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Anti-hiperlipêmicos

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A doença cardíaca coronariana (DCC) é a principal causa de mortes no mundo.Anti-hiperlipemicos
FARMACOLOGIA
A DCC está relacionada com níveis elevados da lipoproteína de baixa densidade colesterol (LDL-C ou “mau” colesterol) e triglicerídeos e com níveis baixos de lipoproteína de alta densidade colesterol (HDL-C ou “bom” colesterol).
Pacientes diabéticos e hipertensos tem pré-disposição maior para desencadear tais doenças.
Os Anti-hiperlipêmicos são usados para tratar as dislipidemias (reduz 30 a 40% a mortalidade por DCC).
DISLIPIDEMIAS
Dislipidemia é elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos níveis de HDL que contribuem para a aterosclerose. As causas podem ser primárias (genéticas) ou secundárias (Adquiridas – hábitos alimentares inadequados e sedentarismo).
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
O fármaco deve interferir no metabolismo lipídico de alguma forma.
· A ocorrência de DCC está associada de forma positiva ao alto colesterol total e, ainda mais fortemente, ao LDL-C elevado. Nota: o colesterol total é a soma de LDL-C, VLDL-C e HDL-C.
· Em contraste à LDL-C, os níveis altos de HDL-C foram associados com menor risco de doença Cardíaca
· Redução de LDL-C é o objetivo principal do tratamento de diminuição do colesterol, visto que é ele que pega o colesterol e deposita na artéria.
Lipoproteínas: estrutura e função
· Lipídeos são insolúveis no plasma, portanto, para ser transportados é necessário um carregador.
· São compostas por lípides e proteínas denominadas Apolipoproteínas (apo).
· São moléculas responsáveis pelo transporte no plasma das gorduras tornando esses lipídios solúveis no meio aquoso.
Classificação das Lipoprotéinas
· Existem quatro grandes classes de lipoproteínas separadas em dois grupos:
· As ricas em TG, maiores e menos densas, representadas pelos quilomícrons (origem intestinal) e Lipoproteínas de Densidade Muito Baixa (VLDL), de origem hepática.
· As ricas em colesterol, incluindo as LDL e as de Alta Densidade (HDL). Existe ainda uma classe de Lipoproteínas de Densidade Intermediária (IDL).
Dependendo da concentração de triglicerídeos elas são de alta ou de baixa densidade, 
Funções das lipoproteínas 
Quilomicrons são moléculas mais volumosas. Formadas por triglicerídeos da dieta que são transportados desde o intestino delgado até a circulação geral.
LDL transportam o colesterol que será empregado pelas células do organismo. Acumulam-se nas paredes dos vasos sanguíneos ___ lesões endoteliais
VLDL similares aos QM, porém de menor volume. São produzidas no fígado e, em menor quantidade, no intestino. Removem os triglicerídeos endógenos do fígado, evitando assim sua acumulação.
HDL fator de proteção aterogênico, já que eliminam o colesterol plasmático excedente. Níveis elevados são benéficos ao organismo.
ILD são resíduos de VLDL. Se originam na conversão VLDL>LDL, mediada pela enzima lipoproteína lipase, que remove triglicerídeos.
Classificação
· As dislipidemias podem ser classificadas como: - Hipercolesterolemia isolada (aumento isolado do LDL colesterol);
· - Hipertrigliceridemia isolada (aumento isolado dos triglicerídeos);
· - Hiperlipidemia mista (aumento do LDL colesterol e dos triglicerídeos); -
· HDL baixo (diminuição isolada do HDL colesterol ou em associação a aumento dos triglicerídeos ou LDL colesterol).
FÁRMACOS USADOS CONTRA HIPERLIPIDEMIA
Os anti-hiperlipêmicos incluem estatinas, niacina, fibratos, resinas ligadoras de ácidos biliares e inibidor da absorção de colesterol.
Esses fármacos podem ser usados isoladamente ou em associação. Contudo, o tratamento farmacológico deve sempre ser acompanhado de modificações no estilo de vida, com exercícios e dieta pobre em gorduras saturadas
Inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas)
Essa enzima está relacionada à produção de colesterol. Tal fármaco é o de primeira escolha para tratar pacientes com dislipidemia com altos riscos para DCC
O objetivo é promover a redução dos níveis elevados de colesterol LDL no meio intracelular dos hepatócitos
Essa redução acontece devido a inibição da enzima HMG CoA (primeiro passo da síntese de colesterol)
Como já dito, promove redução de eventos coronários agudos e de mortes por DCC.
· Benefícios terapêuticos incluem estabilização das placas, melhora da função endotelial coronariana, inibição das placas de trombo plaquetário e atividade anti-inflamatória.
São recomendados para tratamento em todos os tipos de hiperlipidêmias devido a sua ação de redução eficaz dos níveis plasmáticos de colesterol e normalmente são administrados em conjunto com outros anti-hiperlipêrmicos
· Pitavastatina, rosuvastatina e atorvastatina são as estatinas redutoras de LDL-C mais potentes, seguidas de sinvastatina, pravastatina e então lovastatina e fluvastatina.
· São quase que completamente absorvidos após adm oral e possuem características lipossolúveis
· A lovastatina e a sinvastatina são lactonas que são hidrolisadas em droga ativa; (considerada pró-fármaco)
· A absorção das estatinas é variável (30% a 85%) após administração oral.
· Todas são metabolizadas no fígado.
· Possuem a meia-vida curta de 1,5 a 2 horas, aconselhado tomar no período da noite.
· A excreção é através da bílis e fezes, mas também ocorre alguma eliminação urinária.
Efeitos adversos
· Aumento das enzimas hepáticas no tratamento com estatinas.
· Miopatia e rabdomiólise
São contraindicados durante a gravidez e a lactação!!
Niacina (ácido nicotínico)
· A niacina pode reduzir o LDL-C entre 10 e 20% e é o fármaco mais eficaz para aumentar HDL-C.
· Diminui os triglicerídeos em 20 a 35% na dose típica de 1,5 - 3 g/dia.
· Pode ser usada em combinação com as estatinas, estando disponível uma associação de doses fixas de lovastatina e niacina de longa duração de ação.
· Com doses na faixa de gramas, a niacina inibe fortemente a lipólise no tecido adiposo, reduzindo assim a produção de ácidos graxos livres.
O fígado normalmente usa os ácidos graxos livres circulantes como principais precursores na síntese de triglicerídeos. Níveis reduzidos de triglicerídeos no fígado diminuem a produção de VLDL-C hepático, o que, por sua vez, diminui a concentração de LDL-C no plasma.
· Reduz os níveis de colesterol e triglicerídeos no plasma, ela é útil no tratamento de hiperlipidemias familiares.
· Quando associada a outros anti-hiperlipêmicos pode ser usada no tratamento de outras hipercolesterolemias graves.
Efeitos adversos
· Intenso rubor cutâneo (acompanhado por uma desconfortável sensação de calor) e prurido.
A administração de ácido acetilsalicílico previamente à niacina reduz o rubor, que é mediado por prostaglandinas.
· Náuseas e dor abdominal. A lenta titulação da dosagem ou o uso de uma formulação de liberação prolongada de niacina reduz os incômodos efeitos adversos iniciais.
· Hepatotoxicidade e intolerância à glicose. 
Contraindicado em pacientes com doença hepática!!
Fibratos
· Os fibratos são as drogas de escolha nas hipertrigliceridemias.
· O fenofibrato e a genfibrozila são derivados do ácido fíbrico que reduzem os triglicerídeos séricos e aumentam os níveis de HDL-C.
· Tais fármacos são completamente absorvidos por administração oral e se distribuem amplamente, ligados à albumina.
· O fenofibrato é um pró-fármaco que é convertido na molécula ativa, o ácido fenofíbrico (princípio ativo)
· Os dois fármacos sofrem extensa biotransformação, sendo excretados pela urina como conjugados glicuronídeos.
Mecanismo de ação: Os fibratos são agonistas do PPAR-ALFA. Tem função de regular essa transcrição genica para aumentar a HLDL e diminuir triglicerídeos e VLDL
Estimulam a síntese nos hepatócitos dos PPAR-alfa via ativação de um receptor nuclear de transcrição gênica; desencadeiam reações que interferem em todo o metabolismo lipídico:
· Estimulam a enzima lipase das lipoproteínas, destruindo os VLDL e libertando os lipídios para consumo nos músculos. Por conseguinte, aumento do HLDL, por meio da sinalização para maior produção de apoproteínas do tipo A1 e A2.
** Os receptores ativados por proliferador de peroxissoma (RAPSs)são membros da família de receptores nucleares que regula o metabolismo lipídico.
Efeitos adversos
· Distúrbios gastrointestinais leves
· Predisposição para cálculos biliares
· Miosite
· A miopatia e a rabdomiólise têm sido relatadas em pacientes que tomam fenofibrato com estatinas juntos
Os efeitos adversos nos músculos são potencializados quando o Fenofibrato é usado junto com inibidores de HMG-CoA redutase ou outros fibratos.
Contraindicações
· Os pacientes com insuficiência renal
· Os fibratos não devem ser utilizados em doentes com disfunção hepática ou com problemas na vesícula, pancreatite aguda ou crônica com exceção de pancreatite aguda causada por hipertrigliceridemia severa
Outas interações: 
Anticoagulante oral, pois potencializa a ação dos anticoagulantes e aumenta o risco de hemorragias por ruptura da ligação dos mesmos às proteínas plasmáticas.
Sequestradores de ácidos biliares
Os sequestradores de ácidos biliares (por meio de resinas fixadoras de ácidos biliares) têm efeito redutor do LDL-C significativo, embora seus benefícios sejam menores do que os obtidos com as estatinas.
Colestiramina, colestipol e colesevelam são resinas que realizam trocas de ânions e se ligam aos ácidos e sais biliares com carga negativa no intestino delgado.
O complexo ácido biliar/resina é excretado nas fezes, diminuindo, assim, a concentração de ácido biliar. Isso estimula os hepatócitos a aumentar a conversão de colesterol em ácidos biliares, componentes essenciais da bile.
Tal colesterol, em vez de ir para corrente sanguínea ele será convertido em ácido biliar, desviando uma função biológica.
Consequentemente, diminui a concentração de colesterol intracelular, o que ativa maior captação hepática de colesterol contendo partículas LDL-C, levando a uma redução do LDL-C plasmático.
Efeitos adversos
Normalmente são bem seguros
· Náuseas e vômitos
· Constipação
· Flatulência
· Esteatorreia
· Deficiências de vitamina A e vitamina D
· Diminuição ou perda do apetite
Interação farmacológica
Esses fármacos compromete a absorção das vitaminas lipossolúveis. 
Interferem na absorção de vários fármacos como: fenorbabital, varfarina, hormônios tireóideos
Contraindicação
Pacientes com obstrução biliar completa!!
Inibidores da absorção de colesterol
A ezetimiba inibe seletivamente a absorção de colesterol da dieta e da bile no intestino delgado, diminuindo a oferta de colesterol intestinal para o fígado, reduzindo reservas de colesterol hepático e aumenta a remoção de colesterol do sangue
A ezetimiba diminui o LDL-C em cerca de 17%.
Devido a esse efeito modesto, é frequentemente usada como adjunto no tratamento com estatinas ou em pacientes intolerantes a estatinas.
· Indicada como terapia adjuvante à dieta para a redução dos níveis elevados de colesterol total (LDL)
· Aumentar o colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL) em pacientes com hipercolesterolemia primária
Os inibidores da absorção do colesterol potencializam o efeito redutor do colesterol das estatinas e dos fibratos.
Efeitos adversos
Em geral, é bem tolerada, mas pode causar diarreia, dor abdominal e cefaleia. 
Contraindicação
Contraindicada para lactantes e pacientes com insuficiência hepática moderada a grave

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