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Obesidade: Conceito, Epidemiologia e Riscos

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T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 1
🍔
T6M3P3 - Obesidade (Thaís 
Garcia)
PROBLEMA 3 – “CANSADO DESTA VIDA”
João Gordo, 36 anos, empresário da indústria de panificação, apesar de todos os bens, 
nunca se casou.
Cansado desta vida, resolveu procurar um médico. Perdeu a 1ª consulta, pois acordou 
tarde e não chegou a tempo.
Ao ser atendido, pesava 120 Kg e media 1,70m. O médico percebeu uma cicatriz em 
região subcostal direita. Detectou ainda, no exame do aparelho cardiorrespiratório, 
redução da expansibilidade torácica, RCI, FC de 110 bpm e PA de 160x110 mmHg. Ao 
avaliar o aparelho locomotor, notou crepitações nos joelhos e discreta limitação 
funcional.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1- Conceituar obesidade (tipos, graus, epidemiologia) 
2- Identificar as doenças causadas pela obesidade (correlacionar o risco com o IMC) 
3- Descrever as medidas não farmacológicas (atividade física, reeducação alimentar e 
TCC) 
4- Descrever as medidas farmacológicas (mecanismo de ação, indicações) 
5- Caracterizar as indicações do tratamento cirúrgico 
6- Reconhecer os parâmetros utilizados para avaliar resposta terapêutica (alvos 
terapêuticos para obesidade)
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 2
� Observações: Suspensos: lorcaserina, anfepramona, mazindol, 
femproporex. Semaglutida: EUA (não é liberada no Brasil para obesidade, só 
para DM). 
Em uso: orlistate, sibutramina, liraglutide. off label: topiramato, naltrexona+ 
bupropiona e ISRS (sertralina, fluoxetina) e lisdexanfetamina (único 
anfetamínico liberado no Brasil).
📓 REFERÊNCIAS: Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016. Livro de Endocrinologia, 
Lúcio Vilar.
1- Conceituar obesidade (tipos, graus, epidemiologia)
⁉ O que é? 
A obesidade é uma doença crônica, de difícil tto, caracterizada pelo IMC ≥ 30 kg/m2
⁉ Como diagnosticar? 
Podemos usar IMC:
 Limitações de uso do IMC isolado: 
• Incapacidade de diferenciar peso muscular e peso de gordura 
• Impossibilidade de estimar a distribuição de gordura corporal
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 3
Para cada ↑ de 5 unidades no IMC acima de 25 kg/m², a mortalidade geral ↑ 29%, a 
mortalidade vascular ↑ 41% e a mortalidade relacionada à DM ↑ 210%.
Não se usa IMC isolado para crianças e adolescentes de 2-18 anos, mas sim a 
escala de percentil com base no sexo e na idade. 
Nessa faixa etária, excesso de peso é entre percentil 85-94 e obesidade igual 
ou maior ao percentil 95.
Podemos usar Circunferência abdominal:
É muito usada como marcador de obesidade centrípeta.
Deve ser medida no fim da expiração profunda, na linha média horizontal entre a 
crista ilíaca e o último rebordo costal, com o paciente em pé e com os braços 
estendidos ao lado do corpo.
HOMEM: valor anormal é maior ou igual 90cm
MULHER: valor anormal é maior ou igual 80cm
Podemos usar Relação cintura-quadril:
Bom marcador de distribuição de gordura corporal, pois possibilita estimar a 
quantidade de gordura visceral (cintura) e a quantidade de gordura periférica 
(quadril).
Não é usada no acompanhamento do tto da obesidade, uma vez que alguns 
pacientes perdem peso e mesmo assim continuam com a relação cintura-quadril 
sem mudanças.
Além disso, como usa 2 variáveis (medida da cintura e medida do quadril), fica 
mais difícil obter um índice
Podemos usar Relação cintura-estatura:
Bom preditor para doença cardiovascular.
Valores maiores que 0,5 estão associados a aumento do risco metabólico.
⁉ Como é a epidemiologia? 
A prevalência dessa doença vem aumentando muito nos últimos anos. 
No Brasil, a proporção de pessoas com excesso de peso aumentou de 42,7% em 
2006 para 52,5% em 2014, sendo que o percentual de obesos passou de 11,4 para 
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 4
17,8%. 
Outra pesquisa, realizada em agosto de 2015, mostrou que 56,9% das pessoas 
com mais de 18 anos no Brasil estavam com excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2), 
das quais 20,8% se enquadravam como obesas.
No Brasil, em 2018, a % de pessoas obesas foi maior em mulheres (20,7% contra 
18,7% > 2% a mais de mulheres obesas do que homens)
Obesidade deixa a pessoas suscetível a inúmeros problemas, como: Doença 
cardiovascular; Doença cerebrovascular; Distúrbios metabólicos; Distúrbios 
digestivos; Distúrbios respiratórios; Distúrbios gonadais; Alguns tipos de cânceres; 
Várias condições osteomusculares; Consequências psicológicas; Consequências 
sociais.
A obesidade ↓ expressivamente a expectativa de vida em cerca de 5-20 anos e ↑ 
taxas de mortalidade, dependendo da gravidade das comorbidades.
A obesidade gera gastos importantes relacionados com assistência médica e 
compra de medicamentos. No Brasil, conforme o MS, em 2018, houveram 12.348 
internações por obesidade no SUS, representando 64,3 milhões de gastos 
públicos.
Brasil está no quarto lugar em internações por causas endócrinas, nutricionais e 
metabólicas.
A causa exata da obesidade é desconhecida, mas parece ter relação entre fatores 
biológicos, psicossociais e comportamentais, incluindo genética, situação 
socioeconômica e cultura.
O desenvolvimento da obesidade parece ter relação com microrganismos, 
epigenética, ↑ idade materna, multiparidade, menor tempo de sono noturno, 
desregulação endócrina, iatrogênese farmacológica e efeitos intrauterinos.
⁉ Quais as possíveis causas? 
Obesidade é causada por uma interação entre fatores ambientais, genéticos e 
comportamento humano, sendo que os fatores ambientais são os principais 
contribuintes.
A obesidade se desenvolve quando acontece um desequilíbrio entre consumo e 
gasto energético. Ou seja, consome mais calorias do que gasta.
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 5
A ingestão excessiva de carboidratos e gorduras saturadas (EX: fast-food), bem 
como o ↑ consumo de bebida alcoólica, têm sido fundamentais para o 
desenvolvimento da obesidade.
2- Identificar as doenças causadas pela obesidade 
(correlacionar o risco com o IMC)
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 6
3- Descrever as medidas não farmacológicas (atividade física, 
reeducação alimentar e TCC)
� � EXERCÍCIO FÍSICO:
Promove benefícios físicos, psicológicos e sociais.
Benefícios: Ajuda no controle do peso; ↓ gordura corporal; Manutenção da massa 
magra; Melhora do perfil lipídico; ↓ risco de doenças associadas a obesidade; 
Reduz mortalidade decorrente do aumento do IMC
Aeróbico: Corrida, Pedal, Natação. Promove perda de peso e massa adiposa
Exercício de resistência: Musculação ⇒ Menor efeito sobre o peso; 
Aumenta massa livre de gordura (músculo); Ajuda a preservar o músculo 
durante dieta hipocalórica
O exercício físico regular é importante preditor para manter o peso após perda de 
peso.
Recomendação para perda de controle de peso: Mínimo de 60 minutos de 
atividades, de preferência 90 minutos por dia, pelo menos 5x na semana.
� Exercício físico melhora massa magra e perfil metabólico, mas perda de 
peso efetiva é com dieta.
🥦 🍎 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR:
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 7
A dieta é mais bem sucedida quando associada com mudanças de comportamento 
com gasto de energia, causando um balanço energético negativo (gasta mais 
energia do que consome)
Dieta muito restritiva e rígida não tem muito sucesso. O melhor é ser mais flexível, 
considerando as preferências alimentares do paciente, aspecto financeiro, estilo de 
vida e necessidade energético para manutenção da saúde.
Os programas de perda de peso devem contar com uma dieta individualizada que 
crie déficit de 500-1000kcal, objetivando perder 0,5-1kg/semana.
Dieta com 1000-2000kcal/dia diminuem em média 8% do peso corporal, em 3-6 
meses
Dieta com muito baixa caloria (400-800kcal/dia) geram muita perda de peso em 
curto prazo, mas a longo prazo, a perda de peso é similar. No entanto, só podem 
ser feitas em ambiente médico adequado com supervisão rígida.
Durante as dietas, as comorbidades decorrentes da obesidade, como hipertensão, 
dislipidemia e outras condições devem ser acompanhadas com cuidado, 
monitorando se precisa de intervenção farmacológica a fazendo os ajustes de dose 
necessários,principalmente em anti-hipertensivos e antidiabéticos, para evitar 
hipotensão e hipoglicemia.
Algumas dietas são nutricionalmente corretas e com bons hábitos alimentares. 
Outras, apresentam-se como dietas milagrosas, que encorajam práticas irracionais 
e perigosas. Na visão população a velocidade e a quantidade da perda de peso, na 
maioria das vezes, confundem com o sucesso da dieta.
Dietas da moda: Dietas ricas em gordura e pobres em carboidrato (cetogênica); 
Dietas pobres em gordura e muito pobres em gordura; Dietas com gorduras 
modificadas tipo do mediterrâneo; Dieta do índice glicêmico; Jejum intermitente; 
Dieta sem glúten; Dieta sem lactose
PLANOS DE DIETAS RECOMENDADAS:
Dietas balanceadas: Compostas por 20-30% de gorduras, 55-60% de carboidratos 
e 15-20% de proteínas; São as que mais foram estudadas; São calculadas para 
promover déficit de 500-1000kcal/dia, causando perda de 7-13kg (média de 8%) e 
redução na circunferência abdominal em média de 10cm, em 6 semanas-6 meses 
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 8
▪ Mínimo de 1000-1200kcal/dia para mulheres 
▪ Mínimo de 1200-1400kcal/dia para homens
Objetivo: Permitir ao consumidor a escolha de maior variedade de alimentos, 
adequação nutricional, maior aderência, causando perda de peso pequena, mas 
sustentada.
Dieta hipocalórica balanceada, com quantidade moderada de gorduras, diminuem 
LDL, normaliza TGL e diminuem PA
Dieta de muito baixas calorias: 
Disponibilizam 400-800kcal/dia e devem conter 0,8-1g por kg do peso ideal por 
dia de proteínas de boa qualidade e quantidades diárias recomendadas de 
minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais. 
São usadas como única fonte de nutrição durante 4-16 semanas. Em geral, 
são efetivas para paciente que não teve sucesso com outro tratamento ou que 
tenham comorbidade. É necessário intensa supervisão. Podem ser pré-
preparadas na forma de refeições líquidas vendidas em farmácias ou 
elaboradas de comidas normais, com a quantidade adequada de proteína, 
vitaminas e sais minerais
Produzem maior perda de peso na fase inicial quando comparadas com outros 
tipos de dietas, diminuindo 9-26kg em 4-20 semanas.
Apesar da grande perda de peso inicial, em 1-2 anos tem a mesma perda de 
peso das dietas convencionais
São uteis pra induzir rápida perda de peso e motivar paciente muito obeso, 
mas devem ser seguidas de outro tratamento para manter a perda de peso
Contraindicações: Doença cardíaca instável; IC grave; Doença 
cerebrovascular; Insuficiência renal aguda e crônica; Doença hepática grave ou 
em fase terminal; Transtorno psiquiátrico que possa interferir na compreensão 
e execução da dieta
Efeitos colaterais: Fadiga ou fraqueza; Tonturas; Constipação; Pele seca; 
Perda de cabelo; Alterações menstruais; Intolerância ao frio; Desenvolvimento 
de gota; Cálculos biliares
Substituição de refeições:
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 9
Consiste em substituir refeições por refeições preparadas ou suplementos, 
como shakes, sopas e barras de cereais.
No período de 1-5 anos, a média de perda de peso foi de 6kg, com melhora da 
circunferência abdominal, glicemia, hemoglobina glicada, inuslinemia, 
trigliceridemia, colesterolemia, PA e qualidade de vida.
Existem relatos sobre lesões hepáticas após ingestão de produtos da Herbalife, 
sendo o padrão mais comum o hepatocelular, com intensidade desde leve até 
lesão hepática grave, incluindo cirrose e insuficiência hepática aguda.
Dieta DASH:
Padrão alimentar desenvolvido para diminuir a hipertensão, incentivando 
consumo de frutas, legumes, cerais integrais, nozes, legumes, sementes, 
lácteos com baixo teor de gordura, carnes magras, limita sal, bebida alcoólica e 
cafeína.
A dieta DASH não propõe limite diário de consumo energético
Horários e frequência das refeições:
Consumir mais calorias no começo do dia do que no final ajuda a controlar o 
peso, devido ritmo circadiano
Omitir alimentos no período da manhã e comer excessivamente à noite é 
chamado de autofagia circadiana
Guia alimentar:
Guia para elaboração de refeições saudáveis em eventos, objetivando tornar 
coffe breaks, almoços, brunchs e outros mais saudáveis.
Sugere usar menos processados e ultraprocessados.
Sugere usar moderadamente óleo, açúcar e sal.
Sugere evitar usar açúcar exageradamente, principalmente adoçando bebidas
RECOMENDAÇÕES:
Médico não especialista e clínicos da APS devem ser capacitados para reconhecer 
paciente com sobrepeso associado a fatores de risco e paciente com obesidade e 
encaminhá-los ao nutricionista ou, na ausência deste, usar programa de MEV.
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 10
Se em 4-6 meses com MEV não tiver perda de peso de 3-5% ou não tiver 
benefícios clinicamente significativos > Encaminhar para especialista
Dieta com muita pouca caloria (menos de 800kcal/dia) devem ser usadas em 
ocasiões bem específicas, com supervisão e monitorização do paciente, pois a 
perda rápida de peso pode gerar complicações.
Para calcular o valor calórico da dieta, tem que usar a taxa metabólica de repouso 
corrigida para o nível de atividade física. Se tiver calorimetria indireta, usa. Se não, 
usa equações preditivas.
A dieta deve ser individualizada, considerando o estado de saúde do paciente.
Adequação de nutriente: 20-30% de gordura, 55-60% de carboidratos, 15-20% 
de proteínas
Redução da ingesta calórica:
1000-1500kcal/dia para mulher
1200-1800kcal para homem
Aumentar fibras
Controlar tamanho das porções
Substitutos de refeição são uteis e eficazes como parte de um plano estruturado de 
modificação da dieta em pacientes com sobrepeso e obesidade para perder peso
Programa combinado de dieta e exercício físico ou só dieta isolada em paciente 
com sobrepeso/obesidade são recomendados preferencialmente ao aumento da 
atividade física
A eficácia e beneficio de dieta hipocalórica ainda são incertos no tratamento de 
demência, redução da velocidade de crescimento tumoral, melhora da imunidade e 
cardioproteção em paciente com sobrepeso/obesidade
O tratamento com MEV por meio de dieta e aumento da atividade física é ineficaz 
na maioria dos pacientes
As dietas da moda mais populares não possuem evidência de recomendação e de 
segurança
As dietas recomendadas para sobrepeso e obesidade devem ser as balanceadas, 
promovendo déficit de 500-1000kcal/dia, permitindo o paciente escolher uma 
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 11
variedade de alimentos, gerando maior aderência, com perda de peso pequena 
mas sustentada
A dieta de muito baixas calorias podem ser usadas para pacientes que não tiveram 
sucesso em outros tratamentos ou pacientes com comorbidades importantes, 
sendo necessária intensa supervisão, devido perda de peso rápida
Substituir refeições na perda de peso pode ser indicada no tratamento da 
obesidade associada à dieta hipocalórica
Shakes não devem ser comprados ou usados sem orientação médica, nem 
vendidos por leigos.
Consumir mais calorias pela manhã invés no fim do dia.
� �Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Baseia-se na análise e mudança de transtornos de comportamentos associados ao 
estilo de vida do paciente.
ESTRATÉGIAS COMPORTAMENTAIS:
Com as técnicas, o paciente pode identificar estímulos que antecedem o 
comportamento compulsivo, bem como situações que facilitam a não aderência ao 
tratamento. 
Não tem evidência de que uma é melhor que a outra. Estratégia multimodais são 
mais efetivas.
Automonitoramento:
Feito pelo próprio paciente, que registra sua ingestão alimentar, episódios de 
compulsão e eventos desencadeantes
É útil para ajudar a elaborar um planejamento e ajustes terapêuticos
Pode documentar pensamentos errados sobre a alimentação, peso e aspecto 
corporal
Controle de estímulos:
O controle de estímulos pode mudar situações que antecedem transtornos de 
comportamento, como excesso de ingestão alimentar a inatividade física
 Exemplo: Fazer a lista de supermercado e não colocar nenhum alimento 
indesejado; Evitar situações em que se consome muitas calorias, como 
T6M3P3 - Obesidade(Thaís Garcia) 12
cinema.
Resolução de problemas:
Identificar, junto com o terapeuta, problemas relacionados com o excesso de 
peso e buscar possíveis soluções e estratégias
Aplicar e testas essas estratégias e ir selecionando o que é realmente eficaz, 
auxiliando na perda e manutenção do peso perdido
Reestruturação cognitiva:
É mudar as crenças e pensamentos.
Exemplo: Paciente pensa que comeu um doce porque não consegue controlar 
seu comportamento alimentar
Características da compulsão alimentar: IMC; Comer mais pelo psicológico do que 
pela fome mesmo; Preocupação funcional ou psicológica com comida; Percepção 
de falta de autocontrole em torno do alimento; Desejo frequente por comida; 
Aumento de peso ou dieta pouco saudável; Problema com um tipo específico de 
alimento
Suporte social: Ter suporte da família, amigos e clínicos pode ajudar no tratamento 
da obesidade
Entrevista motivacional:
Comunicação centrada no paciente usando técnicas especificas, como a 
escuta reflexiva e a tomada de decisões compartilhada
Motiva a mudança usando um estilo de comunicação que convida o paciente a 
considerar sua própria situações e encontrar sua própria solução, identificando 
o que impede a mudança
EFEITOS SOBRE O PESO E GORDURA CORPORAL:
Verificou-se que a terapia comportamental promove redução de peso de 6,1kg 
(variando entre 0,5-12,5kg)
Taxa de abandono de 32%
OUTROS BENEFÍCIOS DA TCC:
Reforçar manutenção das mudanças de estilo de vida (dieta e atividade física)
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 13
Diminui PA
Diminui risco de HAS, depressão
Melhora bem estar psicológico
Melhora qualidade de vida
MANUTENÇÃO DA PERDA DE PESO:
As intervenções comportamentais são usadas em curto prazo (média de 12 
semanas). Poucas passam de 6 meses.
Maioria dos pacientes volta ao peso do começo do tratamento quando para a 
terapia comportamental.
A duração do tratamento influencia na perda de peso: quanto mais tempo de 
terapia, mais peso perde.
PROGRAMAS DE INTERNET, APLICATIVOS E VIDEOGAMES:
As terapias que usam contatos semanais individualizados pela internet geram mais 
perda de peso depois de 6 meses do que as que só oferecem links educacionais 
pela internet.
As intervenções de telefonia móvel tiveram impacto na perda de peso (app, relógio)
Preocupação: App faltam estratégias de perda de peso baseadas em evidência
Aplicativos podem ser considerados para pacientes com sobrepeso/obesidade sem 
prejuízo do atendimento médico e nunca devem substituir o atendimento médico
É razoável escolher videogame com atividade física (EX: dança) em detrimento do 
videogame tradicional.
COMBINAÇÃO DE TERAPIA:
Combinar tratamento farmacológico com mudança comportamental aumenta a 
perda de peso
OUTROS FATORES PSICOLÓGICOS:
Um estudo mostrou que obesos com transtorno de compulsão alimentar periódica 
responderam bem à dieta associada a exercício físico e tratamento 
comportamental OU tratamento comportamental associado a medicamento 
antidepressivo.
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 14
MANEJO DO ESTRESSE:
O estresse psicológico pode gerar aumento no consumo alimentar, compulsão 
alimentar, falta de exercício, controle ruim do apetite, ganho de peso e obesidade.
O estresse pode levar à obesidade via sistema de recompensa e retroalimentação. 
Existe uma relação entre estar estressado e ter uma sensação boa depois que 
come alimento muito calórico, doce e gorduroso. Isso pode fazer com que a pessoa 
coma esse tipo de alimento para evitar perturbações menores, cansaço e estresse 
crônico de baixo grau.
O estresse por ser um importante fator no desenvolvimento de gordura visceral e 
abdominal, provavelmente por ação do cortisol.
HIPNOTERAPIA:
Não tem evidencia de que a hipnose aliada à terapia comportamental sirva para 
perda de peso
MINDFULNESS:
É a formação sistemática de um estado focado de conscientização por meio da 
participação repetida em experiencias sensoriais, pensamentos e emoções, bem 
como o desenvolvimento de uma atitude de não julgamento.
O treinamento baseia-se na atenção plena na consciência de comer.
Tem a intenção de promover a conscientização quanto a pistas fisiológicas 
relacionadas com fome, saciedade, degustação, satisfação e gatilhos emocionais 
para comer exageradamente.
Em geral, são aulas práticas de meditação guiada de 30 minutos/dia.
4- Descrever as medidas farmacológicas (mecanismo de ação, 
indicações)
Não instituir o tto farmacológico se não mudar o estilo de vida (Prof. George).
As indicações para o tratamento farmacológico são:
IMC ≥ 30kg/m²
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 15
IMC ≥ 25 ou 27kg/m² na presença de comorbidades (dependendo do 
medicamento)
Falha em perder peso com tratamento não farmacológico 
História prévia de não conseguir perder peso mesmo com dieta com restrição 
calórica já é suficiente
DURAÇÃO DO TRATAMENTO:
Sucesso tto= quando habilidade de atingir e manter perda peso clinicamento útil, 
resultando em efeitos benéficos sobre doenças associadas (DM2, HAS, 
dislipidemia).
Uma perda de peso de 5% mantida é um critério mínimo de sucesso, pois leva a 
melhora das doenças associadas. 
Ideal: meta inicial de perda de 5% a 10% do peso inicial em 6 meses ⇒ 
IMPORTANTE!!
MEDICAMENTOS APROVADOS NO BRASIL:
Existem, atualmente, três medicamentos aprovados para tratamento da obesidade no 
Brasil: sibutramina, orlistate e liraglutida 3,0 mg.
💊 SIBUTRAMINA (era um antidepressivo)
MECANISMO AÇÃO: Bloqueia recaptação de NE e de 5-HT no hipotálamo (núcleo 
ventromedial hipotalâmico), deixando a pessoa saciada, diminuindo a ingesta 
alimentar.
↓ glicose, hemoglobina glicada e TGl e ↑ HDL em paciente DM2 que usa 
metformina e sibutramina
Melhora apneia do sono em homens obesos
POSOLOGIA: 10mg ou 15mg, pela manhã.
A Sibutramina é prescrita em receita B2 e é tarja preta (o abuso pode causar 
dependência). Além da prescrição, precisa de um termo de responsabilidade 
do prescritor. A RDC 50/2014 aumentou a possibilidade de prescrição de 
sibutramina para até 60 cápsulas por receita.
A Sibutramina não causa dependência psíquica nem química.
T6M3P3 - Obesidade (Thaís Garcia) 16
CI: DM + fator de risco cardiovascular; Doença cerebrovascular; Doença 
cardiovascular; Menor que 12 anos e maior que 69 anos; ↑ 2-4bpm na FC ⇒ 
Monitorar com cuidado
💊 ORLISTATE
MECANISMO AÇÃO: Análogo da lipstatina inibidor de lipases gastrintestinais ⇒ 
Faz ligação covalente no sítio ativo da enzima ⇒ Não digere e nem absorve 1/3 
dos TGL.
Não tem atividade sistêmica, tendo absorção desprezível ⇒ Por ter ação 
periférica, pode usar tranquilo em paciente com doença cardiovascular.
Outros: ↓ significativa da PA; ↓ insulinemia; ↓ glicemia; ↓ glicemia de jejum, pós 
prandial, hemoglobina glicada; Benefícios no perfil lipídico; ↓ circunferência 
abdominal; ↓ risco de desenvolver DM em 37%
POSOLOGIA: 1 cápsula de 120mg, 3x/dia junto com as principais refeições 
(360mg é a dose diária).
CI: Alergia; Problema crônico de absorção intestinal ou na vesícula biliar; Gestante 
sem orientação médica adequada; Amamentação; Idade menor que 12 anos
Associar Sibutramina e Orlistate ↓ a resistência a insulina, melhora marcadores 
bioquímicas e achados na USG de paciente com esteato-hepatite não 
alcoólica.
REAÇÕES ADVERSAS: Efeitos gastrointestinais; Esteatorreia; Flatus com 
descarga de gordura; Urgência fecal; Deficiência de vitamina lipossolúvel (ADEK) 
⇒ Suplementar paciente com polivitamínico (2h antes ou 1h depois de tomar o 
Orlistate); Desconforto abdominal
💊 LIRAGLUTIDA 3mg
MECANISMO AÇÃO: Agonista GLP-1 ⇒ Atua no hipotálamo, em neurônios 
envolvidos no balanço energético presente nos locais de prazer e recompensa
Outros: ↓ apetite e melhora saciedade; Lentifica esvaziamento gástrico; ↑ 
quantidade de POMC ⇒ Induz saciedade; Neuroproteção contra 
neurodegeneração ⇒ Melhora Alzheimer e Parkinson; ↓ mortalidade por IAM; 
Melhora ICC; ↓ hiperfiltração glomerular ⇒ ↓ dano renal; ↓ PA sistólica e 
diastólica; ↓ disfunção endotelial
T6M3P3 - Obesidade (ThaísGarcia) 17
POSOLOGIA: 3mg/dia, subcutâneo ⇒ Não melhora o controle glicêmico, pois o 
máximo para controlar a glicemia é de 1,8mg, depois disso só age na obesidade.
CI: Hipersensibilidade; Menor que 18 anos; Gestante; Lactante; NEM tipo 2.
REAÇÕES ADVERSAS: Gastrintestinais: Náusea, vômito e diarreia; Colelitíase 
(menos frequente); ↑ risco de pancreatite e neoplasias de pâncreas.
💊 Uso off-label de medicamentos: usados fora de sua indicação em bula
1) FLUOXETINA E OUTROS ISRS
Fluoxetina mostrou efeito transitório de perda de peso, principalmente nos 6 
primeiros meses de uso. Depois desses 6 meses, ocorre recuperação do peso 
perdido.
2) TOPIRAMATO: anticonvulsante
Inibe receptor de glutamato e inibe a anidrase carbônica.
É eficaz em ↓ peso com continuação da perda de peso por até mais de 1 ano, em 
dose de 64-384mg/dia 
Tem muito efeito colateral: parestesia, alteração memória, dificuldade concetração, 
alteração humor, teratogênico, interação com ACO, litíase renal, acidose 
metabólica, miopia aguda
Quando associado com Sibutramina, tem boa resposta na perda de peso
É contraindicado para paciente com glaucoma de ângulo fechado e mulher em 
idade fértil deve ser avisada sobre a teratogenicidade.
3) BUPROPIONA e NALTREXONA
Bupropriona atua sobre receptores adrenérgicos e dopaminérgicos no hipotálamo
Naltrexona é antagonista de receptor opioide
Os dois sozinhos apresentam efeito mínimo na perda de peso, mas combinados, 
geram perda de peso importante.
Como no Brasil só tem a Bupropriona liberação lenta 300mg e a Naltrexona 
liberação normal 50mg, as reações adversas são mais intensas
4) LISDEXANFETAMINA: único anfetamínico liberado no Brasil ⇒ Nome 
comercial: VENVANSE
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Inibe recaptação de DA e NE e promove liberação de monoaminas. É usado no 
TDAH
↓ hábitos de compulsão alimentar e ↓ peso
Faz parte da lista A3 de substâncias psicotrópicas sujeitas à notificação de receita 
A
5- Caracterizar as indicações do tratamento cirúrgico
INDICAÇÕES DA CIRURGIA BARIÁTRICA:
Idade entre 18-65 anos
IMC maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² e associado com uma ou mais 
comorbidades graves relacionadas com a obesidade. 
As comorbidades são: DM; Apneia do sono; HAS; Dislipidemia; Doença 
cardiovascular; AVC; Asma grave não controlada; Hérnia de disco; 
Osteoartrose; Refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica; Colecistopatia 
calculosa; Pancreatite aguda de repetição; Incontinência urinária por esforço 
em mulher; Infertilidade masculina e feminina; Disfunção erétil; SOP; Veias 
varicosas; Doenças hemorroidária; Hipertensão intracraniana idiopática; 
Estigmatização social; Depressão.
Documentação de que o paciente não conseguiu perder peso ou manter a perda de 
peso mesmo com cuidados médicos apropriados realizados regularmente há pelo 
menos 2 anos
PRECAUÇÕES PARA INDICAÇÃO:
Ausência de uso de drogas ilícitas ou alcoolismo
Ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves/moderados
Compreensão por parte do paciente e da família os riscos e as mudanças de hábito 
que uma cirurgia de grande porte sobre o TGI causa e da necessidade de 
acompanhamento pós-operatório com equipe multidisciplinar em longo prazo
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� Se paciente tiver mais que 65 anos ⇒ Considerar risco cirúrgico e 
anestésicos, presença de comorbidades, expectativa de vida, benefícios da 
perda de peso e limitações da idade.
� Adolescente com 16 anos completos e com menos de 18 anos podem ser 
operados, desde que tenha as demais indicações, além de ter a 
concordância dos pais ou responsáveis legais, presença de pediatra na 
equipe multiprofissional, consolidação das cartilagens epifisárias dos punhos 
e outras precauções especiais. Sempre avaliar o risco-benefício. 
� Em menor de 16 anos (12-16 anos), a bariátrica ainda é experimental e só 
pode fazer sob normas do CEP/CONEP. Não é um método terapêutico 
estabelecido em adolescentes 12-16 anos. Em crianças menores 12 
anos está totalmente contraindicado, nem experimental pode (prof. 
George)!!! 
CONTRAINDICAÇÕES DA CIRURGIA BARIÁTRICA:
Causas endócrinas tratáveis de obesidade (p ex.: Cushing)
Dependência atual de álcool ou drogas ilícitas
Doenças psiquiátricas graves sem controle
Risco anestésico e cirúrgico inaceitável
Dificuldade de compreender riscos, benefícios, resultados esperados, alternativas 
de tto e mudanças no estilo de vida requeridas após o procedimento
6- Reconhecer os parâmetros utilizados para avaliar resposta 
terapêutica (alvos terapêuticos para obesidade)
O tratamento farmacológico não promove cura, mas pode ajudar a reduzir 
comorbidades.
BOA RESPOSTA TERAPÊUTICA:
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Perda de 1% do peso por mês, nos 3 primeiros meses, atingindo, no mínimo, ↓ 5% 
do peso em 3-6 meses
Melhora dos fatores de risco presentes no começo do tratamento
Manutenção sustentada do peso, com variação igual ou menor que 3% do peso 
atingido durante tratamento
CONDUTA:
Expectativas do médico e do paciente devem ser realistas
Na maioria dos pacientes que adotam tratamento não farmacológico/ 
farmacológico, a perda máxima de peso ocorre, em média, aos 6 meses de 
tratamento.
Se o paciente que toma medicamento, depois de perder o peso máximo, mantem o 
peso perdido, parar de tomar o medicamento pode fazer com que o paciente ganhe 
peso tudo de novo
Quando o paciente teve resposta satisfatória, manter o medicamento por longo 
tempo deve ser considerado
Se as metas não forem atingidas ou se o paciente começar a ganhar peso de novo, 
substituir medicação ⇒ Aumentar dose não é recomendado, pois agrava efeito 
colateral e não gera beneficio

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