Buscar

Envelhecimento - Anatomia e fisiologia do idoso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 
O envelhecimento é a fase final do continuum que é a vida. Sucede a fase de maturidade e é 
caracterizado por declínio das funções orgânicas, acarretando um aumento da susceptibilidade à doenças 
que acabam por levar o idoso à morte. Esse declínio não é uniforme, podendo variar em ritmo e magnitude 
nos diferentes sistemas orgânicos e entre diferentes indivíduos. No envelhecimento há incapacidade de 
adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional É um processo dinâmico e progressivo, de 
modo que não existe um limite de transição com a fase que o precede. 
De maneira geral, no conjunto de sistemas orgânicos, ocorre uma perda funcional de 1% ao ano, a 
partir dos 30 anos de idade. 
 
Envelhecimento não é doença! Os distúrbios funcionais do envelhecimento são comuns à todas as 
pessoas, não induzidos por doenças e ocorrem simplesmente em decorrência do avançar da idade. 
 
Bom... em seguida será feita a descrição das principais alterações fisiológicas que ocorrem em cada um 
dos sistemas orgânicos do idoso. 
 
FORMA E COMPOSIÇÃO DO CORPO 
 
A estatura diminui 01 cm a cada década, a partir dos 40 anos: 
– Diminuição dos arcos dos pés; 
– Aumento da curvatura da coluna vertebral; 
– Alterações nos discos intervertebrais com consequente encurtamento da coluna vertebral; 
 
Mudanças na distribuição do tecido adiposo: 
– Aumento do tecido adiposo com deposição em omento, região 
perirrenal e substituição parenquimatosa de diversos órgãos; 
– Diminuição do tecido adiposo em membros, com deposição em 
tronco (distribuição centrípeta) 
 
Mudanças na distribuição de água corporal total: 
– Perda da água intracelular; 
– Diminuição do reflexo de sede; 
 
PELE E ANEXOS 
 
Alterações na pele: 
– Atrofia em grau variado, com adelgaçamento difuso, secura e pregueamento (aspecto de papel de 
seda); 
– Menor junção entre a derme e a epiderme; 
– Tonalidade se torna ligeiramente amarelada, com perda da elasticidade e turgor; 
– Ocorre diminuição das glândulas sudoríparas e sebáceas, tornando a pele seca e áspera; 
– Nº de melanócitos diminui de 8-20% por década, após os 30 anos (isso aumenta o risco de CA de 
pele no idoso); 
– Alterações funcionais dos melanócitos (principalmente em face e dorso da mão) provocam o 
aparecimento de máculas hiperpigmentadas, marrons, lisas e achatadas; 
– Diminuição das fibras elásticas e colágenas; 
– Decréscimo da atividade dos fibroblastos, tornando mais lenta a cicatrização; 
– Diminuição da vascularização, causando palidez e redução da temperatura; 
– Pálpebras se tornam mais flácidas (superiores e inferiores), com diminuição da secreção lacrimal, 
atrofia da fáscia palpebral (formando aquelas bolsas), atrofia do músculo elevador da pálpebra; 
 
Essa diminuição da água 
corporal total + aumento da 
fração do peso corporal 
total representado pelo 
tecido adiposo causa um 
aumento do volume de 
distribuição para fármacos 
lipossolúveis e uma 
diminuição para os 
hidrossolúveis. 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
Alterações nos pelos: 
– Redução geral em todo o corpo (exceto narinas, sobrancelhas e orelhas); 
– Em mulheres pode surgir pelos em mento e lábio superior em decorrência do hiperandrogenismo; 
– Perda da pigmentação, tornando os pelos e cabelos brancos; 
– Inativação de células do bulbo piloso, com consequente queda de pelos e calvície; 
– Cabelos se tornam brancos em cerca de 50% das pessoas, em torno dos 50 anos de idade 
 
SISTEMA LOCOMOTOR 
 
Alterações ósseas: 
– Perda óssea de 0,3% ao ano (homens) ou 1% ao ano (mulheres); 
– Diminuição do componente compacto, devido à reabsorção interna óssea (a parte compacta do osso 
se torna mais compacta e porosa, quase semelhante à esponjosa); 
– Na parte esponjosa ocorre perda das lâminas ósseas, formando-se cavidades maiores das 
trabéculas ósseas, isso causa uma redução da resistência e aumenta o risco de fraturas (mesmo no 
idoso que não tenha osteoporose); 
 
Alterações articulares: 
– A diminuição do conteúdo de água nos tendões e ligamentos, aumentando a rigidez; 
– Em cartilagens articulares ocorre processo degenerativo, com redução da resistência elástica e 
perda da capacidade de resistência à deformação; 
– Ocorre calcificação das cartilagens condroesternais; 
– O tecido fibroso das suturas cranianas é substituído por osso a partir dos 30 anos de idade, isso 
diminui a resistência a fraturas; 
– Na coluna vertebral, ocorre diminuição da espessura dos discos intervertebrais e acentuação das 
curvaturas; 
 
Alterações musculares: 
– Perda de massa muscular (quase 50% entre 20-90 anos); 
– Diminuição da força muscular em 15% por década, a partir dos 50 anos → se inicia já aos 30-40 
anos evolui lentamente até os 60, quando passa a ser mais acentuada; 
– Aumento do tecido adiposo e conjuntivo no músculo (piora mais ainda a força muscular); 
– Existe associação entre baixos níveis de vitamina D e fraqueza muscular, por isso deve-se manter 
os níveis de vit. D >30ng/mL; 
 
SISTEMA NERVOSO 
As alterações mais importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro. 
 
Alterações no cérebro: 
– Diminuição do peso e volume cerebral com a idade (5% aos 70 anos, até 20% aos 90 anos); 
– A maior perda ocorre nos lobos frontal e temporal (principalmente na substancia branca); 
– A aterosclerose leva à diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e deterioração dos mecanismos que 
o mantém; 
– Com a atrofia cortical, ocorre aumento dos ventrículos encefálicos; 
– Ocorre perda neuronal contínua, não uniforme, em todas as áreas corticais (mais evidente no 
cerebelo); 
– Há diminuição das sinapses; 
– Morte celular em células da medula espinal, apenas após os 60 anos; 
– O aumento de células da glia causa gliose; 
– Leucoaraiose, que é a perda dos axônios e redução da mielina; 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
– No hipocampo ocorre formação de placas senis/neuríticas (proteína amiloide) e emaranhados 
neurofibrilares (massas de neurofibrilas no interior do citoplasma dos neurônios) → o significado 
funcional disso ainda é desconhecido, mas sabe-se que nas doenças de Alzheimer e Parkinson 
esses emaranhados e placas estão em grande número; 
 
Alterações em neurotransmissores: 
– Redução da acetilcolina; 
– Redução da dopamina (nesses casos, a administração de L-dopa em cérebros normais pode levar à 
melhora da função cognitiva); 
– Diminuição da produção de catecolaminas (ex.: noradrenalina) e aumento da atividade da 
monoaminoxidase em diversas regiões do encéfalo → os níveis de noradrenalina caem cerca de 
40% aos 70 anos de idade; 
– Quanto ao sistema serotoninérgico, ainda é controverso; 
 
Alterações na recepção e condução de impulsos nervosos: 
– Redução da sensibilidade a barorreceptores e quimiorreceptores (que são importantes para a 
regulação da PA, por exemplo); 
– Redução da sensibilidade em receptores cutâneos (importantes para percepção da temperatura 
ambiente, por exemplo); 
– Diminuição da velocidade de condução (tanto de vias aferentes quanto eferentes), com alterações 
de neurotransmissores simpáticos e parassimpáticos; 
 
Alterações cognitivas e comportamentais: 
– Prejuízo da memória episódica, de trabalho e da função executiva; 
– Diminuição da velocidade de processamento; 
– Redução da capacidade de atenção e concentração; 
 
Mudanças na marcha, postura e equilíbrio: 
– Tendência à instabilidade postural e quedas; 
– Hesitação ao andar, menor balanço dos braços e passos menores; 
– Postura típicado idoso (base alargada, coluna cervical retificada, hipercifose torácica, quadril e 
joelhos em flexão); 
 
Mudanças no sono: 
– O sono REM praticamente não se altera; 
– Aumento dos estágios 1 e 2 do sono não-REM → isso aumenta a facilidade de despertar; 
– Redução dos estágios 3 e 4 do sono não-REM → isso torna o sono mais profundo; 
– Há maior período de apneias (sono intercortado), com maior sonolência diurna; 
– É comum apresentarem roncos; 
– Ocorre diminuição da produção de melatonina pela pineal; 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
Alterações no miocárdio: 
– Perda progressiva de miócitos, com substituição por tecido fibroso, isso diminui a capacidade 
contrátil do coração; 
– Com o avançar da idade, ocorre aumento do tamanho do coração e espessura do ventrículo 
esquerdo; 
– Embora atrófico em número celular, é hipertrófico morfologicamente; 
– Infiltração de tecido adiposo, fibras colágenas e elásticas, diminuição das células musculares; 
Alterações no sistema eletrogênico: 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
– Redução progressiva do número de células do nó sinusal (10% aos 75 anos) 
– Perda de fibras do feixe de His; 
– Predisposição à arritmias; 
 
Alterações nas valvas cardíacas: 
– Alterações mais intensas ocorrem nas valvas aórtica e mitral; 
– Formação de placas ateroscleróticas; 
– Espessamento das cordas tendíneas; 
 
Alterações vasculares: 
– Aumento da rigidez da parede arterial, isso aumenta a RVC e, consequentemente, a PAM; 
– Na aorta ocorre dilatação, redução de fibras elásticas, aumento de fibras colágenas, deposição de 
cálcio na parede. Essa rigidez da aorta diminui a PA diastólica (por isso, deve-se ter um cuidado em 
coronariopatias); 
 
Alterações em parâmetros funcionais: 
– Diminuição da resposta ao sistema B-adrenérgico e aos estímulos simpáticos e parassimpáticos, 
isso diminui a FC máxima (FCmáx = 220 - idade); 
– Ocorre piora do enchimento do VE, com maior compensação da sístole atrial (4ª bulha); 
– Idosos são mais propensos a IC diastólica; 
Em resumo, as funções cardíacas são suficientes em condições basais, mas em condições de 
sobrecarga (esforços excessivos, emoções, infecções, anemia, hipertireoidismo...) essa reduzida 
capacidade de reserva leva à descompensação. 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
Alterações respiratórias: 
– Aumento do espaço morto; 
– Diminuição da superfície de troca gasosa; 
– Perda do tecido de suporte das vias respiratórias periféricas, diminuindo a elasticidade alveolar; 
– Aumento do tecido fibroso; 
– Diminuição do surfactante pulmonar; 
– Calcificação das cartilagens da traqueia e brônquios, isso torna as vias aéreas mais rígidas; 
– Diminuição do número de células musculares lisas em traqueia e brônquios; 
– Diminuição de fibras musculares em músculos que auxiliam na respiração (devido à sarcopenia e 
atrofia muscular); 
– Calcificação das cartilagens condroesternais, tornando o tórax mais rígido. Como resultado final, 
ocorre diminuição da complacência pulmonar; 
– Modificação de mecanismos reguladores (quimiorreceptores, SNC e músculos efetores), com 
diminuição da resposta ventilatória às variações de PO2 e CO2 → assim, o idoso é mais propenso a 
ter alterações respiratórias sob ação de drogas depressoras do SNC (ex.: benzodiazepínicos); 
– Os mecanismos de defesa pulmonar ficam comprometidos: reflexo da tosse deficiente, redução da 
produção de muco e do movimento ciliar, diminuição de IgA, menor atividade de neutrófilos e 
macrófagos → isso predispõe o idoso a ter pneumonias; 
 
 
 
 
 
 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
Alterações no tubo digestivo: 
– Perda de dentes, tendência a cáries, periodontite e escurecimento; 
– Mucosa oral se torna mais fina, lisa e seca; 
– A língua se torna mais lisa, isso promove alterações no paladar e queimação; 
– É comum viscosidade na língua; 
– Atrofia de glândulas salivares, com menor secreção de saliva e mudança na composição (>50% dos 
pacientes se queixam de boca seca, porém isso é mais relacionado a efeitos colaterais de alguns 
medicamentos do que desse processo de alteração bucal) 
– Há maior dificuldade de deglutição devido a alterações na inervação intrínseca, musculatura 
esofágica e mecanismo de abertura do esfíncter superior do esôfago → mau prognostico devido ao 
risco de regurgitação e pneumonia aspirativa; 
– Disfagia orofaríngea ocorre devido ao comprometimento da função salivar, motricidade da língua, 
palato e faringe, além de perda do tônus do esfíncter esofágico superior; 
– Disfagia esofágica (prebiesôfago) pode ocorrer devido a menor amplitude das contrações 
peristálticas síncronas que conduzem o alimento e pela presença de contrações assíncronas que 
dificultam a progressão (se acontecer isso já é patológico); 
– 35% dos idosos têm incompetência do esfíncter esofágico inferior, causando DRGE; 
– Diminuição das células parietais e principais do estômago, que diminui a espessura da mucosa e 
diminui a secreção de HCl e pepsina, dificultando a digestão; 
– O esvaziamento gástrico se torna mais lento em 1/3 dos idosos por diminuição de sua motilidade 
normal (gastroparesia); 
– Gastrites e úlceras podem ocorrer, causando hemorragia digestiva alta; 
– No intestino, a superfície de absorção se torna menor, devido à atrofia da mucosa jejunal com 
alargamento e achatamento das vilosidades; 
– Vasos mesentéricos se tornam mais tortuosos, isso predispõe a isquemia e sangramentos; 
– Há perda acentuada de neurônios em todas as partes do tubo digestivo, podendo gerar úlceras 
indolores e diminuir a resposta visceral à perfuração ou isquemia intestinal; 
– Favorecimento de constipação intestinal, incontinência fecal e divertículos; 
 
Alterações no fígado: 
– O fígado passa a ter menos fluxo sanguíneo; 
– Redução do metabolismo hepático de substâncias extraídas da circulação já na sua primeira 
passagem pelo fígado, isso facilita intoxicações; 
– Redução do conteúdo do citocromo P450 no fígado; 
– Redução da síntese de fatores de coagulação vitamina K-dependentes; 
– As provas de função hepática não se alteram; 
 
Alterações no pâncreas: 
– Redução global do tamanho e peso, com substituição de parte do seu parênquima por colágeno; 
– A secreção exócrina basal não se altera, mas há diminuição da produção pancreática máxima, tanto 
hidroeletrolítica quanto enzimática; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
Alterações renais: 
– Perda do número total de células, com redução da massa renal (córtex → glomérulos); 
– Na medula renal os glomérulos se tornam fibrosados (glomérulos perdidos); 
– Deposição de tecido adiposo causa espessamento dos túbulos renais; 
– Deposição de placas ateroscleróticas causa espessamento da parede arteriolar; 
– O fluxo plasmático renal diminui para <50% e a taxa de filtração glomerular diminui para <35% entre 
os 30-80 anos; 
– Até os 85 anos, metade da função renal é perdida, fisiologicamente; 
– Vasodilatação compensatória na arteríola aferente (aumento prostaglandinas) cuidado AINES; 
– Diminuição da capacidade máxima de concentração e diluição do túbulo contorcido distal, assim 
como diminuição da capacidade de reter ou secretar sódio → por isso, em situações de sobrecarga 
ou de restrição de agua e sódio, o organismo do idoso demora mais para se adaptar, determinando 
quadros clínicos de retenção ou de espoliação hidrossalina; 
– É comum poliúria noturna; 
Esse conjunto de alterações causa dificuldade de adaptação a distúrbios hidroeletrolíticos, pois osmecanismos de correção são menos eficazes e se desenvolvem mais lentamente. Por esse motivo, é 
necessário ajuste de dose em medicamentos eliminados pelos rins (principalmente antibióticos): 
 
 
Alterações na bexiga e uretra: 
– A musculatura se torna mais fraca, o que diminui a força de contração; 
– O tecido conjuntivo da parede vesical se torna menos elástico; 
– A bexiga contrai menos durante a micção e se dilata menos; 
– Alterações no SN e nos receptores fazem com que o estímulo da micção só chegue quando a bexiga 
já está completamente cheia, isso provoca urgência miccional e até escape de urina situacional; 
 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
 
Alterações no sexo feminino: 
– Queda na produção de estrógeno e progesterona; 
– Atrofia de órgãos genitais internos e externos; 
– Redução do comprimento e largura da vagina, que se torna menos elástica, atrófica e com menor 
umidade → favorece a ocorrência de infecções; 
– Aos 50 anos o útero pela metade do que pesava aos 30, pois o tecido muscular é substituído por 
tecido fibroso; 
– Atrofia do endométrio; 
– Fraqueza dos ligamentos que mantém o útero, bexiga e reto em posição, levando a queda desses 
órgãos; 
– Glândulas mamárias se atrofiam e são substituídas por tecido adiposo; 
– Redução dos pelos púbicos; 
– LH e FSH aumentam em resposta à diminuição do estrógeno; 
– A resposta ovariana ao LH e FSH diminui; 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
Alterações no sexo masculino: 
– Alterações são menos evidentes do que na mulher; 
– Células da parede dos túbulos seminíferos (que produzem espermatozoide) se tornam menos ativas; 
– Redução gradual da produção de testosterona, sem ultrapassar limites da normalidade, mas isso já 
pode diminuir a força muscular; 
– O número de espermatozoides cai pela metade, mas a fertilidade perdura até o extremo da vida; 
– A partir dos 50 anos ocorre atrofia da próstata, com substituição das fibras musculares por tecido 
fibroso (entretanto a região da próstata que fica em torno da uretra expande e o peso aumenta aos 
70 anos); 
– No pênis, o tecido erétil se torna menos elástico, a parede das arteríolas dos corpos cavernosos se 
torna mais rígida, isso causa uma dificuldade de ereção; 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
Alterações na hipófise: 
– Redução da vascularização; 
– Aumento do tecido conjuntivo; 
– Maior incidência de microadenomas; 
– A partir dos 30 anos, a produção de GH diminui 14% a cada década; 
– Queda da pulsatilidade noturna da prolactina; 
– Menor produção de melatonina pela glândula pineal; 
– Aumento da secreção de ADH (ou potencialização de sua ação) → esse aumento do ADH é um dos 
fatores responsáveis pela hiponatremia, não raramente observada em idosos; 
 
Alterações nas adrenais: 
– A resposta ao ACTH permanece inalterada, mas o feedback é mais lento; 
– Diminuição dos hormônios androgênicos adrenais (DHEA, S-DHEA); 
– Redução do ritmo e níveis plasmáticos de aldosterona, devido a redução de renina (provavelmente 
por provável alteração do receptor justaglomerular); 
 
Alterações no pâncreas: 
– Glicemia de jejum aumenta 1 mg/dL a cada década após os 20 anos; 
– Glicose pós-prandial aumenta 9-10 mg/dL a cada década, gerando uma intolerância à glicose com 
o envelhecimento; 
– Há menor liberação de insulina, mas seus níveis plasmáticos encontram-se aumentados 
(possivelmente pela sua menor eliminação); 
 
Alterações na tireoide: 
– Redução da massa tireoidiana; 
– Aumento da incidência de nódulos; 
– Menor ritmo de produção de T4 e T3 em 25-33%, sem grandes alterações 
nos níveis de hormônios circulantes (por conta do decréscimo do 
aproveitamento de T4 nos tecidos periféricos); 
– Declínio da conversão de T4 em T3; 
– T4 e T3 em níveis normalmente baixos, TSH normalmente mais alto; 
 
Alterações nas paratireoides: 
– Não ocorre atrofia, apenas deposição de tecido adiposo; 
– Há aumento do paratormônio em mulheres, o que aumenta a reabsorção de Ca2+ nos ossos; 
 
 
VALORES DE TSH 
NO IDOSO: 
<60 anos: 0.5-4.5 
60-70 anos: 0.5-6.0 
70-85 anos: 0.5-8.0 
>85 anos: 0.5-10.0 
Geriatria Thomás R. Campos | Medicina – UFOB 
 
SISTEMA HEMATOPOIÉTICO 
 
Alterações no sistema hematopoético: 
– É um processo mais lento; 
– Redução da massa celular da medula óssea, com substituição por tecido gorduroso; 
– Em condições basais a MO mantém níveis celulares e função adequados para as necessidades 
orgânicas; 
– Diminuição da Hb (mas sempre acima de 12.0), do Ht e do número de hemácias; 
– Resposta à flebotomia e hipóxia é mais lenta e menos intensa; 
– O envelhecimento se associa a um estado pró-coagulante; 
 
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS 
 
Alterações na visão: 
– Achatamento da superfície córnea; 
– Alterações no cristalino; 
– Perda de elementos da retina e sistema de processamento neural; 
– Degeneração da mácula; 
– Glaucoma; 
 
Alterações na audição: 
– Perda da elasticidade da membrana basilar; 
– Perda de receptores sensoriais; 
– Perda de neurônios do 8º par; 
– Surdez = isolamento + depressão; 
 
Alterações na gustação: 
– Aumento da viscosidade e pH da saliva; 
 
Alterações no olfato: 
– Perda crescente de receptores do epitélio nasal; 
 
Alterações no tato: 
– Perda dos corpúsculos de Meissner; 
– Redução dos terminais nervosos; 
– Pele menos deformável;

Continue navegando