Aspectos econômicos da criação de pirarucus

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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II
Criação sustentável de Pirarucu
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
7. Aspectos econômicos importantes na 
produção do pirarucu
Apresentação 
Diante do crescente interesse da cadeia produtiva de pescado em investir na 
criação do pirarucu, torna-se indispensável a geração de um banco de dados 
a respeito do desempenho zootécnico e econômico da espécie com base em 
conhecimentos empíricos. Sabe-se que a compra de alevinos é impactante na 
composição do custo de produção e que o gasto com a ração, devido às altas 
taxas de arraçoamento adotadas para o pirarucu, requer um investimento inicial 
que necessita ser planejado. 
Contudo, a capacidade de comercializá-lo como um peixe de alta qualidade e com 
valor agregado possibilita o êxito de sua criação como uma atividade comercial 
promissora. Prova disso é que a criação do pirarucu no município de Presidente 
Médici (RO) apresentou um valor de lucratividade de 27% dentro das condições 
observadas (um hectare de lâmina d’água), indicando que a atividade é viável e 
atrativa financeiramente. O pirarucu é, em geral, comercializado inteiro, por um 
valor que varia entre R$ 7,50 a R$ 8,00 por quilograma, dependendo da região, 
lembrando que a indústria de processamento prioriza a compra de peixes com 
mais de 9 kg.
Neste módulo, você aprenderá mais acerca dos critérios para a aquisição de 
alevinos e verá aspectos do manejo alimentar e da comercialização dos peixes.
Objetivo
Conhecer os custos de produção do pirarucu e a lucratividade com a comercialização 
desse peixe.
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Criação sustentável de Pirarucu
7.1 Aquisição de alevinos
O podcast a seguir traz informações importantes com relação aos critérios mais 
utilizados pelos produtores na hora de comprar alevinos.
Aquisição de alevinos
7.2 Manejo alimentar
Agora, veja informações importantes a respeito da alimentação de pirarucus na 
produção de peixes em escala industrial: 
Manejo alimentar
Uma maneira de acompanhar o crescimento dos peixes ao longo de sua engorda 
é realizando biometrias, que também permitem ajustar a quantidade de ração 
ofertada, de acordo com o tamanho e o peso dos peixes. As três tabelas a seguir 
apresentam dados para o manejo alimentar adotado pelos produtores nas fases de 
recria do pirarucu, seguidas de outras duas tabelas com informações referentes ao 
manejo alimentar na fase de engorda do peixe.
Tabela 7.1. Conjunto de tabelas sobre o manejo alimentar empregado pelos produtores na fase de 
recria do pirarucu. 
Teor de 
proteína
% dos 
respondentes 
(n = 15)
Granulometria
% dos 
respondentes 
(n = 11)
Tratos 
por dia
% dos 
respondentes 
(n = 14)
40% 73,30% 1-2 mm 18,20% 1 21,40%
45% 13,30% 2-4 mm 9,10% 2 14,30%
56% 6,70% 6 mm 27,30% 3 28,60%
60% 6,70% 6-8 mm 18,20% 3-4 7,10%
- - 8 mm 27,30% 4 21,40%
- - - - 5 7,10%
https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1543596/mod_resource/content/1/EMBRAPA%20-%20PARTE%2002%20-%20M%207%20-%20PODCAST%2001.mp3
https://youtu.be/SjawEo6HT88
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Teor de 
proteína
% dos 
respondentes 
(n = 14)
Taxa de 
alimentação
% dos 
respondentes 
(n = 11)
Tratos 
por dia
% dos 
respondentes
(n = 11)
28% 21,40% À vontade 27,30% 1 36,40%
40% 78,60% 1% 9,10% 2 27,30%
42% 14,30% 2% 45,40% 2 - 3 9,10%
45% 7,10% 3% 9,10% 3 - 4 9,10%
-
- - - 3 (até 3 meses)
9,10%
- 5% 9,10% 2 (após 3 meses)
 
Teor de 
proteína
% dos 
respondentes 
(n = 14)
Taxa de 
alimentação
% dos 
respondentes 
(n = 11)
Tratos 
por dia
% dos 
respondentes
(n = 11)
28% 21,40% À vontade 27,30% 1 36,40%
40% 78,60% 1% 9,10% 2 27,30%
42% 14,30% 2% 45,40% 2 - 3 9,10%
45% 7,10% 3% 9,10% 3 - 4 9,10%
-
 - - - 3 (até 3 meses)
9,10%
- 5% 9,10% 2 (após 3 meses)
-
- - - 3 (até 1 kg)
9,10%
- - - 2 (após 1 kg)
Fonte: Embrapa (2015).
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Criação sustentável de Pirarucu
Tabela 7.2. Conjunto de tabelas sobre o manejo alimentar empregado pelos produtos na fase de 
engorda do pirarucu.
Teor de 
proteína
% dos 
respondentes 
(n = 14)
Taxa de 
alimentação
% dos 
respondentes 
(n = 11)
Tratos 
por dia
% dos 
respondentes 
(n = 11)
28% 21,40% À vontade 27,30% 1 36,40%
40% 78,60% 1% 9,10% 2 27,30%
42% 14,30% 2% 45,40% 2 - 3 9,10%
45% 7,10% 3% 9,10% 3 - 4 9,10%
-
 - - - 3 (até 3 meses)
9,10%
- 5% 9,10%
2 (após 
3 
meses)
-
- - - 3 (até 1 kg)
9,10%
- - - 2 (após 1 kg)
Teor de 
proteína
% dos 
respondentes 
(n = 14)
Taxa de 
alimentação
% dos 
respondentes 
(n = 11)
Tratos 
por dia
% dos 
respondentes 
(n = 11)
28% 21,40% À vontade 27,30% 1 36,40%
40% 78,60% 1% 9,10% 2 27,30%
42% 14,30% 2% 45,40% 2 - 3 9,10%
45% 7,10% 3% 9,10% 3 - 4 9,10%
-
 - - - 3 (até 3 meses)
9,10%
- 5% 9,10%
2 (após 
3 
meses)
Fonte: Embrapa (2015).
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Criação sustentável de Pirarucu
7.3 Comercialização dos peixes
Ouça a seguir o podcast que discute a comercialização de pirarucus produzidos 
em cativeiro. Em seguida, analise as tabelas que trazem cenários de custo de 
produção para diferentes sistemas de criação, além dos preços de alevinos e de 
ração com base nos resultados médios de desempenho produtivo.
Aquisição de alevinos
Na leitura das tabelas a seguir, considere os seguintes cenários: 
1. O produtor compra insumos no valor de varejo e está distante do fornecedor. 
Ele tem dificuldades de gestão.
2. O produtor compra insumos com valores semelhantes ao praticado no 
atacado e está distante do fornecedor. Utiliza mínimas ferramentas de 
controle e gestão.
3. O produtor compra insumos no valor de atacado e está próximo ao 
fornecedor. Utiliza várias ferramentas de controle e gestão.
Tabela 7.3. Custo de produção do pirarucu na fase de engorda, considerando diferentes cenários de 
preço de alevinos, ração e eficiência produtiva em viveiro escavado e açude.
Cenário Preço do alevino
Preço 
da 
ração
Custo 
total do 
quilo de 
pirarucu
Escala de 
produção
Produção 
(tonelada/
ano)
Conversão 
alimentar
1 R$ 20,00/unidade
R$ 2,50/
kg R$ 9,78/kg
Pequena 
escala 2 a 3 2,2
2 R$ 15,00/unidade
R$ 2,00/
kg R$ 6,72/kg
Média 
escala 5 a 20 1,9
3 R$ 10,00/unidade
R$ 1,70/
kg R$ 4,92/kg
Média/
Grande > 50 1,7
Fonte: Adaptada de Sebrae (2013, p. 19-20).
https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1547891/mod_resource/content/1/EMBRAPA%20-%20PARTE%2002%20-%20M%207%20-%20PODCAST%2002.mp3
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Tabela 7.4. Retorno econômico da produção de um hectare. Dados relativos à produção de 10 
toneladas de pirarucu, criado em viveiro escavado e açude, na fase de engorda, com diferentes 
cenários de preço de alevinos, ração e eficiência alimentar.
Cenário
Preço de venda 
do pirarucu = 
R$ 7,50/kg
Preço de venda 
do pirarucu = 
R$ 10,00/kg
Custo total do 
quilo do pirarucu
1 -R$ 22.800,00 R$ 2.200,00 R$ 9,78/kg
2 R$ 7.800,00 R$ 32.800,00 R$ 6,72/kg
3 R$ 25.800,00 R$ 50.800,00 R$ 4,92/kg
Fonte: Adaptada de Sebrae (2013, p. 20).
Tabela 7.5. Custo de produção do pirarucu na fase de engorda em tanque-rede, adotando-se 
distintos cenários de preço de alevinos, ração e eficiência produtiva.
Cenário Preço do alevino
Preço da 
ração
Custo 
total do 
pirarucu
Piscicultor
Produção 
(tonelada/
ano)
Conversão 
alimentar
1 R$ 20,00/unidade R$ 2,50/kg
R$ 9,81/
kg
Pequena 
escala 2 a 3 2,2
2 R$ 15,00/unidade R$ 2,00/kg
R$ 7,46/
kg Média escala 5 a 20 2,1
3 R$ 10,00/unidade R$ 1,70/kg
R$ 5,72/
kg
Média/
grande > 50 2,00
Fonte: Adaptada de Sebrae (2013, p. 22-3).
Agora, veja a Tabela 7.6, que mostra o retorno econômico da produção de 20 
tanques-rede de 6 m3, considerando os mesmos cenários descritos anteriormente.
Tabela 7.6. Dados relativos à produção de 10 toneladas de pirarucu na fase de engorda, com 
diferentes cenários de preçode alevinos, ração e eficiência produtiva.
Cenário Preço de venda do pirarucu = R$ 7,50/kg
Preço de venda do pirarucu 
= R$ 10,00/kg
1 -R$ 23.100,00 R$ 1.900,00
2 R$ 400,00 R$ 25.400,00
3 R$ 17.800,00 R$ 42.800,00
Fonte: Adaptada de Sebrae (2013, p. 23).
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Criação sustentável de Pirarucu
Em um sistema de recirculação (apresentado na Tabela 7.3), os gastos com energia 
elétrica podem variar de R$ 120,00 a R$ 600,00 ao ano. Os valores dependem do 
tipo de contrato realizado entre piscicultor e companhia de abastecimento.
A tabela a seguir apresenta o impacto causado no preço final do pirarucu pelo 
aumento da produtividade no sistema de recirculação. As informações inseridas na 
primeira linha correspondem à produção obtida no Projeto Pirarucu da Amazônia 
(2007-2010). Os dados das linhas seguintes mostram uma simulação de produção 
após adequações no sistema. 
Tabela 7.7. Influência do aumento da produtividade no sistema de recirculação em relação ao custo 
final do quilo de pirarucu.
Produção anual de 
pirarucu no sistema de 
recirculação estudado em 
um viveiro de 1.445 m2
Produção anual 
equivalente a 
um hectare de 
viveiro
Aumento do custo por quilo 
de pirarucu produzido devido 
à depreciação do tanque de 
PVC
2.980 kg 20.623 kg R$ 0,37
4.335 kg 30.000 kg R$ 0,25
7.225 kg 50.000 kg R$ 0,15
Fonte: Adaptada de Sebrae (2013, p. 26-7).
A engorda do pirarucu ainda requer mais conhecimentos técnicos, por exemplo, a 
respeito da padronização da produção de alevinos e com relação ao desenvolvimento 
de rações de alta qualidade, que atendam à exigência nutricional da espécie. Com 
essas soluções tecnológicas, possivelmente, haverá uma redução no investimento 
inicial necessário para a criação em cativeiro e melhorias no retorno financeiro da 
piscicultura. Ainda assim, a criação intensiva da espécie apresenta uma série de 
vantagens, como rápido crescimento, adequada tolerância às condições da criação 
em ambientes tropicais, fácil adaptação a rações comerciais, qualidade da carne, 
alto rendimento do filé, elevada demanda de consumidores e significativo valor de 
mercado. 
A criação do pirarucu tem um futuro promissor, mas ainda necessita de 
aprimoramento em pesquisa, desenvolvimento e inovação para ser potencializada.
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Síntese
Neste módulo, você aprendeu quais são os critérios para a aquisição de alevinos 
e conheceu diferentes cenários para o manejo alimentar e a comercialização dos 
peixes.
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Referências
EMBRAPA. Reprodução e engorda do pirarucu. Brasília: Embrapa, 2015.
SEBRAE. Manual de boas práticas de produção do pirarucu 
em cativeiro. Brasília: Sebrae, 2013. Disponível em: https://
bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/7ce01b2624c82f78849858279ff1b2cd/$File/4534.pdf. Acesso em: 
16 jan. 2020. 
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/7ce01b2624c82f78849858279ff1b2cd/$File/4534.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/7ce01b2624c82f78849858279ff1b2cd/$File/4534.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/7ce01b2624c82f78849858279ff1b2cd/$File/4534.pdf