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Módulo I_Contabilidade e Planejamento Tributário_

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Prévia do material em texto

Contabilidade eContabilidade e
Planejamento TributárioPlanejamento Tributário
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Bem vindo(a)!
Olá!
Seja bem-vindo (a) ao módulo de Contabilidade e Planejamento Tributário!
Este material foi elaborado, de maneira especial, para seu estudo, para o qual
buscamos abordar os principais pilares da Contabilidade Tributária, abrangendo
suas inúmeras perspectivas, a �m de lhe proporcionar maior aproveitamento para a
prática pro�ssional.
Na unidade I deste módulo, abordaremos os aspectos conceituais sobre a
Contabilidade Tributária. Discutiremos sobre os conceitos e de�nições de tributos, a
classi�cação das espécies tributárias – conceitos básicos da legislação tributária – e
tipos de tributos. Nesta unidade, compreenderemos a importância do planejamento
e controle tributário, evidenciando a responsabilidade dos gestores no controle e
mensuração da carga tributária empresarial.
A unidade II deste módulo apresentará as principais formas de apuração dos
tributos federais, municipais e estaduais. Durante a referida unidade, estudaremos
os aspectos gerais de cada esfera tributária, tais como os tributos da União (IR, IPI,
CSLL, PIS, COFINS), tributo estadual (ICMS) e tributo municipal (ISS).
Já na unidade III, estudaremos as formas de tributação. Abordaremos os principais
aspectos sobre o Simples Nacional e a apuração através do Lucro Presumido, Lucro
Estimado, Lucro Real e Lucro Arbitrado. Nesta unidade, também entenderemos
como será realizada a apuração do Custo de Mercadorias adquiridas por empresas
de diferentes formas de tributação.
Por �m, na unidade IV, apresentaremos os conceitos e objetivos do Planejamento
Tributário Operacional. Estudaremos, ainda, sobre a importância do correto
planejamento e controle tributário e como ele impacta nas decisões empresariais,
evidenciando seu controle com base na estratégia adotada pela empresa.
Caro (a) colega (a), esse será o conteúdo que estudaremos no decorrer das unidades
e esperamos que esse material seja de grande utilidade para o aperfeiçoamento de
seu conhecimento sobre a Gestão Orçamentária.
Qualquer dúvida, estarei à disposição junto a nossa equipe! Bons estudos!
Prof. Heric Garcia
Unidade 1
Introdução aos tributos
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Introdução
Caro (a) aluno (a),
antes de nos aprofundarmos aos conceitos de contabilidade tributária, é necessária
a compreensão dos principais aspectos do Sistema Tributário Nacional, isso porque
tal conhecimento detalhado nos proporcionará o real entendimento sobre os
tributos e as normas expressas na Constituição Federal e em leis complementares,
fazendo com que possamos sempre tomar as melhores decisões no plano �scal ou
até mesmo avaliar corretamente as contribuições e os impostos incidentes em um
holerite salarial, como um funcionário.
Dessa forma, tal entendimento lhe proporcionará inúmeras vantagens. Além disso,
possibilitará compreender que todo esse Sistema Tributário é o que “abastece”
economicamente um país, por meio de suas arrecadações para com as pessoas e
organizações.
Portanto, ao �nal dos estudos desta unidade, você estará apto para se posicionar
corretamente no âmbito �scal que o envolve, de maneira a tomar as melhores
decisões �nanceiras e poder reivindicar a correta utilização dos recursos tributários,
os quais, por sua vez, são arrecadados legalmente por parte dos poderes Executivo e
Legislativo nas esferas federal, estadual e municipal.
Conceito de Tributos
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
O Sistema Tributário é um conjunto de normas e instituições que têm como
�nalidade instituir e arrecadar os tributos, conforme a competência dos entes das
unidades da Federação, isto é, da União, Estados (Distrito Federal) e Municípios.
As matérias Sistema Tributário e Finanças Públicas dividem um título completo da
Constituição Federal, mais precisamente o título VI, que é composto dos artigos 145 a
169. Entre os artigos 145 a 162, encontram-se disposições sobre o sistema tributário
nacional, sendo os restantes (artigos 163 a 169) reservados às �nanças.
A “Legislação Tributária” é entendida como o conjunto de normas que envolvem
assuntos tributários. O art. 96 do CTN (Lei nº 5.172/66) traz a expressão “Legislação
Tributária” com o destaque de que compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em
parte, sobre tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes.
De acordo com o art. 3º do CTN (Lei nº 5.172/66), tributo é “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
Assim, a �m de esclarecermos o conceito de tributo, podemos apresentar tal
de�nição da seguinte forma:
“Prestação pecuniária”: são as prestações que asseguram ao Estado os meios
�nanceiros de que necessita para a consecução de seus objetivos;
"Compulsória": o tributo nasce independentemente da vontade do contribuinte;
"Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir": não existe a �gura do
pagamento do tributo, que não em moeda corrente do país;
"Que não constitua sanção de ato ilícito": a incidência do tributo é um ato lícito
(difere-se de “penalidade”). As penalidades pecuniárias ou multas não se incluem
no conceito de tributo. A multa por infração �scal é considerada sanção pela
prática de ato ilícito e, portanto, não é tributo;
"Instituída por lei": só a lei pode instituir o tributo, ou seja, nenhum tributo será
exigido sem que a lei o estabeleça, conforme assegura o art. 150, inciso I, da CF;
"Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada": a cobrança é
administrativa e privativa, não pode ser realizada por outra pessoa e deve ser
vinculada.
Neste contexto, vale destacar que o art. 3º do CTN, recepcionado com o status de lei
complementar, traz a de�nição de tributos exigida pela Constituição Federal, no art.
146. Vejamos:
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre: 
a) de�nição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes (BRASIL, 1988, on-line). 
Resumidamente, tributo é uma prestação monetária compulsória, seja ela em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir. Essa prestação é obrigatória e tem o dever de
recolher valores em dinheiro para os cofres públicos. Dessa forma, há o direito do
Poder Público de exigir o cumprimento dessa obrigação imposta por lei nacional.
Assim, tributo não é uma penalidade que o Poder Público impõe aos cidadãos, mas
sim um evento lícito previsto em lei.
Ao analisarmos o art. 5º do CTN, vemos que o entendimento adotado pelo legislador,
lá em 1966 (ano de publicação do CTN), foi a corrente tripartida, ou seja, havia apenas
três tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Conforme se nota no art. 5º,
“os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria” (BRASIL, 1966).
De acordo com os artigos 148/149 da Constituição Federal de 1988, os tributos
passaram a ser divididos em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Para os que não sabem, dação em pagamento signi�ca pagar com algo que não seja
dinheiro. Assim, o contribuinte poderá quitar a sua dívida oferecendo bens imóveis,
não móveis, ao �sco. Tal hipótese não derroga o art. 3º do CTN, tendo em vista que
este a�rma que a quitação do tributo pode ser feita por algo que possa ser expresso
ATENÇÃO
Nesse contexto, há de se ressaltar uma importante alteração trazida pela
Lei Complementar nº 104/2001, ao acrescentar o inciso XI ao art. 156 da
Lei nº 5.172/1966 (CTN). O dispositivo prevê o seguinte:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
[...]
XI – a dação empagamento em bens imóveis, na forma e
condições estabelecidas em lei (BRASIL,1966, on-line).em moeda. No entanto, se a arrecadação tributária for insu�ciente ou mal
administrada, há enorme risco de que os serviços prestados com essas receitas sejam
falhos ou necessitem de um �nanciamento por mecanismos alternativos (Operações
de Crédito por Antecipação da Receita ou FMI, por exemplo) e muito mais perigosos
para a saúde �nanceira do Estado. Para conhecermos mais sobre as formas de
�nanciamentos, segundo Maria e Luchiezi Jr (2010), há três formas de �nanciamento
do Estado, as quais podem ser:
Dessa forma, o intuito de �nanciamento do Estado deve ser fundado em regras
econômicas, as quais, por sua vez, apresentam um carácter socialmente justo e a
geração de receitas próprias, pois um país que objetiva alcançar a erradicação da
pobreza, a redução da desigualdade social e a construção de uma sociedade livre,
justa e solidária deve utilizar o sistema tributário como mecanismo de repartição de
recursos �nanceiros.
Para isso acontecer, há duas formas básicas: via gastos com programas sociais e via
tributação, situação na qual são cobrados mais impostos das empresas e cidadãos
que têm mais capacidade contributiva, diminuindo a carga dos mais pobres. O
Imposto de Renda é um grande exemplo, em se tratando de justiça �scal, pois
Via Emissão de moedas: esse modelo de �nanciamento provoca a
tão “famosa” in�ação, pois a emissão e a circulação de moeda
ocorrem em maior nível com relação ao volume de bens e serviços
produzidos pelo Estado.
Por meio do endividamento: são gastos públicos superiores às
receitas, destruindo a “saúde” do orçamento público. Assim, o Estado
se torna cada vez mais dependente de novos empréstimos para fazer
frente aos encargos e à amortização do principal da dívida já
contraída, ou seja, quanto mais o tempo passa, maior se torna essa
dívida. O Brasil é um bom exemplo desse tipo de �nanciamento,
pois, segundo o Site Folha de São Paulo, o país deve bater a marca de
87,3% de dívida pública com relação ao seu PIB.
Pela geração de receitas próprias: são divididas em duas formas de
receita -   as originárias, que são provenientes do patrimônio estatal
(prestação de serviço, alienação dos próprios bens, exploração de
monopólios estatais, entre outros) e/ou as receitas derivadas, que são
provenientes do Estado por meio de tributos ou multas, explorando-
se o patrimônio particular para �nanciar suas atividades.
apresenta alíquotas estrati�cadas por faixa de renda, comportando-se de forma mais
“agressiva” com os contribuintes com maior capacidade �nanceira, onerando-os
muito mais em relação aos menos desprovidos de recursos �nanceiros.
A Receita Pública, contudo, é toda arrecadação em dinheiro que é administrada pelo
Tesouro Nacional e, consequentemente, utilizada com intuito do investimento
público e também para saldar as suas despesas. Essa arrecadação é originada por
meio dos tributos pagos pelos cidadãos e empréstimos oferecidos pelo Governo,
sendo constituída por dois tipos diferentes de receitas:
As Receitas Públicas Originárias: são receitas públicas provenientes do
patrimônio estatal, originando-se do próprio patrimônio público. Um grande
exemplo desse tipo de receita é determinada venda de uma empresa pública que,
por sua vez, origina receita para os cofres públicos, mediante essa venda, em
licitação pública.
As Receitas Públicas Derivadas: são receitas públicas que derivam do patrimônio
particular (cidadãos) por meio de força, coação ou compulsão legal, podendo ser
de forma tributária ou não tributária (multas de trânsito, por exemplo), sendo
direcionadas aos cofres públicos (Tesouro Nacional).
Como visto anteriormente, a função principal dos tributos é o �nanciamento das
atividades e dos serviços do Estado, o qual tem a necessidade de arrecadar recursos
para suprir essas necessidades coletivas que não podem depender exclusivamente
do mercado, tais como saúde, educação, segurança, transporte, assistência social,
entre outros (MARIA e LUCHIEZI JR, 2010).
Segundo a Receita Federal Brasileira, a Carga tributária é de�nida como a relação
entre a soma da arrecadação federal, estadual e municipal, dividida pelo Produto
Interno Bruto (PIB):
De formas simples, podemos entender a carga tributária brasileira como a relação
entre tudo o que a sociedade paga em tributos dividido pela riqueza somada pelo
governo.
A carga tributária é um indicador muito utilizado em todo o mundo para medir a
relação entre o volume de recursos que o Estado obtém, provenientes da arrecadação
dos tributos da sociedade sob a forma de impostos, tarifas, taxas e contribuições, para,
dessa forma, �nanciar as atividades que se encontram dentro do quadro de sua
responsabilidade. O Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, é a soma de todos os
bens e serviços (incluindo desde o pãozinho da esquina até os carros e apartamentos
mais luxuosos) produzidos em um determinado país, subtraído de suas importações
neste mesmo período.
A seguir, pode-se observar a expressão matemática para cálculo do PIB:
PIB = Bens e Serviços Produzidos − Importações
Neste contexto, os bens e serviços produzidos em determinado país são calculados
por meio da soma dos seguintes meios: consumo privado, totalidade de
investimentos realizados ao longo desse período de tempo, gastos do governo e o
volume de exportações. Dessa forma, para obtermos a expressão matemática do
cálculo do PIB, são de�nidas as seguintes letras para abreviaturas:
C - Representa o consumo privado;
I - Totalidade de investimentos;
G - Gastos do Governo;
X - Volume das exportações.
Em 2017, a Carga Tributária Bruta (CTB)1 atingiu 32,43% contra 32,29% em 2016,
indicando variação positiva de 0,14 pontos percentuais. Essa variação resultou da
combinação dos acréscimos em termos reais de 0,99% do Produto Interno Bruto e de
1,4% da arrecadação tributária nos três níveis de governo.
Tabela 1 - Carga Tributária Brasileira (2016 e 2017)
Componentes 2016 2017
Produto Interno Bruto Arrecadação Tributária Bruta
6.259,23 6.559,94
Arrecadação Tributária Bruta 2.021,16 2.127,37
Carga Tributária Bruta 32,29% 32,43%
Fonte: Brasil (s. d.).
Tributos diretos e indiretos, regressivos e
progressivos
Os impostos podem ser segregados em diretos e indiretos:
a) Diretos
são os tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com o
ônus da respectiva contribuição;
o ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato é o de direito).
Ex.: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação
(IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Transmissão Intervivos (ITBI), Imposto
Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto Propriedade Veículos Automotivos (IPVA)
etc.
b) Indiretos
são os tributos cujo ônus os contribuintes podem transferir, total ou
parcialmente, para terceiros;
são pagos pelo comprador, a empresa é somente a intermediária do imposto;
existe a �gura do contribuinte de fato (aquele que efetivamente está pagando o
imposto - consumidor) e de direito (aquele que a lei determina que é o apurador,
arrecadador - intermediário);
o ônus não é do contribuinte de direito.
Ex.: IPI, ICMS e ISS, que são cobrados pelo Fisco (ente tributante) do Produtor e/ou
Vendedor (contribuinte de fato) que emite a nota �scal, e cujo valor do tributo é
transferido ao Comprador do produto/mercadoria/serviço (contribuinte de direito).
Neste contexto, vale destacar que os tributos, também, poderão ser classi�cados em
Progressivos e Regressivos. Os Tributos regressivos são aqueles em que a alíquota
diminui à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores, ou seja, têm
relação inversa ao nível de renda do contribuinte. Já os tributos progressivos são
aqueles em que a alíquota aumenta à proporção que os valores sobre os quais incide
são maiores, mantendo uma relação positiva com o nível de renda. Na medida em
que a renda aumenta, o contribuinte paga mais imposto. Ex.: Tabela do Imposto de
Renda da Pessoa Física, cuja alíquota varia de 15% a 27,5%, conforme a renda.
Obrigação tributária – principal e
acessória
A obrigaçãotributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ativo)
pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas
condições descritas na lei (fato gerador). Conforme o Código Tributário Nacional
(CTN), a obrigação tributária é tipi�cada em principal e acessória, conforme
explicação a seguir:
A principal, art. 113, § 1º, tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade
pecuniária (em dinheiro). É a prestação à qual se obriga o sujeito passivo, é de
natureza patrimonial.
A acessória, art. 113, § 2º, é uma obrigação não patrimonial que decorre da
legislação tributária. É uma obrigação de fazer, não fazer e tolerar. Tem como
�nalidade comprovar a existência e o limite das operações tributadas, bem assim
a exata observância da legislação aplicável.
Imunidade, Isenção e Suspensão do
Crédito Tributário
De acordo com o art. 150, VI, da Constituição Federal (1988), não há tributação sobre:
Patrimônio, renda ou serviços entre União, Estados, Distritos
Federais e Municípios (ex.: o município não pode cobrar IPTU do
Governo do Estado);
Templos de qualquer culto;
Patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, sindicatos e
instituições de educação e assistência social sem �ns lucrativos;
Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
(BRASIL, 1988, on-line).
ACESSAR
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_06.06.2017/art_150_.asp
A Isenção difere-se de Imunidade, uma vez que a Isenção concedida é temporária e
deve ser estabelecida por lei. A Imunidade, por sua vez, é permanente e independe de
lei ordinária, já que é estabelecida constitucionalmente.
1.4.1 Suspensão do Crédito Tributário
Após constituído o crédito tributário, por meio do competente lançamento, este
passa a ser exigível, passível de inscrição em dívida ativa e executável. Todavia, pode o
crédito tributário - devidamente constituído – ter sua exigibilidade suspensa   nos
termos do artigo 151 do Código Tributário Nacional.
Suspender, grosso modo, signi�ca paralisar momentaneamente e depois retomar de
onde parou. Destarte, a causa suspensiva da exigibilidade do crédito é passageira e
não induz a recontagem. É, pois, diferente da interrupção, uma vez que nesta -
quando cessada causa interruptiva – a contagem reiniciará do zero.
De acordo com o artigo 151 do CTN, suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
A hipótese de suspensão moratória versa sobre a dilação do prazo para pagamento
do tributo. Logo, uma vez concedida, tem-se a extensão do prazo para adimplemento
da obrigação tributária. A moratória é dada em circunstâncias excepcionais, como
calamidade pública e desastres naturais. Vale destacar que tais situações são
consideradas excepcionais pois – em regra – o ente público deve respeitar o princípio
da indisponibilidade dos bens públicos, ou seja, ainda que não esteja renunciando o
pagamento, o ente público reconhece que o seu retardamento impacta diretamente
no orçamento.
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001);
VI – o parcelamento (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001).
O Parcelamento é a hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário
incluída ao CTN em 2001. Constitui instituto que visa a recuperação do crédito
vencido. Deve ser instituído, exclusivamente, por meio de lei, a �m de tentar
recuperar os tributos que foram deixados de pagar. A lei dá benefício para incentivar
o pagamento, como desconto na multa e juros e pagamentos em longo prazo. É
diferente da moratória, pois, no parcelamento, o crédito já está vencido e, por isso,
além da correção monetária, há a incidência de juros e multa.
Depósito de seu montante integral é a modalidade suspensiva do crédito tributário
em que já há em andamento uma discussão administrativa ou judicial acerca do
crédito. É um meio de suspender a exigibilidade do crédito tributário enquanto se
discute a obrigação tributária principal.
Reclamações e recursos nos termos do processo administrativo tributário consiste na
modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, em razão do
processo administrativo iniciado.
Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em mandado de segurança e
outras espécies de ação judicial trata-se da concessão da liminar, igualmente,
suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas não cessa a correção monetária.
Vale destacar que no direito tributário, é utilizado o termo “liminar” para qualquer
decisão de cognição sumária.
Resumidamente, estas são as cinco hipóteses dispostas no art. 151 do CTN, capazes de
suspender a exigibilidade do crédito tributário, impedindo, durante a causa
suspensiva, qualquer ato de cobrança.
Substituição Tributária
A modalidade de substituição tributária se dará por diferimento ou antecipação. A
substituição por diferimento dar-se a quando o lançamento e o pagamento do
imposto incidente sobre determinada operação ou prestação forem adiados para
uma etapa posterior, atribuindo-se a responsabilidade pelo pagamento do imposto
diferido ao adquirente ou destinatário da mercadoria ou ao usuário do serviço na
condição de sujeito passivo por substituição vinculado à etapa posterior de
comercialização do produto.
Como exemplo, há as saídas internas de petróleo do estabelecimento produtor com
destino ao re�nador (REFINARIA-PETROBRAS), em que o ICMS devido nessa
operação de saída tem seu lançamento e apuração transferidos para o momento da
saída dos produtos resultantes do re�no dessa matéria prima sob a responsabilidade
do estabelecimento re�nador.
A substituição tributária por antecipação, por sua vez, ocorrerá quando o contribuinte
é responsável pelo lançamento e recolhimento do ICMS devido na operação ou
operações a serem realizadas pelos adquirentes das mercadorias ou dos serviços
prestados, vinculados à etapa posterior de comercialização, aplicando a alíquota
interna sobre base de cálculo acrescida da MVA (Margem de Valor Adicional).
SAIBA MAIS
O consumidor brasileiro, ao adquirir um celular, por exemplo, acaba
pagando por um valor que é composto pelo preço de custo somado aos
impostos (tributos federais) e à margem de lucro que o empresário e
proprietário da loja decide obter. Nos países desenvolvidos, o valor �nal
dos produtos é composto apenas pelo preço de custo somado à margem
de lucro, pois a tributação, nesses países, incide principalmente sobre a
renda dos trabalhadores.
Assim, o indivíduo, ao receber o seu salário, já paga a porcentagem de
tributos, cabendo a ele usar como quiser. Na compra de um carro, por
exemplo, �caria muito mais barato pagar os tributos referentes ao seu
salário e não referentes ao valor do automóvel, por isso os veículos
motores nos países desenvolvidos são tão mais baratos.
Con�ra no link abaixo um quadro da receita da fazenda com os tributos
pagos pelo consumidor dos principais produtos adquiridos.
ACESSAR
http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSeminario/22CARGATRIBUTARIAPRODUTOSDECONSUMOPOPULAR.pdf
De uma maneira simpli�cada, diz-se que, na substituição tributária subsequente, o
primeiro contribuinte da cadeia produtiva �ca responsável pela retenção e o
pagamento do imposto referente às operações subsequentes, ou seja, o sujeito
passivo recolhe dois impostos, aquele devido pelas operações próprias e o devido
pelas operações subsequentes.
Com exemplo, há a AMBEV, produtora de bebidas (cervejas e refrigerantes), que
recolhe dois impostos: aqueles devidos de suas operações próprias, que é a venda
propriamente dita ao comprador, no dia 9 de cada mês, chamado de ICMS normal;
também, por estar vendendo produto da substituição tributária, o imposto devido
pelas operações subsequentes, ou seja, o imposto até o consumidor �nal, chamadode ICMS-ST, no dia 25 de cada mês.
REFLITA
Após esta abordagem sobre o tema tributos, �ca evidente que não
devemos nos pautar exclusivamente no valor que pagamos em tributos
(em países desenvolvidos, a arrecadação é muito próxima ou até maior
que a brasileira), mas, sim, na maneira como esses tributos são coletados
e distribuídos à população.
Além da enorme desigualdade na distribuição dos bens e serviços, o
Brasil ainda enfrenta um problema que está enraizado desde seu
surgimento que é a tão famosa corrupção, pois bilhões e bilhões de reais
são desviados aos bolsos dos políticos e tirados das escolas, dos hospitais,
dos abrigos, do investimento em saneamento básico, dentre outros.
Fonte: o autor.
Nos últimos anos, tem-se observado di�culdades pelas empresas em buscarem um
meio estratégico para reduzir seus custos e aprimorar a atividade �nanceira. Em meio
a um ambiente competitivo de negócios, um dos encargos que mais oneram o
desempenho das organizações são os tributos, de modo que estes são recolhidos
pelas organizações conforme o seu faturamento e enquadramento tributário.
Os tributos in�uenciam diretamente nos custos da organização no dia-a-dia e,
consequentemente, nos resultados econômicos e �nanceiros, pois re�etem na vida
das empresas de forma que o seu desenvolvimento não seja su�ciente para alcançar
os objetivos. Em um mercado cada vez mais dinâmico, o Planejamento Tributário
tornou-se uma ferramenta indispensável para as organizações, pois devido à
complexidade da legislação brasileira, constituída por inúmeras leis e constantes
alterações, veri�ca-se a ocorrência de di�culdade na interpretação íntegra pelos
gestores, além de se manterem atualizados perante as legislações aplicáveis no que
se refere às diversas in�uências relacionadas à gestão empresarial.
Conclusão - Unidade 1
Livro
Acesse o link
Filme
http://bit.ly/pegas-contabilidade
Unidade 2
Competência tributária
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Caro(a) aluno(a),
Conhecer os tributos incidentes sobre o negócio é fundamental para o sucesso da
empresa, assim como é importante identi�car o impacto dos tributos na apuração
do resultado. Com a alta carga tributária e para assegurar a lucratividade, as
empresas buscam diminuir os custos e pagar menos impostos. Dentro deste
contexto, algumas empresas acabam praticando a sonegação �scal como forma de
garantir a sua permanência no mercado, sendo que este ato é ilegal e constitui em
crime, sujeito a multas com valores altos e demais implicações.
Diante deste cenário, é importante implantar um planejamento tributário, que
proporcione o entendimento sobre o assunto e o acompanhamento contínuo das
mudanças na legislação tributária, podendo encontrar meios legais de reduzir
custos relacionados aos tributos, visto que eles interferem nas atividades das
empresas, desde a compra de matéria prima com o fornecedor até a parte �nal de
formação do preço de venda dos produtos ou prestação de serviços, variando ainda
em função do local no qual a empresa esteja situada, se tratando de alguns tributos
estaduais e municipais.
Neste módulo, abordaremos as principais características do Imposto de Renda,
Imposto sobre Produtos Industrializados, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços e o Imposto sobre Serviço,
apresentando seus fatos geradores, base de cálculo e alíquotas.
Competência tributária –
união
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
A Constituição Federal não cria tributos, mas, sim, outorga competência para que a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei, o façam. Desse
modo, é possível a�rmar que competência tributária é o poder ou aptidão,
outorgado constitucionalmente aos entes políticos, para que editem leis que
instituem tributos.
A Constituição Federal atribui a competência tributária aos entes políticos em seus
artigos 153 a 156 e outorga a cada qual o poder de instituir e cobrar exações
tributárias, devendo às pessoas jurídicas de Direito Público atuar nos ditames
constitucionais, bem como nos limites de suas respectivas parcelas de poder.
A competência tributária se distingue da competência legislativa plena, artigo 6º do
Código Tributário Nacional, também denominada de competência concorrente, vez
que esta é genérica, pois atribui aos entes políticos a competência para legislarem
sobre matérias de Direito Tributário, consoante delineia o artigo 24 da Constituição
Federal. Já a competência tributária é restrita à atribuição constitucional do poder
de instituição de tributos. Não se tratando do foco do presente trabalho, cumpre
apenas mencionar que a competência legislativa concorrente está sistematizada no
artigo 24, §§ 1º ao 4º, da Constituição Federal.
Impostos Sobre a Renda – IR
O Imposto de Renda é mais um dos impostos de competência da União, previsto no
art. 153, III, da CF/88. Trata-se de imposto com �nalidade �scal, pois o objetivo da sua
instituição é arrecadar recursos para o Estado. Neste artigo da Constituição, o
legislador constituinte estabeleceu que o IR será informado pelos critérios de
generalidade, universalidade e progressividade, na forma da lei.
Generalidade: signi�ca dizer que a tributação alcança todas as pessoas.
Universalidade: signi�ca dizer que a tributação alcança todas as espécies de
rendimentos.
Progressividade: signi�ca tributar com alíquotas maiores (progressivas)
rendimentos mais elevados.
O fato gerador do imposto sobre a renda está fundamentado no artigo 43 do Código
Tributário Nacional. Vejamos:
No tocante à base de cálculo do IR, o artigo 44 do CTN prevê que é o montante “real,
arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis”.
Em relação aos contribuintes do IR, o artigo 45 do CTN destaca que o contribuinte
do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de
atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de
renda ou dos proventos tributáveis.
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da
disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
ATENÇÃO
É válido destacar que o CTN apenas discriminou a base de cálculo
aplicável ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. No entanto, como
é sabido, tal imposto incide também sobre os rendimentos auferidos
pelas pessoas físicas.
Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI)
De acordo com o art. 46 do Código Tributário Nacional, o imposto, de competência
da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
SAIBA MAIS
De acordo com o CTN, o conceito de renda pode ser entendido como
produto do capital, do trabalho ou da combinação do trabalho e do
capital.
Produto do capital: Jorge é acionista de uma grande empresa e
recebe dividendos decorrentes do lucro auferido por esta. Trata-se
de produto do capital, do dinheiro por ele investido na sociedade.
Produto do trabalho: Jorge é empregado de um posto de
gasolina. Ao �nal do mês, recebe o produto do seu trabalho, ou
seja, seu salário.
Combinação de produto do capital com produto do trabalho:
Jorge montou uma lanchonete, onde exerce a função de sócio e
administrador. Ao �nal do mês, ele recebe rendimentos
decorrentes do seu trabalho e do seu capital nela investido.
Fonte: O autor.
Resumidamente, são três os fatos geradores do IPI: a) o desembaraço aduaneiro,
caso o produto seja de procedência estrangeira; b) a saída do produto
industrializado do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; c) a
arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
De acordo com a legislação do IPI, o importador, ao revender os produtos
importados do exterior, se submete a duas incidências do imposto: uma na
importação, com o desembaraço aduaneiro, e outra na revendade tais produtos,
com a saída deles do estabelecimento do importador.
A lógica da segunda incidência consiste na equiparação do estabelecimento
importador à industrial, tornando-se contribuinte do IPI pela segunda vez, a�nal,
podem ser contribuintes do IPI não só o estabelecimento industrial, mas também os
que a lei a este equiparar.
Além disso, a Constituição Federal de 1988, também, estabeleceu no art. 153, § 3º, da
CF/88, os seguintes regramentos para o IPI:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único
do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a
leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se
industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer
operação que lhe modi�que a natureza ou a �nalidade, ou o aperfeiçoe
para o consumo.
Anteriormente, vimos que há três fatos geradores para o IPI, correto? Para cada um
desses fatos geradores, o CTN estabeleceu uma base de cálculo especí�ca. Vejamos
o que diz o art. 47 deste Código:
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei (BRASIL, 1988, on-line).
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como de�nido
no inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele
exigíveis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do
remetente;
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
Quanto aos contribuintes do IPI, o art. 51 do CTN, esclarece:
Contribuição Social sobre Lucro Líquido
(CSLL)
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei no
7.689/1988 e tem a mesma base de cálculo que o Imposto de Renda – Pessoa
Jurídica (IRPJ). Entretanto, ao contrário do IRPJ, a arrecadação da CSLL não contribui
para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), nem para o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM). Sendo assim, do ponto de vista teórico, a CSLL é um imposto
sobre o lucro das empresas. Porém, do ponto de vista do pacto federativo, é um
imposto cuja arrecadação pertence totalmente à União.
A CSLL pode ter impactos na decisão de inovação, no investimento e no crescimento
da economia. Pelo lado do pacto federativo, o fato de essa contribuição não entrar
no cômputo das transferências pode levar a União a preferir reajustar alíquotas da
CSLL, em vez de alíquotas do IRPJ. A alíquota da CSLL é de 9%; porém, no caso de
instituições �nanceiras e empresas de seguro privados e capitalização, a alíquota é
de 15%. A base de cálculo dessa contribuição pode ser o lucro auferido ou o lucro
presumido, a depender da opção da empresa para �ns do Imposto de Renda –
Pessoa Jurídica.
As empresas que trabalham com lucro apurado pagam a CSLL em cima do valor
auferido do lucro. Caso a empresa tenha optado pelo lucro presumido para o IRPJ, a
contribuição também incidirá sobre o lucro presumido, especi�camente 12% da
receita bruta nas atividades comerciais e industriais, bem como nos serviços
hospitalares e de transportes. Para a prestação de serviços em geral – exceto a de
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos
contribuintes de�nidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a
leilão.
serviços hospitalares e de transporte –, intermediação de negócios e administração,
locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza, o lucro
presumido equivale a 32% da receita bruta.
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei no
7.689/1988 e tem a mesma base de cálculo que o Imposto de Renda – Pessoa
Jurídica (IRPJ). Entretanto, ao contrário do IRPJ, a arrecadação da CSLL não contribui
para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), nem para o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM). Sendo assim, do ponto de vista teórico, a CSLL é um imposto
sobre o lucro das empresas. Porém, do ponto de vista do pacto federativo, é um
imposto cuja arrecadação pertence totalmente à União.
A CSLL pode ter impactos na decisão de inovação, no investimento e no crescimento
da economia. Pelo lado do pacto federativo, o fato de essa contribuição não entrar
no cômputo das transferências pode levar a União a preferir reajustar alíquotas da
CSLL, em vez de alíquotas do IRPJ. A alíquota da CSLL é de 9%; porém, no caso de
instituições �nanceiras e empresas de seguro privados e capitalização, a alíquota é
de 15%. A base de cálculo dessa contribuição pode ser o lucro auferido ou o lucro
presumido, a depender da opção da empresa para �ns do Imposto de Renda –
Pessoa Jurídica.
As empresas que trabalham com lucro apurado pagam a CSLL em cima do valor
auferido do lucro. Caso a empresa tenha optado pelo lucro presumido para o IRPJ, a
contribuição também incidirá sobre o lucro presumido, especi�camente 12% da
receita bruta nas atividades comerciais e industriais, bem como nos serviços
hospitalares e de transportes. Para a prestação de serviços em geral – exceto a de
serviços hospitalares e de transporte –, intermediação de negócios e administração,
locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza, o lucro
presumido equivale a 32% da receita bruta.
À base de cálculo, ainda devem ser adicionados: os ganhos de capital, as demais
receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na
atividade; os rendimentos e os ganhos líquidos auferidos em aplicações �nanceiras
de renda �xa e renda variável; o resultado do cálculo do preço de transferência,
decorrentes de operações externas de exportação ou mútuo, com empresas
vinculadas ou domiciliadas em países com tributação favorecida. Nessa hipótese,
será somada 12% da diferença da receita de exportações e o valor integral da receita
com mútuo apurados, segundo as regras do IRPJ.
Programa de Integração Social (PIS),
Contribuição para a Seguridade Social
(COFINS) e Contribuição para Previdência
Social (CPS)
O PIS (Programa de Integração Social) e o PASEP (Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público) foram instituídos pelas Leis Complementares nº 07
e 08 de 1970, respectivamente. A Lei 9.715/98 trouxe novas regras a estas
contribuições. Já a COFINS foi instituída pela Lei Complementar n° 70/91. Com
relação a estas contribuições, necessário se faz trazer um histórico do regime de
incidência, principalmente no que se refere aos seus critérios materiais.
A redação original da CF/88 dispunha, no artigo 195, inciso I, que
A seguridade social será �nanciada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e das seguintes contribuições sociais: I — dos empregadores, incidente
sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro (BRASIL, 1988, on-line). 
Nota-se que, na sua redação original, a CF autorizava a instituição de contribuições
que tivessem por critério material e base de cálculo o faturamento da pessoa
jurídica. Neste mesmo sentido, dispunham as leis do PIS/PASEP e COFINS.
A Lei nº 9.715/98 dispunha, no seu art. 2º, que a contribuição para o PIS/PASEPserá
apurada mensalmente pelas pessoas jurídicas de direito privado [...] com base no
faturamento do mês. Já o art. 3º de�nia que se considera faturamento a receita
bruta proveniente da venda de bens nas operações de conta própria, do preço dos
serviços prestados e do resultado auferido nas operações de conta alheia.
No que diz respeito à COFINS, o artigo 2° da Lei Complementar n° 70/91 dispõe que a
contribuição incidirá sobre o faturamento mensal, “assim considerado a receita
bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de
qualquer natureza”.
Portanto, tanto pela redação original da CF/88 quanto pelas leis reguladoras do
PIS/PASEP e da COFINS, o critério material e a base de cálculo destas contribuições
eram o faturamento da pessoa jurídica; assim entendido, a receita bruta advinda da
venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Diante disso, não era toda e
qualquer receita que estava submetida à incidência do PIS/PASEP e da COFINS, mas
somente aquelas auferidas em contrapartida à venda de bens e prestação de
serviços. Todas as demais receitas, portanto, não deveriam entrar na base de cálculo
destas contribuições.
Ocorre que a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, trouxe regra diversa àquela até
então praticada. Segundo o artigo 2º desta lei, as contribuições para o PIS/PASEP e a
COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com
base no seu faturamento. Até aí não havia incompatibilidade com o disposto pela
Constituição Federal nem com a regra estampada na lei 9.715/98 e na LC 70/91.
Ocorre que o artigo 3º e seu parágrafo primeiro conceituam faturamento como
receita bruta da pessoa jurídica, entendida como “a totalidade das receitas auferidas
pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classi�cação contábil adotada para as receitas”, ou seja, pela redação deste
dispositivo, o conceito de faturamento não deveria mais �car restrito à receita bruta
advinda da venda de mercadorias ou da prestação de serviço, mas deveria passar a
ser considerado como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica.
Percebe-se, portanto, que o disposto no referido artigo ampliou o conceito de
faturamento daquele até então praticado. Se, até então, a incidência do PIS/PASEP e
COFINS se dava somente sobre a receita bruta da venda de mercadorias e da
prestação de serviços, a partir da Lei nº 9.718/98, passou-se a admitir a incidência
destas contribuições sobre toda e qualquer receita auferida pela pessoa jurídica, seja
decorrente de sua atividade operacional ou não.
Ocorre que, conforme vimos, a redação da Constituição vigente à época da Lei nº
9.718/98 somente permitia contribuição social sobre o faturamento da pessoa
jurídica, conforme artigo 195. Assim, a Emenda Constitucional n° 20, de 15 de
dezembro de 1998, modi�cou dito dispositivo, no sentido de permitir a instituição de
contribuição social não só sobre o faturamento, mas também sobre a receita da
pessoa jurídica.
Por �m, com relação aos sujeitos passivos das contribuições, o art. 1° da LC 70/91
dispõe que a COFINS é devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas
pela legislação do imposto de renda. Já o art. 2° da Lei 9.715/98 dispõe que o PIS será
devido pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela
legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de
economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês, e pelas
pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas
correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
Quadro 1 - Alterações da Lei 9.718/98
CF Redação Original CF após EC nº 20/98
Art. 195. A seguridade será
�nanciada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: 
I – dos empregadores, incidente
sobre a folha de salários, o
faturamento e o lucro;
Art. 195. A seguridade será
�nanciada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: 
I – do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre:
a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos
ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
a receita ou o faturamento;
o lucro;
Fonte: Brasil (1988).
Competência tributária –
estados e Distrito Federal
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Imposto Sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicações (ICMS)
A Constituição Federal de 1988 permitiu aos Estados e ao Distrito Federal instituírem
o Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de
transporte intermunicipal e interestadual e de comunicações (ICMS), conhecido
antes como ICM e hoje como ICMS.
A Constituição Federal dispõe sobre o ICMS no capítulo do Sistema Tributário
Nacional. O Art. 155 da Constituição Federal trata inicialmente da autorização para
cobrança dos impostos estaduais, sendo o ICMS autorizado no Inciso II, conforme
destaque a seguir:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: 
II - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um tributo estadual
que incide sobre produtos de diferentes tipos, desde eletrodomésticos a parafusos, e
que se aplica tanto à comercialização dentro do país como a bens importados.
Na prática, esse imposto é cobrado de forma indireta, ou seja, seu valor é adicionado
ao preço do produto comercializado ou do serviço prestado. Ao vender uma
mercadoria ou realizar alguma operação em que se aplique o ICMS, é efetuado o
fato gerador quando a titularidade deste bem ou serviço passa para o comprador,
ou seja, o tributo só é cobrado quando a mercadoria é vendida ou o serviço é
prestado para o consumidor, que passa a ser o titular deste item ou do resultado da
atividade realizada.
Competência, fato gerador e base de
cálculo do ICMS
É um imposto de competência dos Estados/Distrito Federal que incide sobre
produtos de diferentes tipos, desde um automóvel a uma pipoca, e que se aplica
tanto em relação à comercialização dentro do país, quanto a importações de bens e
serviços do exterior.
De acordo com o artigo 155, inciso II, da Constituição Federal, compete aos Estados e
ao Distrito Federal instituir impostos sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior.
O ICMS, conforme previsão constitucional, teve suas regras básicas, em nível
nacional, reguladas pelo convênio ICM nº 66/88, o qual foi revogado em 13 de
setembro de 1996 pela Lei Complementar nº 87 (conhecida do público como Lei
Kandir), que passou a balizar o assunto, juntamente com os convênios �rmados
entre os Estados.
Conforme a Lei Kandir, o fato gerador do ICMS corresponde à circulação de
mercadorias ou à prestação de determinados serviços, o que de acordo com o Art. 2º
da LC 87/96  compreende:
• saída de mercadorias, a qualquer título, de estabelecimento de
contribuinte, comercial, industrial ou produtor, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular; 
• prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e
de comunicações e telecomunicações (a partir da CF/88); 
• entrada de mercadoriasimportadas no estabelecimento de
contribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de
mercadorias para consumo ou bem do ativo imobilizado; 
• fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos municípios; 
• outros itens de incidência consulte o Art. 2º da LC 87/96.
A base de cálculo do ICMS, de modo geral, é o valor da operação com mercadorias,
incluindo importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo
comprador, excluídos os descontos incondicionais.
Sua base de cálculo está diretamente relacionada com a natureza da operação. O
ICMS é um imposto "por dentro", diferentemente do IPI, que é "por fora", ou seja, o
ICMS integra a sua própria base de cálculo, que é o valor da mercadoria incluindo
importâncias acessórias.
Alíquota do ICMS
O ICMS é um imposto que tem muitas particularidades na determinação da
alíquota. A alíquota interna é determinada individualmente em cada Estado pela
legislação estadual. A de�nição da alíquota interestadual é de competência do
Senado Federal, ou seja, o Senado é o órgão responsável pela de�nição das alíquotas
aplicadas nas operações interestaduais, bem assim �xar alíquotas máximas e
mínimas. Vejamos o que dispõe o inciso V, Art. 115, da CF/88:
• É facultado ao Senado Federal: 
(a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas [...] 
(b)  �xar alíquotas máximas nas operações para resolver con�ito
especí�co que envolva interesse de Estados [...] (BRASIL, 1988,on-line).
Competência tributária –
municípios
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN);
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, identi�cado por alguns com a sigla
ISSQN – ou, simplesmente, ISS – é um tributo de competência dos Municípios e do
Distrito Federal, conforme previsto no artigo 156 da Constituição Federal (CF) de
1988. É a Lei Complementar (LC) nº 116, de 31/07/2013, com as alterações trazidas pela
Lei Complementar (LC) nº 157, de 29/12/2016, que trata desse tributo de forma geral
nas unidades da Federação do Brasil.
A cobrança do ISS, prevista no artigo 156 da CF/1988 e tratada, hoje, pela LC 116/2013,
é regulamentada por leis municipais editadas por cada um dos Municípios que
compõem a unidade Federativa do Brasil, identi�cadas como Código de Rendas dos
Municípios. É um tributo de competência dos municípios, que incide sobre os
serviços prestados pelas empresas – pessoas jurídicas – ou pelos pro�ssionais
autônomos, desde que o fato gerador do serviço não seja de competência tributária
do Estado ou União.
O ISS tem sua estrutura básica de�nida na Constituição Federal, que estabelece:
a. competência aos municípios para instituir a cobrança do imposto; 
b. prestação de serviços como fato gerador da respectiva obrigação
tributária; 
c. o preço do serviço como base de cálculo do imposto; 
d. o prestador de serviço como contribuinte; 
e. os serviços onerados pelo imposto municipal são os de�nidos em lei
complementar, não podendo fazer parte da lista os serviços que
�caram na competência dos Estados, como os serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS); 
f. a necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as
condições como isenções, incentivos e benefícios �scais serão
concedidos e revogados. (Art. 156 da CF/1998). 
O fato gerador do ISS é a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei
Complementar nº 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade
preponderante do prestador. O que faz nascer a obrigação tributária de pagar o
imposto é a prestação de serviço, qualquer que seja sua denominação.
O ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constante da lista anexa à LC
116/2003, mesmo nos casos em que tais serviços não se constituam em atividade
preponderante do prestador. O ISS também incide sobre o serviço proveniente do
exterior ou cuja prestação de serviço se tenha iniciado no exterior.
Vejamos o que diz art. 1º da LC 116/2003:
Destaca-se que a incidência do ISS não depende da denominação dada ao serviço
prestado. O ISS também incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de
bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização,
permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário.
Com relação às não incidências do ISS:
Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência
dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação
de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior
do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não �cam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas
à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias.
§ 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre
os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos
explorados economicamente mediante autorização, permissão ou
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário
�nal do serviço.
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao
serviço prestado.
De acordo com a LC 116/2003, art. 7, a base de cálculo do ISS é o preço do serviço
prestado, entendido como o valor total cobrado em virtude da prestação do serviço,
sem qualquer dedução, nem do próprio valor do imposto.
Alíquota do ISS
A Emenda Constitucional (EC) nº 37/02 diz que cabe à Lei Complementar a de�nição
das alíquotas máxima e mínima do ISS. Não pertence à União, portanto, a de�nição
das alíquotas, tarefa que cabe aos municípios. Apenas há limite mínimo e limite
máximo, devendo a alíquota se situar entre os dois polos.
A alíquota máxima de�nida na LC 116/2003, conforme art. 8º, é de 5%, não prevendo
alíquota mínima. Até a edição da LC157/2016, tomava-se como parâmetro para
estabelecer a alíquota mínima do ISS a EC 37/02, que estabelecia a alíquota mínima
em 2%, até que a Lei Complementar �zesse a regulamentação.
Não incide sobre a prestação de serviços para o exterior (art. 2º, I, da LC
116/03 c/c art. 156, § 3º, II);
Não incide sobre a prestação de serviços em relação de emprego, dos
trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo
ou de conselho �scal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-
gerentes e dos gerentes-delegados (art. 2º, II, da LC 116/03);
Não incide sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores
mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e
acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por
instituições �nanceiras (art. 2º, III, da LC 116/03);
Não incide sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação (trata-se do campo de incidência do
ICMS)(art. 2º da LC 116/03);
Não incide sobre a prestação de serviços pelo próprio Poder Público (a
operação está imune com base no art. 150, VI, a, da CF/88);
Não incide sobre a prestação de serviço público especí�co e divisível
(trata-se do campo de incidência das taxas de serviço)(art. 2º da LC
116/03);
Não incide sobre a prestação de serviços a si próprio (descaracterização
do fato gerador, com base no entendimento do STJ)(art. 2º da LC 116/03).
Agora, com a inserção do art. 8º-A, na LC116/2003, por meio da LC 157/2016, a alíquota
mínima do ISS é de 2%.
Nesse contexto, as alíquotas do ISS de determinado serviço devem observar as
regras internas de cada município, estabelecidas nos seus Códigos de Rendas
Municipais, vez que eles são livres para estabelecer alíquotas do ISS entre 2% e 5%.
Para as empresas optantes do Simples Nacional, ver regra especí�ca.
Atualmente, tem se observado um crescente aumento de competitividade e aquestão tributária pode ser objeto de um sucesso volumoso. Apesar de muitas
organizações poderem não estar preparadas para este estrondoso crescimento
competitivo, buscar respostas que possam ajudar a melhorar o seu desempenho
poderá contribuir na obtenção de uma solução mais rápida dos problemas, quando
estes se tornam mais aparentes para as referidas.
Embora o ambiente que circunda as entidades aponte para a necessidade de uma
gestão do custo tributário e�caz, muitas destas ainda, apesar de preocupadas com o
impacto tributário sobre si, não possuem a referida gestão, nem mesmo um
planejamento tributário aplicável, o que pode comprometê-las �nanceira e
economicamente, em decorrência do aumento de competitividade que tem se
veri�cado.
Assim, se torna imprescindível a importância da atenção às leis tributárias, assim
como o planejamento tributário dentro das empresas, auxiliando os gestores na
escolha da melhor opção de regime tributário, buscando meios legais de redução de
pagamento de tributos e alíquotas. Com a economia de tributos, a empresa poderá
oferecer produtos ou serviços com preços mais competitivos, gerando melhores
resultados e proporcionando o seu crescimento.
Conclusão - Unidade 2
Livro
Acesse o link
Filme
http://bit.ly/pegas-contabilidade
Unidade 3
Regimes de incidência
tributária
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
Introdução
Nos últimos anos, tem-se observado di�culdades pelas empresas em buscarem um
meio estratégico para reduzir seus custos e aprimorar a atividade �nanceira. Em
meio a um ambiente competitivo de negócios, um dos encargos que mais oneram o
desempenho das organizações são os tributos, de modo que eles são recolhidos
pelas organizações conforme o seu faturamento e enquadramento tributário, dentre
eles o Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional.
Os tributos in�uenciam diretamente nos custos da organização no dia-a-dia e,
consequentemente, nos resultados econômicos e �nanceiros, pois re�etem na vida
das empresas de forma que o seu desenvolvimento não seja su�ciente para alcançar
os objetivos.
Em um mercado cada vez mais dinâmico, o Planejamento Tributário tornou-se uma
ferramenta indispensável para as organizações, pois devido à complexidade da
legislação brasileira, constituída por inúmeras leis e constantes alterações, veri�ca-se
a ocorrência de di�culdade na interpretação íntegra pelos gestores, além de se
manterem atualizados perante as legislações aplicáveis no que se refere às diversas
in�uências relacionadas à gestão empresarial.
De maneira geral, o pro�ssional contábil é quem elabora este planejamento e auxilia
na tomada de decisão quanto ao efeito da carga tributária nas atividades da
empresa. Assim, uma vez elaborado e de�nido o planejamento tributário destinado
a nortear o exercício econômico, desempenha-se a etapa seguinte, considerada a
gestão dos tributos: trata-se do gerenciamento e da emissão de documentos
comerciais e �scais, da escrituração contábil-�scal, da apuração do montante devido
dos tributos, do controle de diversos prazos de pagamento e da prestação das
dezenas de informações exigidas pelas autoridades tributárias federais, estaduais e
municipais.
Simples Nacional
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
A Constituição Federal de 1988 de�niu em seu art. 179 que
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às
microempresas e às empresas de pequeno porte, assim de�nidas em
lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela
simpli�cação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por
meio de lei (BRASIL, 1988, on-line). 
Por sua vez, o assunto foi regulamentado na Lei nº 9.841/99, que instituiu o estatuto
da microempresa e da empresa de pequeno porte, que assegurava a elas
tratamento jurídico diferenciado e simpli�cado nos campos administrativo,
tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. O
estatuto, contudo, não tinha aplicação prática no campo tributário, que era regido
pela Lei nº 9.317/96, com alterações posteriores.
Em 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que revogou as Leis nº 9.317/96 e
9.841/99 a partir de julho de 2007. O problema é que uma parte signi�cativa da LC
123/06 dependia de regulamentação, que foi transferida para o Comitê Gestor de
Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN), criado pelo
Decreto nº 6.038, publicado no D.O.U. em fevereiro de 2007, e que publicou seu
primeiro normativo efetivo apenas no dia 30 de maio de 2007, ou seja, praticamente
30 dias antes de o Simples Nacional entrar em funcionamento. Tal fato causou
indignação na classe contábil na época, pois a entrada em vigor do modelo ocorreu
no meio do ano �scal, exigindo dos pro�ssionais de contabilidade a familiarização
com uma legislação muito complexa em tão pouco tempo, o que os responsáveis
pela regulamentação não conseguiram fazer. A prova conclusiva do equívoco de
quem impôs a entrada em vigor da lei foi sua modi�cação pela Lei Complementar
nº 127, publicada em agosto de 2007.
No �nal de 2008, foi publicada a LC nº 128/08, consolidando �nalmente a legislação
do Simples Nacional. Foram três leis complementares para de�nir um modelo de
tributação simpli�cado para microempresas e empresas de pequeno porte. Além
disso, houve mais uma alteração (LC nº 133/10) no �nal de 2010, para ajustar
empresas do setor cultural.
Em 2011, foi publicada a Lei Complementar nº 139, trazendo mais modi�cações na
legislação que rege a tributação das microempresas e empresas de pequeno porte.
Nesta LC, houve a elevação dos limites para uso do Simples para o máximo de R$ 3,6
milhões. Já em 2014, foi publicada a LC nº 147, incluindo novos prestadores de
serviços no Simples, além de outras alterações. Por �m, a LC nº 154/16 permitiu ao
Microempreendedor Individual (MEI) utilizar a residência como sede do
estabelecimento.
O conjunto de leis complementares do Simples (sete ao todo) representa uma
pequena mostra de como o Poder Legislativo vem trabalhando de forma
equivocada nos últimos anos no Brasil. Em 2012, a LC nº 123/06 foi republicada no
Diário O�cial da União, contemplando as alterações das quatro outras leis
complementares sobre o tema que vieram depois.
Objetivos do Simples Nacional
De acordo com Pegas (2017, p.461), as justi�cativas apresentadas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB) para a instituição do regime simpli�cado para
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) são as seguintes:
● Estas empresas possuem baixo potencial arrecadatório e, portanto,
não devem ter um ônus excessivo nas atividades de controle exercidas
pela administração.
● A concessão de benefícios tributários diretos (redução da carga
tributária) deve observar uma transição suave, de tal sorte a não criar
descontinuidades acentuadas que induzam à prática de planejamento
�scal.
● O regime simpli�cado destina se a buscar um ambiente mais
competitivo entre grandes e pequenas empresas e não a conceder
privilégios a determinado grupo. O ingresso no regime deve ser
destinado exclusivamente aos setores econômicos que estão sujeitos à
concorrência assimétrica em razão da dimensão da empresa.
Atividades econômicas que, por natureza, encontram se pulverizadas e,
portanto, não sofrem concorrência desigual não devem ter acesso ao
regime.
● Dada a importância destas empresas (geração de empregos, inovação
tecnológica, competição no mercado etc.), o custo de cumprimento das
obrigações tributárias para esse segmento deve ser minimizado, de
modo a não comprometer sua sobrevivência.
● A relação entre o contribuinte e o Estado, sempre que possível, deve
ser única, a despeito da existência de distintos níveis de governo e
administração tributária envolvidos.
A legislação do Simples teve como grande diferencial a inclusão no recolhimento
único dos encargos previdenciários, reduzindo o custo de pessoal e incentivando a
contratação de mão de obra. Além disso, a ideia original eraestender o Simples para
os tributos estaduais e municipais, notadamente ICMS e ISS.
Todavia, os estados e os principais municípios do país não aderiram ao modelo
federal. Nenhum estado participava do convênio com a União e a maioria criou
modelo próprio para essas empresas. Diante disso, pouco mais de 100 municípios
participavam do Simples federal, a maioria representada por cidades pequenas, que
não teriam condições de �scalizar e cobrar o ISS, sendo mais fácil aderir ao modelo
federal e receber um valor ín�mo do que nada receber.
No Simples Nacional, ISS e ICMS são incluídos obrigatoriamente, facilitando
consideravelmente o controle e a parte burocrática das empresas. Vale destacar
também que as empresas inscritas no Simples devem apresentar declaração
simpli�cada anualmente, até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte.
O art. 25 da LC nº 123/06 manteve a obrigatoriedade da entrega, mas direcionou a
de�nição do modelo, do prazo e das regras para o tal do Comitê Gestor, que
publicou, no dia 28 de junho de 2007, a Resolução nº 10, que de�niu o prazo de
entrega da Declaração Única e Simpli�cada de Informações Socioeconômicas e
Fiscais como o último dia útil de março do ano seguinte.
Tributos Uni�cados pelos Simples
Nacional
O Simples Nacional consiste em fazer um único recolhimento mensal, aplicando-se
um percentual estabelecido na lei, abrangendo os seguintes tributos: IRPJ, CSLL,
PIS, COFINS, INSS, além do IPI para as empresas industriais ou equiparadas, ICMS e
ISS para empresas contribuintes destes impostos.
A empresa inscrita no Simples Nacional continua desobrigada de efetuar o
pagamento das contribuições para órgãos como SESC, SESI ou SEST (1,5%), SENAC,
SENAI ou SENAT (1%), SEBRAE (0,6%), INCRA (0,2%), além do salário-educação (2,5%).
Esta isenção é permitida a todas as empresas que se enquadrarem no Simples
Nacional.
Então, mesmo aqueles prestadores de serviços que continuam pagando o INSS e o
SAT fora do modelo simpli�cado serão contemplados com a isenção (LC 123/06, art.
13, § 3o). Por exemplo, uma academia de ginástica que optar pelo Simples Nacional
terá que pagar INSS e o SAT, mas não pagará 5,8%, que é a alíquota total das
contribuições da união (SESC, SENAC, INCRA, SEBRAE e Salário-Educação) incluídas
no modelo.
Atualizações do Simples Nacional – a
partir de 01.01.2018
Professor, houveram mudanças signi�cativas na legislação aplicável ao Simples
Nacional recentemente? A resposta é sim!
O Simples Nacional, também conhecido como Supersimples, é um regime que
uni�ca oito impostos municipais, estaduais e federais em uma só guia com
vencimento mensal. O regime completou dez anos em 2017 e sofreu mudanças
signi�cativas em razão da Lei Complementar nº 155/2016, que entrou em vigor em 1º
de janeiro de 2018.
Dentre as principais alterações, podemos destacar:
Novo teto de faturamento
O teto de receita bruta (faturamento) para enquadramento no Simples Nacional foi
majorado de R$ 3.600.000,00 para R$ 4.800.000,00.
O Microempreendedor Individual (MEI) passa de um limite de R$ 60 mil para R$ 81
mil por ano, uma média mensal de R$ 6,75 mil, e a Empresa de Pequeno Porte (EPP)
passa de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões anuais, média mensal de R$ 400 mil.
Entretanto, as EPPs que ultrapassarem o valor anterior, de R$ 3,6 milhões de
faturamento, terão o ICMS e o ISS calculados fora da tabela do Simples Nacional,
conforme regras estabelecidas pela lei complementar 155/2016:
● Novos tetos de faturamento e criação de sublimite para ICMS e ISS;
● Novas alíquotas, redução do número de anexos e faixas de receita
bruta para apuração das alíquotas;
● Utilização de nova fórmula para apuração das alíquotas efetivas;
● Aplicação da razão entre folha de salário x faturamento para
enquadramento nos anexos;
● Inclusão de novas atividades. (elaborado pelo autor com base nas
atualizações da LC 123/2006).
Se a receita bruta ultrapassar 20% do limite de R$ 3,6 milhões, a empresa deverá
comunicar sua exclusão com efeitos para o mês seguinte ao do excesso,
podendo fazer novo requerimento em janeiro de 2018. Caso o excesso ocorra em
dezembro de 2017, não será necessário comunicar a exclusão.
Se a receita bruta não ultrapassar 20% do limite de R$ 3,6 milhões, não precisará
comunicar sua exclusão. Caso a exclusão seja comunicada, será necessário novo
requerimento.
Novo teto de faturamento
Novo teto de faturamento
A partir de 2018, as tabelas do Simples passam de seis para cinco anexos (um para o
comércio, um para a indústria e três para serviços). O número de faixas de alíquotas
aplicadas diretamente no faturamento cai de 20 para seis.
Também haverá alteração do cálculo do imposto incidente sobre o faturamento.
Antes, ele era feito pela multiplicação da alíquota e do faturamento. Agora, será
considerado o valor �xo de abatimento da tabela. Todas as atividades que
anteriormente pertenciam ao anexo V, passam a ser tributadas pelo Anexo III. Já
com a extinção do anexo VI, as atividades passam a ser tributadas pelo novo anexo V.
Vejamos como era:
Como �cou:
Quadro 1 - Faixas de receita bruta e redução de tabelas
1ª
faixa Até 180.000,00
11ª
faixa
De 1.800.000,01 a
1.980.000,00
2ª
faixa
De 180.000,01 a
360.000,00
12ª
faixa
De 1.980.000,01 a
2.160.000,00
3ª
faixa
De 360.000,01 a
540.000,00
13ª
faixa
De 2.160.000,01 a
2.340.000,00
4ª
faixa
De 540.000,01 a
720.000,00
14ª
faixa
De 2.340.000,01 a
2.520.000,00
5ª
faixa
De 720.000,01 a
900.000,00
15ª
faixa
De 2.520.000,01 a
2.700.000,00
6ª
faixa
De 900.000,01 a
1.080.000,00
16ª
faixa
De 2.700.000,01 a
2.880.000,00
7ª
faixa
De 1.080.000,01 a
1.260.000,00
17ª
faixa
De 2.880.000,01 a
3.060.000,00
8ª
faixa
De 1.260.000,01 a
1.440.000,00
18ª
faixa
De 3.060.000,01 a
3.240.000,00
9ª
faixa
De 1.440.000,01 a
1.620.000,00
19ª
faixa
De 3.240.000,01 a
3.420.000,00
10ª
faixa
De 1.620.000,01 a
1.800.000,00
20ª
faixa
De 3.420.000,01 a
3.600.000,00
Fonte: Simples Nacional (s. d.).
Nova fórmula de cálculo – alíquota efetiva
Pela regra da legislação em vigor, basta o contribuinte apurar sua faixa de
faturamento e aplicar a alíquota nela prevista. A partir do próximo exercício, não será
mais aplicada uma alíquota simples sobre a receita bruta mensal.
A alíquota a ser paga dependerá de um cálculo que leva em consideração a receita
bruta acumulada nos doze meses anteriores e o desconto �xo. O resultado desse
novo cálculo foi denominado alíquota efetiva. Veja:
Rbt12: receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores;
Alíquota: alíquota nominal de acordo com os Anexos I a V;
PD: parcela a deduzir de acordo com os Anexos I a V.
Quadro 1 - Faixas de receita bruta e redução de tabelas
1ª faixa Até 180.000,00
2ª faixa De 180.000,01 a 360.000,00De 180.000,01 a 360.000,00
3ª faixa De 360.000,01 a 720.000,00
4ª faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00
5ª faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00
6ª faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00
Fonte: Simples Nacional (s. d.).
Essas mudanças poderão aumentar ou reduzir a carga tributária para algumas
empresas.
Lucro Presumido
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
O lucro presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da
empresa para apuração do resultado tributável de IR e CSLL. Com isso, esses tributos
são calculados por um resultado estimado, encontrado pela aplicação de percentuais
de�nidos em lei.
O cálculo de IR e CSLL pelo lucro presumido tem um grau de simplicidade bem maior
em comparação com o cálculo pelo lucro real. O lucro presumido não representa uma
forma de tributação obrigatória, podendo o contribuinte, se assim desejar, ser
tributado pelo lucro real, mesmo com valor de receita bem reduzido. No entanto,
algumas empresas não podem optar pelo lucro presumido, conforme será
apresentado a seguir.
O lucro presumido tem suas regras básicas apresentadas entre os artigos 516 e 528 do
Decreto no 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda) e algumas alterações
posteriores.
Quem pode optar pelo Lucro Presumido?
As empresas não obrigadas pelo regime de apuraçãodo Lucro Real poderão optar
pelo regime de tributação do Lucro Presumido. A opção é irretratável para todo o
ano-calendário por meio do recolhimento do IRPJ, com o código de recolhimento no
Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, Lucro Presumido.
Momento da Opção
A opção pelo Lucro Presumido será manifestada pelo pagamento da primeira ou
quota única do IRPJ devido, referente ao primeiro período de apuração do ano-
calendário (art. 516, do decreto nº 3.000/1999).
O imposto é apurado trimestralmente, com encerramentos em 31 de março, 30 de
junho, 31 de setembro e 31 de dezembro de cada ano e a opção deverá ser
manifestada por ocasião do pagamento da primeira quota ou quota única do IRPJ, no
primeiro trimestre, devendo ser pago até o último dia útil do mês de abril.
Conforme Neves (2007, p. 15), a opção corresponde a:
Uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o
imposto de renda da pessoa jurídica que, observando determinados
limites e condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a do livro
registro de inventário e do livro caixa, e que está baseada em valores
globais da receita para presumir o lucro a ser tributado. 
A opção exercida da forma comentada será irretratável para todo o ano calendário,
desse modo, a pessoa jurídica somente poderá alterá-la no ano- calendário
subsequente.
Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ
Percentuais incidentes sobre a receita bruta
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta trimestral, para cálculo do
Lucro Presumido, conforme determina o art. 516 e 519, do Decreto 3.000/1999, são:
Determinação da Base de Cálculo
1,6% Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural.
16% Atividade de prestação de serviços de transporte de
passageiros. 
Pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais,
bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, �nanciamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e
entidades de previdência privada aberta. 
Pessoas Jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços com
receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00, exceto no caso de
prestação de serviços legalmente regulamentada.
32% Prestação de serviços em geral. 
Intermediação de negócios. 
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos
de qualquer natureza. 
Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão e crédito, seleção de riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação
de serviços (factoring).
8% transportes de cargas Serviços Hospitalares.
Atividades em geral não prevista.
A base de cálculo do IRPJ devido em cada trimestre será determinada pela soma do
valor resultante da aplicação das alíquotas, anteriormente comentadas, sobre a
receita bruta da atividade, mais os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações �nanceiras, mais os ganhos de capital e as demais receitas não
compreendidas na atividade, nos meses em que as receitas forem recebidas.
Alíquota
O art. 3º da Lei nº 9.430/1996 dispõe que a alíquota do Imposto de Renda das pessoas
jurídicas é de 15% e a parcela do Lucro Presumido que exceder a R$ 60.000,00, relativo
ao período de apuração, se sujeita à incidência de adicional de Imposto de Renda; a
alíquota será de 10%.
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL
Percentuais incidentes sobre a receita
Os percentuais a serem aplicados para a apuração da base de cálculo da Contribuição
Social, sobre o Lucro Líquido para as empresas que optaram pela tributação do Lucro
Presumido, estão estabelecidos no art. 18 da Instrução Normativa RFB nº 390/2005.
Determinação da Base de Cálculo
O art. 18, da Instrução Normativa SRF nº 390/2005, dispõe que a base de cálculo da
CSLL, em cada mês, será determinada pela soma dos percentuais comentados
anteriormente sobre a receita bruta, mais os rendimentos e ganhos líquidos auferidos
em aplicações �nanceiras de renda �xa e renda variável; mais os ganhos de capital,
das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas não
compreendidas na atividade, no mês em que as receitas forem auferidas.
Alíquota
A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devido será determinada
mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre a base de cálculo apurada (art. 31 da
Instrução Normativa nº 390/2005).
PIS e COFINS cumulativo
12% Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural. Atividade de prestação de
serviços de transporte de passageiros. 
Pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais,
bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, �nanciamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e
entidades de previdência privada aberta. 
Transportes de cargas. 
Serviços Hospitalares. 
Atividades em geral não previstas.
32% Prestação de serviços em geral. 
Intermediação de negócios. 
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos
de qualquer natureza. 
Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão e crédito, seleção de riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação
de serviços (factoring).
O regime cumulativo do PIS e da COFINS está previsto na Lei nº 9.718/98, aplicando-se
as alíquotas de 0,65% e 3% respectivamente sobre o faturamento das empresas, não
incluindo para esses cálculos as demais receitas auferidas.
Exclusão da receita bruta
Da base de cálculo do PIS e da COFINS poderão ser excluídas as vendas canceladas,
devoluções de vendas e descontos incondicionais concedidos; o IPI; o ICMS retido
pelo vendedor dos bens ou prestador de serviços na condição de substituto tributário.
Obrigações acessórias
Conforme o art. 527 do Decreto nº 3.000/1999, as empresas optantes pela tributação
Lucro Real devem manter:
Escrituração contábil nos termos da legislação comercial ou,
opcionalmente, escrituração de Livro Caixa, no qual deverá ser
escriturada toda a movimentação �nanceira ocorrida no ano
calendário abrangida por esse regime de tributação, inclusive
bancária;
Escrituração do Livro Registro de Inventário, no qual deverão ser
registrados os estoques existentes no término do ano-calendário;
Em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo
decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam
pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por
legislação �scal especí�ca, bem como os documentos e demais
papéis que serviram para a escrituração comercial e �scal.
Entregar as declarações obrigatórias como: DIPJ; DCTF; DACON;
SPED Contribuições.
Lucro Real
AUTORIA
Heric Garcia de Morais
O art. 247 do Decreto nº 3.000/1999 (RIR), que consolida a legislação do Imposto de
Renda, de�ne que Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações previstas na legislação do Imposto de
Renda.
Para a determinação do Lucro Real, será precedida a apuração do lucro líquido de
cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais. Os
valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de
determinação do Lucro Real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração,
ou dele excluídos, serão, na determinação do Lucro Real do período de apuração
competente,

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