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A ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL NO MUNDO E NO BRASIL E O CÓDIGO DE 
ÉTICA 
 
 
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A ORIGEM DO SERVIÇO 
SOCIAL NO MUNDO E NO 
BRASIL E O CÓDIGO DE ÉTICA 
 
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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
ORIGEM DA QUESTÃO SOCIAL ............................................................................... 5 
O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL ............................................. 10 
A profissão de Serviço Social no capitalismo contemporâneo: reflexões sobre os 
marcos fundantes e a gênese da profissão no Brasil ................................................ 19 
As particularidades dos Códigos de Ética profissional na trajetória do Serviço Social 
brasileiro: de 1947 a 1993 — uma história de transformações ................................ 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O Serviço social peregrinou pelos séculos na busca por sua especificidade e 
campo de atuação. Foi usado pela burguesia em sua gênese no século XIX, 
buscando atender somente seus próprios interesses, alienando e subjugando o 
proletariado. 
Mostrando como o Serviço Social se faz necessário, devido ao agravamento da 
questão social; está diretamente ligada ao acumulo do capital, a parte da exploração da 
força de trabalho tratar-se-á das reivindicações dos trabalhadores, e a necessidade da 
intervenção do Estado para manter a paz social, necessária ao desenvolvimento do capital. 
Nos momentos iniciais da profissão, desde as origens até os primeiros anos da 
institucionalização profissional, houve forte influência da Igreja Católica, especialmente a partir 
das duas encíclicas papais: a Rerum Novarum, de Leão XIII, e a Quadragésimo Anno, de Pio 
XI. No contexto atual da profissão, a laicidade e o materialismo histórico dialético compõem o 
argumento central. De lá para cá a profissão passou por uma reconfiguração significativa, 
galgando posição extremada em relação a sua origem, mas ainda é fortemente marcada pelo 
sincretismo que acompanhou a sua trajetória histórica. 
Essa reflexão visa contribuir com a manutenção da memória histórica do Serviço 
Social, mediante o destaque de alguns elementos que se constituem em marcas e marcos 
dessa história. Dentre as marcas foram destacadas aquelas que representam momentos 
relevantes nessa composição histórica e que imprimiram a face dessa profissão. Dentre os 
marcos foram enfocados os códigos de ética, uma vez que estão intrinsecamente ligados à 
dinâmica do processo histórico da profissão, no que se refere aos aspectos conjunturais, 
estruturais, teóricos, filosóficos e metodológicos. 
 
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ORIGEM DA QUESTÃO SOCIAL 
 
Indubitavelmente o aparecimento da questão social está ligado à mudança do 
trabalho escravo para o trabalho livre. Tratando-se agora de uma sociedade 
capitalista, com um mercado regido por relações dominadas pelo controle do 
capital; tem-se como personagens principais o capitalista que exerce o domínio 
nesta relação social de produção, por ser o dono dos meios de produção, e o 
proletariado, proprietário da sua força de trabalho, que tornada agora mercadoria 
precisa ser vendida ao capitalista, para que o proletário possa garantir a sua 
sobrevivência. 
Devido à extrema exploração existente nesta relação, o proletariado passa a 
incomodar o sossego do capitalista, na sua luta por melhores condições de vida, 
sendo necessária a intervenção do Estado para mediar esta situação, por meio da 
imposição de dispositivos legais, para regular a relação capital-trabalho. À medida 
que o capitalismo se aprofunda, fica mais latente, gritante, a questão social, a 
terrível condição de vida da classe trabalhadora, o que exige um posicionamento 
das classes dominantes, como a igreja Católica e o Estado. 
A esta altura a visão da sociedade passa a se modificar, no aspecto do 
entendimento da relação de exploração existente entre o capital e o trabalho. O 
Estado agora precisa dar atenção à classe trabalhadora, no desenvolvimento da sua 
política. 
O Serviço Social surge como uma resposta dos grupos dominantes, em 
especial a Igreja Católica, à latente questão social. Mas, diferentemente das Leis 
Sociais que surgem em função do proletariado, o Serviço Social deve servir à 
classe dominante, no seu trato com a questão social, até como uma forma de 
manter o controle, a ordem, ameaçada pela questão social. 
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Datas importantes para o Brasil, que ocasionarão mudanças em toda a 
sociedade brasileira, serão a data de 1929, ano da crise do comércio internacional. 
A crise da bolsa de valores de Nova York, também afeta o Brasil, assim como o 
movimento de 1930. Esses acontecimentos geram mudança na estrutura política e 
econômica. O Brasil nesta época, principal exportador de café, e um dos principais 
exportadores de açúcar, passa a investir em sua industrialização interna, com o 
objetivo de substituir as importações. 
Passa, assim, a ser alterado o meio da acumulação do Capital, transferido da 
agra-exportação, para a área da indústria. Eram degradantes as condições de vida e 
de trabalho da classe operária. Moravam em péssimas condições, em ambientes 
propícios a doenças. Faltavam muitos itens necessários à sobrevivência. Os salários 
eram muito baixos por causa até da grande quantidade de pessoas desempregadas, 
a procura de uma oportunidade de emprego, o grande exército industrial de reserva. 
O salário era insuficiente para possibilitar a digna sobrevivência do 
trabalhador e da sua família, embora grande parte dos componentes da família 
trabalhasse, incluindo mulheres e crianças muito novas, e se esforçassem e se 
desgastassem em extremo no trabalho, ainda assim o salário era insuficiente para 
o atendimento das suas necessidades básicas. 
Contavam, também, com péssimas condições no local de trabalho, ambientes 
sem segurança e higiene. Altas jornadas de trabalho, inclusive de forma igual, para 
mulheres e crianças, sem direitos como, por exemplo, a final de semana 
remunerado. Tal era a situação de exploração da classe operária, e esta precisava 
submeter-se a isso, ou viverá na miséria absoluta. 
Consequentemente,com salário extremamente pequeno será impossível que 
o trabalhador tenha condições para investir em educação ou em cultura. Isso ficará a 
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cargo da caridade e da filantropia. Em meio a tudo isso surge a necessidade da 
classe trabalhadora unir-se, organizar-se em prol de melhores condições de vida. 
Surgem por exemplo, mediante esta necessidade, as Ligas Operárias que vão dar 
origem aos Sindicatos e as Sociedades de Resistência. E até organizações mais 
avançadas como Congressos Operários e Confederações Operárias, contando 
inclusive com uma imprensa operária. 
No entanto, essas entidades só terão o reconhecimento da classe operária, 
sendo muitas vezes combatidas, reprimidas, e seus líderes perseguidos e 
presos. Os operários se mobilizam, também, em greves e manifestações em prol de 
melhores condições. Aos poucos, a classe trabalhadora vai alcançando algumas 
conquistas. O Conselho Nacional do Trabalho é criado em 1925, e em 1926 são 
aprovadas leis de proteção ao trabalho, como por exemplo, a lei de férias, código de 
menores, seguro-doença etc. 
Entretanto na primeira República é pequeno o resultado do número de 
conquistas conseguidas pelo movimento operário, por meio das suas reivindicações. 
Na primeira República a resposta do Estado às manifestações e as lutas da 
classe operária, eram a repressão e a violência, isso para que o capital tenha a 
paz social propícia, necessária a sua reprodução. Segundo Marilda Villela Iamamoto 
(2011, [n.p.]), 
 A boa sociedade da época, cujo elemento nativo principal se compõe 
dos setores burgueses ligados a agra-exportação e de seus prolongamentos nos 
setores médios mais abastados, essencialmente desconhecerá a existência da 
questão operária. Seu posicionamento natural variará entre a hostilidade e o apoio 
explícito à repressão policial e ações caridosas e assistencialistas, especialmente 
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após o sufoca mento dos movimentos reinvidicatórios e nas crises econômicas que 
lançam grandes massas em situação de extremo pauperismo. 
A burguesia, que tem o crescimento do seu lucro na exploração da força de 
trabalho, vai procurar impedir qualquer inovação que possa constituir-se como 
entrave, a sua possibilidade de explorar o máximo possível o trabalho excedente. 
A classe burguesa só irá reconhecer a legitimidade dos Sindicatos, no período 
ditatorial de Getúlio Vargas, e estará em constantes atritos com estes. Uma das 
questões interessantes levantadas pelos capitalistas e responsáveis pela 
implantação do Serviço Social, diz respeito às conquistas sociais adquiridas pelos 
trabalhadores, com respeito à diminuição da sua jornada de trabalho, como as leis 
de férias por exemplo. 
Os capitalistas argumentam que é necessário disciplinar o tempo livre do 
proletariado, pois como este não teve acesso à educação, nas horas de folga, 
estará sujeito aos vícios e coisas erradas. Outra questão com respeito ao 
empresariado, que vai influenciar no surgimento do Serviço Social, é a prática das 
políticas assistencialistas utilizadas pelos empresários na empresa. Ainda segundo 
Marilda Villela Iamamoto (2011, [n.p.]): “Apesar de sempre aparecerem sob uma 
aura paternalista e benemerente, constituem-se numa atividade extremamente 
racionalizada, que busca aliar controle social ao incremento da produtividade e 
aumentar a taxa de exploração”. 
Em 1869 é fundada a sociedade de organização da caridade em Londres, 
marco para a organização da Assistência Social. Além de levantar a questão da 
necessidade de haver instituições que forme profissionais para atuar na área da 
assistência Social. 
 
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A primeira escola de Serviço Social do mundo surge em Amstardã, em 1899. 
Para resolver a questão do disciplinamento do tempo do operário, as Ligas das 
Senhoras Católicas em São Paulo, e a Associação das Senhoras Brasileiras no 
Rio de Janeiro, vão ficar responsáveis pela educação dos trabalhadores. Em 
1936, surge em São Paulo, a primeira Escola do Serviço Social do Brasil. A 
economia existe em todas as formas de organização dentro da sociedade. Um 
movimento que não tiver sido planejado dentro de um padrão econômico não 
avança e consequentemente não produz. Os meios de produção são os elementos 
pelo qual a sociedade evolui, ou seja, investindo, retransformando, as matérias da 
velha produção a produção nova. Os meios de produção precisam ser substituídos, 
se faz necessário dentro do sistema capitalista, que produza mais para obter 
lucros. De acordo com Max (1984, p. 153): 
Uma sociedade não pode parar de consumir, tampouco deixar de produzir. 
Considerado em sua permanente conexão e constante fluxo de sua renovação, todo 
processo social de produção é, portanto, ao mesmo tempo, processo de reprodução. 
Essa acumulação do capital é necessária para obter mais lucros. A aplicação 
da mais- valia se transforma em capital constante. Entende-se que o sistema 
capitalista visa à produção da mais-valia. À proporção que a reprodução é ampliada, 
torna-se cada vez maior a acumulação de capital. O estimulante dessa acumulação 
têm sido as tecnologias inovadoras, por meio das medidas de redução dos custos. 
Por isso essa acumulação tem sido o motivo de avanços dentro desse processo 
dialético. Então tudo isso esclarece as forças produtivas. Além disso, 
[...] [o] capital jamais permanece estacionado. Avança, ampliando seu 
poder, tornando-se mais rico, substituindo equipamentos e instalações antigos por 
outros novos, adquirindo novas empresas e novos mercados, ou do contrário será 
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absorvido ou esmagado pelos rivais que tiveram melhor sorte nessa impiedosa e 
incessante concorrência entre os capitalistas. Os pequenos capitalista são, dessa 
forma, constantemente derrotados e afastados dos negócios e a influência e 
riqueza [...] dos grandes capitalistas aumentam ás suas expensas.Os pequenos 
capitalistas não são,porém, totalmente eliminados. Seu número pode, 
periodicamente, aumentar, quando novos capitalistas iniciam seus negócios, mas a 
parcela da produção nas mãos tende a decrescer e seu peso a influência nas 
questões econômicas se tornam cada vez menores. Estão, cada vez mais, à mercê 
dos grandes capitalistas (EATON, 1965, p. 109-110). 
Quando o poder está centralizado na mão de um empresário que só visa o 
lucro, ele consequentemente, utilizando-se da existência do exército industrial de 
reservas, ou seja, uma gama de contingente de trabalhadores desempregados 
manterá os salários baixos, mantendo o índice de exploração. 
Para que os patrões fiquem cada vez mais ricos é necessário explorar a 
força de trabalho dos seus funcionários, essa massa massacrada pressionada e 
sem muita opção. O sistema propicia meios de forçar o emprego à jornada de 
trabalho excessiva. O proletariado não é só afetado no desemprego, mas também 
em relaçãoà moradia, saneamento, saúde, lazer etc. A pobreza é consequência do 
capitalismo absoluto, decorrente da exploração. 
 
O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL 
 
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Fonte: http://jsc-moonlit.blogspot.com/2011/04/uma-breve-introducao-do-surgimento-do.html 
 
O Serviço Social no Brasil tem suas origens na primeira metade do século XX, 
com suas raízes cristãs de assistencialismo, a igreja Católica controlava todo 
processo de ajuda ao próximo e benefícios aos menos favorecidos, sendo 
patrocinada pela ordem burguesa vigente. Com o surgimento do Capitalismo na 
Europa, a gênese deste ideal assistencialista encontra-se embasada na contradição 
fundamental que demarca a sociedade capitalista burguesa, mais precisamente no 
Brasil, onde a produção é cada vez mais social e a apropriação do trabalho, suas 
condições e seus resultados, são cada vez mais privadas, assumindo distintas 
roupagens nesta época. Igualmente, tem-se neste modo de produção, mediante o 
trabalho alienado e suas relações sociais antagônicas, garantidas tanto a reprodução 
das condições de exploração e apropriação da riqueza produzida quanto de seus 
mecanismos ideológicos. A profissão do Serviço Social, que participa dessa 
reprodução da sociedade, é historicamente determinada, sendo a atuação dessa 
categoria articulada de maneiras distintas na conjuntura social, política e econômica 
do Brasil. 
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Em uma ordem cronológica dos acontecimentos e evolução do Serviço Social 
no Brasil, observa-se a grande interferência católica neste percurso longo, árduo e 
mecânico de evolução desta profissão. No ano de 1922 a igreja Católica organizou a 
I Conferência de Ação Católica dando assim um salto em direção aos ideais 
assistencialistas de ordem cristã e exigida por Deus. Dez anos mais tarde, em 1932 o 
Brasil contou com a visita de Adele de Loneux, trazendo novos ideais europeus 
acerca do Serviço Social por meio de diversas conferências que fez pelo país e ao 
retornar para a Bélgica levou consigo duas brasileiras, Maria Kiehl e Albertina 
Ramos, que aos se formarem sob influência européia, voltaram ao país e fundaram a 
Escola de Serviço Social de São Paulo. Neste mesmo ano criou-se também o Centro 
de Estudos da Ação Social (CEAS)? sendo considerado uma importante evolução 
para o Serviço Social no Brasil. 
Ao governo brasileiro, enquanto detentor do poder público cabia a 
responsabilidade de regular os excessos e promover uma vida digna à população, 
principalmente neste período conturbado da história do país com o crescimento dos 
grandes centros, o pleno desenvolvimento do Capitalismo e sua implantação no 
Brasil com a construção de fábricas, gerando no país um forte e expressivo êxodo 
rural, superlotando as cidades e continuando o mesmo processo de urbanização e 
detereorização do proletariado, como na Europa e Estados Unidos. 
Ajudar e solucionar estes graves problemas da população carente, revoltada e 
oprimida transformou-se em questão política, pois inúmeras greves explodiram neste 
período. Assim o governo, juntamente com os burgueses brasileiros e a igreja 
Católica uniram-se para tentar sufocar a voz do povo, proporcionando "acalentos" 
para os trabalhadores e suas famílias, criando consensos, onde na ilusão de ajudar 
aos pobres estaria a solução para a crise. 
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Por se haver instalado os ideais comunistas e liberais no país, a igreja Católica 
viu seus valores sagrados como, a moral, a ordem e o poder ameaçados. Como ao 
Estado cabia a função de promover a paz e aniquilar a desordem nas relações 
sociais e o fantasma do comunismo ameaçava o capitalismo no Brasil, o Estado criou 
sindicatos, instituições assistenciais, com o apoio da igreja Católica e financiamento 
dos burgueses. Com a criação do Centro de Ação social de São Paulo, cabia ao 
mesmo a responsabilidade de formar os membros que estudavam a doutrina da 
igreja fundamentando sua ação em sua lei, para auxílio ao proletariado e suas 
respectivas famílias tornando mais eficiente a atuação das então formadas 
trabalhadoras sociais, fortalecendo e unindo a coordenação e os esforços nas 
diferentes atividades e obras de cunho social por eles patrocinados e mantidos. 
Ainda em 1932 foi ministrado o curso intensivo de filantropia para formação 
social de moças, promovido pelas cônegas de Santo Agostinho, onde estas apelaram 
para a criação de uma organização que atendesse os necessitados. As 
trabalhadoras sociais da época eram moças ricas e de famílias abastadas que 
lidavam diretamente com proletariado da época, geralmente das próprias empresas 
da família. Assim a culminância do Serviço Social era adaptar o homem ao meio que 
vivia e o meio ao homem, mas estas trabalhadoras sociais ainda não observavam de 
maneira crítica e consciente o seu trabalho e sua intervenção na sociedade, a 
sistematização e teorização da profissão, alienando a população e iludindo-se com a 
idéia de que serviam em amor ao próximo, segundo o que pregava a igreja. 
Em 1935 criou-se a lei n.º 2.497 para a formação do Departamento de 
Assistência Social do Estado. O presidente da república neste período era o Sr. 
Getúlio Vagas, que foi considerado o "pai dos pobres" e a "mãe dos ricos", criou leis 
em benefício aos trabalhadores, já que sua política social era forte e assistencialista. 
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No ano seguinte foi criado o Departamento de Assistência Social do Estado de São 
Paulo, ampliando um pouco mais os horizontes destes profissionais e formando mais 
pessoal, pois a demanda da época era muito grande. 
O Curso Intensivo de Assistência Social, solicitado pelo Estado, formava 
assistentes sociais para atuarem em determinadas instituições estatais, 
regulamentando no mercado o trabalhador e contendo a exploração da força de 
trabalho, racionalizando a assistência, reforçando e centralizando a sua participação. 
Do mesmo modo regulando as iniciativas particulares, apoiando as instituições 
coordenadas pela igreja, adotando técnicas e formação técnica especializada, 
desenvolvidas a partir daquelas instituições particulares. 
O Estado incentivava a formação técnica institucionalizando sua progressiva 
transformação em profissão legitimada dentro da divisão sócio-técnica do trabalho. 
Com a adaptação dessa formação técnica, os cursos adotavam novas orientações e 
tomavam novos e expansivos rumos. Entretanto, atualmente o Serviço Social ainda 
peregrina por indagações das mais diversas e pela busca de sua especificidade. 
No ano de 1937 no Rio Janeiro houve a criação do Instituto de Educação 
Familiar e Social, pois a questão social passou por uma transição, de caso de polícia 
para uma questão política. No Rio de Janeiro neste mesmo ano criou-se a Escola 
Técnica de Serviço Social com um convênio firmado entre o CEAS e o departamento 
de Serviço Social do Estado em 1939, organizando os centros familiares. Em 1940 
realizou-se o curso de preparação em trabalho social, visando melhor treinar,orientar 
e nortear os trabalhadores sociais da época. O ano de 1942 foi de grande 
importância para a consolidação do Serviço Social no Brasil, com a criação da LBA? 
legião brasileira da assistência. Os Estados Unidos da América neste período 
proporcionavam bolsas de estudos para assistentes sociais brasileiros, que com sua 
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volta ao país introduziram o processo de Serviço Social de casos, marcando uma 
mudança na visão dos assistentes sociais do país, pois estes anteriormente tinham 
sua visão social voltada para os ideais franceses de assistência médico-social. 
No ano de 1945 o Congresso Pan Americano foi um evento que aproximou os 
assistentes sociais de todo continente americano para debaterem sobre os novos 
rumos tomados pelo Serviço Social no continente. 
A criação da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social - ABESS, e a 
Associação Brasileira de Assistentes Sociais - ABAS, em 1946 abria um pouco mais 
a visão dos assistentes sociais, pois a teorização da profissão mudou os rumos da 
assistência prestada, ampliou os horizontes dos assistentes sociais retirando dos 
mesmos a concepção mascarada de assistencialismo ao carente e implementou as 
políticas públicas de bem-estar da população excluída e confinada às margens da 
sociedade. 
O I Congresso Brasileiro de Serviço Social São Paulo em 1947, explicou o 
Serviço Social como uma "atividade destinada a estabelecer, por processos 
científicos e técnicos, o bem-estar social da pessoa humana, individualmente ou em 
grupo, e constitui o recurso indispensável à solução cristã e verdadeira dos 
problemas sociais". (VIEIRA, 1977, p. 143). 
O II Congresso Pan Americano de Serviço Social no Rio de Janeiro em 1949 
foi um marco na evolução do Serviço Social em nosso país como um congresso de 
larga escala. Com este misto de ideais americanos e franceses de assistência 
médico-hospitalar que enfocava também a família do trabalhador, apresentava, 
portanto uma característica paternalista na obtenção de benefícios matérias, na 
gratuidade dos medicamentos, alimentos, auxilio em espécie ou no encaminhamento 
a obras sociais que podiam melhor atendê-los. Essa atitude paternalista de auxílio se 
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estende até os dias atuais em nosso país com o benefício do programa Bolsa-
Família e suas variadas vertentes. 
Em 1960 o relatório brasileiro para a X Conferencia Internacional de Serviço 
Social, observa que a expressão SERVIÇO SOCIAL no Brasil tem duas vertentes, a 
primeira o Serviço Social é apresentado como sinônimo de entidade e obra onde 
todos os auxílios prestados eram gratuitos como, hospitais, ambulatórios designados 
e etc, designados como serviços sociais. A segunda era de método por onde as 
pessoas, os grupos, ou as comunidades são ajudadas por profissionais formados que 
destinavam a observar seus interesses e promover meios para solucionar os seus 
problemas ou satisfazê-los. 
A principal tarefa destes assistentes sociais era prestar assistência material, 
prevenir a "desorganização" e a "decadência" das famílias operárias, a regularização 
legal das famílias, conseguindo para elas empregos, abrigos provisórios, trabalhando 
para a formação moral e criação de fichários dos assistidos para que a visita e o 
auxílio não se repetissem, na ilusão de que o Serviço Social traria uma mudança 
radical à vida destas famílias atendidas, já que as mesmas estavam em um estado 
de "anormalidade", porque ser pobre não era um problema social, mas uma 
vergonha individual que deveria ser vencida pelo trabalho. A pobreza era um 
desajuste, uma doença social. Estes assistentes ainda não possuíam uma visão 
critica de Serviço Social, ainda tinham idéias retrógradas, centradas nos problemas 
do ajustamento individual. 
O I Congresso Brasileiro de Serviço Social e o Seminário de Araxá debateram 
sobre a teorização do serviço social que passou do campo da recreação ao da 
educação de adultos - terapia de grupo. O serviço social de abordagem comunitária, 
aceitava os ideais americanos, que chocavam-se com os ideais de ação social 
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europeus, com a publicação de livros e seminários, despertaram a atenção dos 
assistentes sociais para o trabalho em comunidades. Adequaram cada caso a sua 
especificidade. 
Com o passar dos anos o assistente social tem se destacado como o 
profissional mais qualificado para elaborar e executar políticas de bem-estar social, 
cabendo ao mesmo promover uma melhor inserção socioeconômica de indivíduos, 
famílias e grupos nas sociedades em que vivem, buscando nos próprios participantes 
a solução ou a minimização dos problemas sociais que os afetam. O conhecimento 
deste profissional está baseado nas técnicas adquiridas ao longo do seu processo de 
formação, fazendo com que os indivíduos analizados tornem-se mais independentes, 
seguros e conscientes das suas próprias capacidades e atitudes, ao contrário dos 
profissionais pioneiros que, 
"Não tinha a criticidade necessária para avaliar as situações e adequar o 
Serviço Social a estas. A criticidade apareceu aos poucos, não pela avaliação formal 
das situações em si, mas pela constatação de que os esforços não respondiam aos 
resultados desejados. Não houve nunca, senão em experiência limitada, um estudo 
científico avaliador do Serviço Social." (VIEIRA, 1977, p. 156). 
Como decorrer dos anos a prática de assistência social se espalhou por todo o 
mundo, sendo hoje muito importante para a sociedade como um todo, espera-se uma 
postura ética do assistente social e tal perspectiva reforça a preocupação com a 
qualidade dos serviços prestados, como o respeito aos usuários, investindo na 
melhoria dos programas institucionais, na rede de abrangência dos serviços públicos, 
reagindo contra a imposição de crivos de seletividade no acesso aos atendimentos. 
Volta-se para a formulação de propostas, ou contra propostas, de políticas 
institucionais criativas e viáveis, que alarguem os horizontes indicados, zelando pela 
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eficácia dos serviços prestados. Enfim, requer uma nova natureza do trabalho 
profissional, que não recusa as tarefas socialmente atribuídas a este profissional, 
mas lhes atribui um tratamento teórico-metodológico e ético-político diferenciado. 
Assim, se o assistente social trabalha em determinadas condições objetivas, 
não tendo trabalhos e recursos, tais contextos revelam a importância do 
comportamento ético-político no exercício da profissão para a definição de suas 
possibilidades de atuação e das estratégias para enfrentamento das forças sociais 
em confronto, para tanto, a competência teórica é iniludível. Partindo do pressuposto 
que o homem é um ser social que valora e que a ética social permeia a ética 
profissional, pode-se dizer que a ética no Serviço Social esteve intimamente 
vinculada aos projetos societários e à ideologia a qual a profissão esteve vinculada 
na sua trajetória. Esta reflexão é fundamental, porque representa uma tomada de 
decisãoem relação à realidade, uma revisão da realidade na sua totalidade, 
apontando para alternativas que levem a uma sociedade humana, ao exercício da 
plena liberdade e ao desaparecimento de formas de alienação e opressão. Sendo o 
objetivo desta profissão uma efetiva luta contra as desigualdades sociais, as 
degradações das condições de vida e das diversas e múltiplas faces da violência em 
nossa sociedade. 
Para tanto, exige-se uma atuação crítica e competência teórica dos 
assistentes sociais de modo que possam desmistificar o cotidiano e suas relações 
retificadas pela sociedade capitalista, buscando construir estratégias que superem os 
limites impostos à cidadania, tendo como objetivos a justiça social e a democracia 
para a melhoria de vida de toda a sociedade, sendo este o objetivo principal dessa 
tão digna e honrosa profissão. 
 
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A profissão de Serviço Social no capitalismo contemporâneo: reflexões 
sobre os marcos fundantes e a gênese da profissão no Brasil 
 
 
Fonte: http://fatmasocial.blogspot.com/2015/07/a-profissao-de-assistente-social-em.html 
 
Considera-se que as revoluções europeias do século XVIII constituem a base 
para a consolidação do capitalismo e, paralelamente, à medida que rompem com 
sistemas tradicionais de forma de organização social, representam o solapamento 
de costumes e instituições vigentes até então. Introduzem, por outro lado, novos 
hábitos e estratégias de sobrevivência. As pequenas cidades se complexificam e 
crescem com a emigração do campo para a cidade. As consequências imediatas da 
instauração do modo de produção capitalista, impresso na rápida industrialização e 
urbanização, resultam no acirramento da questão social, que se expressa em 
fenômenos como a prostituição, o alcoolismo a violência e o suicídio, que, por sua 
vez, são manifestações da principal contradição do modo de produção capitalista: a 
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socialização do trabalho versus a privatização da riqueza, aspecto que caracteriza 
diferentes formas de organização da produção e do trabalho assumidos 
historicamente — taylorismo, fordismo e toyotismo. Isso vai requerer, 
necessariamente, análise aprofundada das expressões do capitalismo em sua 
relação com o avanço/retrocesso das forças produtivas, bem como a definição de 
propostas de intervenção para transformação dessa realidade. Tendo em vista uma 
ação nesse contexto, são necessários profissionais aptos a realizarem a leitura da 
realidade e dos modos de organização da vida em sociedade, com formação 
específica, ou seja, baseada nos elementos constitutivos da convivência e 
sobrevivência sociais e nos fatores que dela decorrem. 
Entre outras profissões de natureza social, o Serviço Social é demandado 
nesse contexto, organizando-se em instituições da sociedade, na perspectiva de 
ajudar e assistir o “necessitado”, o “deficiente” e o “desajustado” socialmente. Lima 
(1983, p. 50) ressalta que o objetivo implícito desses serviços era “controlar os 
conflitos ou minimizar as disfuncionalidades sociais de modo mais sistemático e 
racional”. 
O Serviço Social, como profissão institucionalizada, configura-se no cenário 
mundial a partir da década de 1920, após a Primeira Guerra Mundial, quando se 
caracteriza de forma mais evidente e abrangente a questão social, bem como formas 
de organização da classe trabalhadora, que contextualizam o surgimento de 
movimentos especialmente europeus de ação social, cuja finalidade era a difusão de 
ideias políticas. 
Diferentemente do que ocorre nos países da Europa, a estrutura em que se 
fundamenta a origem do Serviço Social nos Estados Unidos caracteriza-se por um 
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caráter pragmático, procurando solução para os conflitos sociais, por meio de ações 
práticas e na consideração de aspectos subjetivos do indivíduo (Lima, 1983). 
Inserida nesse contexto mundial, nas primeiras décadas do século XX o 
aguçamento da questão social na América Latina — expressão das contradições 
embutidas no seu processo de formação capitalista — começa a exigir respostas a 
serem implementadas pela sociedade civil, especialmente pela Igreja e pelo Estado, 
através de políticas sociais incipientes. 
Tendo em vista a sua operacionalização, são formados serviços, os quais, 
para serem racionalizados e sistematizados, vão exigir profissionalização, oferecida 
por escolas especializadas em Serviço Social, emergentes em vários países da 
América Latina. 
No Brasil, após a proclamação da República (1889) e o fim do padroado 
(1890), quando houve a separação entre Estado e Igreja, estabeleceu-se um Estado 
não confessional e, sob o regime da liberdade religiosa, igualou-se a Igreja Católica 
a outras instituições religiosas. Nesse contexto organizou-se no Rio de Janeiro um 
movimento significativo de expansão e fortalecimento da presença da Igreja na 
sociedade. O então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, liderou um 
movimento cujo objetivo maior era afirmar e difundir o ideário cristão e “recatolizar” o 
país. Desse movimento foi fundada, em 1921, a revista A Ordem, e em 1922, o 
Centro Dom Vital, ambos sob a direção de Jackson de Figueiredo. A publicação da 
revista, de periodicidade mensal, era responsabilidade do departamento editorial do 
Centro Dom Vital. A revista foi extinta em 1990, sendo editada durante 69 anos. 
Posteriormente, em 1932, foi fundado o Centro de Estudos e Ação Social 
(CEAS), voltado para a formação técnica especializada, a partir do qual surgiu a 
primeira Escola de Serviço Social na PUC de São Paulo, em 1936, vinculada 
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inicialmente à Ação Social, com formação baseada na doutrina social da Igreja 
Católica. Nesse contexto, destacam-se movimentos como, por exemplo: Juventude 
Estudantil Católica (JEC), Juventude Operária Católica (JOC) e Juventude 
Universitária Católica (JUC). Em 1937, foi fundada a segunda Escola de Serviço 
Social na PUC do Rio de Janeiro, e em 1940, a terceira no Recife. 
A perspectiva de ação para o Serviço Social, nesse primeiro momento, é bem 
delimitada. Restringe-se ao atendimento individual, a partir da concepção de 
sociedade, que caracteriza o indivíduo em condições estruturais de pobreza, como 
pessoa fraca, desajustada e incapaz, que precisa de ajuda especial. Adota-se a 
metodologia de caso, grupo ou comunidade, como formas de implementar a 
intervenção social, sem objetivar, contudo, uma análise na estrutura social. A 
pobreza é expressa estatisticamente, vista sem o estabelecimento de relação com a 
forma de organização social. Embora os assistentes sociais reconheçam que as leis 
de amparo social, existentes para proporcionar respostas à pobreza, fossem 
insuficientes, creditam à falta de educação ou a desvios morais da população a 
incapacidade de prover sua subsistência ou viver nas condições observadas. 
Mas embora tenha sido originada com esse posicionamento em relação à 
realidade social e tenha permanecido durante um longo período de sua história,o 
aprofundamento das questões pertinentes ao campo da formação em Serviço Social 
foram impulsionando um conhecimento sobre as raízes históricas de 
desencadeamento desses fenômenos sociais, que se constituem em demanda para 
a profissão e alavancaram a profissionalização do Serviço Social em outros moldes. 
 
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As particularidades dos Códigos de Ética profissional na trajetória do 
Serviço Social brasileiro: de 1947 a 1993 — uma história de transformações 
 
A partir de 1940, inicia-se um debate, em nível internacional, através da União 
Católica Internacional de Serviço Social (UCISS), sediada na Bélgica, quando é 
proposta a elaboração de um código de moral para orientar a prática profissional, de 
acordo com a doutrina social. A visão de homem e de mundo subjacente a esse 
Código é inspirada na filosofia neotomista, através da encíclica Rerum Novarum, que 
fundamentou o Código Social de Malinas, publicado em Bruxelas, Bélgica, em 1927, 
e que vai também influenciar a formação de diversos documentos em vários países 
europeus no sentido de orientar a fé e a moral cristã. Fundamentado em princípios 
metafísicos, a sociedade e as relações sociais econômicas e políticas são exortadas 
a realizar suas ações segundo as leis da fé. 
O primeiro Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social elaborado/ 
promulgado em 1947 é sucinto (CFESS, 2016), foi influenciado pela visão europeia, 
impregnado de valores cristãos, sem mediação do Estado e, portanto, sem respaldo 
jurídico. Visava orientar a prática e conferir status de profissão ao Serviço Social, 
que não era ainda regulamentada como categoria profissional. 
De acordo com Iamamoto e Carvalho (2002, p. 218-219): 
[...] essa fase de implantação, verifica-se a existência de um projeto teórico de 
intervenção nos diversos aspectos da vida do proletariado, tendo em vista a 
reordenação do conjunto da vida social. O aprofundamento do capitalismo gera uma 
série de necessidades, que exigem profundas transformações na vida social [...] e as 
práticas incipientes dos Assistentes Sociais orienta-se para a intervenção na 
reprodução material do proletariado e para sua reprodução enquanto classe. O 
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centro de suas preocupações é a família, base da reprodução material e ideológica 
da Força de Trabalho. 
Em relação à formação profissional, resgata Aguiar, citando Ferreira em 
artigo, de 1944: 
A formação científica se dará através das disciplinas científicas como a 
Sociologia, Psicologia, e Biologia e também da Moral. E deve proporcionar um 
conhecimento “exato do homem e sociedade, de todos os problemas que dele se 
originam e neles se refletem” [...] A formação técnica é a formação específica do 
Assistente Social. Consiste no estudo das teorias do Serviço Social então existentes 
e sua adaptação à nossa realidade. [...] A formação prática é a aprendizagem do 
“como fazer” na realidade das diferentes instituições com que os futuros assistentes 
sociais mantinham contatos. (Ferreira, apud Aguiar, 1995, p. 32-33) 
Nadir Kfouri, estudiosa do Serviço Social, ressalta no Segundo Congresso 
Pan-Americano, em 1949, realizado no Rio de Janeiro, que no início a prática 
profissional se constituía de visitas realizadas a obras sociais e às famílias 
necessitadas. Posteriormente, as escolas organizaram estágios com supervisão. No 
que se refere à formação pessoal, a preocupação era o desabrochar da 
personalidade integral do aluno. Devia-se proporcionar ao assistente social uma 
formação moral sólida. 
Pereira citada por Aguiar (1995, p. 33), destaca, também, em relação à 
prática profissional: 
Sem uma formação moral muito solidamente edificada sobre uma base de 
princípios cristãos, a atividade da assistente será falha, porque lhe faltarão os 
elementos que garantem uma ação educativa, que é visada pelo Serviço Social. 
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Esse será um dos aspectos importantes na “formação doutrinária” dos alunos, 
como se pode ainda perceber: 
Além das atividades normais da escola, existem alguns meios específicos: os 
círculos de estudo e a orientação individual. Os círculos de estudo são reuniões, 
onde estão os alunos e os orientadores do curso. Nessas reuniões, são discutidos 
pontos das várias disciplinas, bem como ajudar a “desenvolver o raciocínio e o 
despertar o sentido social”. Para realização deste último ponto, são discutidos e 
analisados os problemas da realidade e as soluções possíveis dentro da visão cristã. 
Utiliza-se o método da Ação Católica: ver, julgar e agir. [...] Para a formação 
doutrinária, serão básicas aulas de Doutrina Católica e de Moral. Para que uma 
escola de Serviço Social possa realizar bem sua tarefa requer uma formação 
doutrinária definida. A formação doutrinária é importante, pois toda ação requer 
normas, princípios, diretrizes. Requer uma ideologia (Pereira, apud Aguiar, 1995, p. 
34) 
A ideologia escolhida, proposta, determinada pelas injunções em que estava 
circunstanciado o Serviço Social, era a da doutrina social da Igreja Católica. Deve-se 
ressaltar que a questão de fundamentos, de princípios, esteve sempre presente na 
formação do assistente social. Historicamente, sua prática foi baseada não apenas 
na caridade, em princípios religiosos ou no assistencialismo, mas, como dizem 
Iamamoto e Carvalho (2002, p. 221-222), constituiu 
[...] uma forma de intervenção ideológica, que se baseia no assistencialismo 
como suporte de uma atuação cujos efeitos são essencialmente políticos: o 
enquadramento das populações pobres e carentes, o que engloba o conjunto das 
classes exploradas. 
Analisando ainda o discurso das pioneiras do Serviço Social: 
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[...] demonstra a certeza de estarem investidas de uma missão de apostolado, 
decorrente não só da adesão aos princípios católicos, como de sua origem de 
classe. Elementos que legitimam sua autoridade num empreendimento de 
levantamento moral de uma população que vegeta no pauperismo e no 
rebaixamento moral (Iamamoto e Carvalho, 2002, p. 223) 
Os princípios e as diretrizes pontuados no Código de 1947 (CFESS, 2016) 
refletem os fundamentos destacados na formação profissional, frisando a 
importância da moral e da ética descolada dos processos históricos e sociais, 
orientando para a prática do bem, destacando que a ação do Serviço Social não se 
caracteriza apenas pela ajuda material que presta, mas também pela ajuda às 
pessoas desajustada ou empenhadas no desenvolvimento da própria personalidade. 
Nesse contexto, deve-se salientar a influência da Associação Brasileira de 
Ensino de Serviço Social (ABESS), que, fundada em 1946, sob a égide da Igreja 
Católica, irá promover sistematicamente convenções anuais, tendo como pauta a 
formação do(a) assistente social. 
Nesse período, merece destaque também o intercâmbio, feito com escolas 
americanas, através de programa de bolsas de estudo, iniciado desde meados da 
década de 1940 até a metade dos anos 1950. A bibliografia então utilizadapelos 
alunos (as) brasileiros (as), de cunho positivista e funcionalista, contribuiu 
significativamente para a perspectiva adotada pelo Serviço Social no Brasil. Dos 
Estados Unidos foram importados também métodos e técnicas, sem que se 
estabelecesse crítica e adaptação que garantissem adequação ou compatibilização 
à realidade brasileira. 
Após dezoito anos de vigência, o Código de Ética de 1947 (CFESS, 2016) foi 
reformulado, tendo como motivo a regulamentação jurídica da profissão, as 
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transformações conjunturais do país e o próprio questionamento formulado sobre a 
metodologia do Serviço Social e questões teleológicas. O conteúdo e os princípios 
do novo código continuam tendo por base as influências dogmáticas do neotomismo. 
Prevalece a visão do homem como ser abstrato, universal e a compreensão da 
sociedade, na qual os fatos ocorrem isoladamente, como processos evolutivos que 
independem da ação humana. A solidariedade, o amor ao próximo e a doação 
permanecem sendo os valores propulsionadores do Serviço Social. 
Em 1967 foi realizado o Seminário de Araxá, primeiro de uma série, que terá 
lugar a partir desse momento e que vai culminar com o que, em Serviço Social, 
convencionou-se chamar de “Movimento de Reconceituação”. Esses seminários 
foram promovidos pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbios de Serviços 
Sociais (CBCISS). 
O documento resultante desse primeiro seminário representa um esforço no 
sentido de elaboração de uma teoria do Serviço Social, ou seja, indicar seus 
objetivos, suas funções e a adequação da metodologia às funções. Os elementos 
consubstanciados nesse seminário destacam ainda a promoção humana e a 
conscientização como fundamentos que devem orientar o desenvolvimento no seu 
sentido global. Apesar da tentativa de redefinir a profissão, permanece, como 
posteriormente indica Netto, a presença do tradicional nas novas perspectivas. E, 
segundo ele, os princípios e postulados “derivam diretamente do neotomismo, com o 
seu eticismo inteiramente abstrato e a-histórico” (Netto, 1991, p. 169). Citando 
Souza, Netto frisa acerca do documento e seus pressupostos éticos: “se colocam 
num nível tal de abstração e idealização que chegam a não atentar para o caráter 
histórico e temporal dos valores humanos” (Souza, apud Netto, 1991, p. 169). 
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No tocante à formação profissional, nessa época começa a haver a 
incorporação, pelas universidades públicas, de grande parte das escolas que se 
mantinham isoladas, o que amplia as bases de informação e proporciona 
intercâmbio novo a docentes e discentes. 
Tendo em vista atender as determinações do momento histórico e expressar 
elementos das reflexões originárias dos seminários de Araxá (1967) e de 
Teresópolis (1970), foi promulgado outro Código de Ética em 1975 (CFESS, 2016). 
Nesse sentido, Netto refere que os objetivos propostos pelo encontro de Araxá, em 
relação à teoria do Serviço Social, não são alcançados: 
[...] o documento reduz a teorização a “uma abordagem técnica operacional 
em função do modelo básico de desenvolvimento”. (CBCISS, apud Netto, 1991, p. 
176) 
Nestes termos, Netto conclui: 
Entretanto, nem por este artifício se escamoteia a teoria: se ela vem revestida 
pela tecnicalidade, não está evidentemente cancelada; bem ao contrário: existe uma 
clara dominância teórica a informar o Documento de Araxá — é o referencial 
estrutural-funcionalista. (Netto, 1991, p. 176) 
Em relação ao seminário de Teresópolis, segundo analistas desses 
encontros, houve uma preparação prévia através de documentos, cuja temática se 
centralizava na metodologia. Esse seminário, no entanto, veio a corroborar mais as 
questões relacionadas ao eixo filosófico — neotomista e metodológico — posi- 
tivista/funcionalista. Nessa perspectiva, houve a integração da ação do Serviço 
Social no processo de desenvolvimento brasileiro, com uma proposta de opera- 
cionalização técnica a favor do modelo socioeconômico vigente no país. 
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O Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social de 1975 (CFESS, 
2016) referenda essas perspectivas, bem como a formação e a prática profissionais. 
Caracteriza-se, ainda, por conteúdo insuficiente no que se refere às questões 
fundamentais da profissão. Reconhece ainda o Estado como gestor do bem comum, 
numa perspectiva neotomista e acrítica. Como decorrente dos elementos pontuados 
no Código, o Serviço Social assume a prática dentro de uma perspectiva de 
transformação e participação social. Esses princípios, entretanto, apenas 
reproduzem a ordem estabelecida, uma vez que não enfatizam a capacidade crítica 
e transformadora do homem como ser histórico. 
As insatisfações e o processo de luta enfrentada, desde a metade da década 
de 1960, levam à constatação de que a concepção da profissão contida e refletida 
no Código de 1975 (CFESS, 2016) já não atendem às demandas profissionais, ao 
movimento dinâmico que atravessa a sociedade naquele período. 
Paralelamente, observa-se o questionamento sobre o Serviço Social 
tradicional, desencadeado por fatos que ocorreram e se circunscrevem na América 
Latina, mas se explicam pelo: 
O tensionamento das estruturas sociais do mundo capitalista, quer nas suas 
áreas centrais, quer nas periféricas, ganhou uma nova dinâmica; num contexto de 
desanuviamento das relações internacionais (superados já os temos da Guerra Fria), 
gestou-se um quadro favorável para a mobilização das classes sociais subalternas 
em defesa dos seus interesses imediatos. [...] Nas suas expressões menos 
consequentes, estes movimentos põem em questão a racionalidade do Estado 
burguês e suas instituições; nas suas expressões mais radicais, negam a ordem 
burguesa e o seu estilo de vida. Em qualquer dos casos, recolocam em pauta as 
ambivalências da cidadania fundada na propriedade e redimensionam a atividade 
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política, multiplicando os seus sujeitos e as suas arenas. Ora, este é o cenário mais 
adequado para promover a contestação de práticas profissionais como as do Serviço 
Social “tradicional”. (Netto, 1991, p. 143) 
O autor ressalta ainda que o mesmo processo ocorre em outras profissões, 
sobretudo aquelas institucionalizadas e que atuam na esfera da reprodução das 
relações sociais (Netto, 1991). 
Nessa conjuntura, inicia-se uma série de debates, que tem o seu ápice no III 
Congresso de Serviço Social, em São Paulo (1979), conhecido como Congresso da 
Virada, que se constituiu em um marco histórico fundamental na trajetória do Serviço 
Social brasileiro, a partir do qual a aproximação com a tradição marxista configura-se 
como um projeto em disputa pela direção ideo- política e teórico-metodológica da 
profissão. 
O Serviço Social passa por um profundo processo de renovação, repercutindo 
na sua produção teórica e prática, refletindo a própria insatisfação social que 
caracterizou os movimentos sociais nos anos 1978-1980. Esse processo de 
renovação, segundo Netto (1991,p. 154), constituiu-se de três direções principais. A 
primeira, denominada “perspectiva modernizadora para as concepções 
profissionais”, empenhou-se em adequar o instrumental técnico e operacional do 
Serviço Social às estratégias do desenvolvimento capitalista no período pós-, tendo 
os textos dos seminários de Araxá e Teresópolis como marcos da renovação para a 
categoria profissional. Essa perspectiva teve sua hegemonia posta em questão a 
partir de meados dos anos 1970. A segunda direção foi designada como 
“perspectiva de reatualização do conservadorismo” (Netto, 1991, p. 157), na qual se 
condensava o segmento mais avesso às mudanças, apresentando proposições de 
tendências irracionalistas, fundamentadas na fenomenologia e na psicologia, 
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enfatizando as dimensões da subjetividade e respaldando o exercício profissional no 
campo da “ajuda psicossocial”. Essa direção do desenvolvimento profissional 
evidenciou-se em meados dos anos 1970 e teve uma expressão de menor 
envergadura no âmbito profissional. A terceira direção foi a perspectiva proposta 
como “intenção de ruptura com o Serviço Social „tradicional‟” (Netto, 1991, p. 159), 
que visava romper com a tradição positivista e com o reformismo conservador, tanto 
no que se refere à matriz teórica, como aos paradigmas conservadores de 
intervenção social, fundamentado na crítica sistemática aos seus arcabouços 
teóricos, metodológicos e ideológicos. Essa direção fundamenta-se na tradição 
marxista, formula o conhecido “Método BH” na primeira metade da década de 1970 
e polemiza o debate profissional na primeira metade da década de 1980, 
caracterizando-se por uma retórica politizada, tendo como mérito mais evidente a 
qualificação da profissão no debate acadêmico e político. 
A partir de então, desencadeia-se o processo de consolidação da profissão, 
entendida como especialização do trabalho coletivo, inserida na divisão socio- 
técnica do trabalho, tendo como objeto de intervenção a questão social, ao mesmo 
tempo que rompe com a sua característica acrítica e a histórica, adotando-se o 
pensamento marxiano como inspiração filosófica, parâmetro da ação profissional e 
da análise das relações de produção capitalista. 
Vale ressaltar que no primeiro momento de aproximação com a teoria 
marxista, os estudos e leituras foram impregnados de equívocos, refletindo nas 
perspectivas teórica, metodológica e filosófica adotadas, inclusive sob o ponto de 
vista da ética. Mas esse fato, embora consolide posições no âmbito do 
conservadorismo, não impediu o avanço no aprofundamento da perspectiva 
marxiana no sentido da sua compreensão e possibilidades de leitura da realidade. 
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Nessa perspectiva, compreende-se o homem como um ser concreto, histórico e 
social, contextualizado em determinada sociedade, considerada complexa e 
contraditória. 
Nesse contexto, torna-se inevitável uma discussão em torno do Código de 
Ética de 1975 (CFESS, 2016), tendo em vista sua insuficiência em analisar e gerar 
formas compatíveis e coerentes de conhecimento e intervenção profissional, 
envolvendo a categoria e os diversos órgãos da classe, culminando com a 
reformulação e a aprovação do novo código em 9 de maio de 1986. 
Na introdução do Código de Ética de 1986 está pontuado: 
A nova ética é resultado da inserção da categoria nas lutas da classe 
trabalhadora e, consequentemente, de uma nova visão da sociedade brasileira. 
Neste sentido, a categoria através das suas organizações, faz uma opção clara por 
uma prática profissional vinculada aos interesses desta classe. (CFESS, 2016, p. 1) 
A ética passa a ser entendida no movimento dinâmico da história, 
determinado pelas relações sociais de produção. Dessa forma, o Código de Ética 
compõe-se não apenas de elementos que embasam a formação profissional no 
campo do dever ser, mas de elementos referentes ao exercício profissional. O 
compromisso com a classe trabalhadora se apresenta como o princípio da nova 
ética, que a partir desse código aponta para a necessidade de superação da visão 
acrítica, que se coloca acima dos interesses de classe e acredita em valores 
universais. Esse entendimento contido no código configura uma oposição ao 
neotomismo, aproximando-se do pensamento marxiano, defendido pela vertente de 
intenção de ruptura, cuja politização demarca o posicionamento da prática 
profissional, voltada aos interesses dos usuários, entendidos como sujeitos 
históricos pertinentes a uma classe social. 
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Os termos desse código e dos eixos temáticos da formação profissional já 
vinham sendo discutidos pela categoria e tornaram-se evidentes na 24ª Convenção 
da Associação Nacional de Ensino de Serviço Social, realizada em Niterói (RJ), em 
2/9/1985. A convenção incluiu palestras sobre conjuntura nacional, formação 
profissional, teoria, método e história. É o início de uma luta da categoria por um 
projeto: 
[...] profissional crítico que, respaldado na melhor herança clássica e 
contemporânea do pensamento social na modernidade, seja capaz de responder 
aos desafios colocados pela História à profissão como atividade inscrita na divisão 
social do trabalho, seja do ponto de vista do desvelamento da sociedade, da 
identidade da própria profissão e das respostas teórico-práticas no âmbito 
profissional que se desdobrem em elementos impulsionadores do movimento de 
superação desse modo de organização da vida e do trabalho em sociedade. 
(ABESS, 1986, p. 4) 
São, ainda, destacados como exigência do processo de formação profissional 
alguns aspectos, dentre os quais salientam-se: 
Propiciar condições objetivas para a formação de assistentes sociais críticos, 
comprometidos e conscientes [...]; Delimitar, com referência básica, uma proposta de 
Serviço Social que, de fato, configure alternativas de ação profissional na dinâmica 
contraditória da atual conjuntura brasileira [...]; Desenvolver uma formação básica 
que de fato instrumentalize metodologicamente o assistente social para o exercício 
profissional na dinâmica contraditória da sociedade brasileira [...]; Desenvolver uma 
política de capacitação docente como suporte básico na redefinição do processo de 
formação profissional do assistente social. (Carvalho, 1986, p. 37-41) 
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Segundo Barroco, embora o código ora focalizado tenha avançado nos 
aspectos da superação da imparcialidade, neutralidade, dos valores metafísicos e da 
própria prática profissional, no que diz respeito ao estímulo à pesquisa e à crítica da 
realidade: 
O Código expressa uma concepção ética mecanicista; ao derivar, 
imediatamente, a moral da produção econômica e dos interesses de classe, não 
apreende as mediações, particularidades e dinâmicas da ética. Ao vincular, 
mecanicamente, o compromisso profissional com a classe trabalhadora sem 
estabelecer a mediação dos valores próprios à ética, reproduz uma visão tão 
abstrata quanto a que pretende negar. (Barroco, 2001, p. 176-177) 
Algunsaspectos são ainda ressaltados por outros estudiosos, em relação ao 
questionamento do código, o que levou a uma nova reformulação. 
A reflexão ética, desenvolvida na reelaboração do código de 1986, procurou 
se embasar em categorias universalizantes sob o ponto de vista de inclusão das 
diversas classes sociais e na dimensão ontológica do ser social, da sua forma de ser 
e reproduzir-se socialmente e, sobretudo, na elaboração sistematizada do que se 
convencionou chamar de Projeto Ético-Político profissional. 
Procurou, também, instrumentalizar a categoria profissional frente aos 
embates e desafios da conjuntura nacional, inserida nos processos de globalização 
e do neoliberalismo, que vão produzir grandes e imprevisíveis mudanças nas 
relações sociais de produção e na organização da vida social no momento atual. 
Nesse sentido, um novo código foi aprovado em 13 de março de 1993 (CFESS, 
2016), o qual ainda está em vigor. Em 1994, 1996 e 2011, esse código sofreu 
alterações introduzidas respectivamente pelas Resoluções CFESS ns.290/1994, 
293/1994, 333/1996 e 594/2011. A última edição, revista e ampliada, incorpora as 
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alterações do código, discutidas e aprovadas no 39º Encontro Nacional 
CFESS/CRESS, realizado em setembro de 2010 na cidade de Florianópolis (SC), 
consignadas na Resolução CFESS n. 594, de 21 de janeiro de 2011, publicada no 
DOU em 24 de janeiro do mesmo ano. 
Foram incorporados ao código correções formais, que se referem à: 
[...] incorporação das novas regras ortográficas da língua portuguesa, assim 
como à numeração sequencial dos princípios fundamentais do Código e, ainda, ao 
reconhecimento da linguagem de gênero, adotando-se em todo o texto a forma 
masculina e feminina, simultaneamente. Essa última expressa, para além de uma 
mudança formal, um posicionamento político, tendo em vista contribuir para negação 
do machismo na linguagem, principalmente por ser a categoria de assistentes 
sociais formada majoritariamente por mulheres. (CFESS, 2016, p. 13) 
As mudanças realizadas, referentes ao conteúdo: 
[...] foram relativas à modificação de nomenclatura, substituindo o termo 
“opção sexual” por “orientação sexual”, incluindo ainda no princípio XI a “identidade 
de gênero”, quando se refere ao exercício do serviço social sem ser discriminado/a 
nem discriminar por essa condição, juntamente com as demais condições já 
explicitadas no texto. Essas alterações são de suma importância, pois reafirmam 
princípios e valores do nosso Projeto Ético-Político e incorporam avanços nas 
discussões acerca dos direitos da população LGBT pela livre orientação e expressão 
sexual. Portanto, as mudanças aqui expressas são resultado de discussões no 
âmbito do Conjunto CFESS/CRESS, em especial na temática da ética e dos direitos 
humanos. (CFESS, 2016, p. 13-14) 
A abrangência e o significado implícitos no conteúdo dos princípios/categorias 
expostos nesse código indicam o arcabouço conceitual que contém e propõe, 
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sugerindo também indagação acerca do significado, da interpretação que lhe vem 
sendo atribuída pelos componentes da profissão, pelo exame que desses princípios 
realizam, considerando que representados de forma abstrata, no tocante à realidade 
social, podem levar à elaboração de práticas inconsistentes, pouco significativas no 
que se refere aos objetivos da profissão. Nesse sentido é que se indaga: como os 
princípios do Código de Ética profissional em vigor podem ser viabilizados em uma 
sociedade que apresenta características tão adversas ao seu cumprimento? Como 
podem orientar a formação profissional e instrumentalizar a prática? 
Para Barroco (1999, p. 129): 
A ética profissional é uma dimensão da profissão vinculada organicamente às 
dimensões teórica, técnica, política e prática. [...] Esfera teórica. Trata-se das 
orientações filosóficas e teórico-metodológicas que servem de base às concepções 
éticas profissionais, com seus valores, princípios, visão de homem e sociedade. 
Esfera moral prática. Diz respeito: 
a) ao comportamento prático individual dos profissionais relativos às ações 
orientadas pelo que se considera bom/mau, aos juízos de valor, à responsabilidade 
e compromisso social, à autonomia e consciência em face das escolhas e das 
situações de conflito; 
b) ao conjunto das ações profissionais em sua organização coletiva, 
direcionada teleologicamente para a realização de determinados projetos com seus 
valores e princípios éticos. 
Esfera normativa. Expressa no Código de Ética Profissional, exigido, por 
determinação estatutária, de todas as profissões liberais. Trata-se de um código 
moral que prescreve normas, direitos, deveres e sanções determinadas pela 
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profissão, orientando o comportamento individual dos profissionais e buscando 
consolidar um determinado projeto profissional com uma direção social explícita. 
A ética profissional, como se observa através da referência citada, está 
intrinsecamente ligada à ação profissional, no sentido de lhe subsidiar e orientar sob 
o ponto de vista dos princípios, sua fundamentação e possíveis mediações. 
Com os avanços teóricos, metodológicos e políticos acumulados desde a 
década de 1980 e a compreensão dos fundamentos de uma ética de ruptura 
alcançada na década de 1990, foram reunidas as condições para a materialização 
do Projeto Ético-Político profissional, marcado pelo enfrentamento e pela denúncia 
do conservadorismo profissional. Inscreve-se no marco do Código de Ética da 
profissão e pode ser caracterizado como: 
[...] a auto-imagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam 
socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos 
(teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o 
comportamento dos profissionais e estabelecem as balizas da sua relação com os 
usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e 
instituições sociais, privadas e públicas (entre essas, também e destacadamente 
com o Estado, ao qual coube, historicamente, o reconhecimento jurídico dos 
estatutos profissionais). (Netto, 1999, p. 95) 
Nesse processo, a aproximação inicial com a tradição marxista e o 
aprofundamento da interlocução com o pensamento marxiano forneceram o alicerce 
teórico-metodológico para apreender a realidade sob uma perspectiva de totalidade, 
e desde então vem sendo construído um processo de hegemonia contra o 
pragmatismo, o conservadorismo e a suposta neutralidade defendida pelo Serviço 
Social tradicional. 
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A discussão no âmbito da formação profissional em Serviço Social 
desencadeia a partir da década de 1990 e, sobretudo, após a aprovação do código 
de 1993, um amplo debate, concretizando-se nas Diretrizes Curriculares/96, as quais 
compõem fundamento essencial à materialização do Projeto Ético-Político. 
O conjunto de consequências observadas no mundo do trabalho, provocadas 
pela adoção dos mecanismosda reestruturação produtiva, como resultado do 
neoliberalismo, recai também no Serviço Social no âmbito da sua demanda 
profissional, reduzindo-a e levando profissionais a subempregos à margem do 
emprego formal. É nesse quadro que se orienta e se redefine a formação de um 
novo perfil de profissional, considerando as novas demandas, e o novo cenário que 
se estrutura com a perspectiva de atuação em organizações não governamentais — 
conselhos de direitos, assessorias e consultorias — requer formação que 
corresponda à complexidade que constitui o mundo do trabalho e, por outro lado, 
corresponda ao ideário profissional explicitado no Código de Ética. Portanto, torna-
se indispensável a aquisição e o desenvolvimento de competências teórico práticas 
e ético-políticas, aliadas ao acervo de conhecimento produzido pela profissão e às 
instâncias representativas da categoria profissional. Nessa perspectiva, foram 
elaborados os princípios que, através de um conjunto de diretrizes, com base 
comum, determinam a fundamentação para a formação profissional. 
Os princípios indicados para a formação profissional procuram estabelecer 
sintonia com os princípios do Código de Ética da profissão. Objetivam formar e 
qualificar profissionais críticos em relação à realidade social, assegurar um processo 
de aprendizagem articulado entre ensino, pesquisa e extensão, visando 
instrumentalizá-los no sentido da construção de exercício profissional coerente e 
ético. 
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A partir dessas diretrizes foram estabelecidas as bases para a elaboração dos 
currículos, que priorizaram a capacitação teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa, tendo em vista: 
1. Apreensão crítica do processo histórico como totalidade; 
2. investigação sobre a formação histórica e os processos sociais 
contemporâneos que conformam a sociedade brasileira, no sentido de apreender as 
particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do Serviço 
Social no País; 
3. apreensão do significado social da profissão desvelando as possibilidades 
de ação contidas na realidade; 
4. apreensão das demandas — consolidadas e emergentes — postas ao 
Serviço Social via mercado de trabalho, visando a formular respostas profissionais 
que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas 
articulações entre público e privado; 
5. exercício profissional cumprindo as com- petências e atribuições previstas 
na legislação profissional em vigor. (ABESS/ CEDEPSS, 1997, p. 62) 
Convenções da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço 
Social (Abepss) foram realizadas com o objetivo de socializar as diretrizes e, a partir 
daí, as escolas formularem seus currículos e implantarem seu projeto pedagógico. 
Como destacado por vários estudiosos da profissão, atualmente, além de um 
acúmulo de bibliografia, vem sendo sistematizado elementos para a superação dos 
aspectos limitantes da formação profissional, além de que, a partir da reforma de 
currículos, se observa intenso movimento no sentido de promover um 
aprofundamento das questões relacionadas à prática profissional. Conferências, 
encontros, cursos, inclusive de capacitação à distância, além do incentivo à 
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produção de conhecimento através de especializações, mestrado e doutorado, vêm 
buscando contextualizar questões da profissão, clarificando-as, no sentido da sua 
objetivação e da superação de práticas defasadas e obsoletas. 
A conjuntura atual impõe questões que colidem diretamente com o nosso 
Projeto Ético-Político. A aglutinação das forças conservadoras, objetivando reforçar 
ajustes de cunho neoliberal numa perspectiva cada vez mais agressiva. Nesse 
sentido, é cada vez mais relevante aguçarmos a nossa crítica e nos posicionarmos 
valentemente contra as investidas que pretendem destruir os direitos já garantidos e 
as possibilidades da categoria profissional de contribuir com a construção de uma 
sociedade humana e justa nos marcos de outro modo de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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