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2. CAPACIDADE SUCESSÓRIA - (Direito das sucessões)

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Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
DIREITO DAS SUCESSÕES – 
Capacidade Sucessória 
CAPACIDADE SUCESSÓRIA 
Capacidade sucessória passiva ou, simplesmente, capacidade sucessória é a 
legitimidade para suceder. 
Farias e Rosenvald preferem o termo legitimação sucessória, em vez de 
capacidade sucessória. 
Qualquer que seja o termo utilizado, trata-se da aptidão para ser sucessor 
(herdeiro ou legatário) 
 
MOMENTO DE AFERIÇÃO DA CAPACIDADE SUCESSÓRIA 
No momento da morte do titular da herança deve-se verificar a legitimação 
para suceder dos seus herdeiros e legatários (Farias e Rosenvald). 
Regra que está de acordo com o Princípio de Saisine. 
 
SUCESSÃO LEGÍTIMA 
Código Civil 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão. 
 
Na sucessão legítima, só possuem capacidade sucessória as pessoas 
naturais, já nascidas ou concebidas no momento da abertura da sucessão, desde 
que sobrevivam ao autor da herança. 
Obs.: Os Municípios, Distrito Federal e União receberão a herança vacante, 
depois do período de herança jacente. 
 
REPRODUÇÃO ASSISTIDA 
A fecundação pode ocorrer no corpo da mulher (por ato sexual ou 
inseminação artificial) ou fora do corpo da mulher (fertilização in vitro). 
Na fertilização in vitro, o embrião é transferido para o corpo da mulher , é 
descartado ou é congelado (embrião excedentário). 
A inseminação artificial e a fertilização in vitro são formas de reprodução 
assistida. 
NASCITURO – Ser concebido, ainda em vida intra-uterina, que se prepara 
para nascer. 
Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
CONCEPTURO – O ser que ainda não foi concebido. É a prole eventual. 
O embrião laboratorial, ou seja, concebido in vitro e ainda não implantado 
não é NASCITURO. 
 
REPRODUÇÃO ASSISTIDA – PROBLEMA 1 
Nos casos de fertilização in vitro, existe capacidade sucessória se a 
implantação ocorrer após a morte do genitor? 
Maior parte da doutrina considera que existe capacidade sucessória segundo 
a sucessão legítima. 
Alguns autores consideram, entretanto, que o embrião não tem tal 
legitimidade para suceder, interpretando o dispositivo legal restritivamente. 
 
ENUNCIADO 267 DA JORNADA DE DIREITO CIVIL: 
A regra do art. 1.798 do Código Civil deve ser estendida a embriões 
formados mediante o uso de técnicas de reprodução assistida, abrangendo, assim, a 
vocação hereditária da pessoa humana a nascer cujos efeitos patrimoniais se 
submetem às regras previstas para a petição de herança. 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão. 
 
REPRODUÇÃO ASSISTIDA – PROBLEMA 2 
 Nos casos de inseminação artificial, existe capacidade sucessória se a 
fecundação ocorrer após a morte do genitor? 
A maior parte da doutrina considera que não há capacidade sucessória nesta 
situação, segundo a sucessão legítima. 
 
REPRODUÇÃO ASSISTIDA – SUCESSÃO LEGÍTIMA 
Farias e Rosenvald: Pensamos que se já havia concepção laboratorial, 
quando do falecimento do genitor, o filho terá direito sucessório. A outro giro, se 
não havia concepção, ou seja, em se tratando apenas de sêmem congelado, sem que 
tenha ocorrido a concepção laboratorial, não há que se falar em direito sucessório. 
Um autor chamado Cristiano Colombo defende a legitimidade, mesmo que 
não tenha havido a concepção, se houver consentimento para uso do sêmen antes 
do óbito. 
 
 
 
Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
REPRODUÇÃO ASSISTIDA – SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 
 A melhor solução para a pessoa que vai recorrer a técnicas de reprodução 
assistida é deixar testamento beneficiando possíveis filhos que venham a ser 
implantados ou concebidos após a sua morte. 
Pois, no caso de sucessão testamentária, a lei já prevê a legitimidade para 
suceder nestas situações. 
 
 SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 
 Na sucessão testamentária, possuem capacidade sucessória pessoas 
naturais ou pessoas jurídicas. 
O testador também pode beneficiar pessoas naturais futuras, não 
concebidas, ou pessoa jurídica a ser constituída, no caso de instituição de fundação 
no testamento. 
 
CAPACIDADE SUCESSÓRIA 
Código Civil 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão. 
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: 
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde 
que vivas estas ao abrir-se a sucessão; 
II - as pessoas jurídicas; 
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob 
a forma de fundação. 
 
PESSOAS NATURAIS NÃO CONCEBIDAS 
Para beneficiá-las o testador deverá: 
1. Beneficiar a prole eventual de pessoa identificada e viva no momento da 
morte. Se, após 2 anos da abertura da sucessão, a pessoa natural não for concebida, 
os bens vão para os herdeiros legítimos, salvo disposição em contrário. 
Farias e Rosenvald e Maria Berenice Dias defendem que o prazo de espera 
para a conceção da prole eventual, que a lei estabelece como sendo de 2 anos, pode 
ser alterado por vontade expressa no testamento. 
 
2. Instituir o fideicomisso, instituto por meio do qual o testador deixa os 
bens para uma pessoa, com a obrigação de repassá-los, em outro momento, a um 
Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
terceiro, que poderá ser concebido depois da morte do testador (será estudado 
posterioremente). 
 
PESSOAS JURÍDICAS 
Estão legitimadas para sucessão testamentárias as pessoas jurídicas já 
constituídas. 
Também é possível beneficiar uma pessoa jurídica que será constituída com 
o patrimônio hereditária (fundações). 
 
FALTA DE LEGITIMIDADE SUCESSÓRIA 
Não têm capacidade sucessória coisas, animais, santos e entes 
despersonalizados, como a massa falida, as sociedades irregulares… 
Também não têm legitimidade sucessória as pessoas que participaram 
do ato de feitura do testamento (tabelião, testemunhas…) 
Obs.: É possível o testador atribuir herança ou legado a uma pessoa com o 
encargo de cuidar de animal ou de preservar um bem. 
 
EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO 
Há duas formas de excluir alguém do efetivo recebimento da herança: a 
indignidade e a deserdação. 
O indigno e o deserdado possuem legitimidade, mas, em razão de sua 
conduta, impede-se que receba a herança ou o legado. 
 
NATUREZA JURÍDICA DA INDIGNIDADE E DA DESERDAÇÃO 
A doutrina considera que estes institutos constituem uma sanção civil, uma 
pena de natureza cível que é aplicada em razão da prática de atos ofensivos ao 
autor da herança ou a algum de seus familiares. 
 
NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO POR DECISÃO JUDICIAL 
É necessária a propositura de uma ação civil (de indignidade ou de 
deserdação), submetida ao procedimento comum ordinário. 
Existe prazo decadencial de quatro anos, a partir da abertura da sucessão, 
para a propositura da ação. 
 
 
 
Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
INDIGNIDADE 
Sanção imposta a um herdeiro ou legatário, por conta de uma conduta 
praticada, sendo tal hipótese aventada por um interessado em ação civil e 
reconhecida por ato judicial. 
Diferencia-se da deserdação por esta exigir que o próprio autor da herança 
declare o sucessor deserdado em testamento. 
 
EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO POR INDIGNIDADE 
✔ autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, 
contra o autor da herança, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou 
descendente; 
✔ quem acusou caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorreu em 
crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
✔ quem, por violência ou fraude, impedir o autor da herança de dispor 
livremente de seus bens por ato de última vontade. 
 
A indignidade é declarada por sentença em Ação Declaratória da 
Indignidade (ação civil). 
O direito de demandar a exclusão por indignidade extingue-se em quatroanos, contados da morte. 
A indignidade não é efeito automático da sentença penal condenatória. 
Precisa ser declarada pelo juiz da Vara Civil. 
O autor da herança pode reabilitar o excluído (perdão) por meio de 
testamento ou outro ato legítimo. 
 
DESERDAÇÃO 
É o ato realizado por meio de testamento pelo autor da herança. 
Cabível nos casos de exclusão por indignidade e nos casos de ofensa física, 
injúria grave, desamparo e relações ilícitas com cônjuge/companheiros de 
ascendentes ou descendentes. 
Para a deserdação ser efetivada, a causa precisa ter sido declarada no 
testamento e, além disso, àqueles a quem a deserdação aproveite precisam provar a 
causa da deserdação. 
Enquanto que a indignidade atinge quaisquer sucessores, herdeiros ou 
legatários, a deserdação só é capaz de atingir os herdeiros necessários. 
 
 
Resumo elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto 
 
CADUCIDADE AÇÃO DE DESERDAÇÃO 
Apesar de o Código Civil falar que o prazo para propositura da ação de 
deserdação é de 4 anos a partir da abertura do testamento, Farias e Rosenvald 
defendem que o prazo é de 4 anos a partir da abertura da sucessão, posto que 
apenas os testamentos cerrados são passíveis de abertura. Para todos os outros 
tipos de testamento, não existe o ato de abertura.

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