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LESÃO CELULAR

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1 PATOLOGIA- SUMANY 73 
LESÃO CELULAR, MORTE CELULAR E ADAPTAÇÕES 
Etiologia > causa 
 1.agentes intrínsecos ou endógenos (metabólicos ou genéticos) 
 2.agentes 
Patogenia > mecanismos de desenvolvimento 
Anatomia patológica > lesões 
Fisiopatologia > alterações funcionais 
Propedêutica > sinais sintomas 
 
Visão geral das respostas celulares ao estresse e aos 
estímulos nocivos 
Quando há um estresse fisiológico ou um estímulo patológico, as células podem sofrer uma 
adaptação, alcançando um novo estado constante, preservando sua viabilidade e função. 
Sendo as principais respostas adaptativas: 
➢ hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. 
OBS. 1: Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é inerentemente nocivo, 
desenvolve-se a lesão celular 
 
Exemplo: 
se o aumento da demanda não for atenuado ou se o fluxo sanguíneo for reduzido, esse coração 
sofrerá infarto (morte celular- irreversível) 
quais células tem mais capacidade de adaptação? pesquisar. 
Adaptações celulares ao estresse 
Podem ser: 
➢ adaptações fisiológicas: normalmente representam respostas celulares à estimulação 
normal pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos 
 
2 PATOLOGIA- SUMANY 73 
➢ adaptações patológicas: respostas ao estresse que permitem às células modularem sua 
estrutura e função escapando, assim, da lesão. Tais adaptações podem ter várias formas 
distintas. 
Hipertrofia 
Aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. 
Ou seja, “aumento do volume celular, mantendo nas células um padrão morfofuncional normal” 
Ou seja, hipertrofia pura não existem células novas, apenas células maiores, contendo quantidade 
aumentada de proteínas estruturais e de organelas. Já a hiperplasia é uma resposta adaptativa 
em células capazes de replicação. 
A hipertrofia e a hiperplasia podem ocorrer juntas. 
A hipertrofia poder ser fisiológica – gravidez- ou patológica –aumento do coração por hipertensão. 
 
Ex.1: aumento da hipertensão arterial, que faz com que o coração trabalhe mais e, assim, sofra 
hipertrofia do coração, principalmente do ventrículo esquerdo. Só que existe um limite que as 
fibras do coração não conseguem crescer, entrando em falência e, assim, o paciente começa 
a apresentar a fisiopatologia da insuficiência cardíaca. 
Ex.2: Chamamos de cor pulmonale enfisematoso quando ocorre uma lesão no coração como 
causa de lesão primária no pulmão. 
“seja qual for a causa ou mecanismos ela alcança um limite depois do qual o aumento da 
massa muscular deixa de ser capaz de compensar a sobrecarga. Neste momento ocorre lise e 
perda de elementos contráteis miofibrilares”. um exemplo é a ICC, que causa edema nos 
membros inferiores, por exemplo. 
Hiperplasia 
ocorre se o tecido contém populações celulares capazes de se dividir. 
São fatos que podem desencadear: Hormônios podem atuar como fatores; Produção de fatores 
de crescimento; Aumento dos receptores dos fatores; Ativação das vias de sinalização intracelular; 
Pode ser: 
Fisiológica: “Aumento da população celular de um tecido ou de um órgão, conservando, nas 
células, um padrão morfofuncional normal “ 
➢ hiperplasia hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade 
– ex. crescimento das mamas- e durante a gravidez 
 
3 PATOLOGIA- SUMANY 73 
➢ hiperplasia compensatória: crescimento de tecido residual após a remoção ou perda da 
porção de um órgão. Ex.: remoção de parte do fígado 
Patológica: a maioria das formas são causadas por estimulação excessiva hormonal ou por fatores 
do crescimento. Ex: após o período menstrual há a proliferação do epitélio uterino, que é regulado 
pelos hormônios hipofisários. Quando há um desequilíbrio estre estrogênio e progesterona, ocorre 
hiperplasia do endométrio, causa comum de sangramento anormal, metrorragia (aumenta o 
volume de sangue expelido) e hipermenorragia (aumento da quantidade de tempo que o 
sangramento permanece). Possível causa: muito comum em pacientes que fazem uso do 
tamoxifeno no tratamento do câncer de mama. 
Ex.1: A hiperplasia prostática é considerada patológica porque causa obstrução da uretra e 
apresenta sintomas clínicos, porém, não evolui para câncer de próstata. Ela ocorre no centro, já 
o câncer ocorre nas margens da próstata. Sintomas: dor ou dificuldade para urinar, jato fraco, 
incapacidade de esvaziar a bexiga, insuficiência renal nos casos de grave obstrução e 
hidronefrose, cálculo de bexiga, infecção urinária e entre outros. 
Ex.2: Hiperplasia da tireoide: o aumento das células funcionais causa alterações funcionais no 
paciente, sendo considerada patológica. 
OBS. 2: É importante notar que, em todas essas situações, o processo hiperplásico permanece 
controlado; se os sinais que a iniciam cessam, a hiperplasia desaparece. É essa sensibilidade aos 
mecanismos de controle de regulação normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas 
das do câncer, no qual os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou 
ineficazes 
OBS.3: a hiperplasia mamária causa crescimento da pele, gordura e glândula mamária. O que 
causa é o aumento de peso, gestação/amamentação e maior sensibilidade hormonal. E suas 
consequências são dor na coluna, estrias e incômodo – sendo considerada uma doença para a 
paciente. Lembrando que isso não é um fator de risco para câncer de mama. 
Ex.3: Ginecomastia é a hiperplasia mamária no homem, devido ao uso de anabolizantes, 
sobrepreso, cirrose – aumenta o nível de estradiol no fígado- e entre outras causas. O tratamento 
é a cirurgia. 
Atrofia 
Diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular. 
Embora as células atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. 
Atrofias patológicas podem ser causadas por diminuição da carga de trabalho, perda de 
inervação, diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição inadequada etc. 
Ex.1: pacientes acamados, com Alzheimer no início ocorre hipotrofia e hipoplasia e depois ocorre 
a atrofia. 
Os mecanismos da atrofia consistem em uma combinação de síntese proteica diminuída e 
degradação proteica aumentada nas células. 
 
4 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
Ex.2: atrofia por nutrição inadequada: marasmo, anorexia. Ele tem um quadro de atrofia difuso. 
Ex.3: caquexia neoplásica – TNF: leva a um quadro de inanição (escutar áudio) 
Ex.4: atrofia por compressão: rim atrófico, com hidronefrose. Ocorre quando o cálculo comprime 
o rim, o que leva a sua atrofia. 
Em todos os casos de atrofia ocorre: 
➢ início: redução do tamanho das células e organelas 
➢ reduz a necessidade das células = sobrevivência 
➢ adapta a menos sangue, nutrição e estímulos ... 
➢ função diminui, mas não morre ... 
➢ persistência do problema = morte por apoptose 
Autofagia 
Ocorre: 
➢ por falta do que comer, as células comem suas próprias organelas e componentes 
➢ jejuns prolongados 
➢ atrofia parda- lipofuscina 
Metaplasia 
Alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por 
outro tipo celular adulto. 
Ou seja, fenômeno adaptativo onde há a substituição de um tecido maduro por outro da mesma 
linhagem embriológica também madura. Perde algumas funções benéficas 
Uma célula sensível a determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais capaz de 
suportar o ambiente hostil. 
 
5 PATOLOGIA- SUMANY 73 
ex.1: em fumantes, o epitélio colunar ciliado da traqueia 
e dos brônquios é trocado por epitélio estratificado 
pavimentoso, que é mais resistente às substâncias 
químicas do cigarro do que o epitélio especializado. 
Vale salientar que, com essa mudança, mecanismos de 
proteção são perdidos, como a remoção de sujeira 
pelos cílios. 
Como a vitamina A é essencial para a diferenciação 
normal do epitélio, sua deficiência pode induzir também 
a metaplasia escamosa no epitélio respiratório. 
 
Metaplasia intestinal - Esôfago de barret 
➢ Célulacaliciforme 
➢ Consequência de refluxo 
➢ Agressões crônicas do epitélio que leva a uma resposta inflamatória e pode aumentar as 
chances de adenocarcinoma, além de laceração do esôfago. 
➢ Epitélio do estômago no esôfago 
Ex.3: metaplasia escamosa do colo uterino. A zona de transformação do epitélio glandular é 
substituído pelo escamoso 
 
Visão geral da lesão celular e morte celular 
Degeneração: lesão celular reversível e caracterizada pelo acúmulo de substâncias no interior 
da célula. 
Sabemos que a célula está indo para um caminho irreversível quando tem a formação de 
bolhas, a ruptura das membranas, principalmente dos lisossomos, tendo a capacidade de digerir 
a célula. Agora, quando a membrana está integra e tiramos o agente, temos uma lesão 
reversível. 
Lesão celular- reversível. 
Morte celular – pode ser de dois tipos: (quando há tumefação mitocondrial, perda das cristas, 
deposito floculares da matriz, bolhas, solução de continuidade da membrana) 
➢ necrose: quando o dano às membranas é acentuado, as enzimas extravasam dos 
lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula. 
➢ Apoptose: quando a célula é privada de fatores de crescimento ou quando o DNA 
celular ou as proteínas são danificadas sem reparo, a célula se suicida. Dissolução nuclear 
sem a perda da integridade da membrana. 
OBS. 4: Enquanto a necrose constitui sempre um processo patológico, a apoptose auxilia muitas 
funções normais e não está necessariamente associada à lesão celular patológica. Além disso, a 
apoptose, em certos papéis fisiológicos, não desencadeia uma resposta inflamatória. 
 
6 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
Causas da lesão celular 
Cada indivíduo tem uma resposta diferente. 
Por isso, “não há doenças, mas sim doentes ...” 
A maioria dos estímulos nocivos pode ser agrupada nas seguintes categorias: 
PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO 
interfere com a respiração oxidativa aeróbica e constitui uma causa comum e extremamente 
importante de lesão e mortes celulares. 
OBS. 5: hipóxia- deficiência de oxigênio. Isquemia- deficiência de fluxo. Isquemia é a causa mais 
comum de hipóxia 
AGENTES QUÍMICOS - exógena 
AGENTES INFECCIOSOS 
REAÇÕES IMUNOLÓGICAS 
FATORES GENÉTICOS- endógena 
DESEQUILÍBRIO NUTRICIONAL 
AGENTES FÍSICOS- exógena 
Frio, barulho e calor. 
Força mecânica, que são as lesões traumáticas. (existem diversos como abrasão, laceração, 
contusão) 
Fraturas (tem transversa, longitudinal etc.) -sempre para tecido ósseo 
Variações da pressão atmosférica (hiperbáricas – síndrome da descompressão- ou altitudes 
hipobáricas) 
Variações de temperatura- baixa temperatura: também leva a uma vasoconstricção, levando a 
hipóxia – piorando o edema no caso dos escaladores de alta altitude. 
 Se <35 graus (hipotermia)- mata por falência cardio-respiratória por congelamento de 
água celular. 
 
7 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 Alta temperatura- queimaduras: causa vasodilatação, que aumenta a permeabilidade 
vascular que aumenta a probabilidade de edema. 
 Lesão direta da célula >> degeneração hidrópica (>52 graus) 
 Morte celular – desnaturação protéica (> 55 graus) 
 Hipertermia (>40 graus): altera o sistema térmico no local do bulbo e o paciente começa 
a ter convulsão e edema cerebral. 
Eletricidade- disfunção elétrica dos tecidos ou a corrente elétrica leva a distribuição do calor, 
levando a uma queimadura. 
Radiações 
Ruídos 
ENVELHECIMENTO 
Morfologia da lesão celular e tecidual 
Todos os estresses e influências nocivas exercem seus efeitos, primeiro, em nível molecular ou 
bioquímico. 
A função celular pode ser perdida antes que ocorra a morte celular, e as alterações morfológicas 
na lesão (ou morte) celular surgem mais tarde. 
Ex.: as células miocárdicas tornam-se não contráteis após 1-2 minutos de isquemia, embora não 
morram até que 20-30 minutos de isquemia tenham decorrido. Esses miócitos não parecem mortos 
na microscopia eletrônica por 2-3 horas e por 6-12 horas na microscopia óptica. 
Lesão reversível 
As duas principais características morfológicas da lesão celular reversível são: 
• tumefação celular: resultado da falência das bombas de íons dependentes de energia na 
membrana plasmática, levando a uma incapacidade de manter a homeostasia iônica e 
líquida. (alteração na produção e consuma de ATP) 
o mais comum em fígado, rim e coração. 
o Ex: hipóxia > redução de ATP mitocondrial > diminuição de Na/K > retenção de Na- 
aumento de osmolaridade > entrada de água (e Ca) = célula tumefeita. Com isso, 
há tumefação das mitocôndrias com redução das cristas. Redução do K 
intracelular (essencial para o adequado funcionamento mitocondrial)> respiração 
anaeróbica> ph diminui> síntese proteica diminuída > detrimento nos ribossomos > 
menor ainda produção de proteína > acúmulo de lipídio. 
o Morfologia: é a primeira manifestação de quase todas as formas de lesão celular. 
Causa palidez (resultante da compressão dos capilares), aumento do turgor e 
aumento do peso do órgão. No exame microscópio pode revelar pequenos 
vacúolos claros dentro do citoplasma que representam segmentos distendidos e 
separados do retículo endoplasmático. 
• degeneração gordurosa: ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão 
metabólica ou tóxica e manifesta-se pelo surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou 
pequenos, no citoplasma. 
o Nos órgãos parenquimatosos. 
o Principais causas: toxinas; desnutrição proteica (se não tem proteína, aumenta a 
produção de ácido graxo); diabetes melito (diminuição a ação de glicogênio, o 
 
8 PATOLOGIA- SUMANY 73 
que acaba diminuindo a sua utilização e aumenta a concentração de lipídio); 
obesidade e anóxia (respiração anaeróbica e aí concentração de ácido graxo). 
o Nós acumulamos normalmente lipídios nos adipócitos. Quando essa gordura 
começa a se acumular nos órgãos, chamamos de esteatose. 
o Morfologia: encontrada principalmente em células que participam do metabolismo 
da gordura (p. ex., hepatócitos e células miocárdicas). As células lesadas podem 
exibir também coloração eosinofílica que se torna muito mais pronunciada com a 
progressão para a necrose. 
PATOGÊNESE – mecanismos que acumulamos AG nas células 
1) Entrada excessiva de AG 
a. Desnutrição por KAWASHIORKOR- não tem o que comer 
i. Fome, jejum e doenças consumptivas – estimularia a mobilização de 
lipídeos mas sem proteínas, carboidratos e lipídeos – não dá!!! O resto de 
lipídeo que ele tem, ele transforma em AG, fígado cheio de TG 
b. Dieta rica em carboidrato. 
c. Aumento da ingestão de alimentos 
i. Dieta hipercalórica 
ii. Feijoada- esteatose transitória 
d. Adrenalina, GH e corticosteróides 
2) Decréscimo da síntese proteica 
a. Tetracloreto de carbono – atua não só no mecanismo da respiração celular, mas 
atua na transcrição de proteína G, prejudicando a formação de proteínas. 
Encontramos nos derivados de petróleo 
b. Outros: Etionina e fósforo; Álcool; Falta de metionina; Hepatotoxinas (colite, 
pancreatite); Drogas (tetraciclina) 
3) Diminuição da oxidação dos AG (se diminui, aumenta sua concentração) 
a. Hipóxia (aumenta AG livre porque não há sua oxidação, então aumenta a 
concentração. 
b. Álcool 
4) Aumento da formação de TG 
a. Álcool- esterifica os AG em grande quantidade e acumula no fígado 
5) Aumento dos TG plasmáticos 
a. Álcool – aumenta n so o TG, quanto o colesterol à custa do aumento dos AG 
livres 
b. Ação da insulina- inibe a lipólise 
c. Pouco uso da glicose- aumenta AG 
6) Obstáculo na liberação de lipoptn no fígado- impede a conjugação de TG a proteínas 
a. Alcool 
b. Ácido orótico (vitamina B13) 
Vemos que o álcool é a pior das toxinas. Ele acarreta A hepatotoxina que altera função 
mitocondrial. Aumento da síntese e redução de degradação. Etanol oxidado gera acetilcoA – 
AG. Transporte de lipoproteínas prejudicado (Agravada pela desnutrição. No fim= 
Esteatoestatitealcoolica. 
Morfologia: aumento de peso e volume do fígado, com diminuiçãoda consistência e 
elasticidade e coloração amarelada; No rim, aumento de peso; No coração, depósitos de 
gordura no endocárdio (coração trigróide) e com aspecto uniformemente amarelado com 
flacidez muscular. 
Lembrar que 3 substâncias podem deixar aspecto vacuolizado na célula: Glicogênio -PAS; 
Gordura – SUDAN 4 ou OIL RED; Água- por exclusão 
 
Em algumas situações, lesões potencialmente nocivas induzem alterações específicas nas 
organelas celulares, como o retículo endoplasmático. O retículo endoplasmático agranular está 
envolvido no metabolismo de vários agentes químicos, e as células expostas a esses agentes 
 
9 PATOLOGIA- SUMANY 73 
exibem a hipertrofia do retículo endoplasmático como uma resposta adaptativa que pode ter 
consequências funcionais importantes. 
Ex.: Se pacientes que utilizam fenobarbital para epilepsia, aumentam a ingestão de álcool, 
sofrem uma queda dos níveis de concentração sanguínea do medicamento a níveis 
subterapêuticos, por causa da indução do retículo endoplasmático agranular em resposta ao 
álcool. 
As alterações intracelulares associadas a lesão reversível incluem: 
(1) alterações na membrana plasmática, como bolhas, apagamento ou distorção das 
microvilosidades e perda das adesões intercelulares; 
(2) alterações mitocondriais, como tumefação e presença de densidades amorfas ricas em 
fosfolipídios; 
(3) dilatação do RE com destacamento dos ribossomos e dissociação dos polissomos; 
(4) alterações nucleares, com condensação da cromatina. 
 
Necrose 
perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos celulares, culminando na 
dissolução das células, resultante da ação degradativa de enzimas nas células lesadas 
letalmente. 
Ocorre em indivíduo vivo e é seguida de autólise 
Morfolofia: 
➢ Alterações citoplasmáticas. As células necróticas exibem aumento da eosinofilia devido 
proteínas desnaturadas e perde de RNA citoplasmático. 
➢ Alterações nucleares. As alterações nucleares assumem um dos três padrões, todos 
devidos à degradação da cromatina e do DNA. A basofilia da cromatina pode esmaecer 
(cariólise), provavelmente devido à atividade da desoxirribonuclease (DNase). Um 
segundo padrão é a picnose (condensação do núcleo), caracterizada pela retração 
nuclear e aumento da basofilia; o DNA se condensa em uma massa sólida e encolhida. 
No terceiro padrão, a cariorrexe, o núcleo picnótico sofre fragmentação. Dentro de 1-2 
dias, o núcleo da célula morta desaparece totalmente (cariólise). A microscopia 
eletrônica mostra profundas alterações nucleares que culminam na dissolução do núcleo; 
➢ Destino das células necróticas. As células necróticas podem persistir por algum tempo ou 
ser digeridas por enzimas e desaparecer. As células mortas são substituídas por figuras de 
mielina que são fagocitadas por outras células ou, mais tarde, degradadas em ácidos 
graxos. Esses ácidos graxos se ligam a sais de cálcio, resultando em células mortas 
calcificadas 
 
10 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Padrões de necrose tecidual 
Perda da integridade da membrana, digestão enzimática da célula, extravasamento do 
conteúdo da célula e uma reação do hospedeiro 
Existem diversos tipos de necrose tecidual. 
Necrose coagulativa: a arquitetura dos tecidos mortos é preservada por um intervalo de alguns 
dias. Essas células necróticas são removidas posteriormente por fagocitose dos leucócitos e ação 
das enzimas destes leucócitos. 
Ex: obstrução de um vaso > necrose de coagulação dos tecidos de um órgão (única exceção é 
o cérebro, explicação mais adiante) 
Ex.: O pulmão tem uma necrose isquêmica coagulativa, mas ele enche de sangue, pois tem 
circulação dupla. Na macroscopia será vermelha. (outros exemplos são no TGI. Obstrução venosa) 
Área localizada de necrose de coagulação = infarto 
Na macroscopia, a área de hiperemia reativa (fica branco) 
 
Necrose liquefativa: digestão das células mortas > 
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida (tem 
pus). 
Ex.: infecções bacterianas focais (microrganismos estimulam o 
acúmulo de leucócitos e liberação de suas enzimas, as quais digerem 
o tecido) 
Não consegue identificar o tecido, diferente da necrose coagulativa 
No cérebro sempre é esse porque ele não tem estrutura para 
aguentar uma necrose isquêmica, então ele se liquefaz. 
 
Necrose gangrenosa: não é um padrão específico de morte celular, mas o termo ainda é usado 
na prática clínica. É aplicado a um membro, comumente a perna, que tenha perdido seu 
suprimento sanguíneo e que sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias camadas de 
tecido. 
Ex.: Quando uma infecção bacteriana se superpõe, a necrose de coagulação é modificada pela ação 
liquefativa das bactérias e dos leucócitos atraídos (resultando na chamada gangrena úmida). 
 
 
11 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Necrose caseosa: (parece um queijo) mais encontrada em 
focos de infecção tuberculosa. Tem aparência friável branco-
amarelada da área de necrose. A arquitetura do tecido é 
completamente obliterada, e os contornos celulares não 
podem ser distinguidos. 
Geralmente é encerrada dentro de uma borda inflamatória 
nítida; essa aparência é característica de um foco de 
inflamação conhecido como granuloma. 
É extremamente acidófila, contendo alguns núcleos pcnóticos e, 
principalmente na periferia, núcleos fragmentados (cariorrexe). É 
característica de um (voltar 38 min) 
 
Necrose gordurosa/esteatonecrose: áreas focais de 
destruição gordurosa, tipicamente resultantes da 
liberação de lipases pancreáticas ativadas na 
substância do pâncreas e na cavidade peritoneal. 
(não confundir com degeneração gordurosa). 
Desencadeia uma resposta no hospedeiro, sendo a 
gordura interpretada como corpo estranho, formando 
granuloma. Ela acontece nos adipócitos (ou seja, 
necrose do adipócito), a esteatose NÃO! 
Ex.: pancreatite aguda. O que ocorre é que após uma série 
de acontecimentos, ácidos graxos são liberados e se 
combinam com cálcio, produzindo áreas brancas gredosas 
macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura), que permitem ao cirurgião e ao patologista 
identificar as lesões. É comum na mama também. 
Na macro: aspecto pingo de vela. Na micro: massa acidófila 
 
Evolução das necrose: regeneração, cicatrização, encistamento, eliminação, calcificação, 
gangrena (é uma forma especial da necrose isquemica ver (53min) 
APOPTOSE NECROSE 
Afeta células individuais Afeta um grupo de células 
Não induz resposta inflamatória Induz resposta inflamatória 
Retração celular Tumefação celular 
Mantêm integridade da membrana celular Rompimento da membrana celular 
Gasto de energia – ATP Sem gasto de energia – ATP 
Corpos apoptóticos fagocitados por células 
vizinhas 
Célula lisada é fagocitada por macrófagos 
Relembrando – Alterações morfológicas nas células lesadas. 
• Lesão celular reversível: tumefação celular, alteração gordurosa, bolhas na membrana 
plasmática e perda das microvilosidades, tumefação das mitocôndrias, dilatação do RE, 
eosinofilia (devida à diminuição do RNA citoplasmático). 
• Necrose: aumento da eosinofilia; retração, fragmentação e dissolução nuclear; 
rompimento da membrana plasmática e das membranas das organelas; abundantes 
figuras de mielina; extravasamento e digestão enzimática dos conteúdos celulares 
 
12 PATOLOGIA- SUMANY 73 
• Padrões de necrose tecidual: sob diferentes condições, a necrose tecidual assume padrões 
específicos: de coagulação, liquefativa, gangrenosa, caseosa, gordurosa e fibrinoide 
Mecanismos da lesão celular 
A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e sua gravidade. 
As consequências de um estímulo nocivo dependem do tipo, status, adaptabilidade e fenótipo 
genético da célula lesada. 
A lesão celular resulta de alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais dos vários 
componentes celulares essenciais. 
As múltiplas alteraçõesbioquímicas podem ser disparadas por qualquer lesão nociva. 
A seguir, serão apresentados os principais mecanismos de lesão celular. 
Depleção de ATP 
ATP- estoque de energia da célula. Produzido, principalmente, pela fosforilação oxidativa do 
difosfato de adenosina (ADP) durante a redução do oxigênio no sistema de transporte de 
elétrons das mitocôndrias. 
Os tecidos com maior capacidade glicolítica (como o fígado) são capazes de sobreviver melhor 
à perda de oxigênio e ao decréscimo de fosforilação oxidativa do que os tecidos com 
capacidade limitada para a glicólise (p. ex., o cérebro). 
A diminuição de ATP na célula pode desencadear diversas consequências: 
➢ A atividade da bomba de sódio na membrana plasmática dependente de ATP é 
reduzida, resultando em acúmulo intracelular de sódio e efluxo de potássio. 
➢ Ocorre aumento compensatório na glicólise anaeróbica, na tentativa de manter as fontes 
de energia celular. 
➢ A falência na bomba de Ca2+ leva ao influxo de Ca2+, com efeitos danosos em vários 
componentes celulares, descritos adiante. 
➢ A depleção prolongada ou crescente de ATP causa o rompimento estrutural do aparelho 
de síntese proteica 
 
 
13 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
Danos e disfunções mitocondriais 
As mitocôndrias produzem ATP e são componentes críticos de lesão e morte celular. 
Sensíveis a vários tipos de estímulos nocivos, sendo hipóxia, toxinas químicas e radiação. 
Danos causados na mitocôndria podem resultar em: 
• Falha na fosforilação oxidativa > ↓ ATP > necrose 
• Fosforilação oxidativa anormal > formação de espécies reativas de O2 > efeito danoso 
• Lesão mitocondrial > lesão da membrana > formação de um poro de transição de 
permeabilidade mitocondrial > alteração de ph e perda de potencial > fosforilação 
comprometida 
• Lesão mitocondrial > saída de proteínas para avisar lesão > apoptose 
 
Influxo de cálcio 
A isquemia e certas toxinas causam aumento da concentração do cálcio citosólico, inicialmente 
por causa da liberação de Ca2+ armazenado intracelularmente e, mais tarde, do cálcio que 
resulta do influxo aumentado através da membrana plasmática. O aumento do cálcio citosólico 
ativa várias enzimas, com efeitos celulares potencialmente prejudiciais – fosfolipases e proteases. 
O aumento dos níveis de Ca2+ intracelular resultam, também, na indução da apoptose, através 
da ativação direta das caspases e pelo aumento da permeabilidade mitocondrial 
Acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio (estresse oxidativo) 
Os radicais livres de oxigênio atacam os ácidos nucleicos, bem como proteínas e lipídios 
celulares. Eles iniciam reações auto catalíticas; além disso, as moléculas que reagem com eles se 
transformam em radicais livres, propagando, assim a cadeia de danos. 
Espécies reativas de oxigênio (ERO) são perigosas para o corpo, mas são produzidas pelo corpo 
nas reações de oxidação e redução. 
Além disso podem ser produzidas pelos leucócitos, principalmente neutrófilos e macrófagos, 
como uma arma para destruição de micróbios e outras substâncias durante a inflamação e 
defesa do hospedeiro. As ERO são geradas nos fagossomas e fagolisossomas dos leucócitos por 
 
14 PATOLOGIA- SUMANY 73 
um processo similar à respiração mitocondrial, conhecido como surto respiratório (ou surto 
oxidativo). 
O dano causado por esses radicais depende de 2 fatores: produção e remoção. Se a remoção 
for menor que a produção, ocorrerá estresse oxidativo. 
A produção de radicais livres pode aumentar pela absorção de energia radiante, metabolismo 
enzimático de substâncias químicas exógenas e em inflamações – em que os leucócitos que 
produzem, como foi dito anteriormente. 
A remoção é feita por diversos mecanismos do nosso corpo, sendo eles: aumento da taxa de 
decomposição espontânea do superóxido (estudar), por meio das glutationa peroxidases, a 
catalase – a mais importante enzima capaz de degradar milhões de H2O2 por segundo- e 
antioxidantes endógenos e exógenos – removem ou impedem a formação de radicais livres. 
As espécies reativas do oxigênio causam lesão celular através de três principais reações: 
• Peroxidação lipídica das membranas 
• Ligação cruzada e outras alterações das proteínas- resulta em degradação ou perda da 
atividade enzimática. 
• Lesões do DNA – causa quebra no filamento de DNA, implicando na morte celular, 
envelhecimento celular e transformação maligna das células. 
Além do papel das ERO na lesão celular e destruição de micróbios, baixas concentrações de 
ERO estão envolvidas em numerosas vias de sinalização celular e em muitas reações fisiológicas. 
Portanto, essas moléculas são produzidas normalmente, mas, para evitar seus efeitos lesivos, suas 
concentrações intracelulares são rigorosamente reguladas nas células saudáveis. 
Defeitos na permeabilidade da membrana 
O aumento da permeabilidade da membrana, levando posteriormente a lesão franca da 
membrana, é uma característica consistente da maioria das formas de lesão celular que culmina 
em necrose. 
Danos na membrana podem ser causados por isquemia, toxinas microbianas, além de 
mecanismos bioquímicos como a diminuição da síntese de fosfolipídeos – se houver queda de 
ATP-, aumento da degradação dos fosfolipídios – pela ativação das fosfolipases devido aumento 
de cálcio-, EROS, entre outros. 
Os sítios mais importantes da membrana, durante a lesão celular, são as membranas 
mitocondriais, a membrana plasmática e as membranas lisossômicas. 
1. Danos na membrana mitocondrial > diminuição de ATP > necrose 
2. Danos à membrana plasmática > perda do equilíbrio osmótico e influxo de fluidos e íons 
3. Danos às membranas lisossômicas > ativação de enzimas que levam a digestão 
enzimática dos componentes celulares, e a célula morre por necrose. 
 
15 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
CORRELAÇÕES CLINICOPATOLÓGICAS: EXEMPLOS DE 
LESÃO CELULAR E NECROSE 
Lesão isquêmica e hipóxica 
Isquemia ou redução do fluxo sanguíneo para um tecido é a causa mais comum de lesão 
celular aguda na doença humana. Ao contrário da hipóxia, na qual a produção de energia 
através da glicólise anaeróbica continua (embora menos eficientemente do que pelas vias 
oxidativas), a isquemia, por causa da redução do fluxo sanguíneo, também compromete a 
distribuição de substratos para a glicólise 
A isquemia lesa os tecidos mais rapidamente que a hipóxia 
A alteração bioquímica mais importante nas células hipóxicas que leva a lesão celular é a 
redução da geração de ATP intracelular, como consequência do suprimento reduzido de 
oxigênio. (lembrar das consequências descritas anteriormente) 
Se a isquemia persistir, sobrevirá lesão irreversível e necrose. A lesão irreversível está associada à 
intensa tumefação das mitocôndrias, lesão intensa das membranas plasmáticas e tumefação 
dos lisossomos. Pode ocorrer influxo maciço de cálcio para dentro da célula e acumulação de 
ERO. A morte é principalmente por necrose, mas a apoptose também contribui. 
Lesão de isquemia-Reperfusão 
A reperfusão de um tecido isquêmico pode resultar em restauração das células. No entanto, sob 
certas circunstâncias, a restauração do fluxo sanguíneo para tecidos isquêmicos, mas não 
mortos, resulta, paradoxalmente, em morte das células que não estavam irreversivelmente 
lesadas. 
Fatores que podem ser responsáveis: 
• Uma nova lesão pode ser iniciada durante a reoxigenação devido a uma produção 
aumentada de ERO pelas células endoteliais, do parênquima e dos leucócitos infiltrantes 
• A inflamação, que é induzida pela lesão isquêmica, pode aumentar com a reperfusão 
devido ao influxo aumentado de leucócitos e proteínas plasmáticas. Os produtos dos 
leucócitos ativados podem causar lesão adicional ao tecido 
 
16 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Lesão química 
Algumas substâncias químicas atuam diretamente pela combinação com um componente 
molecular crítico ou com uma organela celular 
OBS 2. Em alguns casos, o maior dano é mantido pelas célulasque usam, absorvem, excretam 
ou concentram os compostos. 
Muitas outras substâncias químicas não são biologicamente ativas, mas devem ser primeiro 
convertidas a metabólitos tóxicos reativos, que então agem sobre as células-alvo. 
APOPTOSE 
via de morte celular, induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as 
células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas 
nucleares e citoplasmáticas. 
A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal 
maneira que a célula e seus fragmentos se tornam alvos atraentes para os fagócitos. 
Rapidamente, as células mortas e seus fragmentos são removidos antes que seus conteúdos 
extravasem e, por isso, a morte celular por essa via não induz uma reação inflamatória no 
hospedeiro (morte silenciosa). 
OBS.: a apoptose e a necrose algumas vezes coexistem, e a apoptose induzida por alguns 
estímulos patológicos progride para a necrose. 
Causas da apoptose 
Pode ser fisiológica ou patológica 
Apoptose em situações fisiológicas 
A morte por apoptose é um fenômeno normal que funciona para eliminar as células que não são 
mais necessárias e para manter, nos tecidos, um número constante das várias populações 
celulares. 
É importante na Destruição programada de células durante a embriogênese, Involução de 
tecidos hormônios-dependentes sob privação de hormônio e Perda celular em populações 
celulares proliferativas. Entre outras 
Apoptose em condições patológicas 
A apoptose elimina células que estão geneticamente alteradas ou lesadas de modo irreparável, 
sem iniciar uma reação severa no hospedeiro, mantendo mínima a lesão tecidual. 
Pode ser causada por lesão celular; acúmulo de proteínas anormalmente dobradas; lesão 
celular em certas infecções; atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de 
ducto. 
 
17 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
Mecanismos da apoptose 
A apoptose resulta da ativação de enzimas chamadas caspases (assim chamadas porque são 
cisteína proteases que clivam proteínas depois dos resíduos aspárticos). 
 
Via mitocondrial (intrínseca) da Apoptose 
As mitocôndrias contêm uma série de proteínas que são capazes de induzir apoptose, o 
citocromo c, por exemplo. 
A escolha entre a sobrevivência e morte é determinada pela permeabilidade da membrana. 
Quando a célula fica sujeita a fatores como lesão do DNA ou acúmulo de proteínas mal 
dobradas, sensores são ativados e fazem com que pró-apoptóticos das famílias Baz e Bax fiquem 
na membrana e formem canais. Assim, o citocromo c e outras proteínas passam por esses canais 
para o citosol. Com isso, eles bloqueiam os inibidores fisiológicos da apoptose e os antagonistas 
das caspases. O resultado é a ativação da cascata de caspases, levando, finalmente, à 
fragmentação nuclear. 
 
18 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Se as células forem expostas a fatores de crescimento e sinais de sobrevivência, ocorre ao 
contrário. 
Via receptor de morte da Apoptose (extrínseca) 
Muitas células expressam moléculas de superfície, chamadas receptores de morte, que disparam 
a apoptose, sendo a maioria receptores dos membros da família do fator de necrose tumoral 
(TNF) 
 
Exemplos de apoptose 
Privação de fator de crescimento 
As células sensíveis a hormônios, privadas de um hormônio relevante, os linfócitos que não são 
estimulados por antígenos e citocinas, e os neurônios privados de fator de crescimento nervoso 
morrem por apoptose. 
A apoptose é iniciada por via mitocondrial e ativação de membros pró-apoptóticos da família 
Bcl-2 e à diminuição de síntese de Bcl-2 e Bcl-xL. 
Lesão de DNA 
Causada por exposição à radiação ou agentes quimioterápicos. Se a lesão for muito grave a 
ponte de ser irreversível, ocorre morte por apoptose. 
O que acontece é que quando o DNA é lesado, a proteína p53 fica acumulada nas células. Tal 
proteína bloqueia a fase G1 do ciclo celular, fazendo com que não tenha tempo para reparar o 
DNA, antes dele ser replicado. Assim, com uma lesão irreversível, a p53 induz a apoptose. 
Outra situação é quando a p53 está mutada ou ausente (como ocorre em certos cânceres) ela 
é incapaz de induzir apoptose. Logo, células com DNA lesado não morrem e seguem se 
proliferando, podendo resultar em mutações ou rearranjos que levam à transformação 
neoplásica. 
Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas: Estresse do RE 
As chaperonas – que são proteínas- controlam o dobramento de proteínas durante a síntese 
normal de proteínas. Quando há um acúmulo dessas proteínas não dobradas ou anormalmente 
dobradas no RE, há uma indução de resposta protetora, chamada de resposta de proteína não 
dobrada. 
Tal resposta aumenta a produção de chaperonas e retarda a formação de proteínas. Porém, 
nos casos em que o acúmulo dessas proteínas ultrapassa essas adaptações, ocorre estresse do 
RE e, consequentemente, ativação das caspases -clivam proteínas- que levam à apoptose. 
Logo, o acúmulo de proteínas dobradas anormalmente pode causar redução da 
disponibilidade de proteína normal ou por induzir lesão celular. 
A morte celular causada por essa situação exposta é característica de diversas doenças como 
Alzheimer, Huntington e Parkinson. 
Outras causas para esse mau dobramento de proteínas pode ser a falta de glicose e oxigênio. 
 
19 PATOLOGIA- SUMANY 73 
 
 
 
apoptose de linfócitos autorreativos 
nos seres humanos são produzidos linfócitos que reconhecem antígenos próprios. Caso esses 
linfócitos encontrem tais antígenos, a célula morre por apoptose. 
Isso explica uma das causas de doenças autoimune. 
 
20 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Apoptose mediada por Linfócito T Citotóxico 
Os linfócitos T citotóxicos (LTCs) reconhecem antígenos estranhos presentes em células 
infectadas ou tumorais. Dessa forma, os LTCs atacam essas células através da protease granzima, 
que induz a apoptose. 
AUTOFAGIA 
“comer a si próprio” 
Digestão lisossômica dos próprios componentes da célula. 
Mecanismo de proteção em períodos de privação de nutrientes, em que a célula sobrevive se 
alimentando-se de si mesma para conseguir nutrientes e energia. 
O que ocorre? 
➢ Percepção de falta de nutrientes > formação de um vacúolo autofágico > vacúolo + 
lisossomos= autofagolisossoma > digestão de componentes celulares através de enzimas 
lisossômicas 
Após algum período de autofagia, pode sinalizar a morte por apoptose. 
A autofagia também ocorre para remover proteínas má formadas em neurônios e hepatócitos, 
por exemplo. Logo, a autofagia defeituosa pode ser a causa de morte de neurônios, levando a 
doenças neurodegenerativas. 
De modo contrário, a ativação farmacológica da autofagia limita a formação de proteínas mal 
dobradas nos hepatócitos de modelos animais, reduzindo a fibrose hepática. 
ACÚMULOS INTRACELULARES 
Em algumas circunstâncias, as células podem acumular substâncias inofensivas ou não dentro 
delas. 
Existem quatro vias principais de acumulações intracelulares: 
1. Remoção inadequada de uma substância normal, secundária a defeitos no mecanismo 
de empacotamento e transporte, como na degeneração gordurosa do fígado. 
2. Acúmulo de uma substância endógena anormal resultante de defeitos adquiridos ou 
genéticos no seu dobramento, empacotamento, transporte e secreção, como com 
certas mutações da a1-antitripsina. 
3. Deficiência em degradar um metabólito devido a defeito herdado em uma enzima. Os 
distúrbios resultantes são chamados de doenças de armazenamento. 
4. Depósito e acúmulo de uma substância exógena anormal quando a célula não possui 
maquinaria enzimática para degradar a substância nem a habilidade de transportá-la 
para outros locais. Os acúmulos de partículas de carbono e sílica são exemplos desse tipo 
de alteração. 
Degeneração gordurosa (Esteatose) 
Acúmulo anormal de triglicerídeos dentro das células do parênquima. 
Causada por toxinas, desnutrição proteica, diabetes melito, obesidade e anóxia. Oabuso de 
álcool também pode ser um fator. 
Mais frequente no fígado, já que é principal órgão envolvido no metabolismo de gorduras, mas 
pode ocorrer no coração e rim, por exemplo. 
 
21 PATOLOGIA- SUMANY 73 
Colesterol e ésteres de colesterol 
O acúmulo de lipídios devido a uma sobrecarga está envolvido em vários processos patológicos. 
Deles, a aterosclerose é o mais importante. 
Proteínas 
O acúmulo de proteínas é menos comum que lipídios. 
Pode ocorrer por excesso de produção ou excesso de apresentação às células. 
Normalmente, elas são reabsorvidas pelo rim. Porém, quando há excesso, ocorre reabsorção 
muito maior de proteína, e as vesículas contendo essa proteína se acumulam, resultando na 
aparência histológica de gotículas citoplasmáticas hialinas róseas. É reversível e gotículas de 
proteínas somem, caso seja diminuída a proteinúria. 
Glicogênio 
O seu acúmulo está relacionado a anormalidades no metabolismo de glicose ou glicogênio. 
No exemplo clássico de metabolismo anormal da glicose, o diabetes melito, o glicogênio se 
acumula no epitélio dos túbulos renais, nos miócitos cardíacos e nas células b das ilhotas de 
Langerhans. O glicogênio também se acumula dentro de células em um grupo de distúrbios 
genéticos intimamente relacionados, coletivamente conhecidos como doenças de 
armazenamento de glicogênio ou glicogenoses 
Pigmentos 
são substâncias coloridas exógenas, se originados fora do corpo, como o carbono, ou endógenas, 
sintetizadas dentro do próprio corpo, como lipofuscina, melanina e certos derivados da 
hemoglobina 
Exógeno: mais comum o caborno, puluente da vida urbana. Quando inalado, é fagocitado pelos 
macrófagos alveolares e transportado através de canais linfáticos para os linfonodos regionais na 
região traqueobrônquica. Os agregados desse pigmento escurecem os linfonodos e o 
parênquima pulmonar (antracose) 
A lipofuscina, ou “pigmento do desgaste”, é um material intracelular granular, castanho-
amarelado, que se acumula em vários tecidos (particularmente no coração, fígado e cérebro) 
como consequência do envelhecimento ou da atrofia. Não é nociva à célula, mas é importante 
como marcador de lesão antiga por radical livre. Quando em muita quantidade, é chamada 
atrofia parda. 
A melanina é um pigmento endógeno, preto-acastanhado, produzido pelos melanócitos 
localizados na epiderme, e atua como protetor contra a radiação ultravioleta prejudicial. Mas tbm 
pode ser produzida pelos queratinócitos e macrófagos da pele. 
A hemossiderina é um pigmento granular derivado da hemoglobina, amarelo a castanho-dourado, 
que se acumula em tecidos onde há excesso de ferro, local ou sistêmico. O ferro se acumula, 
normalmente em micelas de ferritina. O depósito excessivo de hemossiderina, conhecido como 
hemossiderose, e acúmulos mais extensos de ferro vistos na hemocromatose hereditária 
(geralmente esse acúmulo é patológico) 
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA 
depósito anormal de sais de cálcio, em combinação com pequenas quantidades de ferro, 
magnésio e outros minerais 
calcificação distrófica: ocorre com níveis séricos normais de cálcio e em tecidos mortos ou que 
estão morrendo 
 
22 PATOLOGIA- SUMANY 73 
calcificação metastática: depósito de sais de cálcio em tecidos normais. Quase sempre reflete 
algum distúrbio no metabolismo do cálcio (hipercalcemia). 
Obs.: a hipercalcemia não é um pré-requisito para calcificação distrófica, mas pode intensificar. 
Calcificação distrófica 
Encontrada em áreas de necrose de qualquer tipo. 
é inevitável nos ateromas da aterosclerose avançada, associada a lesão da túnica íntima da 
aorta e das grandes artérias, e caracterizada pelo acúmulo de lipídios. 
Embora a calcificação distrófica seja um achado de uma lesão que já ocorreu, ela pode ser 
causa de uma disfunção de um órgão. 
➢ Pode haver essa calcificação em valvas velhas. Com isso, tais valvas ficam 
comprometidas na sua movimentação. 
➢ A calcificação das valvas aórticas é a causa importante da estenose aórtica nos idosos. 
Na patogenia da calcificação distrófica, o produto é a formação de fosfato de cálcio cristalino. 
Na cartilagem e nos ossos, o cálcio fica armazenado nas vesículas de matriz, e na calcificação 
patológica originam-se de células em degeneração. 
Morfologia: comum em áreas de necrose caseosa na tuberculose. Algumas vezes, um linfonodo 
tuberculoso é praticamente convertido a uma pedra radiopaca. Histologicamente, a 
calcificação aparece como depósitos basofílicos intra ou extracelulares. Com o tempo, pode ser 
formado osso heterotópico no foco da calcificação. 
Calcificação metastática 
Pode ocorrer em tecidos normais sempre que há hipercalcemia. 
Principais causas: 
1. aumento da secreção de paratormônio devido a tumores primários das paratireoides ou à 
produção de proteína relacionada ao paratormônio por outros tumores malignos 
2. destruição óssea devida aos efeitos do turnover ósseo acelerado (p. ex., doença de 
Paget), imobilização ou tumores (aumento do catabolismo ósseo decorrente de mieloma 
múltiplo, leucemia ou metástases esqueléticas difusas); 
3. distúrbios relacionados à vitamina D, incluindo a intoxicação por vitamina D e sarcoidose 
(na qual os macrófagos ativam um precursor da vitamina D); 
4. insuficiência renal, na qual a retenção de fosfato leva ao hiperparatireoidismo secundário. 
Morfologia: pode ocorrer em todo o corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da 
mucosa gástrica, rins, pulmões e da vascularização. Morfologicamente, os depósitos de cálcio 
lembram os descritos na calcificação distrófica. Embora, geralmente, não causem disfunção 
clínica, calcificações maciças nos pulmões são evidentes nas radiografias e podem gerar déficits 
respiratórios. Depósitos maciços no rim (nefrocalcinose) podem causar lesão renal. 
ENVELHECIMENTO CELULAR 
O envelhecimento faz parte da vida. Além disso constitui um fator de risco para inúmeras 
doenças. 
O envelhecimento celular é o resultado do declínio progressivo do tempo de vida e da 
capacidade funcional das células 
Mecanismos responsáveis pelo envelhecimento celular: 
• lesão do DNA 
 
23 PATOLOGIA- SUMANY 73 
• diminuição da replicação celular- todas as células normais possuem uma capacidade 
limitada de replicação, estacionando em um estado terminal de não divisão, conhecido 
como senescência replicativa. Após uma séria de eventos, ocorre também o 
encurtamento dos telômeros, fazendo com que eles saiam das células e, com isso, resulta 
em inabilidade de gerar novas células para substituir as lesadas. (diferente do que ocorre 
nas células cancerosas, em que a telomerase é reativada e o comprimento do telômero é 
estabilizado, permitindo a proliferação indefinida das células) 
o Síndrome de Werner- caracterizada por envelhecimento precoce, quando in vitro 
possuem notável redução do tempo de vida. 
• Deficiência da homeostasia proteica- Com o tempo, as células tornam-se incapazes de 
manter uma homeostasia proteica normal, resultante do aumento do turnover e da 
diminuição de síntese causada pela redução de translação das proteínas e da atividade 
defeituosa das chaperonas (estas promovem o dobramento normal da proteína), dos 
proteossomos (que destroem proteínas mal dobradas) e das enzimas de reparo. A 
homeostasia proteica anormal pode exercer vários efeitos sobre a sobrevivência, a 
replicação e as funções celulares. Além disso, ela leva ao acúmulo de proteínas mal 
dobradas, que podem iniciar as vias da apoptose. 
 
 
 
 
É a transformação de um tecido maduro em outro de mesma linhagem também maduro, 
metaplasia 
É um distúrbio da maturação celular, podendo ser considerada uma lesão pré-neoplásica – 
displasia (ver o que é)- ela não deu 
Calcificação, amiloidose

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