fluxos da formação para o poço ......................................................................................... 29 2.1. Causa do fluxo intenciona ................................................................................................ 29 2.2 Causas do fluxo não intencional ........................................................................................ 29 a. Incorreto abastecimento do poço ......................................................................................... 30 b. Pistoneio .............................................................................................................................31 c. Perda de circulação ............................................................................................................. 34 d. Massa específica do fluido insuficiente .............................................................................. 34 e. Corte do fluído de perfuração .............................................................................................. 35 f. Cimentação ........................................................................................................................... 37 3. Pressão anormal .................................................................................................................. 38 4. Indicadores de aumento da pressão de poros ...................................................................... 41 4.1 Indicadores diretos de pressão anormal ............................................................................. 42 4.2 Indicadores indiretos.......................................................................................................... 44 5. Detecção de kick ................................................................................................................. 44 5.1 Os Indícios de kick perfurando .......................................................................................... 44 5.2 Indício de kick durante a manobra .................................................................................... 46 5.3 Indício de kick durante uma perda de circulação .............................................................. 46 6. Importância da rápida detecção de um kick ....................................................................... 47 7. Distinção entre indicadores de kick e outras ocorrências. .................................................. 47 III – PROCEDIMENTOS ..................................................................................................... 48 1. Os Instrumentos de Detecção de Kick ................................................................................. 48 2. Informações Prévias ........................................................................................................... 48 3. Flow Check. ......................................................................................................................... 54 4. Comportamento do Fluido Invasor ...................................................................................... 55 5. Fechamento do Poço ........................................................................................................... 57 6. Monitora mento do poço após o Fechamento ...................................................................... 62 7. Na ocorrência de uma Perda Total de Circulação ............................................................... 67 8. Manobrando ......................................................................................................................... 67 9. Treinamento do Controle de Poços ..................................................................................... 68 10. Competência da Formação ................................................................................................ 69 11. Operações de Stripping ...................................................................................................... 72 12. Gás Raso ............................................................................................................................ 75 6 IV - CARACTERÍSTICAS E COMPORTAMENTO DO GÁS ....................................... 77 1. Tipos de Gás ........................................................................................................................ 77 1.1. Hidrocarbonetos............................................................................................................... 77 1.2. Gases Tóxicos ................................................................................................................... 77 2. Efeito da Densidade do Gás................................................................................................. 79 3. Migração do Gás .................................................................................................................. 79 4. Expansão do Gás ................................................................................................................. 79 5. Compressibilidade e comportamento de fases..................................................................... 80 6. Solubilidade na Lama .......................................................................................................... 80 V - INFORMAÇÕES SOBRE O KICK. ............................................................................. 82 1. Dados na Ocorrência ........................................................................................................... 82 2. Determinação de outros dados ............................................................................................. 83 VI - MÉTODOS DE CONTROLE COM A BHP CONSTANTE ..................................... 86 1. Objetivos dos Métodos de Controle .................................................................................... 86 2. Princípios dos Métodos de Controle com BHP Constante .................................................. 86 3. Métodos de Controle ........................................................................................................... 87 3.1. Método do Sondador ....................................................................................................... 87 3.2. Método do Engenheiro .................................................................................................... 92 3.3. Método Volumétrico........................................................................................................ 93 4. Planilha de Controle do Poço. ............................................................................................. 98 5. Procedimentos de Controle .................................................................................................. 98 5.1. Como Ligar e Desligara Bomba Mantendo a BHP ......................................................... 98 5.2. Manuseio do Choke Durante o Procedimento de Controle ............................................. 99 5.3. Problemas Durante a Circulação de um Kick (situações especiais) ............................... 99 5.4. Considerações sobre o Uso do Diverter. ......................................................................... 102 6. Outros Métodos de Controle de Poço .................................................................................. 103 6.1. Buliheading ...................................................................................................................... 103 6.2. Circulação Reversa Durante o Teste de Formação .......................................................... 104 VII - COMPORTAMENTO NA SAPATA ......................................................................... 104 1. Pressões na Sapata. .............................................................................................................. 104 2. Tempo Para o Gás Atingir a Sapata..................................................................................... 105 VIII - MARGEM DE SEGURANÇA .................................................................................. 106 7 1. Valor mínimo ....................................................................................................................... 106 2. Valor máximo ...................................................................................................................... 107 IX - SITUAÇÕES ESPECIAIS ............................................................................................107 1. Controle de kick em poços horizontais............................................................................... 107 2. Controle de kick em poços delgados .................................................................................. 111 3. Controle de kick em poços multilaterais ............................................................................ 112 4. Ocorrência de kick havendo solubilidade do gás .............................................................. 113 X - CONCEITO DE TOLERÂNCIA AO KICK ................................................................ 114 XI - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PREVENTIVOS ........................................ 118 1. Procedimentos na troca de turma........................................................................................ 118 2. Perfurando .......................................................................................................................... 119 3. Manobrando ........................................................................................................................ 120 4. Perfilagem e canhoneio ...................................................................................................... 122 5. Testes de formação, testes de produção ou pescaria ........................................................... 122 6. Perda dê circulação. ............................................................................................................ 122 7. Adestramento ....................................................................................................................... 122 XII - RESPONSABILIDADE ESPECÍFICA APÓS O FECHAMENTO ........................ 123 TABELAS DE CAPACIDADES ..................................................................................... 125 TABELAS DE CAPACIDADES DAS BOMBAS DUPLEX E TRIPLEX .................... 128 TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES ............................................................... 130 CADERNO DE EXERCICIOS ............................................................................................ 132 # Parte II – Manual de Equipamento Superfície I. FINALIDADE DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA EM CABEÇA DE POÇO ...................................................................................................................................... .153 II. CONSTITUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA EM CABEÇA DE POÇO...... ......................................................................................................................... .154 1. Componentes dos E.S.C.P´S................................................................................................ .154 1.1. Componentes básicos ....................................................................................................... .154 1.2. Componentes completares ................................................................................................ .154 8 2. Composição e Localização dos Componentes ..................................................................... .154 2.1. Unidade acumuladora / acionadora .................................................................................. .154 2.2. Linhas de acionamento ..................................................................................................... .154 2.3. Conjunto de dutos pneumáticos ........................................................................................ .154 2.4. Painel de comando remoto ............................................................................................... .155 2.5. Cabeçal ............................................................................................................................. .155 2.6. Válvula da linha de estrangulamento............................................................................... .155 2.7. Linha principal de estrangulamento. ............................................................................... .155 2.8. Linha secundária de estrangulamento.............................................................................. .155 2.9. Conjunto de válvulas de estrangulamento (choke manifold ) ......................................... .156 2.10. Linha de retorno............................................................................................................. .156 2.11. Linha de retorno de gás ................................................................................................. .156 2.12. Desgaseificador centrífugo ............................................................................................ .156 2.13. Desgaseificador atmosférico não rotativo ..................................................................... .156 2.14. Inside BOP ..................................................................................................................... .156 2.15. Válvula de segurança de coluna .................................................................................... .156 2.16. Tanque de manobra ....................................................................................................... .156 2.17. Linha de surgência ......................................................................................................... .158 2.18. Linha de matar ............................................................................................................... .158 2.19. Painel de controle remoto do estrangulador de fluxo .................................................... .158 2.20. Válvulas do Kelly .......................................................................................................... .158 2.21. Linha de alívio ............................................................................................................... .158 III. INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO DOS E.S.C.Ps .......................................................... 158 1. Cabeçal .............................................................................................................................. 159 1.1. Cabeça de revestimento. ................................................................................................... 160 a. Cabeça tipo C22 e C22-BP ................................................................................................. 160 b. Cabeça tipo CR ................................................................................................................... 162 c. Cabeça C29 e C29L ............................................................................................................ 162 1.2. Parafusos de trava ............................................................................................................. 165 a. Tipo Standard ....................................................................................................................... 166 b. Tipo IP...................... ........................................................................................................... 166 c. Tipo ET...................... .......................................................................................................... 167 1.3. Conexão entre os elementos do cabeçal ........................................................................... 169 a. Flanges...................... ........................................................................................................... 169 b. Cubos com grampos ............................................................................................................ 170 c. Estojo..................... .............................................................................................................. 171 d. Anéis de vedação. ................................................................................................................171 1. Anel tipo "R" ................................................................................................................ 172 2. Anel tipo "RX" ............................................................................................................. 173 9 3. Anel tipo "BX. .............................................................................................................. 174 4. Carretéis de ancoragem ................................................................................................ 175 5. Suspensores de revestimento ........................................................................................ 177 6. Adaptadores de flanges................................................................................................. 179 a. Adaptador A3 ........................................................................................................ 179 b. Adaptador A4 ........................................................................................................ 180 c. Adaptador de flanges iguais .................................................................................. 180 7. Carretel de perfuração .................................................................................................. 181 8. Equipamento OBS de superfície ................................................................................. 181 9. Preventores de gaveta .................................................................................................. 182 9.1. Inspeção ................................................................................................................ 183 9.2. Instruções para instalação ..................................................................................... 183 9.3. Gavetas Shaffer e Hydril. ..................................................................................... 184 a. Gavetas de tubo de diâmetro fixo .......................................................................... 184 b. Gavetas de tubo de diâmetro variável. .................................................................. 185 c. Gaveta cega ........................................................................................................... 185 d. Gaveta cisalhante .................................................................................................. 186 9.4. Considerações gerais sobre o BOP de gavetas. .................................................... 188 9.5. Vedações............................................................................................................... 189 9.6. Sistema de travamento .......................................................................................... 191 9.6.1. Travamento manual .................................................................................. 191 9.6.2. Fechamento manual .................................................................................. 192 9.6.3. Abertura da gaveta quando fechada manualmente ................................... 192 9.6.4. Travamento automático ............................................................................ 193 a. BOP Hydril ....................................................................................... 193 1. Componentes e funcionamento do MPL ..................................... 193 b. BOP Shaffer .................................................................................... 195 1. Sistema poslock ........................................................................... 195 2. Sistema multilock e ultralock II .................................................. 196 c. BOP Cameron e suas gavetas .......................................................... 197 1. BOP tipo U .................................................................................. 197 2. BOP tipo T e TL .......................................................................... 197 3. Gavetas do BOP ......................................................................... 198 a. Gavetas variáveis ..................................................................... 198 b. Gavetas de tubo de diâmetro fixo............................................ 200 c. Gaveta cisalhante ..................................................................... 201 d. Gaveta cega ............................................................................. 201 9.6.5. Transporte de preventores de gaveta ........................................................ 202 9.6.6. Razões de operação .................................................................................. 203 a. Razão de fechamento ............................................................................ 203 b. Razão de abertura .................................................................................. 204 10. Preventor anular ..................................... ....................................................................... 205 10 10.1. Alguns tipos de preventores anulares .................................................................... 206 a. Hydril ..................................... ............................................................................... 206 b. Shaffer e a operação de stripping .......................................................................... 213 11. Diverter ................................................................................................ .......................... 220 12. Linha de matar..................................... ............................................................................ 221 13. Linha de estrangulamento (choke line) ........................................................................... 222 2. CONJUNTO DE VÁLVULAS DE ESTRANGULAMENTO (Choke Manifold) ..... 223 2.1. Operação........................ ................................................................................................ 223 2.2. Recomendações........................ ...................................................................................... 224 2.3. Identificação do fluxo e área de alta e baixa pressão ..................................................... 226 a. Em condições normais .................................................................................................. 226 b. Em condições de controle de poço ............................................................................... 226 3. VÁLVULAS E ESTRANGULADORES DE FLUX .................................................... 226 3.1. Válvulas de gaveta tipo FMC ......................................................................................... 226 3.1.1. Tipo M-20 ................................ .................................................................................. 226 a. Funcionamento................................ ...................................................................... 226 b. Direção de bloqueio ............................................................................................... 227 3.1.2. Tipo M-30................................ ................................................................................... 228 a. Funcionamento 88 a. Funcionamento................................ ......................................................................228 b. Direção de bloqueio ............................................................................................... 228 3.1.3. Tipo M – 4........................... ........................................................................................ 229 3.1.4. Válvulas da série 100. ................................................................................................. 230 a. Válvula M-120... .................................................................................................... 230 b. Válvula M-130... ................................................................................................... 231 c. Válvula M – 140 .................................................................................................... 231 d. Válvula Cameron Tipo – F .................................................................................... 232 - Funcionamento ............................................................................................... 232 e. Válvula de gaveta Shaffer ...................................................................................... 233 f. Válvula de gaveta com atuador hidráulico (HCR ) ................................................ 234 1.Válvula FMC ................................................................................................. 234 2.Válvula Cameron ........................................................................................... 235 3.Válvula Shaffer .............................................................................................. 237 g. Válvula de retenção ............................................................................................... 238 h. Float Valve.................. .......................................................................................... 239 i. Estrangulâdores de fluxo (choke ajustável) ........................................................... 240 1.Manual................ ....................................................................................... 240 2.Hidráulico ................................................................................................... 241 a. Cameron ................................................................................................ 241 11 b. Swaco .................................................................................................... 243 4. UNIDADE DE ACIONAMENTO. ................................................................................ 247 4.1. Procedimentos operacionais ........................................................................................... 250 4.2. Componentes de uma unidade de acionamento ............................................................. 251 a. Bomba hidráulica de acionamento pneumático ..................................................... 251 • Funcionamento ................................................................................................. 251 • Pressostato hidro-pneumático .......................................................................... 252 • Manifold de sucção .......................................................................................... 253 1. Válvulas........... .......................................................................................... 253 2. Uniões............. ........................................................................................... 253 3. Filtro de sucção .......................................................................................... 253 • Linha de recalque ............................................................................................. 253 1.Uniões....... .................................................................................................. 253 2.Válvula de retenção .................................................................................... 253 b. Bomba hidráulica de acionamento elétrico ........................................................... 253 • Funcionamento ................................................................................................. 253 • Problemas na sucção ........................................................................................ 254 • Motor elétrico ................................................................................................... 254 • Pressostato hidro-elétrico ................................................................................. 255 • Manifold de sucção .......................................................................................... 255 1. Válvula de sucção .................................................................................... 255 2. União .................................................................................................... 255 3. Filtro de sucção ........................................................................................ 255 • Linha de recalque ............................................................................................. 255 1. União............ ........................................................................................... 255 2. Válvula de retenção. ................................................................................ 256 c. Acumuladores......... .............................................................................................. 256 • Válvula de alívio .............................................................................................. 256 d. Manifold de operação ........................................................................................... 257 • Válvula reguladora de pressão do BOP de gaveta e HCR .............................. 257 • Válvula reguladora do BOP anular .................................................................. 258 • Válvula de 4 vias. ............................................................................................. 259 • Válvula de dreno .............................................................................................. 260 • Manômetros.. .................................................................................................... 260 • Filtros............ ................................................................................................... 260 • Válvula by-pass ................................................................................................ 260 e. Interface do controle remoto. ................................................................................ 260 • Cilindros....... .................................................................................................... 260 • Transmissores ................................................................................................... 261 • Caixa de junção de dutos pneumáticos............................................................. 261 • Regulador de ar ............................................................................................... 262 • Cabo conector ................................................................................................. 262 f. Dimensionamento dos acumuladores .................................................................... 262 12 5. PAINEL REMOTO DO SONDADOR .......................................................................... 264 5.1. Recomendações................ .............................................................................................. 264 5.2. Componentes.................... ..............................................................................................265 6. INSTRUMENTOS DE CONTROLE DE POÇO ......................................................... 265 6.1. Indicador de nível de lama nos tanques ......................................................................... 265 6.2. Indicador de retorno de lama .......................................................................................... 266 6.3. Totalizador de volume nos tanques ................................................................................ 267 6.4. Registradores.............. .................................................................................................... 267 a. Registrador convencional de profundidade ............................................................... 267 b. Spectrum 1000……….. ............................................................................................. 268 c. Mud watch………... .................................................................................................. 269 d. Drill watch……………. ............................................................................................ 270 6.5. Manômetros....................... ............................................................................................. 270 a. Standpipe..................... .............................................................................................. 270 b. Drill pipe...................... .............................................................................................. 270 c. Bomba de lama.............. ............................................................................................ 270 d. Anular....................... ................................................................................................. 270 • Range e precisão dos manômetros. ..................................................................... 271 6.6. Bombas de lama.............. ............................................................................................... 271 6.7. Balança de lama................ ............................................................................................. 272 6.8. Equipamento de detecção de gás .................................................................................... 273 a. Detector de H2.............. .............................................................................................. 273 b. Detector de gás.............. ............................................................................................. 273 7. EQUIPAMENTOS AUXILIARES DE CONTROLE DE POÇO .............................. 274 7.1. Inside BOP.................. ................................................................................................... 274 7.2. Válvulas do Kelly .................. ........................................................................................ 275 7.3. Desgaseificadores.................. ......................................................................................... 277 a. Desgaseificador atmosférico centrífugo ...................................................................... 277 b. Separador atmosférico não rotativo. ............................................................................ 278 c. Desgaseificador a vácuo. ............................................................................................. 279 • Componentes.................. ....................................................................................... 279 • Funcionamento.................. .................................................................................... 280 • Operação.................. ............................................................................................. 281 7.4. Tanques de lama.................. ........................................................................................... 281 a. Tanque de sucção.................. ....................................................................................... 282 b. Tanque de retorno.................. ...................................................................................... 282 • Equipamentos de mistura ...................................................................................... 282 13 c. Tanque de manobra...................................................................................................... 282 7.5. Válvulas do Top drive ................................................................................................... 283 7.6. Queimador.................. ................................................................................................... 285 8. MANUTENÇÃO E TESTE DOS E.S.C.P's.................................................................. 286 8.1. Comentários sobre instalação e manutenção ................................................................. 286 a. Cuidado com os flanges ................................................................................... 286 b. Cuidado com os anéis ...................................................................................... 287 8.2. Teste dos E.S.C.P.................. ......................................................................................... 287 a. Testes das funções ............................................................................................ 287 b. Testes das pressões. ......................................................................................... 287 c. Máxima pressão de segurança de trabalho. ...................................................... 287 d. Freqüência dos testes ....................................................................................... 288 e. Duração dos testes ............................................................................................ 288 f. Fluido utilizado nos testes ............................................................................... 288 g. Registro dos testes. .......................................................................................... 288 h. Uso das ferramentas de testes .......................................................................... 288 i. Unidade detestes .............................................................................................. 289 j. Aspectos a serem observados antes dos testes ................................................. 289 l. Segurança do pessoal ....................................................................................... 290 m. Manômetros. .................................................................................................... 290 n. Alívio de pressão ............................................................................................. 290 o. Outros procedimentos gerais ............................................................................ 290 p. Teste da unidade de acionamento do BOP ....................................................... 290 q. Unidade de controle remoto do sondador ......................................................... 291 r. Teste da vedação do engavetamento do carretel de ancoragem ....................... 291 s. Teste do separador de gás ................................................................................ 292 ANEXOS Anexo 01 - TABELA DE DIMENSIONAMENTO DE FLANGES ...................................... 293 - API TIPO 6B. ................................................................................................... 293 - API TIPO 6BX ................................................................................................. 294 Anexo 02 - CABEÇAS DE REVESTIMENTO ......................................................................295 Anexo 03 - CARRETÉIS DE REVESTIMENTO .................................................................. 298 Anexo 04 - PACK OFF TIPO PE e HPE. ............................................................................... 300 Anexo 05 - CUNHAS DE ANCORAGEM. ............................................................................ 301 Anexo 06 - TABELA DE TORQUES RECOMENDADOS .................................................. 305 Anexo 07 - TAMPÃO DE TESTE .......................................................................................... 306 Anexo 08 - CUP TEST TIPO F DA CAMERON .................................................................. 308 14 Anexo 09 - SISTEMAS PARA A REALIZAÇÃO DE SNUBBING. ................................... 309 Anexo 10 - RAZÃO DE FECHAMENTO E ABERTURA E VOLUMES DE ACIONAMENTO DOS BOPTs. ....................................................................... 310 CADERNO DE EXERCICIOS ............................................................................................ 315 # Parte III – Manual de Equipamentos de Intervenção, Contemplação I. INTERVENÇAO E COMPLETAÇÃO ........................................................................... 326 1. Definições das Operações de Completação, Restauração e Estimulação de poços ............. 327 1.1. Completação. .................................................................................................................... 327 1.2. Restauração ....................................................................................................................... 327 1.3. Recompletação.................................................................................................................. 327 1.4. Limpeza.. .......................................................................................................................... 327 1.5. Estimulação.... .................................................................................................................. 327 1.6. Avaliação. ......................................................................................................................... 327 2. Fluidos de completação ....................................................................................................... 327 2.1. Definição dos fluidos. ....................................................................................................... 327 2.2. Funções primárias ............................................................................................................. 327 a. Controlar as pressões de sub-superfície.......................................................... 327 b. Manter a estabilidade do poço.. ...................................................................... 327 c. Minimizar os danos da formação.................................................................... 327 d. Minimizar corrosão do equipamento. ............................................................. 327 3. Propriedades desejadas e funções. ....................................................................................... 328 a. Remover cascalhos ......................................................................................... 328 b. Permitir separação fácil dos sólidos na superfície.......................................... 328 c. Resfriar e lubrificar os equipamentos envolvidos.. ........................................ 328 d. Gerar o mínimo de perda de carga quando circulados.... ............................... 328 e. Não danificar as zonas produtoras. ................................................................. 328 f. Ser estável, não tóxico e não corrosivo ........................................................... 328 g. Ser inerte a ação de bactérias ......................................................................... 328 h. Ser estável quanto à temperatura e suas propriedades ................................... 328 i. Não trapear gás facilmente .............................................................................. 328 j. Ser econômico.. ............................................................................................... 328 4. Classificação dos fluidos de completação ........................................................................... 328 4.1. Fluidos a base de água. ..................................................................................................... 328 a. Fluido de perfuração modificado .................................................................... 328 15 b. Soluções salinas .............................................................................................. 328 c. Fluidos especiais a base de polímeros.. .......................................................... 328 d. Espumas.... ..................................................................................................... 328 4.2. Fluidos a base de óleo. ...................................................................................................... 328 a. Óleos viscosos ................................................................................................ 328 b. Emulsões verdadeiras ..................................................................................... 328 c. Emulsões inversas.. ........................................................................................ 328 5. Fluido de perfuração modificado. ........................................................................................ 328 6. Soluções salinas ................................................................................................................... 329 6.1 Soluções salinas mais usadas ............................................................................................. 328 a. Soluções salinas Simples.. .............................................................................. 330 b. Soluções salinas Composta.. .......................................................................... 330 7. Composição Basica de Fluidos de Completação. ................................................................ 330 8. Tabelas............. .................................................................................................................... 331 8.1. Remoção de Contaminantes ............................................................................................. 333 9. Tipos de Completação.. ....................................................................................................... 335 10. Métodos de Controle.. ....................................................................................................... 335 II. EQUIPAMENTOS ........................................................................................................... 337 1. Cabeça de Revestimento ...................................................................................................... 338 2. Adaptadores. ........................................................................................................................ 338 3. Flanges e Anéis .................................................................................................................... 338 4. Cabeça de produção ............................................................................................................. 338 5. Suspensores de Produção..................................................................................................... 339 6. Poço Equipado.... ................................................................................................................. 341 7. BOP de Intervenção. ............................................................................................................ 342 8. Tipos de Packer ...................................................................................................................343 a. Aplicação ........................................................................................................ 343 b. Características ................................................................................................ 343 c. Procedimento de assentamento.. ..................................................................... 343 d. Procedimento de desassentamento.... ............................................................. 344 CADERNO DE EXERCICIOS ............................................................................................ 346 INFORMATIVOS PETROBRAS ........................................................................................ 350 GLOSSARIO ......................................................................................................................... 388 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 400 16 CONTROLE DE KICK I. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1. TIPOS DE FLUIDOS Os tipos de fluidos mais utilizados na perfuração e completação de poços de petróleo são: a) À base de água b) À base de óleo natural (OBM) c) À base de óleo sintético (SOBM) d) Gasosos (nitrogênio, ar ou gás natural) e) Mistos (névoas, espuma ou fluidos aerados) f) Pasta de cimento g) Fluido de completacão 2. FLUÍDO DE PERFURAÇÃO Os fluidos de perfuração tem as seguintes funções: a) Reter os fluidos das formações impedindo influxos b) Remover para a superfície os cascalhes cortados pela broca. c) Limpar, resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca. d) Evitar desmoronamento das paredes do poço. e) Manter os cascalhes em suspensão quando não houver circulação. f) Transmitir potência hidráulica à broca. g) Evitar ataques à coluna de perfuração. É evidente que para um bom desempenho, o fluido de perfuração necessita apresentar propriedades condizentes com as solicitações. 2.1. Propriedades do fluido de perfuração As propriedades do fluido de perfuração que estão mais relacionadas com controle de kick são: a) Massa Específica Massa específica é a massa por unidade de volume. No campo se chama comumente de "peso específico". É a propriedade obtida peia relação entre a massa e um vofume. Expressando isto numa equação, para uma determinada amostra, tem-se: = M/V p - massa específica 17 M - massa da lama contida na amostra V - volume da amostra A unidade de massa específica mais utilizada é a libra massa por galão (Ibm/gal). Usa- se costumeiramente (Ib/gal). O controle da massa específica é um dos fatores básicos na prevenção de kick, visto ser a propriedade responsável pela geração da pressão hidrostática. A baritina e a hematita são aditivos utilizados para aumentar a massa específica, sendo a baritina a que mais se utiliza. A remoção mecânica de sólidos, seguida ou não de diluição, é usada para reduzir a massa específica. Valores de massa específica elevados podem criar problemas na perfuração, tais como: dano à formação, redução da taxa de penetração, prisão diferencial e perda de circulação. Seu valor deve estar num range aceitável, sendo acrescida de uma margem de segurança em relação à massa específica equivalente à pressão de poros da formação esperada na fase do poço, normalmente entre 0,3Ib/gal e 0,5lb/gal. A massa específica também influencia as perdas de carga por fricção ao longo do percurso do fluido de perfuração, e nos orifícios, tais como: Jatos da broca e no choke ajusíável. • Equivalência entre unidades: 1g/cm 3 = 1kg/l = 8,33lbm/gal = 62,4lbm/pé 3 1bbl = 42gal = 5,6 pé 3 159 litros A massa específica é determinada através da balança densimétrica, cujas unidades possíveis são: Ib/gal, Ib/pe 3 , g/cm 3 e"psi/1000pés A balança densimétrica deve ser frequentemente calibrada com água doce a 21 °C que deve medir 8,33lb/gal. Calibrando-se a balança com regularidade isto assegura resultados corretos na determinação da massa específica do fluido. A balança pressurizada dá uma medida mais acurada do valor da massa específica. Costumeiramente utilizada para medir a massa específica de uma pasta de cimento. b) Parâmetros Reológicos São as propriedades relacionadas com o fluxo do fluido no sistema de circulação. Os mais comuns são: a viscosidade plástica, medida em centipoise e o limite de escoamento, expresso em lb/100pe2. A viscosidade plástica depende da concentração de sólidos no fluido de perfuração e o limite de escoamento é uma medida da interação 18 eletroquímica entre os sólidos do fluido. Estes parâmetros são responsáveis pela perda de carga por fricção no regime laminar, desempenhando um papel importante na pressão de bombeio, num determinado ponto do poço durante a circulação e no pistoneio hidráulico. Detectado alterações nos seus valores podem indicar uma contaminação do fluido de perfuração por um influxo Em termos práticos a viscosidade traduz a dificuldade que um fluido apresenta ao bombeamento. Quanto maior for à viscosidade, maior será a pressão necessária para bombear o fluido a uma vazão determinada, para um mesmo sistema de circulação. É medida através de um viscosímetro rotativo ou o funil Marsh. Enquanto o viscosímetro rotativo dá uma medida científica da viscosidade, o funil Marsh serve apenas para fornecer dados comparativos de viscosidade entre duas amostras de fluidos de perfuração. c) Força Gel É uma medida da resistência em se movimentar o fluido de perfuração a partir do repouso, expressa em lb/100pe2. Quando seu valor é alto resulta em pistoneio elevado, dificuldade na separação do gás da lama na superfície e redução da velocidade de migração do gás. d) Salinidade É a concentração de sais no fluido de perfuração. Os sais são incorporados ao fluido de perfuração como aditivos ou como contaminantes. Neste último caso, um aumento ou diminuição da salinidade pode indicar influxo de água salgada ou de água doce da formação para o poço. Um aumento da salinidade do fluido de perfuração implica na sua floculação e o consequente acréscimo da viscosidade, da força gel e do filtrado. 2.2. Propriedades do fluido após adensar ou diluir. Quando se adicionam materiais adensantes ao fluido de perfuração aumenta os sólidos em suspensão e isto resulta também em alteração nas propriedades do mesmo. Isto pode requerer, em certos casos, tratamento para restabelecer os valores adequados. Por exemplo, necessita-se de maior força para romper a inércia do fluido, isto quer dizer que aumenta a força gel. A viscosidade plástica também aumenta visto que com o acréscimo do número de partículas, cresce o atrito entre as mesmas. Como, igualmente, a força entre as partículas se altera, tem-se um aumento do limite de escoamento. Quando se faz à diluição na realidade aumenta-se o espaçamento entre as partículas e consequentemente reduzem-se as propriedades já mencionadas. 19 3. CONCEITO E CÁLCULOS DE PRESSÃO 3.1. Definição de pressão É a força aplicada por unidade de área. Em termos matemáticos, a equação é: P = F/A Sendo que: P - pressão F - força A - área As unidades mais usuais são: Pascal (Newton/metro quadrado) - N/m 2 Quilograma força/centímetro quadrado - kgf/cm 2 Psi - libra força/polegada quadrada - Ibf/in 2 Atm - atmosfera Bar Relação entre as unidades: 1Kgf/cm 2 = 10 5 Pa (Pascal) 1Kgf/cm 2 =14,22psi 1Atm = 14,70psi 1Atm = 1,033Kgf/cm 2 1bar =1,02kgf/cm 2 3.2. Conceito do tubo em 'U' e coluna hidrostática Em um tubo em 'U' é possível a existência de fluidos diferentes nos ramos, mas na base do tubo forçosamente a pressão é a mesma. Isto implica que no ramo que contém fluido mais denso,o nível com certeza está mais baixo.Isto é o que acontece quando se injeta um tampão pesado na coluna antes de iniciar a retirada da mesma. O interior da coluna e o anular forma um tubo em 'U'. Isto significa que a pressão no fundo do poço, quando o sistema está em equilíbrio, é a mesma raciocinando-se tanto pelo interior da coluna como pelo espaço anular. Não importa que fluidos existam no anular e coluna. Fig.1 20 Observa-se que a pressão exercida na parte final do tubo em 'U,' quando nenhuma pressão existe na parte superior dos ramos, é apenas a pressão exercida pela coluna de fluido existente nos mesmos. Esta coluna de fluido nomina-se: coluna hidrostática. A pressão exercida é uma função da altura da coluna e do peso do fluido. O princípio do tubo em U,' será muito utilizado no decorrer do curso. 3.3. Tipos de pressão a) Pressão hidrostática É a pressão exercida pelo peso de uma coluna de fluido. Aplicando-se o conceito de pressão, tem-se: Ph = Peso da coluna de fluido/Área massa específica - = M/V peso específico - pesp = Peso/V aceleração da gravidade - g Ph = g x x Dv Psi = Ibf/in 2 Ph = g x (lbf/g)/231in 3 x 39,37in Ph = 39,37/231 x x Dv Ph = 0,1704 x Ibf/in 2 Ph = 0,17 x (lb/gal) x Dv(m) "Dv" na equação refere-se à profundidade vertical. Neste caso em um poço direcional que utiliza o mesmo fluido que um vertical, à mesma profundidade vertical, ambos têm a mesma pressão hidrostática, embora tenham profundidade medidas diferentes. Logo se constata que a pressão hidrostática é função da massa específica e da altura do nível de fluido no poço. A queda de nível de fluido resulta numa queda da pressão hidrostática e consequentemente da pressão no fundo do poço (BHP). O mesmo acontece com a redução da massa específica do fluido. Assim a variação na massa específica ou no nível de fluido afeta diretamente a pressão hidrostática. Quando se trata de gases a pressão hidrostática é calculada da seguinte maneira: Yg - densidade do gás em relação ao ar Phg - pressão hidrostática do gás PT - pressão absoluta no topo da bolha PB - pressão absoluta na base da bolha 21 D — altura do gás Z - fator de compressibilidade do gás T - temperatura absoluta do gás, °F Para pequenas colunas de gás pode-se estimar a pressão hidrostática da mesma com a fórmula utilizada para os líquidos. b) Gradiente Gradiente de pressão é a pressão devida a uma coluna de fluido por uma unidade de comprimento. G = P/h Unidades usuais: Psi/m; Psi/pe; kg/cm 2 /m Equivalência entre unidades: 0,10 Kg/cm 2 /m = 0,433psi/pe = 1,42psi/m O gradiente de um fluido é, portanto, dado pela seguinte expressão: Ph.= 0,17x x h= G = 0,17x Exemplo: Observe o tubo em 'U' abaixo: Calcule: 1. A altura do fluido na coluna (Da) 2. A distância da mesa rotativa ao topo do fluido na coluna 3. O gradiente do fluido na coluna e no anular 4. Caso o gradiente da [ama na coluna fosse 1,82psi/m, qual a massa específica deste fluido? 5. A pressão na base do tubo em kgf/cm 2 Dados: a = 10,5Ib/Gal b = 10,0Ib/Gal Db = 300 metros 22 Respostas: 1. 0,17 x 10,5 x ha = 0,17 x 10 x 3000 => ha = 2857,14m 2. X = 3000 - 2857,14 = 142,86m 3. Ga = 0,17x10,5 = 1,785psi/m Gb = 0,17x 10 = 1,7psi/m 4. Ga = 1,82/0,17 = 10,7lb/gal. 5. 5100/14,22 = 358,65 kgf/cm 2 Exemplo: Determinar a pressão hidrostática de uma coluna de gás de 3300 metros, cuja densidade é de 0,63, sabendo-se que a pressão no topo da mesma é de 3200 psi. Sabe-se que a temperatura média do gás é de 110°F e o fator de compressibilidade médio é de 0,84. Resposta: PB = (3300 + 15) x e PB = 4313PSIA ou 4298psi Phg = PB – PT = 4298 – 3300psi = 998psi c) Pressão da formação (Pp) É a pressão existente nos poros da rocha a ser perfurada. As formações são classificadas de acordo com a variação do seu gradiente (Gp) da seguinte maneira: 1,42 psi/m < Gp < 1,53 psi/m - normal. Gp > 1,53 psi/m - anormalmente alta. Gp < 1,42 psi/m -anormalmente baixa. 1,42psi/m - gradiente da água doce 1,53psi/m - gradiente da água salgada A pressão anormalmente alta está associada, normalmente, à deposição rápida de sedimentos reduzindo a velocidade de expulsão da água dos poros da rocha, gerando o processo conhecido por sub-compactação. A perfuração em zonas de pressão elevada deve cuidadosamente ser monitorada para que a pressão atuante na formação portadora seja sempre maior que a pressão de poros desta formação. 23 As formações com pressão anormalmente baixa estão associadas à depleção. O gradiente de absorção é baixo resultando em perda de circulação durante a perfuração. d) Pressão na cabeça do poço É a pressão registrada na superfície, podendo ser tanto no interior da coluna quanto no anular. e) Pressão num ponto do poço É função da pressão atuando na superfície (Ps) e da respectiva hidrostática (Ph) até àquele ponto. PP = Ps + Ph f) Diferencial de pressão Enquanto se perfura, trabalha-se com um diferencial de pressão entre a pressão no fundo do poço (BHP) e a pressão da formação (Pp), Fig.2. Diz-se que o diferencial é positivo quando a pressão no fundo do poço é superior à da formação e negativo quando o contrário ocorre. Quando o diferencial de pressão é positivo está isenta a possibilidade de um fluxo da formação para o poço. Quando este diferencial é negativo existe a condição para um influxo ocorrer. g) Pressão trapeada Quando se tem um registro de pressão no anular ou no interior da coluna, que é superior à necessária para contrabalançar a pressão da formação, diz-se que existe pressão trapeada. A pressão pode ser trapeada em um poço em kick tanto pela migração do gás como pelo fechamento do poço com a bomba ainda em movimento, estas são as maneiras mais comuns. Na abertura de uma linha de fluxo deve-se ter os devidos cuidados em virtude da possibilidade da existência de pressão trapeada. 24 h) Pressões em condições dinâmicas Quando existe circulação em um poço, a somatória das resistências ao movimento do fluido ao longo do seu percurso é o principal elemento que fornece a medida da pressão de bombeio. Estas resistências são nominadas perdas de carga no sistema de circulação. No manômetro do bengala, o registro é feito a partir deste ponto. O tubo em 'U' apresentado na Fig.3, representa, através dos seus ramos, o interior da coluna, o anular e na base a broca. A pressão de bombeio lida durante a circulação é o somatório destas perdas de carga localizadas quando existe o mesmo fluido, no interior da coluna e anular. Assim tem-se: PB = APc = Ps + Pint + Pb + Pan PB - pressão de bombeio APc - somatório das perdas de carga Ps - perda de carga na superfície Pint - perda de carga no interior da coluna Pb - perda de carga na broca Pan - perda de carga no espaço anular. Quando tem-se peso de fluidos equivalentes diferentes no interior da coluna e no anular, a pressão de bombeio é afetada pela diferença de hidrostática, como por exemplo, quando existe uma grande geração de cascalho. A equação geral da pressão de bombeio ou circulação é escrita da seguinte maneira: PB = Ps + Pint + Pb + Pan + (Pha - Phi) Pha - Pressão hidrostática do anular Phi - Pressão hidrostática do interior da coluna. As perdas de carga são funções dos parâmetros reológicos, do peso específico do fluido, do regime de fluxo, dos diâmetros da coluna e espaços anulares e da rugosidade bem como dos diâmetros dos jatos da broca. 25 Exemplo de aplicação: São dadas as seguintes perdas de carga no sistema de circulação: Ps - 60psi Pint - 240psi Pb-1300psi APan-100psi Devido à grande quantidade de cascalhono anular a hidrostática do mesmo é 50psi acima da do interior da coluna. Calcule: 1. A pressão de bombeio enquanto perfurando 2. A pressão de bombeio na mesma profundidade, circulando com o poço limpo Resposta: 1. PB = 60 + 240+ 1300 + 100 + 50 = 1750psi 2. PB = 60 + 240+ 1300 + 100 = 1700psi i) Pressões no fundo do poço (BHP) estática e dinamicamente Quando não existe circulação a única pressão atuando no fundo do poço (BHP) é a pressão hidrostática. Então: BHP = Ph Em condições dinâmicas deve-se considerar que a lama, após passar pelos jatos da broca, possui uma energia suficiente para vencer as resistências ao fluxo no anular. Neste caso a lama está pressurizada no fundo do poço, num valor correspondente às perdas de carga do anular. A BHP, acrescida deste valor é: BHP = Pan + Ph Caso a circulação esteja sendo realizada pelo choke, onde se constata uma perda de carga localizada, Pch, então a BHP é: BHP = Pan + Ph + Pch j) Pressão na sapata do revestimento estática e dinamicamente Sem circulação, a pressão atuando na sapata, é apenas a hidrostática: Psap = Phsap Com circulação, a poço aberto, a pressão na sapata é: Psap = Phsap + Pan,csg Pan.csg — perdas de carga no anular casing 26 Havendo circulação pelo choke, a pressão na sapata será acrescida da perda localizada no choke. Á equação que expressa isto, é: Psap = Phsap + Pan,csg + Pch k) Pressão de absorção (Pabs) É aquela pressão que atuando numa formação faz com que a mesma inicie a absorção do fluido de perfuração. Neste caso não houve ainda o rompimento da formação. Na perfuração não se trabalha com a perspectiva de fraturar e sim de absorver. No entanto, para ressaltar a importância de se está atento, considera-se a absorção como se fosse a fratura. O controle, para que esta pressão não seja atingida, é feito pelo monitoramento da pressão na superfície, como será visto posteriormente. l) Pressão de fratura (Pfra) Neste caso, em face da pressão atuando numa determinada formação, a mesma atinge o rompimento mecânico; ultrapassou a absorção. Nos trabalhos de estimulação de poços, este limite é atingido intencionalmente. m) Pressão gerada no pistoneio O pistoneio é o efeito pistão no poço. Quando ocorre na descida da coluna, cria-se uma sobre carga na formação que pode fraturá-la e provocar uma perda. Se ocorrer na retirada da coluna promove um alívio da pressão no fundo do poço. n) Massa específica equivalente É a massa específica de um fluido cuja hidrostática, à mesma profundidade, é igual à de uma situação anterior. Pode-se ilustrar isto do seguinte modo: Na situação (1) observa-se que o poço contém duas lamas de peso distintos. Na situação (2) tem-se uma lama cuja hidrostática é igual à da situação (1). Então a lama da situação (2) é equivalente àquela situação. 27 Conforme já foi mostrado anteriormente, quando se está circulando, a pressão atuando no fundo do poço é acrescida das perdas de carga do anular. Isto para o fundo do poço e para qualquer ponto no mesmo, considerando-se as perdas de carga daquele ponto para cima. Neste momento é como se tivesse no poço uma lama cuja massa específica resulta numa pressão hidrostática igual à pressão atuando no fundo. Esta lama tem massa específica equivalente àquela situação. Daí o conceito de (ECD) que é a Densidade Equivalente de Circulação. Neste caso a massa específica equivalente é calculada da seguinte maneira: ECD = equi = (Ph +Pa)/0,17 x Profundidade Quando a circulação é interrompida perde-se (ECD). É o que acontece quando se faz o flow check durante a perfuração. Quando se faz o flow check nas manobras não há perda de (ECD). o) Relação Volume altura e seu efeito na pressão Quando tem-se um dado volume num revestimento ou poço aberto o mesmo é o produto da capacidade correspondente pela altura. Suponhamos que num revestimento tem-se uma altura "h" de fluido. O volume correspondente é: V = h x Crev Crev. — capacidade do revestimento. A Capacidade Hidrostática (Cap. Hid), cuja unidade é psi/bbl, indica a pressão hidrostática exercida por 1 bbl de determinado fluido, num determinado ambiente. Ph= 0,17 x x Dv. No revestimento, como já visto, h = V/Crev. Então, Cap.Hid = Ph/V Cap. Hid = (0,17 x )/Crev Ph = Cap. Hid x V A capacidade hidrostática será muito utilizada posteriormente. 28 p) Cálculos diversos • Volume de um tanque • Volume de um cilindro • Capacidade volumétrica Cap = 0,003187 x (Dp 2 - Dt 2 ) anular Cap = 0,003187 x D 2 interior Dt - diâmetro interno em polegadas Dp - diâmetro externo em polegadas Cap - em bbl/m • Volume do anular Van = Can x han Can - Capacidade do anular han - altura do anular 29 • Tempo de circulação T = Vcirc/Velocidade da bomba Vcirc — volume a ser circulado em strokes de bomba VB - velocidade da bomba, spm Com a fórmula acima se pode calcular: 1. Tempo total de circulação (interior + anular) 2. Tempo de circulação da superfície a broca (interior) 3. Tempo de circulação da broca a sapata. 4. Tempo de circulação da broca a superfície (anular) lI. KICK E BLOWOUT 1. DEFINIÇÃO KICK - É o fluxo inesperado e indesejado de fluido da formação para o poço. Neste caso o fluxo é controlado. Perdeu-se o controle da primeira barreira, isto é, a ação da pressão hidrostática sobre a rocha, mas tem-se o controle da segunda barreira que é o equipamento de segurança. BLOWOUT - É o fluxo descontrolado de fluido da formação para o poço. Neste caso perdeu-se o controle da primeira e da segunda barreira. 2. FLUXOS DA FORMAÇÃO PARA O POÇO O fluxo da formação para o poço pode ser: intencional e não intencional. 2.1. CAUSA DO FLUXO INTENCIONAL Neste caso o fluxo é desejado, não é considerado um kick. Para que este tipo de fluxo ocorra provoca-se uma redução da pressão atuante numa formação portadora. Isto ocorre nas seguintes situações: 1.Teste de Formação 2. Completação 30 2.2. CAUSAS DO FLUXO NÃO INTENCIONAL Assim como ocorre com o fluxo intencional, uma redução da pressão atuante na formação portadora também acontece não intencionalmente. Neste caso o cenário é de um kick. Quando tal fato ocorre com a coluna no fundo do poço, e na formação abaixo da broca, a relação entre â BHP e a pressão de poros, Pp, desta formação é:. BHP < Pp BHP - pressão de fundo (Bottom Hole Pressure) As causas mais comuns que provocam esta redução de pressão são: a. lncorreto abastecimento do poço b. Pistoneio c. Perda de circulação d. Massa específica do fluido insuficiente e. Corte do fluido de perfuração. f. Cimentação inadequada A seguir será feito um comentário sobre cada uma destas causas. a. Incorreto abastecimento do poço Quando a coluna é retirada do poço sem abastecimento, o nível de fluido cai de uma altura "h", Fig.7, que corresponde a um volume V que é exatamente o volume de aço retirado. O cálculo deste volume em função do "h", é: Vaco = (Can + Ci) x h = (Crev - Cd) x Dv Vaco = L x Cd L - comprimento do aço retirado A redução da pressão hidrostática no fundo é: Ph = 0,17 x m x Dv Quando a coluna está aberta o deslocamento na descida no poço se deve apenas à massa de aço descida no mesmo. 31 Quando o fluido do poço está impedido de penetrar na coluna que desce no poço devido existência de um inside BOP, por exemplo, o deslocamento será total. Cdt = Cd + Ci Exemplos: Qual a redução de pressão no fundo do poço quando se retira 10 seções de tubos de perfuração sem abastecer? Dados: revestimento de 9 5/8" - 36lb/pé - K55. DF de 5", 19,5lb/pé. Fluido de perfuração de 10lb/gal. Resposta: Crev =
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