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A doença cardíaca coronariana (DCC) é a principal causa de mortes no mundo e está relacionada com níveis elevados de LDL e triglicerídeos e níveis baixos de HDL; Outros fatores de risco para DCC incluem fumo, hipertensão, obesidade e diabetes, sendo que os níveis de colesterol podem estar elevados devido ao estilo de vida; As hiperlipidemias também podem ser causadas por um defeito genético no metabolismo das lipoproteínas ou, mais comumente, pela associação entre fatores genéticos e estilo de vida; O objetivo do tratamento com hipolipemiantes é a redução do LDL. As normas recentes enfatiza o tratamento de alta ou moderada intensidade com estatina, em populações definidas com risco de doença cardiovascular aterosclerótica. Tratamento contra a hipercolesterolemia A maioria dos pacientes é incapaz de obter reduções significativas de LDL apenas com mudanças no estilo de vida. Portanto, se faz necessário o tratamento com estatinas, os quais são recomendados para quatro grupos principais: • Doença Coronariana Vascular Aterosclerótica (DCVA); • LDL-C > 190 mg/Dl; • Diabetes tipo I ou II, idade entre 40-75 anos; • Risco estimado de DCVA 10 anos; Tratamento contra hipertrigliceridemia: Estão independentemente associados com risco elevado de DCC. Mudança nos hábitos físicos e alimentares são as principais formas de combater a hipertrigliceridemia, no entanto, se forem indicados, niacina e derivados do ácido fíbrico são os mais eficazes na redução dos triglicerídeos. Ácidos graxos ômega-3 (óleo de peixes) em doses adequadas também podem ser úteis. A redução dos triglicerídeos é um benefício secundário das estatinas, cujo benefício primário é a redução do LDL-C. Incluem as estatinas, niacina, fibratos, resinas ligadores de ácidos biliares, inibidor da absorção de colesterol e ácidos graxos ômega-3. Esse fármacos podem ser usados isolados ou associados, no entanto, o tratamento farmacológico deve ser sempre acompanhado de mudanças no estilo de vida. São mais conhecidas como estatinas e são considerados o tratamento de primeira escolha para pacientes com risco de elevado de DCVAS; As estatinas agem estabilizando as placas de ateroma, melhorando a função endotelial coronariana, inibindo a formação do trombo plaquetário e ativando uma resposta anti- inflamatória; Mecanismo de ação: são inibidores competitivos de HMG-CoA redutase, uma enzima importantíssima para formação do mevalonato, o qual é matéria prima para biossíntese do colesterol. Inibindo essa enzima, a síntese do colesterol é inibida e o seu estoque intracelular é esgotado. Esse esgotamento leva a célula a aumentar o número de receptores específicos de LDL-C que podem ligar o LDL-C e internalizá-lo. Dessa forma, o colesterol do plasma é reduzido pela síntese e aumento do seu catabolismo; • Pitavastatina, rosuvastatina e atorvastatina são as estatinas redutoras de LDL-C mais potentes, seguidas de sinvastatina, pravastatina e então lovastatina e fluvastatina. Os inibidores da HMG-CoA redutase também diminuem os níveis de triglicerídeos e podem aumentar os níveis de HDL-C em alguns pacientes Efeitos: reduz aa síntese de colesterol e aumenta a quantidade de receptores LDL nos hepatócitos, além de reduzir discretamente os níveis de triglicerídeos; Usos terapêuticos: São eficazes em reduzir os níveis plasmáticos de colesterol em todos os tipos de hiperlipidemias, mas principalmente em doença aterosclerótica e síndrome coronariana aguda. No entanto, pacientes homozigotos para hipercolesterolemia familiar não possuem receptor LDL-C , portanto, se beneficiam menos desse tipo de tratamento; Farmacocinética: a absorção das estatinas é variável (30-85%) após administração oral. A biotransformação de todas as estatinas ocorrem no fígado, local onde exerce seu efeito dominante e onde sofre acentuado metabolismo de primeira passagem. Possuem meia-vida variável e são excretadas pela bile e pelas fezes, podendo ser excretada pela urina também; Geralmente, o uso recomendado das estatinas é preferível depois do jantar, pois a síntese do colesterol ocorre em maior quantidade à noite. Efeitos adversos: • Hepatoxicidade e miotoxicidade: é necessário ter atenção com alguns pacientes: > 80 anos; disfunção renal ou hepática, hipotireoidismo, baixa massa corporal, em uso de medicações (fibratos, ciclosporina, digoxina, varfarina, macrolídeos e antifúngicos); • Aumento das enzimas hepáticas: a função hepática deve ser avaliada antes de iniciar o tratamento, pois a insuficiência hepática causa acumulo do fármaco; • Desintegração do músculo esquelético: miopatia e rabdomiólise; • Aumento do efeito da varfarina (anticoagulante); • Contraindicações: gravidez e lactação. Conhecida como niacina, esse fármaco pode reduzir o LDL-C entre 10 e 20%, diminui os triglicerídeos em 20 a 35% na dose típica e é o fármaco mais eficiente para aumentar HDL-C; • Pode ser usada em combinação com as estatinas; Mecanismo de ação: inibe fortemente a lipólise no tecido adiposo, reduzindo assim a produção de ácidos graxos livres, os quais são usados normalmente pelo fígado como principais precursores na síntese de triglicerídeos. Dessa maneira níveis reduzidos de triglicerídeos no fígado, diminuem a concentração de LDL-C no plasma; Usos terapêuticos: útil no tratamento de hiperlipidemias familiares e usada no tratamento de outras hipercolesterolemias graves, frequentemente associada a outros hipolipemiantes; Farmacocinética: é administrada por via oral, sendo convertida no organismo em nicotinamida e excretada na urina. Efeitos: A nicotinamida isolada não reduz os níveis lipídicos plasmáticos. É mais utilizada para aumentar os níveis de HDL; Efeitos adversos: • Intenso rubor cutâneo, acompanhado por desconfortável sensação de calor e prurido. Esse rubor pode ser reduzido pelo uso prévio de AAS; • Alguns pacientes sentem náuseas e dor abdominal. • Predisposição à GOTA: a niacina inibe a secreção tubular do ácido úrico; • Hepatoxicidade baixa; • Intolerância à glicose. Representados pelo fenofibrato e a genfibrozila, São derivados do ácido fíbrico que reduzem os triglicerídeos séricos e aumentam os níveis de HDL-C; Mecanismo de ação: agem estimulando os receptores ativados de proliferação dos peroxissomas-alfa (PPAR-a), os quais regulam o metabolismo lipídico. Sendo assim, esses fármacos levam ao aumento da produção e da ação da lípase (LPL) e redução da apoproteína CIII, mecanismos estes, que estimulam a lipólise dos triglicerídeos e diminuem a síntese do LDL, pois reduzem a produção dos TG devido ao estímulo da beta oxidação dos ácidos graxos no fígado. Além disso, elevam os níveis de HDL pelo aumento da expressão de apo AI e apo AII; Efeitos: reduz a secreção de VLDL, aumenta a atividade da lipase e aumenta o HDL; Usos terapêuticos: usados no tratamento da hipertrigliceridemias e no tratamento de hiperlipidemia tipo III; Farmacocinética: são absorvidos por administração oral e se distribuem amplamente, ligados à albumina. Os dois fármacos sofrem extensa biotransformação, sendo excretados pela urina; Efeitos adversos: • Distúrbios gastrointestinais leves; • Cálculos biliares: ocorrem devido à excreção biliar de colesterol (litíase renal); • Miosite: inflamação de um músculo voluntário que pode causar fraqueza e sensibilidade muscular; Interações medicamentosas: Foram relatadas miopatia e rabdomiólise em pacientes que recebiam, ao mesmo tempo, genfibrozila e estatinas. O uso de genfibrozila é contraindicado com sinvastatina. Ambos os fibratos podem aumentar os efeitos da varfarina. Contraindicações: não devem ser usados em pacientes com disfunção renal ou hepática grave,crianças, gestantes ou em pacientes com doença preexistente na vesícula biliar. São representados pela colestiramina, colestipol e colesevelam; As resinas fixadoras de ácidos biliares têm efeito redutor do LDL-C significativo, embora não sejam tão potentes como as estatinas; Mecanismo de ação: são resinas que se ligam aos ácidos e sais biliares no intestino delgado para impedir a sua reabsorção. Assim, elas formam um complexo que é excretado nas fezes, diminuindo assim a concentração de ácido biliar. Isso vai estimular os hepatócitos a aumentar a conversão de colesterol em ácidos biliares, diminuindo, assim, a concentração de colesterol intracelular e, consequentemente, LDL-C plasmático. Usos terapêuticos: Quando associadas a dieta ou a niacina, são úteis no tratamento das hiperlipidemais IIA e IIB. Também pode aliviar o prurido causado pelo acumulo de ácidos biliares em pacientes com obstrução biliar, além do colesvelam ser indicado para diabetes tipo 2 por diminuir a glicose; Farmacocinética: São insolúveis em água e têm grande massa molecular. Após administração oral, não são absorvidos e nem alterados no intestino. Em vez disso, são totalmente excretados nas fezes. Efeitos adversos: • Distúrbios gastrointestinais: constipação, flatulências e náuseas; • Má absorção de vitaminas A, D, E e K; • Má absorção de fármacos como digoxina, varfarina e hormônios tireoidianos. Contraindicações: podem aumentar os níveis de triglicerídeos e, por isso, são contraindicadas em pacientes com hipertrigliceridemia significativa. A ezetimiba é frequentemente usada como adjunto no tratamento com estatinas ou em pacientes intolerantes a estatinas, mas não pode ser usada em associação com sequestradores de ácidos biliares; Mecanismo de ação: A ezetimiba inibe seletivamente a absorção de colesterol da dieta e da bile no intestino delgado através do bloqueio do transportador NPC1L1, diminuindo assim, a oferta de colesterol intestinal para o fígado. Isso reduz as reservas de colesterol hepático e aumenta a remoção de colesterol do sangue; Uso terapêutico: usada para tratar a elevação de LDL; Farmacocinética: é biotransformada no intestino delgado e no fígado por meio da conjugação de glicuronídeos. Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 são encontrados em peixes como atum e salmão e são usados predominantemente para reduzir triglicerídeo, pois inibem a síntese de VLDL-C e triglicerídeos no fígado; Embora eficaz para diminuir os triglicerídeos, a suplementação com ômega-3 não reduziu a morbidade e a mortalidade cardiovascular; Efeitos adversos: Distúrbios gastrointestinais (dor abdominal, náusea, diarreia) e o gosto de peixe; Interações medicamentosas: Pode aumentar o risco de sangramentos naqueles que estão tomando simultaneamente anticoagulantes ou antiplaquetários. Frequentemente, é necessário usar dois anti- hiperlipêmicos para alcançar os níveis lipídicos plasmáticos almejados. A combinação de uma estatina com um sequestrador de ácidos biliares se revelou muito útil na redução dos níveis de LDL; Atualmente, a sinvastatina é associada em um comprimido com ezetimiba, ou com niacina para tratar o LDL-C elevado, embora especialistas recomendem maximizar a dose de estatinas e adicionar niacina ou fibratos em pacientes refratários.
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