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Envelhecimento ASPECTOS GERAIS - Envelhecimento humano é um fenômeno natural e universal ● Atualmente: 500 milhões de idosos (8% pop.mundial) ● 2030: estima-se 13% idosos - A velocidade de envelhecimento da população é mais significativa em países em desenvolvimento ● Brasil: 4,5% em 1950 e estima-se 23% para 2050 a população de idosos - Limite cronológico para ser considerado idoso no Brasil, e em países em desenvolvimento, é a partir de 60 anos ● Países desenvolvidos: a partir de 65 anos ● Ou seja, esse limite depende da localidade que indivíduo vive, além do estilo de vida Obs: indivíduos que possuem HIV são considerados idoso em média 10 anos antes - “Tipos” ● Senescência: processo de envelhecimento natural e saudável ● Senilidade: processo de envelhecimento associado a doença - Níveis de envelhecimento ● Biológico: mudanças fisiológicas, anatômicas, bioquímicas e hormonais - gradual declínio da capacidade do organismo ● Psicológico: comportamento das pessoas a si próprio e aos outros - limitações, atitudes, readaptações, senso subjetivo da idade ● Social: normas/eventos que controlam, por idade, o desempenho em atividades ou tarefas - Teorias Biológicas TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Genético Teoria dos Telômeros Teoria das alterações da regulação transcricional Teoria dos radicais livres Teoria de Acúmulo de Danos Teoria do Uso e Desgaste ASPECTOS IMUNOLÓGICOS Imunosenescencia - alterações no sistema imune ao envelhecer - aumento da atividade inflamatória, aumento o risco de doenças inflamatórias (inflamm-aging) ● Leva a vários problemas (aterosclerose, diabetes, demência) ** Diminuição da função da imunidade inata e adquirida .+ Processo inflamatório - Aumento de citocinas pró-inflamatórias (resposta pró-inflamatória) - IL 1, 6 e TNF-alfa ● Ativação constante de linfócitos - resposta exacerbada - ↓ elasticidade pulmonar - Prejuízo do parênquima pulmonar - ↑ morbidade e mortalidade - Manutenção da capacidade em repouso - ↓ resposta a hipoxia e hipercapnia (aumento CO2) - ↑ IR (impulsões respiratórias) em situações de alta demanda - ↑ risco de hospitalização, internação na UTI e óbito - ↑ da permeabilidade (macrofagos, neutrofilos), histamina, proteases (produzida por neutrófilos) → senescência ● Elastase, degrada elastina, vem dos neutrófilos, que estão sempre ativos no idoso (pró-inflamatório) ASPECTOS FISIOLÓGICOS Teorias Biológicas - Envelhecimento afeta o desempenho físico, limitando interações com ambiente (sistema esquelético, respiratório, cardíaco), trazendo dificuldade e, muitas vezes, dependência. - ↓ da força muscular (perda de massa muscular) - Sarcopenia: massa muscular substituída por colágeno e gordura (subcutânea e intramuscular) - Osteopenia e Osteoporose: perda de tecido ósseo - Doenças disco artrose das vértebras, alterações dos espaços intercostais e modificação da coluna - podem afetar a estatura do idoso - Cifose cérvico-dorsal e o aumento do diâmetro do tórax. - Calcificação de cartilagens ● Traqueal, costais - perda da flexibilidade ● ↓ da elastina ● ↓ do espaçamento intervertebrais e intercostais Obs: Hipercifose torácica: desidratação dos discos intervertebrais ● Perda de 2% da massa muscular por ano, após os 50 anos SISTEMA RESPIRATÓRIO Doenças do sistema respiratório são mais prevalentes na clínica - Depuração mucociliar: redução da eliminação do muco → ↓ da capacidade de limpeza mucociliar → ↑ em condições inflamatórias Alterações Respiratórias - ↑ da rigidez miocárdica e vascular (eleva fibrose) → redução do Débito cardíaco → diminuição do Vol. de O2 - Pulmões mais volumosos - Pressão intrapleural mantém os pulmões inflado ** Aumento de volume residual e do espaço morto - Alargamento dos ductos e bronquíolos - Alvéolos tornam-se flácidos (perda de tecido septal) - ↑ de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar alveolar com piora da ventilação e perfusão ● Ductos alveolares com aumento de diâmetro - ↑ dos espaços aerados - ↓ da superfície de troca gasosa - Perda do tecido de suporte das vias respiratórias periféricas, ↓ a elasticidade alveolar, antigamente denominado “enfisema senil” - ↑ do tecido fibroso e perda da elasticidade pulmonar ● Menor inflação pulmonar (diminuição do fôlego) - Redução da secreção do surfactante pulmonar - Enfraquecimento da musculatura respiratória (diafragma não ajuda + tanto) - Redução da hemoglobina e hematócrito Obs: é utilizado a espirometria Obs: em repouso, a quantidade de O2 é adequada, o sistema respiratório consegue manter Doenças Pulmonares Obstrutivas ● Enfisema + bronquite crônica ● Obstrução do fluxo de ar no conduto respiratório traqueobrônquico ou até a região do bronquíolo e alvéolos - dificuldade em chegar no local de trocas gasosas - DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) ● Dificuldade de expiração ● Redução do fluxo de ar pelo pulmão ● Diagnósticos: testes funcionais gasométricos ● Tabagismo é a principal causa/fator de risco Obs: vacinas contra infecções respiratórias (influenza, pneumonia pneumocócica) são muito importantes para idosos SISTEMA CARDIOVASCULAR Doenças Cardiovasculares - A mortalidade por causa de doenças cardiovasculares é alta, cerca de +30% - Alterações estruturais podem facilitar os mecanismos fisiopatológicos para a doença ● Compreensão dessas alterações possibilita a prevenção, aumentando a expectativa de vida e retardar as mortes pela doença Sistema Nervoso Autônomo - Diretamente relacionado com o sistema cardiovascular, já que comanda FC, vasoconstrição e vasodilatação - Deficiência beta-adrenérgica se parece com a patologia da insuficiência cardíaca no idoso em repouso ● Repouso: sem alterações no limiar do idoso ● FC não aumenta sua máxima - Diminuição da influência simpática ● Observada durante atividades físicas ● Lei de Frank-Starling: Aumento do débito cardíaco, aumentando volume sistólico para compensar a FC alta - aumento da quantidade de sangue bombeado ** Força de contração do ventrículo esquerdo (ejeta sangue para a aorta, que manda para o corpo) ● Situação de maior risco: pode desencadear o processo fisiológico de doenças cardiovascular Alterações Funcionais 1- ↓ da resposta de elevação da FC ao esforço ou outro estímulo 2- ↓ complacência do ventrículo esquerdo (mesmo sem hipertrofia miocárdica) ● ↑ da pressão diastólica no ventrículo → disfunção diastólica no idoso ** Dependência da contração atrial para manter o enchimento ventricular e o débito cardíaco 3- ↓ complacência arterial → ↑ da resistência periférica → ↑ pressão sistólica → ↑ pós-carga, dificultando a ejeção ventricular ● Essa dificuldade se dá pelas alterações estruturais na vasculatura ● Alteração das camadas musculares das artérias ⤷ Ionotrópica (força de contração) e Cronotrópica (FC) ⤷ Barorreceptores presentes no arco aórtico e nas carótidas - monitora as variações da pressão arterial Obs: Acúmulo de colágeno e alteração da matriz extracelular- pode interferir no funcionamento do coração Obs: função sistólica no idoso não tem alterações em repouso, porém a diastólica há alterações (atraso no relaxamento) - captação mais lenta do cálcio na célula ● Relaxamento incompleto do ventrículo ● Enchimento passivo (E) reduzido ● Aumento do enchimento diastólico ativo (A) - feito pelos átrios (contração mais forte) ● ↓ Razão E/A reduzida Alterações Anatômicas/estruturais - Diminuição do número de miócitos (necrose e apoptose) ● Miócitos não se proliferam e nem regeneram - ↑ do volume (grandes) dos miócitos (hipertrofia cardíaca) ● Resposta de adaptação do coração a uma maior pós carga - Alteração das propriedades dos colágenos ● Proliferação de fibroblastos no coração ● ↑ da deposição de colágeno (fibrose generalizada) - ↑ da espessura e da massa do VE - ↑ do AE - ↓ número de células do sistema elétrico do coração ● ↑ predisposição a arritmias cardíacas Alterações Morfológicas - Pode ocorrer doenças ● Pericárdio, do Endocárdio e miocárdio (mais comum) ● Valvas cardíacas - elas ficam endurecidas, geralmente é a aórtica, podendohaver sopro fisiológico - sendo normal no idoso) → ↑ deposição de colágeno, cálcio e ↑ estenose ● Aorta - endurecidas, alterações estruturais, levando alteração na camada muscular, enrijecimento ou dilatações (aneurisma) - maior resistência à ejeção dos ventrículos (pós carga) ● Artérias (endurecidas) - aumento de colágeno e diminuição da elastina ● Coronárias Alterações neuroendócrinas e imunológicas - Aumento de células inflamatórias - Aterosclerose depende de processo inflamatório - aumento de células inflamatórias IMPORTANTE - Se der muito volume de soro ao idoso, o organismo pode sair da homeostase, sendo possível apresentação de sintomas de insuficiência cardíaca ● ↑ Volume de sangue, com alterações em sistemas - Os idosos, geralmente, apresentam um número maior de comorbidades associadas (diabetes, hipertensão…), sendo mais difícil de distinguir se é uma doença ou alterações do envelhecimento (senescência) - Tratamento e prevenção muito parecidas para os dois casos Obs: insuficiência cardíaca - quebra da homeostase, com manifestações Fratura de fêmur e complicações cardiovasculares em idosos ● É necessário um procedimento cirúrgico, podendo ocorrer complicações - Embolia gordurosa (origem em fraturas de ossos longo): dilatação do fêmur, medula fica mais amarela - Trombo sanguíneo: cascata de coagulação (pode ser por conta da imobilização após cirurgia e da posição do paciente na mesa cirúrgica) ● ↑ do processo inflamatório (imunossenescência), dando origem à embolia pulmonar ● Anticoagulante: risco de lesão das mucosas intestinais - Perda de sangue → diminuição da volemia → coração do idoso enfraquecido (alteração de matriz extracelular, diminuição elastina, aumento colágeno, acúmulo de gordura) → diminuição PA ● Tentativa de aumento de pressão, mas não consegue pela diminuição do reflexo barorreceptor, do SNA beta adrenérgico e renina-angiotensina-aldoster ona - Infecção: contato com bactérias → aumento da inflamação → corpo nao da conta de controlar → disseminação da inflamação para a corrente sanguínea → sepse - Anestesia: retorno pode demorar, podendo levar a um choque Obs: Débito Cardíaco: quantidade de sangue ejetado pelo ventrículo para a circulação por unidade de tempo (mL/min) ● DC=Volume sistólico X FC Volume sistólico: sangue ejetado dos ventrículos para as arteiras a cada contração SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Perda de massa óssea: desequilíbrio no processo de modelagem e remodelagem - Aumento da atividade de osteoclastos ou diminuição de osteoblastos, ou ambos ● Pode gerar osteoporose (estimula osteoclasto e desestimula osteoblastos) - o aumento da fragilidade óssea e maior risco de fratura após mínimo trauma ● Pode ser modulada pelos hábitos de alimentação, atividade física, questões hormonais e genética Obs: as mulheres começam o processo de perda de massa óssea antes dos homens, uma vez que a menopausa influencia no processo, sendo ele mais precoce (diminuição nos níveis de estrogênio) Perda de Massa muscular - Diminuição no peso muscular (perda de unidades motoras) ● Placas motoras dos idosos e as pregas são mais numerosas e as fendas sináptica se tornam mais amplas, reduzindo a superfície de contato entre o axônio e a membrana plasmática → diminuição da qualidade da contração muscular, força e coordenação dos movimentos, aumentando a probabilidade de sofrer acidentes (quedas) - Redução do número e volume de fibras tipo 1 e 2 → menor velocidade do movimento dos idosos Articulações mais frágeis - São nutridas pelo líquido sinovial - Diminuição de condrócitos (sintetizantes da matriz) e da quantidade de água e proteoglicanos (turgor e elasticidade da cartilagem) - Cartilagem torna-se mais fina e com rachaduras e fendas nas superfícies ● Degradação de cartilagem se dá por conta de citocinas (IL 10 e TNF-alfa) SISTEMA URINÁRIO - Diminuição da função renal em cerca de 50% aos 80 anos. - Atrofia da uretra ● Enfraquecimento da musculatura pélvica associado a perda de elasticidade uretral e de colo vesical - favorecem o aumento de frequência, urgência urinária e incontinência urinária - Excreção urinária de todos os esteróides adrenais se reduz com a idade, devido à menor síntese, mas também duplica após o estímulo com ACTH Homens - Bexiga vulnerável , principalmente, ao aumento prostático e consequente acentuação do prejuízo aos processos primários do seu envelhecimento - Uretra comprometida extrinsecamente, promovido pela hipertrofia prostática benigna Mulheres - estrógeno na mulher diminui, facilitador de presença de infecção urinária - Uretra: diminui a pressão uretral máxima e do comprometimento funcional - Parto vaginal: musculatura pélvica mais alargada, esfíncter da bexiga controlado pelo assoalho pélvico ● Músculos menos compactados - ● Uretra encurtada, mais fino ● Aparência de infecções urinárias (maior risco) Obs: mulheres possuem maior probabilidade de incontinência urinária que os homens SISTEMA ENDÓCRINO - Atividade reduzida do eixo hipotálamo-hipófise ● Isso pode ocorrer por conta da diminuição das aminas biogênicas, substratos ou precursores dos neurotransmissores, ou, ainda, menor resposta dos receptores beta adrenérgicos nos tecidos alvos Adenohipófise: aumento em 10% da população de células basófilas – produtoras de gonadotrofinas, principalmente nas mulheres menopausadas – e uma redução das células acidófilas em 40 a 50%. - Hormonio GH: - TSH mantém seus níveis séricos, porém T3 e T4 declinam a partir dos 60 anos, podendo reduzir-se pela metade - FSH e LH: inalterados no homem, ou mesmo elevados na mulher (menopausa) - O ACTH aparentemente vai decrescendo com a idade, uma vez que a excreção urinária de todos os esteróides adrenais se reduz, talvez devido a uma menor síntese Neuro Hipófise: aumento de seu peso com a idade (aumento de tecido conjuntivo e infiltração de basófilos) - Reduz-se a vascularização e não parece haver redução do conteúdo de ADH e ocitocina com a senectude Adrenais - Repouso: ● Níveis de cortisol, deidroepiandrosterona e aldosterona são inferiores aos dos adultos jovens ● Estrona e o estradiol adrenais chegam a duplicar no idoso - A excreção urinária de todos os esteróides adrenais se reduz com a idade, devido à menor síntese, porém também duplica após o estímulo com ACTH. Tireoide: atrofia com a idade, podendo desenvolver anormalidades - Diminuição do T3 e T4 - PBI sérico normal - Captação de I 131 não se altera - Pode aparecer um hipotireoidismo senil atipico com apatia, depressão mental, adinamia ou inversamente casos de tireotoxicose com emagrecimento, fraqueza muscular e alterações cardiacas - Causas do hipotireoidismo: doença de Hashimoto, após terapia com I 131 (iodo radioativo) e idiopático. ● Glândula aumentada , mas sem aumento na produção hormonal ● Baixa concentração de hormônio tireoidiano (T4 livre e T3) com redução do feedback negativo sobre a hipófise e consequente aumento da secreção hipofisária do hormônio estimulante da tireoide (TSH). ● - Causas do hipertireoidismo: doença de Graves, adenomas hiperfuncionantes, ingestão excessiva dos hormônios tireoidianos, bócio multinodular, adenoma hipofisário ou raramente distúrbio hipotalâmico (excesso de TRH) Paratireoides - Taxas anormais de cálcio e fósforo, podendo ser hipercalcemias associadas a neoplasias ou metástases (tumores brônquicos, mamários, da próstata e dos cólons), que levariam a uma produção ectópica de paratormônio (PTH) - Idosos com osteoporose: aumento dos níveis de PTH - Calcitonina: decresce com o avançar da idade, atingindo seus menores valores depois dos 60 anos - Vitamina D3: atingem seu máximo ao final da adolescência, se reduzem posteriormente na vida adulta e se mantêm estáveis depois da 5ª década. - Falta de vitamina D3 e cálcio ● Presença de Esteatorréia:podem causar a osteomalácia(raquitismo do adulto), devido à pequena absorção de cálcio e de fosfato pelos intestinos ● Problema renal: rins lesados não formam a vitamina D3 ou têm umaredução congênita da absorção de fosfatos SISTEMA NEUROLÓGICO Cérebro: tamanho e peso diminuídos - Atrofia das estruturas cerebrais - Diminuição de massa branca - Giros mais finos, separados por sulcos corticais - Hipotrofia dos sulcos corticais ● Mais abertos e profundos - Redução do volume do córtex - Espessamento das meninges - Dilatação dos ventrículos - Alterações dendríticas e de sinapse ● Diminuição da árvore dendrítica (atrofia de axônios mielínicos) ● Redução da conectividade cortical (déficits cognitivos) - Diminuição de neurotransmissores ● Ocorre pela atrofia e morte neural Jovem Idoso - Acúmulo da Proteína “Tau” (fósforo proteína): associada a estabilização dos microtúbulos → formação dos emaranhados neurofibrilares Alterações Comuns nos Idosos - Síndrome do Desequilíbrio - Demência: ● Declínio intelectual é geralmente progressivo e,inicialmente, poupa o nível de consciência ● Envolve a memória, o comportamento, a personalidade, o juízo, a atenção, orientação espacial, linguagem, o pensamento abstrato, e outras funções da atividade. ● Parkinson, Huntington e Alzheimer SISTEMA DIGESTÓRIO Sofre modificações estruturais e funcionais com o envelhecimento - aumento de constipação, absorção reduzida entre outros.
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