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Embargos de declaração

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Embargos de declaração
Cabimento 
O Código de Processo Civil/2015 art. 1022 trás a possiblidade de utilização dos Embargos de Declaração para atacar qualquer decisão judicial, isso significa que além do que se utiliza, sentença e acordo, vai se usar para correção de obscuridade , contradição, omissão, erro material nas decisões interlocutórias. 
O Embargos de Declaração corrigi eventual obscuridade ou contradição na sentença do magistrado. A obscuridade dificulta a compressão, já a contradição é um problema de logica interna da decisão, nesses casos não há efeito modificativo, mas pode ser que ele seja uma consequência.
Na Omissão na sentença, imagina-se uma formulação de uma petição inicial com três pedidos, e ao julgar o magistrado se manifestou apenas sobre dois, naturalmente utilizará os embargos de declaração para solicitar que o juiz o supra aquela omissão do julgado.
Utiliza-se também dos embargos para Erros Materiais, o Código de Processo Civil permite que o próprio magistrado corrija Erros Materiais de Oficio.
Ao protocolar os Embargos de Declaração o prazo para interposição do recurso principal qual seja o agravo ficará interrompido; O prazo pro agravo de instrumento de uma decisão liminar indeferida por exemplo só vai começar a correr quando se for intimado da nova decisão que analisa seus embargos de declaração, somente a partir dai começará o prazo de quinze dias pra agravar. Os prazos dos recursos foram unificados, todos os recursos tem o prazo de quinze dias, a exceção dos embargos de declaração que continuam sendo de cinco dias.
O paragrafo único inciso I do art. 1022 do CPC que diz: Considera Omissa a decisão que: I – deixe de se se manifestar sobre tese firmada em julgamento de caso repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; O que esse inciso traz é uma segurança em pelos menos afirma que a decisão tratando-se de matéria de Direito em que já houve posicionamento consolidado dos tribunais superiores em que o juiz simplesmente desconsidere o entendimento já consolidado e considerado a decisão omissa, portando atacável pela via dos embargos de declaração.
Decisão omissa
Esse conceito de Omissão na verdade foi muito mais ampliado, porque o art. 489 CPC/2015 traz o conceito de decisão judicial não fundamentada, portanto se não fundamentada, omissa e atacável pela via dos embargos.
Art.489 (...) §1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I- se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
-É a hipótese aonde o magistrado simplesmente coloca a transcrição de um artigo de lei, imposto isso julga procedente ou improcedente o pedido isso não e mais permitido no CPC/2015, será necessária vinculação daquela normal com o caso concreto e a explicação dessa vinculação. 
II- empregar conceito jurídicos de indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III- invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
Essa é a chamada decisão omissa chamada pelo CPC/2015 , e portanto atacada pela via de embargos de declaração.
IV- não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
Esse inciso quer dizer, o magistrado terá que enfrentar quais os argumentos que o autor levantou na petição inicial. Ele terá que analisar todos os argumentos enfrentados pelo réu na defesa ou seja o livre convencimento do juízo permanece em vigor, ao exarar a sua sentença naturalmente ele pode e acreditar que argumentação jurídica que o autor trouxe na petição inicial não é relevante para o caso, que a argumentação do réu levantou na defesa também não e relevante e que ele fundamenta a decisão no quarto ou no quinto artigo de lei que se quer foi levantando pelas partes, porem ele precisará informar a decisão porque deixou de aplicar os fundamentos trazidos por ambas as partes. 
O Código de Processo Civil determina que o juízo explique porque está deixando de acatar aqueles argumentos, e o porque eles não se aplicam a caso concreto, do contrario essa será considerada uma decisão não fundamentada consequentemente omissa e atacável pela via dos embargos de declaração.
V- se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI- deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Muito comum a hipótese em que o magistrado sentencia com base em enunciados, súmulas e cada vez mais vão se tornar comuns essas hipóteses porque as teses de Direito estão sendo analisadas pelo STJ, STF em prol de uma segurança jurídica e de unificar a legislação Federal e Constitucional. Portanto o magistrado ao aplicar a norma a caso concreto ele não poderá deixar de se submeter ao entendimento já consolidado nos Tribunais Superiores. Ele pode deixar de aplicar certo entendimento se demonstrar que ele já havia sido superado ou uma novidade.
A súmula ela traz o entendimento firmado pelo STJ e pelo STF que na verdade tomou por base diversos casos concretos, e esse casos que efetivamente são os nossos precedentes que deve-se ter o cuidado de analisar, porque as vezes vem deslumbrando apenas o enunciado da súmula. 
No CPC/2015 prevê distinguem, demonstração na petição inicial no que o caso difere daqueles precedentes ou na defesa também, impugnar que o juízo deixe de aplicar aquele entendimento consolidado porque na hipótese a algo que distinguem dos precedentes.
Regularidade formal, prazo para interposição e julgamento
Os embargos serão opostos, no prazo de cinco dias, em petição dirigida ao juiz, com(art. 1023) indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. A petição, em linha com a exigência de regularidade formal, deverá indicar os vícios embargáveis.
Ao prazo de cinco dias para sua oposição, consoante a disposição acima indicada, passando o CPC/2015 a prever de forma expressa a contagem em dobro do prazo para oposição de embargos de declaração nas demandas com litisconsortes que tiverem diferentes procuradores de escritórios de advocacia distintos, nos termos do seu art. 229, CPC/2015. Destaca-se que a dobra do prazo nesta situação não é aplicável ao processo eletrônico, consoante o §2º, art. 229, CPC/2015.
Previsão e disciplina legal expressa sobre o efeito infringente
O efeito infringente é o efeito dos embargos quando, além da correção do vicio, o recurso puder provocar a própria alteração no conteúdo da decisão ou do seu resultado, algo perfeitamente possível sempre que esse efeito mostrar-se consequência necessária dessa correção. À vista da garantia constitucional do contraditório, doutrina e jurisprudência majoritárias passaram a defender a necessidade de oportunizar ao embargado a manifestação quanto ás razoes dos aclaratórios sempre que estes poderem produzir efeitos infringentes. O CPC/2015, dando acolhida á posição, faz constar no texto legal a necessidade de possibilitar do embargado, consoante a regra inédita, constante no art.1023, §2º, CPC/2015.
§2º O juiz intimará o embargo para, querendo, manifestar-se no prazo de5( cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Consoante dispostos no art. 1024, §4º, CPC/2015, caso os embargos de declaração tenham efeitos infringentes, de modo que implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outo recurso contra a decisão originaria, terá a possibilidade de complementar ou alterar suas razões nos exatos limites da modificação ocasionada pelo julgamento dos embargos de declaração, no prazo de quinze dias a contar da intimação da decisão dos embargos de declaração. O referido dispositivo passa, portando, adisciplinar o denominado princípio da complementariedade recursal em sede de embargos de declaração.
Sobre o julgamento dos embargos de declaração.
Fungibilidade recursal 
Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, caso não haja julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente(§1º, art. 1024, CPC/2015).
O Superior Tribunal de Justiça sempre se mostrou resistente ao sustentar que caberia ao relator, e não ao colegiado, o julgamento dos aclatórios. Ao acolher esse posicionamento, o CPC/2015, na previsão do art. 1024, §2º, dispõe que “Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.”
Pode se destacar, ainda, que o §3º, art 1024, CPC/2015, o dispositivo na linha do pensamento da jurisprudência, permite que os embargos de declaração sejam recebidos como agravo interno, caso o órgão julgador entenda ser esse o recurso cabível, dede que determine previamente a intimação do recorrente para complementar as razoes recursais, no prazo de cindo dias, de modo a impugnar de forma especifica os fundamentos da decisão recorra, conforme determina o art. 1021, §1º, ao tratar do recurso de agravo interno.
Art.1021, §1º N petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada.
O CPC/2015 preve de forma expressa no art 1024, §5º, a desnecessidade de ratificação do recurso interposto antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração, caso estes sejam rejeitados ou não alterem a conclusão anterior. Nesse contexto, impende salientar que a jurisprudência do STJ seguia no sentido de ser indispensável a ratificação do recurso interposto antes do julgamento dos embargos de declaração, qualquer que fosse o resultado do julgamento, conforme a orientação contida no enunciado nº 418 da jurisprudência dominante do STJ.
Desrespeito ao pré-questionamento
A uma grande dificuldade que se enfrenta é quando se quer que o recursos extraordinário seja admitido nos tribunais superiores, esbarrasse no requisito de admissibilidade chamado pré-questionamento. Naturalmente que o STJ e o STF não vai se mobilizar pra julgar um recurso que não tenha sido analisado nas instancias ordinárias.
Art. 1025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Isso significa que o CPC/2015 considera toda argumentação que se trouxe nos embargos de declaração incluída no acordão, ainda que o acordão portanto não se manifeste sobre uma violação a dispositivo de lei federal e da constituição a argumentação feita será incluída. Pelo menos uns dos requisitos de admissibilidade conseguirá preencher que é o prequestionamento.
Efeitos dos embargos de declaração 
O primeiro efeito quando se interpõem os embargos de declaração é interromper os prazo do recurso principal então ele fica zerado só começa correr quando sai a nova decisão.
Imagine que sai uma sentença a respeito de condenação e prestação de alimentos e entende-se que houve uma omissão interpõem os embargos de declaração, o juízo poderia levar um, dois ou três meses pra julgar seus embargos, durante esse período o cliente(devedor da pensão) precisa ficar pagando a pensão? Os embargos de declaração suspendem a eficácia da sentença? A regra que se traz o bom senso é de que não e o CPC/2015 diz exatamente isso, os embargos de declaração não suspendem a eficácia da decisão seja ela interlocutória, sentença ou acordo. Poderá pleitear efeitos suspensivos nos embargos. Considerando esse exemplo se o cliente foi condenado à prestação de alimentos, poderá interpor os embargos, e ao final pleitear que o juízo conceda efeitos suspensivos aos embargos e portanto aquela sentença não tem eficácia enquanto ele não julgar os embargos.
O art. 1026 §1º diz que: A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relatos se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Isso significa que se tem dois novos requisitos para a solicitação para efeitos suspensivos dos embargos. Um que já e muito conhecido é demonstrar no final ao final da petição o risco real de dano grave de difícil reparação que o cliente corre caso não seja concedida o efeito suspensivo, mas o segundo desrespeita a probabilidade de provimento do recurso, esse requisito lembra-se o fumu boni iuris , porem a probabilidade de provimento de recurso vai além da vera da assimilação da alegação, significa que o advogado precisa está atualizado com o entendimento naquela respectiva matéria de direito dos Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, STJ, STF, pois pra conseguir o efeito suspensivo no recurso de embargos precisa demonstrar ao juízo além do risco que á grande chances que o recurso utilizado seja provido e que portanto ele deve sim levar em consideração essas chances e conceder efeitos suspensivos, retirando a eficácia da sentença, da decisão interlocutória do mundo jurídico.
Os embargos de declaração também podem ser considerados protelatórios e a multa no CPC/2015 venho mais pesada.
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Lembrando que essa multa poderá ser ampliada ate dez por cento, caso interponha novos embargos se considerados protelatórios, e essa multa torna-se automaticamente um requisito de admissibilidade para o recurso principal, então tem que se recolher a multa pra poder interpor a apelação, ou o agravo de instrumento. Só serão permitidos no máximo dois embargos tidos como protelatórios pelo juízo, se interpor o terceiro ele irá ser rejeitado liminarmente pelo juízo ou pelo tribunal. Essas especificações encontrados nos §3º e §4º do art. 1026.
E por fim à possibilidade de eventualmente os magistrados ao analisar os embargos considera que efetivamente houve uma omissão ou uma contradição tão grave apta a modificar o julgado, são chamados efeitos infringentes dos embargos de declaração, nessa hipótese o magistrado de acordo com o CPC/2015 deverá intimar a parte adversa para se manifestar sobre o recurso de embargos de declaração, então ele ira conceder a parte adversa cinco dias para contra razoar os embargos de declaração toda vez que houver a possibilidade dele conceder efeitos infringentes aos embargos .

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