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ESCOLA DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA LTDA. FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA – FACENE MARIA DA LUS BATISTA PEREIRA PRÁTICAS HUMANIZADAS NO PROCESSO DE PARTURIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA JOÃO PESSOA-PB 2019 MARIA DA LUS BATISTA PEREIRA PRÁTICAS HUMANIZADAS NO PROCESSO DE PARTURIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Trabalho de Monografia apresentada à Faculdades de Enfermagem Nova Esperança – FACENE, Como exigência parcial para obtenção do título pré-projeto em Enfermagem. Orientador: Prof. Ms. Edna Samara Ribeiro César JOÃO PESSOA-PB 2019 MARIA DA LUS BATISTA PEREIRA PRÁTICAS HUMANIZADAS NO PROCESSO DE PARTURIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Monografia apresentada pela aula Maria da Lus Batista Pereira, do Curso de Graduação em Enfermagem, tendo obtido o conceito de __________________, Conforme a apreciação da Banca Examinadora constituída pelos Professores: Aprovado(a) em: ________ de _______________ de ________. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof.ª Ms. Edna Samara Ribeiro César Orientadora - (FACENE) _____________________________________________ Prof. Ms. Cláudia Germana Virgínio de Souto Membro - FACENE _________________________________________________ Prof. Dra. Smalyanna Sgren da Costa Andrade Membro - FACENE AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, primeiramente, que me deu força para concluir esta etapa de minha vida. Gostaria de agradecer e dedicar a esta dissertação às seguintes pessoas: Minha Família Minha mãe Maria, meu Pai Valdemar, meus tios, meus irmãos Deisiana e César, Maria José, José, Jusenilson, Eduardo, Arlete, Leonardo, e minha sobrinha Karolaine, Beatriz, Rodrigo. Nós tivemos tão pouco tempo juntos, mas saibam que vocês sempre estarão em meu Coração. Meus agradecimentos aos colegas de sala que me proporcionaram que a caminhadas até aqui pudesse ter sido mais amena e prazerosa, ao professores que sempre fizeram o possível e o impossível para garantir o melhor aprendizado tanto para mim quatro para meus colegas. Por fim, e não menos importante agradeço incondicionalmente a minha orientadora Edna Samara Ribeiro César pela sua dedicação, compreensão e por ter confiado na minha capacidade para chegar até aqui, obrigado a todos, sem você não seria possível a realização desse sonho. Agradecimento à banca a coordenadora Cláudia Germana Virgínio de souto e Dra. Smalyanna Sgren da Costa Andrade. Agradeço o apoio de todos os professores, que se dedicaram a esclarecer minhas dúvidas. Meu agradecimento a Faculdade Nova Esperança, e aos todos funcionário que faz parte da instituição, e a equipe da biblioteca, coordenação. DEDICATÓRIA A Deus, pela força persistência durante a caminhada do curso de enfermagem. Dedico esta monografia a todos os meus amigos de curso, grandes companheiros de jornada. Dedico esse trabalho aos meus avós RITA SARAIVA DE LIMA e JOÃO BATISTA DE ALBUQUERQUE (in memorian), que me ensinaram valores importantes para toda a vida. “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” ROMANOS 8:28 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA. 1.2 JUSTIFICATIVA. 1.3 OBJETIVO. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ASSISTÊNCIA AO PARTO. 2.2 POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO. 2.3 PRÁTICAS HUMANIZADAS NO PARTO. 2.4 REDE CEGONHA. 3 METODOLOGIA 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1.1 O USO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO. 4.1.1.2 Deambulação. 4.1.1.3 O banho de aspersão/imersão. 4.1.14 Massagem 4.1.1.4 Bola suíça. 4.1.1.5 A musicoterapia. 4.1.1.6 Exercício respiratório. 4.1.1.7 A aromaterapia. 4.1.1.8 Técnicas de relaxamento. 4.1.1.9 O uso cavalinho ou banquinho. 4.1.2 A PRESENÇA DE ACOMPANHANTE NO PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS- PARTO. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIA APÊNDICE ANEXOS 10 12 13 14 14 16 18 19 22 24 27 28 30 31 32 34 34 36 37 38 41 RESUMO Introdução: As práticas humanizadas no parto normal, vem cada vez mais são discutidas com as abordagem no decorre do nascimento as posições em que a parturiente se encontra melhor no seus ponto de vista quanto a assistências da equipe de enfermagem com as parturiente no decorrer do parto. Objetivo: analisar a produção cientifica disponíveis na literatura online sobre práticas humanizadas no parto, aplicada parturiente. Método: trata- se de revisão integrativa com seis etapas subsequentes. Os critérios de inclusão utilizados para seleção das publicações foram: estudos publicados no período de 2010 a 2018, no idioma português e artigos disponibilizados na íntegra. Após a seleção e leitura criteriosa de cada um dos artigos, apenas oito correspondeu a questão norteadora e atenderam aos critérios da pesquisa. Resultados: Os resultados foram apresentados em quadros e a análise e síntese dos dados extraídos das publicações foram realizadas de forma descritiva e discutidas de acordo com as publicações pertinentes. Após análise das publicações surgiram duas categorias, dentre elas: 1) Métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto e 2) A presença de acompanhante no pré-parto, parto e pós-parto. Dentre os métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto foram a apresentados deambulação, método cavalinho, banquinho U, uso da bola suíça, exercícios respiratórios, posições variadas, banhos de imersão e ou aspersão, o uso da água mornas de preferência para relaxamento, musicoterapia e outras técnicas como a aromaterapia. Conclusão: Neste estudo foi possível averiguar diversas práticas consideradas úteis ao parto humanizado. Incentiva-se em seus estudos que os pesquisadores incluam a temática para indicação de desfechos relacionado, à melhoria das práticas de saude. PALAVRAS-CHAVE: Parto Humanizado; Trabalho de parto; Humanização da assistência. ABSTRACT Humanized practices in normal childbirth are increasingly being discussed from birth to the positions in which the parturient feel better in her point of view regarding the assistance of the nursing team during the delivery. Objective: To analyze the scientific production available in the online literature on humanized practices in childbirth, applied during labor. Method: This is an integrative review with six subsequent steps. The inclusion criteria used for the selection of publications were: studies published from 2010 to 2018, in the Portuguese language. After the selection and careful reading of each article, only Light answered the guiding question and met the search criteria. The results were presented in tables, and the analysis and synthesis of data extracted from the publications were performed descriptively and discussed according to the relevant publications. After analyzing the publications,two categories emerged, among them: 1) Non-pharmacological methods of pain relief in labor and 2) The presence of a companion in the pre-delivery, delivery, and postpartum. Among the non-pharmacological methods of pain relief in labor were ambulation, cavalinho method, U stool, use of the swiss ball, breathing exercises, varied positions, immersion, and sprinkling baths, warm water use preferably for relaxation, music therapy and other techniques such as aromatherapy. Conclusion: In this study, it was possible to verify several practices considered useful to humanized delivery. In their studies, researchers are encouraged to include the topic of indication of outcomes related to the improvement of health practices. KEYWORDS: Humanized Childbirth; Labor; Humanization of car 10 1. INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA A temática da humanização no parto vem sendo cada vez mais abordada e discutida no Brasil e em todo o mundo. A atenção humanizada envolve conhecimentos, práticas e atitudes que objetivam proporcionar a promoção do parto e nascimento saudáveis e prevenção da morbimortalidade materna e perinatal (LIMA, et al., 2012). Essa atenção na humanização do parto deve iniciar-se no pré-natal, de modo a assegurar a realização de procedimentos que visem benefícios para a mulher e o bebê, proporcionando privacidade e autonomia, por parte dos profissionais envolvidos no processo do cuidado, e evitando intervenções desnecessárias. Sendo assim, a atenção humanizada, especialmente no processo de parto, passa a ser entendida como um modo de cuidado centrado na voz do indivíduo, no respeito a sua autonomia e, portanto, no uso de tecnologias leves que perpassam pela escuta, apreensão e satisfação de necessidades (CARDOSO; MENDES; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2013). A Organização Mundial de Saúde (OMS), no intuito de minimizar as práticas inapropriadas e desnecessárias ao parto, publicou, em 1996, o Manual Assistência ao Parto Normal: um guia prático, como referência para a implantação do parto humanizado nos serviços de saúde. Esse manual indica as práticas obstétricas vigentes e recomendadas, com base em evidências científicas, e classifica-as em quatro categorias: práticas claramente úteis e que carecem ser incentivadas; práticas prejudiciais ou ineficazes e que precisam ser eliminadas; práticas com evidência insuficiente para apoiar uma recomendação e que necessitam ser usadas com precaução; e práticas frequentemente utilizadas de forma inapropriada, provocando mais danos que benefício (OMS, 1996). Em 2000, foi lançado o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN), de acordo com a portaria GM n° 569, tendo como principal estratégia assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério das gestantes e recém-nascidos, na perspectiva dos direitos da cidadania fundamentando-se no direito a humanização da assistência obstétrica e neonatal além de estabelecer critérios para qualificar a assistência e promover o vínculo 11 entre a assistência no ambulatório e o momento do parto de forma efetiva (NAGAHAMA; SANTIAGO, 2008). A implantação do PHPN permitiu o diálogo requerido sobre a mudança de condutas e de procedimentos adotados nos serviços, pois o programa prioriza o parto vaginal, a não medicalização do parto e a redução de intervenções cirúrgicas, o documento tece, ainda, uma crítica aos procedimentos acarretam a despersonalização da mulher, a realização de operações cesáreas desnecessárias e incentiva o processo de parto ativo como um acontecimento fisiológico (POSSATI et al., 2017) A humanização da assistência é de extrema importância para garantir que um momento único, como o parto, seja vivenciado de forma positiva e enriquecedora. Resgatar o contato humano, ouvir, acolher, explicar, criar vínculo, são quesitos indispensáveis no cuidado. Tão importante quanto o cuidado físico, a realização de procedimentos comprovadamente benéficos, a redução de medidas intervencionistas, é a privacidade, a autonomia e o respeito à parturiente, tão defendidos no PHPN ((POSSATI et al., 2017) Portanto, torna-se imprescindível a participação do profissional de saúde no processo de humanização, prestando uma assistência à mulher, que deve ser centrada na ética, focando o respeito, a dignidade, autonomia e individualidade da mesma, reforçando a formação de vínculos e laços familiares mais intensos, proporcionando a participação da gestante no seu parto. Sendo o profissional de enfermagem quem mais está em contato com a parturiente neste momento tão significativo, a sua presença e o modo como direciona o cuidado é imprescindível para a conduta de uma assistência humanizada e de qualidade (LIMA et al., 2012). 12 1.2 JUSTIFICATIVA O presente estudo se justifica por ampliar um debate sobre um tema pertinente socialmente e estimulado por representar um processo natural na reprodução do ser humano, além de servir como base de pesquisa para profissionais da área de saúde, em especial acadêmicos de enfermagem, bem como esclarecer sobre as práticas humanizadas no parto humanizado e suas repercussões para parturiente. A relevância do presente estudo respalda-se na produção do conhecimento com base na proposta de humanização da atenção à saúde das mulheres, buscando conhecer as práticas humanizadas desenvolvidas no parto. Nesse contexto, este estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: Quais as práticas humanizadas desenvolvidas durante o parto? 13 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Analisar a produção científica, disponível na literatura online, sobre práticas humanizadas no parto, aplicadas à parturiente. 1.3.2 Objetivo específicos -Caracterizar os estudos quanto ao título, ano atores, delineamento, tipo de estudo e principais resultados. -Apontar os desfechos positivos para reflexão de práticas de saúde humanizados ao pré-parto, parto e pós-parto. 14 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO No decorrer dos anos foi sendo observado que, dentro do processo de parto, as práticas de assistência podiam ser algo muito positivo tanto para as mulheres como para as crianças, visando um desenvolvimento positivo do parto e observando como algumas práticas podiam ser implantadas ao longo do processo de parto para dar uma maior assistência aos procedimentos médicos aplicados (DIAS, 2006). De acordo com observações de estudiosos e profissionais da área da saúde a assistência humanizada nos partos tem por principal base minimizar ao máximo o uso de alguns procedimentos médicos aplicados no parto que podem impactar negativamente a saúde tanto das mulheres como das crianças. Esse pode ser considerado o ponto chave dos procedimentos e dos profissionais de medicina que acompanham o processo do parto, realizar o mesmo de forma mais natural possível e incentivar as mulheres a buscar pelo processo natural do parto, sem nenhuma interferência de procedimentos clínicos (PONTES et al., 2014). Um dos principais procedimentos realizados a partir da assistência no parto pode ser considerado o parto humanizado, aquele em que se evita ao máximo introduzir procedimentos clínicos nos processos de parto, assim como as mulheres são incentivadas a buscarem realizar processos naturais para realizarem o parto. Para muitos o parto humanizado é considerado o que gera menos impacto a saúde das mulheres e das crianças, assim como seu processo de recuperação é bem mais rápido do que os processos de partos com intervenção clínica (BRASIL, 2011). O parto humanizado pode ser conceituadocomo um parto respeitoso, em que o médico reconhece o valor daquele momento para a mãe, o pai e o filho, e se dispõe a ajudar, efetuando somente os procedimentos necessários, num ambiente agradável, onde a mulher esteja cercada de profissionais simpáticos e de uma pessoa de confiança (BRASIL, 2011). Esse pode ser considerado um dos principais procedimentos trazidos novamente à sociedade ao longo dos últimos anos, uma vez que se tornaram cada vez mais comuns procedimentos clínicos dentro do processo de parto. Na década de 70 e 80 muitos procedimentos clínicos eram realizados por parte das mulheres, buscando principalmente 15 minimizar as dores ou devido a algumas situações relacionadas a parte clínica da época. Na década seguinte observou-se que as mulheres apresentavam certa dificuldade na recuperação ou mesmo apresentam certos impactos clínicos devido a intervenção clínica realizada durante o processo do parto, por conta desse estudo realizado médicos e pessoas responsáveis pelo acompanhamento clínico das mulheres durante o processo de gravidez e parto observaram que precisavam uma técnica que poderia ser positiva para uma maior estabilidade clínica das mulheres que realizam partos, dessa forma foi sendo introduzida aos poucos a assistência ao parto ou parto humanizado (BRASIL, 2000). Observando o número de mulheres que estão desenvolvendo essa técnica ou procedimento, e seu período de recuperação, pode-se perceber que foi muito minimizado às mulheres a informação de que após o parto com interferência direta no seu processo, podem apresentar certas doenças ou mesmo contrair certos problemas decorrentes do processo realizado. Para as mulheres promover o parto humanizado, assim como fornecer as mesmas a assistência necessária, como também apresentação dos conhecimentos necessários por parte das pacientes se torna fundamental para que as mulheres grávidas possam optar pelo melhor procedimento (DIAS, et al., 2006). A humanização da assistência ao parto implica que os enfermeiros respeitem os aspectos da fisiologia feminina, sem intervenções desnecessárias, reconheçam os aspectos sociais e culturais do parto e do nascimento e ofereçam suporte emocional à mulher e à sua família, garantindo assim os direitos de cidadania (DIAS, et al., 2005). Para muitos esses procedimentos tende a ganhar cada vez mais espaço ou mesmo ser cada vez buscado por parte das mulheres e incentivado pelas famílias, uma vez que representa menos risco a vida e a saúde das pessoas envolvidas. Alguns procedimentos estão sendo desenvolvidos visando fornecer os meios necessários ou auxiliares para que as mulheres consigam realizar o parto de uma forma natural, sendo a mesma acompanhada por parte dos médicos e orientada por profissionais devidamente qualificados, tirando as dúvidas e apresentando como o procedimento do parto humanizado pode ser algo extremamente positivo tanto para a mulher como para a criança (VERSIANI, C et al., 2015). Algo que se mostrou necessário é a apresentação de uma forma bem aprofundada de como os procedimentos aplicados no processo de parto podem ser positivos ou negativos para as mulheres, assim como para as crianças. Os profissionais devem procurar a todo tempo destacar para as mamães e os familiares quais os principais benefícios trazidos por 16 meio do procedimento aplicado, e o que estão buscando minimizar com tal procedimento (DIAS, et al., 2005). 2.2 POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL AO NASCIMENTO As políticas sociais são consideradas como ferramentas criadas como uma forma de proporciona um desenvolvimento social positivo, a mesma busca não somente introduzir alguns programas capazes de melhorar certos problemas sociais, ela tem por principal finalidade descrever como está sendo realizado o processo de evolução da sociedade (BRASIL, 2006). Ao longo dos anos tanto os governantes como certos profissionais sociais buscaram desenvolver formas de melhorar os procedimentos relacionados à sociedade, acreditando os mesmos que por meio das políticas sociais podiam expandir não somente as análises, como verificar quais os processos teriam um retorno positivo uma vez que fosse implantado na sociedade (BRASIL, 2011). O Estado Social encontra sua legitimação precisamente em sua vertente social, que se concretiza no reconhecimento dos direitos sociais e na obrigação de materializar realmente um bem-estar generalizado a todos os cidadãos. Esses objetivos estão diretamente ligados ao sistema de prestações e às políticas sociais. O êxito ou o fracasso na realização das políticas sociais condiciona a legitimação do Estado Social (PONTES, et al., 2014). Por meio dos processos de políticas públicas foram desenvolvidas algumas normas, ou decretos, buscando promover a humanização dentro do processo de maternidade, sendo o mesmo aplicado desde o pré-natal até o parto. Algo considerado extremamente positivo para as mulheres que desejam realizar o seu parto sem interferência clínica (DIAS, et al., 2006). Esse é um dos principais passos para incentivar ou implantar o procedimento médico dentro do contexto materno, a portaria n° 569. O programa de humanização no Pré- Natal até o Nascimento tem por base os seguintes princípios. - Toda gestante tem direito ao acesso digno e de qualidade durante seu processo de gestação, assim como após o período gestacional. - Toda mulher gestante tem direito de ter acesso a maternidade, na qual será atendida durante o processo de parto. - Todo recém-nascido deve ser assistido de forma humanizada e com segurança. 17 - Toda gestante tem direito a escolher o procedimento de parto, tendo a mesma direito as informações necessárias para verificar qual se encontra melhor encaixado no que ela deseja realizar. A criação da portaria, promovendo e apresentando a humanização do pré-natal até o nascimento, é um ponto chave para minimizar de uma forma positiva a taxa de mortalidade das crianças e das mulheres durante ou após o parto, esse foi. Para muitos, um dos principais objetivos buscado por parte dos órgãos responsáveis pelo acompanhamento médico das mulheres. Vale destacar que a busca pelas mulheres de procedimentos capazes de auxiliar as mesmas durante um período bem delicado contribuíram muito para que os profissionais e órgãos responsáveis buscassem por introduzir ou implantar procedimentos capazes de promover todos os pontos almejados pelas mesmas (CARDOSO, 2007). Para o Ministério da Saúde (2007), o preparo para o parto envolve abordagem de acolhimento da mulher e seu companheiro no serviço de saúde. O serviço de pré-natal deverá promover visitas às gestantes e acompanhantes às unidades de referência para o parto e está passa a ter o direito ao conhecimento e vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do SUS, conforme lei 11.634 (BRASIL, 2007). Um acompanhamento e acolhimento realizado de forma eficiente podem ser determinantes para o sucesso do procedimento de parto, assim como da gestação das mulheres. Uma vez que um acompanhamento rotineiro pode ser determinante para que as mulheres não venham apresentar doenças ou complicações sem a devida contraposição dos médicos e sem que sejam tomados os devidos cuidados, tanto pela parte dos médicos como das mulheres (LIMA, et al., 2012). Dessa forma, a aposta realizada pela PNH é a de que, para fomentar ações integrais em saúde, é preciso pensar meios para conferir materialidade às diretrizes da cogestão, do acolhimento, da clínica ampliada e da valorização do trabalho e do(a) trabalhador(a) em saúde, na medida em que ações integrais se referem a “efeitos e repercussões de interações positivas entre usuários, profissionais e instituições, que são traduzidas em atitudes como tratamento digno e respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo” (BARROS, et al., 2005). Essa podeser considerada a nova metodologia introduzida dentro do processo de parto, algo extremamente voltado para o bem-estar tanto das mulheres como dos profissionais da saúde que estão diretamente ligados aos procedimentos realizados. Ampliando o campo de atuação dos profissionais, assim como, fornecendo os meios necessários para os mesmos, pode-se ter um desenvolvimento positivo dos procedimentos 18 do parto, assim como serem minimizados ao máximo os impactos observados durante anos dentro das práticas realizadas no processo de parto (BRASIL, 2013). 2.3 PRÁTICAS DE HUMANIZAÇÃO NO PARTO Buscando promover o desenvolvimento positivo da humanização do parto algumas práticas foram implantadas por parte dos profissionais da saúde e os órgãos competentes, tais práticas são consideradas pilares, para que a humanização aplicada dentro do pré-natal e parto se torne cada vez mais eficiente (BABIERI, et al., 2015). De acordo com o Ministério da saúde (2002) a humanização compreende desde o atendimento qualificado e digno das unidades de saúde à mulher, aos seus familiares e ao recém-nascido, até a adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas desnecessárias (BRASIL, 2002). O Ministério da Saúde (MS) tem apoiado práticas de cuidado ao parto e ao nascimento que garantam uma atenção materno-infantil qualificada e segura. A humanização do parto e do nascimento busca resgatar a autonomia da mulher, tendo como apoio a adoção de práticas comprovadamente benéficas na parturição e assim ocorrendo a diminuição na demanda das cesarianas. Práticas como essas que visam proporcionar bem- estar, conforto a mulher e reduzir riscos para ela e seu bebê. (FUGITA, 2014). As principais práticas aplicadas dentro do processo de humanização se voltam para o bem-estar das mulheres, conceder as mesmas um ambiente limpo e com todos os procedimentos de assistência necessários se torna cada vez mais o foco principal dos hospitais, profissionais, órgãos entre outros que estão diretamente ligados a saúde nos países do mundo (GABRIELLONI, et al., 2015). Outra prática muito comum no processo de humanização do parto consiste em dar aos profissionais responsáveis por auxiliar e acompanhar as gestantes uma orientação teórica e prática de como os mesmos podem colaborar positivamente para que o parto humanizado ocorra de forma eficiente. Os profissionais dessa nova metodologia de parto podem ser pessoas sem certo conhecimento científico, mas que apresentem habilidades ou tenham conhecimento prático dos procedimentos a serem aplicados durante o parto para dar as mulheres uma melhor condição de realizar o mesmo sem necessidade de processos médicos (FUSTINONI, et al., 2015). 19 A interação efetiva e humanizada, quando voltada às gestantes, é de extrema importância para o sucesso desta atenção, pois a criação de vínculo entre o profissional, seu cliente e família, bem como a consideração pelas escolhas, expectativas e cultura, permitirão a humanização do cuidado e maior segurança e confiabilidade por parte dessas mulheres. O acompanhamento do trabalho de parto e parto por familiares é considerado um diferencial e uma contribuição para a assistência ao parto humanizado (VERSIANI, et al., 2015). Dar às mulheres todo o conforto e segurança durante um processo delicado e de extrema importância emocional para a mesma, se torna cada vez mais necessário, devendo ela ser orientada de como proceder em cada etapa do parto e quais as situações em que deve buscar por orientação médica (BARBIERI, et al., 2015). Existem alguns procedimentos que podem melhorar as condições clínicas das mulheres para que o parto humanizado seja realizado, dentre eles existem técnicas de respiração, esportes aeróbicos que podem dar condicionamento físico para a mãe, assim como algumas atividades realizadas durante o pré-natal podem ser bons contribuintes para que as mulheres venham apresentar uma boa condição para o parto (BRASIL, 2015). Vale destacar que o acompanhamento das mulheres deve avaliar se as mesmas terão ou não condições de realizar o parto humanizado, caso seja verificado que a mulher não apresenta todas as condições médicas ou físicas para realizar o parto dentro do método humanizado os médicos devem intervir e proceder com os procedimentos clínicos necessários para que tanto a mãe como a criança não venham a ter problemas (SANTOS, M. L., 2002). Devem ser observados os comportamentos, métodos ou práticas que venham contribuir negativamente para que o processo do parto ocorra de forma humanizada, avaliando principalmente a integridade das mulheres e da criança. Por conta desse ponto muitos hospitais e órgãos têm buscado cada vez mais desenvolver procedimentos para auxiliar ou orientar a todas as pessoas envolvidas no processo de parto (SILVEIRA, et al., 2012). Tais métodos devem ser retirados ou mesmo desencorajados por parte tanto dos profissionais como das mulheres, dessa forma serão executados somente as práticas que incentivam ou motivam a realização do parto humanizado. Os profissionais são apontados como principais responsáveis pelas práticas impulsionadas durante o parto, assim como 20 devem avaliar o quadro em que as mulheres se encontram verificando se as mesmas terão as condições necessárias para tal processo de parto ou não (SILVEIRA, et al., 2012). 2.4 REDE CEGONHA A Rede Cegonha (RC), lançada em 2011 pelo governo federal, é uma estratégia instituída no Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de reduzir a morbimortalidade materna, exemplo de transgressão aos direitos humanos, no Brasil. Por meio desse programa público de saúde, a mulher tem assegurado, por meio de uma rede de cuidados, o direito de planejar a reprodução, de receber atenção humanizada na gravidez, no parto e no puerpério, além de a criança ter o direito de nascer com segurança, ter crescimento e desenvolvimento saudáveis (BRASIL, 2011). A RC pode ser considerado o principal programa de humanização de parto criado por parte dos órgãos competentes, por meio deste as mulheres passaram a ter um conhecimento mais aprofundado e o direito ao parto humanizado implantado dentro dos órgãos de saúde que promovem alguns processos de parto (GIOVANNI, M.; 2013). Assistência às mulheres durante a gravidez, assim como no período do pós-parto, se tornou algo extremamente valorizado por meio da rede cegonha. Sendo o mesmo uma demonstração para as mulheres que elas são importantes para a composição da sociedade e sua saúde é algo de extrema importância para os responsáveis pela saúde no país (BRASIL, 2007). O projeto rede de cegonha pode ser considerado extremamente eficiente no que consiste na diminuição da mortalidade infantil, assim como vem crescendo muito nos últimos anos como um dos processos de partos mais realizados nos países. Assim como o mesmo tem promovido uma melhoria considerável no processo de assistência das crianças que apresentam um quadro clínico complicado, como as mães que apresentam complicações durante os processos de parto. Para muitos estudiosos a rede de cegonhas veio complementar ainda mais os procedimentos aplicados durante a gestação e tornou a saúde das mulheres ainda mais estável (CASSIANO, A. C. M.; et al., 2014). Por meio de aprovação de leis ficou determinado que fosse realizado um benefício ao estado ou município que adotar as medidas da rede cegonha como seu principal processo de parto. Devendo ser pago a média de R$ 50,00 por cada mulher gravida que seja assistida por esse projeto, as mesmas precisam estar cadastradas junto ao governo federal, para que 21 sejam verificadas todas as informações relacionadas à natalidade do país (PORTO, A. M. F.; et al.,2010). Uma reflexão otimista em relação ao Programa, afirmando que pela primeira vez no Brasil a maternidade torna-se um direito, dando oportunidade para um parto cidadão. Afirmam ainda que antes do debate sobre aborto é preciso políticas públicas que garantam o parto seguro, acesso às maternidades e garantia de proteção no pós-parto no que diz respeito à saúde da mulher e da criança (Ceccim, e Cavalcanti.; 2011). Conhecer as principais informações referente a gravidez e observar o avanço de cada gestante pode ser algo positivo para verificar se a mesma precisará da intervenção clínica por meio da cesariana ou não, esse é um dos pontos do qual se torna necessário o conhecimento dos profissionais e da observação dos mesmos durante todo o período gestacional da paciente(BRASIL, 2002). Somente diante das informações precisas e reavaliação clínica que as pacientes devem ser levadas para realização da cesariana, verificando também se as futuras mamães apresentam resistência ou alergia algum tipo de medicação muito utilizada durante o processo de parto (SOUZA, et al., 2010). Dentre as várias indicações de cesarianas, algumas são mais frequentes: na distorcia de progressão, antes de indicar a cesariana, deve-se tentar solucionar sua principal causa, com a utilização de ocitocina e/ou ruptura artificial das membranas, quando ocorrerem contrações uterinas ineficazes. Na desproporção cefalopélvica, a cesariana é indicada corretamente, por meio do partograma. No mau posicionamento dos fetos, como nas variedades de posição posteriores e transversas persistentes, a rotação do polo cefálico deve ser tentada e, caso o trabalho de parto não evolua, deve-se realizar a cesariana (AMORIM; SOUZA; PORTO, 2010). 22 3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS 3.1 TIPO DE ESTUDO Para conseguir realizar a análise e discussões acerca da temática, o estudo se propôs a desenvolver uma pesquisa através do método de revisão integrativa. A revisão integrativa da literatura é um método que objetiva sintetizar resultados obtidos acerca de uma determinada temática ou questão de forma sistemática e abrangente (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2010). 3.2 OPERACIONALIZAÇÃO PARA COLETA DOS DADOS Para composição desse estudo foram utilizadas as seis etapas da revisão integrativa que são descritas abaixo, segundo Souza; Silva e Carvalho (2010). 1ª Fase: Elaboração da pergunta norteadora, considerada a fase mais importante do processo, devendo ser elaborada de forma clara e específica, pois ela que irá determinar como os estudos e as pesquisas deverão ser realizados. 2ª Fase: pesquisa e amostragem na literatura, em que se deve realizar uma pesquisa ampla e diversificada em base de dados. 3ª Fase: coleta de dados, extração de artigos selecionados e seguros, com mínimo de erros na transcrição e garantia na checagem das informações, que irão como registro. 4ª Fase: avaliação crítica dos estudos incluídos, esta por sua vez procura atribuir uma abordagem organizada para avaliar o rigor e as características de cada estudo. 5ª Fase: discussão dos resultados, fase na qual se compara os dados identificados na análise dos artigos ao referencial teórico, possibilitando a identificação de algumas lacunas do conhecimento influenciando assim para estudos futuros. 6ª Fase: apresentação da revisão integrativa, na qual se deve ter uma apresentação objetiva e completa a fim de permitir ao leitor examinar criticamente os resultados. 3.3 BUSCA E SELEÇÃO DOS DADOS A busca e a seleção foram realizadas por meio da utilização do descritor oficial, em português, disponibilizados pela interface da plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Parto Humanizado. O levantamento dos artigos científicos ocorreu por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) devido à integração das bases de dados: Literatura Latino-Americana e do 23 Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), o Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), bem como pela biblioteca Scientific Electronic Library Online (SciELO), durante o segundo semestre de 2019. Os critérios de inclusão utilizados para seleção das publicações foram: estudos publicados no período de 2010 a 2018, que estivessem no idioma português e artigos disponibilizados na íntegra. Para possibilitar a análise das publicações que integraram a análise, foi utilizado um instrumento elaborado pela autora contendo: título, ano, autores, delineamento, tipos de estudo e principais resultados (APÊNDICE A). Após a seleção das publicações iniciou-se um processo de leitura fluente e organização dos mesmos. Após a seleção e leitura criteriosa de cada um dos artigos, apenas 08 correspondeu a questão norteadora e atenderam aos critérios da pesquisa. Através do fichamento houve a facilitação da identificação dos núcleos abordados em cada publicação e assim deu-se início a fase de exploração do material, e análise dos mesmos. 3.4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os resultados foram apresentados em quadros, a análise e síntese dos dados extraídos das publicações foram realizadas de forma descritiva e discutidas de acordo com as publicações pertinentes. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na presente revisão integrativa da literatura analisou-se oito artigos que atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos. A seguir será apresentado um panorama geral dos artigos avaliados, antes de proceder à apresentação das categorias temáticas. 25 Quadro 1 – Características dos estudos incluídos na amostra da revisão integrativa, publicado entre 2010-2018. João Pessoa, Paraíba, 2019. (N= 8). N Título Ano Autores Delineamento Tipo de estudo Principais Resultados 01 Métodos não farmacológicos no parto domiciliar; 2018 Araújo et al. Revista de enfermagem UFPE on line.; Recife, Qualitativo Existem diversos métodos não farmacológicos para o alívio da dor durante o trabalho de parto, entre eles a realização de massagem, método cavalinho e o banquinho U, banhos de imersão e aspersão, uso da bola suíça, utilização de música e outras técnicas de relaxamento como aromaterapia, muito provavelmente a mulher irá sentir-se mais aliviada, tanto pelo efeito das técnicas, quanto pelo acompanhamento eficaz no parto domiciliar. 02 Percepção do pai sobre a sua presença durante o processo parturitivo; 2018 Ribeiro et al. Revista enfermagem UFPE on line.; Recife, Qualitativo Observou-se de acordo com esse contexto que a partir de 2005 as parturientes têm reservado o direito ao acompanhante de sua livre escolha durante todo o processo parturitivo, que sistema único de saúde (SUS). 03 Estratégias não farmacológicas para o trabalho de parto: efetividade sob a parturiente; 2017 Hanum et al Revista de enfermagem UFPE on line.; Recife, Quantitativa São várias as técnicas para alívio da dor durante o trabalho de parto. Dentre elas estão a deambulação, os exercícios respiratórios, posições variadas, banhos de imersão e/ou aspersão, exercício de relaxamento, massagens, principalmente lombossacrais, e exercícios na bola. 04 Vivência do acompanhante da parturiente no processo de parto; 2018 Souza et al Revista de enfermagem UFPE on line .; Qualitativo A participação desse acompanhante, no processo de trabalho de parto e parto, é um direito de escolha da parturiente e independe do seu grau de parentesco. 26 05 Assistência à mulher para a humanização do parto e nascimento; 2018 Barros et al Revista de enfermagem UFPE on line.; Qualitativo Nessa perspectiva, a humanização doparto é uma condição de respeito à mulher como pessoa única, em questão de cidadania. É o respeito, também, à família em formação e ao bebê, que tem direito a um nascimento sadio e harmonioso. 06 As práticas humanizadas desenvolvidas por enfermeiras obstétricas na assistência ao parto hospitalar; 2010 Porfíro et al Revista eletrônicas de enfermagem Qualitativa A creditamos que a atenção humanizada durante o parto e o nascimento sejam aptos a desenvolver o suporte físico e emocional à parturiente, com a utilização de práticas não invasivas tais como o estímulo à deambulação, a mudança de posição, o uso de água para relaxamento e massagens. O7 A humanização na assistência ao parto e ao nascimento; 2018 Cordeir o et al Revista de enfermagem UFPE on line.; Quantitativo Entende-se que, para contribuir com o compartilhamento desse momento especial, a parturiente tem, por direito, a escolha da presença de um acompanhante prevista na lei 11.108/2005, com o objetivo de aliviar o foco da dor e fornecer apoio emocional e segurança. 08 Práticas de humanização com parturientes; 2018 Silva et al Revista baiana enfermagem Quantitativo Estes estudos apontaram diversas técnicas de relaxamento utilizadas para promover o conforto e o bem-estar das parturientes, tais como: massagens, banhos, musicoterapia, exercícios de respiração, uso da bola obstétrica, deambulação, uso do cavalinho e do banco obstétrico. 27 4.1 CATEGORIAS TEMÁTICAS Nesta seção, será sintetizada e discutida a produção científica sobre os fatores relacionados à sífilis congênita. Para facilitar essa apresentação os estudos da amostra foram dispostos em três categorias temáticas: (1) Métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto; (2) A presença de acompanhante no pré-parto, parto e pós-parto. 4.1.1 MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO Após análise das publicações foi possível notar que a prática mais evidente de humanização no parto foi a utilização dos métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto, dentre eles podemos citar a deambulação, método cavalinho, banquinho U, uso da bola suíça, exercícios respiratórios, posições variadas, banhos de imersão e ou aspersão, o uso da água mornas de preferência para relaxamento, musicoterapia e outras técnicas como a aromaterapia. 4.1.1.1 Deambulação A deambulação deve ser estimulada, pois é um método que visa a redução do tempo do trabalho de parto, por meio da deambulação ocorre uma maior mobilidade pélvica que ajuda a acelerar a dilatação cervical como também a descida fetal, além disso, a deambulação promove uma tolerância maior da parturiente quanto à dor no trabalho de parto. No entanto, a deambulação, o uso do cavalinho e a bola suíça, que são técnicas de mobilidade, têm por finalidade o alívio da dor durante a fase ativa do trabalho de parto, gerando um maior relaxamento para a mulher e a diminuição do uso de analgésicos e anestésicos, assim como um melhor desenvolvimento do trabalho de parto (ARTIGO 1). Durante o trabalho de parto o profissional de enfermagem, deve orientar as parturientes sobre a importância da deambulação, pois com isso ocorre uma maior mobilidade pélvica ajudando a acelerar a dilatação cervical como também a descida do feto. Além disso, a deambulação promove uma tolerância maior da parturiente quanto á dor no trabalho de parto (ARTIGO 3). A deambulação é recomendada nas primeiras três horas da fase ativa do trabalho de parto porque facilita a descida e a apresentação fetal, trazendo benefícios tanto para a mãe Comentado [1]: Tamanho da fonte diferente 28 quanto para bebê, diminuindo o tempo de trabalho de parto e os escores de dor (RODRIGUES, et al., 2012). Embora a deambulação seja um método que acelera o trabalho de parto, para algumas mulheres este método pode aumentar a dor e nesses casos é necessário que a sensação de dor sentida pela parturiente não ultrapasse seus limites para que o processo do trabalho de parto não seja prejudicado (ARTIGO 1). A participação da presença da enfermeira na assistência à mulher também propicia o uso de práticas ou condutas não medicamentosas, como: deambulação, movimentação e posicionamento, banhos e massagem, posição sentada e de cócoras e os movimentos pélvicos favorecem a progressão do trabalho de parto. Nessas práticas pode protelar ou evitar o emprego de medicações analgésicas ou anestésicas no trabalho de parto (SILVA, et al., 2011). Esse método é de suma importância, uma vez que auxiliam no conforto e diminui a ansiedade, medo, aflição da parturiente, e por consequência reduz a dor (ARTIGO 1). Portanto, com uso da deambulação como recurso terapêutico, as parturientes se distraem perdendo o foco na dor. Essa técnica é bem eficaz quando utilizada no período de 3 a 7 cm de dilatação, com no mínimo 30 min de atividade sem restrição para o tempo máximo, desde quando a mulher se sinta confortável para praticar (BRASIL, 2001). 4.1.1.2 O banho de aspersão/imersão O banho funciona por meio do estímulo que a água quente faz nos termo receptores da epiderme estimulando a chegada da mensagem de forma mais rápida ao cérebro do que o estímulo da dor, fazendo assim que exista um bloqueio de forma efetiva. O calor promove o aumentado a circulação sanguínea e inibe os agentes estressores motivado pela contração durante o trabalho de parto, devido ao contato com o tecido é capaz de ocasionar uma certa melhoria no metabolismo e da elasticidade reduzindo o prelúdio da dor (ARTIGO 1). O banho de imersão tem por objetivo proporcionar à mulher a retomada de sua autonomia no processo de parturição, pois a mesma poderá mobilizar seus próprios recursos na busca de seu bem-estar durante este momento (ARTIGO 6). O efeito relaxante da água pode diminuir a utilização de métodos farmacológicos. Sua utilização pode diminuir o tempo de parto, diminuir a pressão arterial, evitar ou 29 diminuir as lacerações do períneo, proporcionando um nascimento tranquilo e prazeroso (ARTIGO 3). A enfermagem tem, por autonomia, de orientar a parturiente na importância do uso da água na aspersão, a orientação para uma respiração adequada e o uso da massagem como recursos que favorecem o relaxamento da parturiente e o alívio da dor, seja em conjunto ou isoladamente. A prática mais pontuada nas falas das enfermeiras foi o uso da água em aspersão que é utilizada como um valioso recurso para o relaxamento (ARTIGO 6). A temperatura da água deve permanecer por volta de 37 a 38ºC, esse banho pode ser no chuveiro, bacia, banheira, sendo indispensável que a mulher fique por uma constância de 20 minutos no banho, posicionando a repressão na região em que houver dor, mas comum ser na região lombar ou abdominal inferior, esse processo vai contribuir para inibição da dor, e o seu relaxamento é ocasionado pela liberação de endorfinas do processo que essa prática proporciona (ARTIGO 6). Ao permanecer na água aquecida, o calor ajuda a liberar a tensão muscular e diminuição das dores referentes às contrações uterinas, podendo despertar a sensação de bem-estar. Fisiologicamente, a água quente subsidia o conforto da pele, promove a vasodilatação e a consequente redução das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) (ARTIGO 3) Portanto, a literatura tem demonstrado que entre os métodos mais utilizados estão o banho de chuveiro, a deambulação, a massagem lombossacral, o relaxamento muscular e os exercícios respiratórios, de forma combinada ou isolada, sendo efetivos no alívio e conforto da dor de parturientes em trabalho de parto, em sua fase ativa (ARTIGO 1). Com a utilização do banho quente durante o trabalho de parto, promove o relaxamento e diminui a dor,a ansiedade e parâmetros relacionados ao estresse, sem os riscos causados por outros tratamentos (MARTINS, et al., 2017). Esse recurso pode ser associado a outras técnicas, como a massagem e o banho de chuveiro, através de alongamentos pélvicos e exercício ativo de circundução, entre outros. O suporte contínuo compreende oferecer conforto físico, apoio emocional e comunicação efetiva entre a equipe de saúde, a parturiente e seu acompanhante (HANUM, et al., 2017). Embora o banho de chuveiro seja um recurso de fácil aplicabilidade, sem efeitos colaterais e de baixo custo, ainda é escasso na literatura mundial o volume de ensaios clínicos controlados sobre a utilização dessa terapêutica no alívio da dor, durante o trabalho de parto, justificando a importância desta pesquisa que poderá contribuir para definir a eficácia desse recurso não farmacológico (SANTANA, et al.,2013). 30 4.1.1.3 A massagem A massagem foi outra técnica descrita como método não farmacológico de alívio da dor no trabalho de parto. O uso da massagem é um método de estimulação sensorial caracterizado pelo toque sistêmico e pela manipulação dos tecidos. Entretanto no trabalho de parto a massagem tem o potencial de promover alívio da dor, além de proporcionar contato físico com a parturiente, potencializando. Além da massagem as caminhadas são estimuladas para acelerar o trabalho de parto em razão de acrescentar os benefícios da gravidade e as mudanças no formato de pelve e uma rotação fetal favorável, pois altera o alinhamento da parte da apresentação com a pelve e obtém-se a apresentação ideal (MORAIS, et al., 2017). Gallo e colaboradores (2011) orienta a aplicação da massagem na região lombar durante as contrações uterinas e em outras regiões como panturrilhas e trapézios nos intervalos entre as contrações, por serem regiões que apresentam grande tensão muscular no trabalho de parto. Lehugeur e colaboradores (2017) relatam que no trabalho de parto, a realização da massagem pelo acompanhante, ou por uma pessoa de sua escolha, faz com que a parturiente sinta a sensação de alívio como de proximidade com a pessoa que esteja realizando a massagem, pois é uma forma de promover a estimulação sensorial através do toque sistêmico e manipulação dos tecidos. Essa prática de massagens manuais, pelo companheiro, é uma medida terapêutica simples, não farmacológica e de baixo custo que, se realizada junto com as técnicas de respiração e com a deambulação, promove o conforto e a tranquilidade da parturiente (ARTIGO 2). Santos e colaboradores (2018) apresentam que a realização de massagens diminui a tensão e relaxa a mulher, deixando-a mais calma e mais concentrada no trabalho de parto, porém é necessário orientar na respiração, pois ajuda a mãe e o bebê a terem uma oxigenação adequada, além de proporcionar tranquilidade e alívio das dores. A utilização da acupressão ao longo do processo de parir alivia a dor. O uso da aplicação com a ponta dos dedos para fazer pressão sobre pontos específicos do corpo. Tem 31 por objetivo de aumentar a intensidade das contrações uterinas sem afetar sua duração e intervalos regulares. Podem ser usados pontos distintos na indução do parto e redução da dor, como o ponto Hugo (LI4) ou intestino grosso (4), que são um dos 14 pontos meridianos principais no corpo. Se associados à terapia e ao frio os resultados são ainda melhores. Geralmente é utilizada com associação de massagens no trabalho de parto (LIMA, et al., 2018). A massagem é uma alternativa não farmacológica para promoção do alívio da dor no trabalho de parto através das mãos ou de aparelhos vibratórios, com maior ou menor intensidade podem provocar alívio do desconforto durante o trabalho de parto (CORREIA, et al., 2018). A massagem passou a ser bastante utilizada pela equipe de enfermagem e pela fisioterapia, seja por meio da sua aplicação pelos profissionais ou por orientações aos acompanhantes. Estudos têm demonstrado sua eficácia e por meio do relaxamento pelo toque, diminuindo o estresse emocional e aumento a perfusão e oxigenação dos tecidos (RIBEIRO, et al., 2016). 4.1.1.4 Bola suíça Na década de 1980 surgiram o primeiro registros do uso da bola suíça na obstetrícia em uma maternidade da Alemanha prestada às parturientes na progressão do trabalho de parto e de parto em si (ARTIGO 1). O recurso da bola estimula a posição vertical, adoção da liberdade diferentes posições exercício do balanço pélvico por sua característica de objeto lúdico que traz benefícios psicológicos e baixo custo financeiro (ARTIGO 1). Durante a gravidez pode se praticar exercitando exercícios com a bola Suíça tendo como benefícios o relaxamento e o alongamento, a correção da postura e o fortalecimento da musculatura, desde que não o trazem dano à mãe e ao filho (ARTIGO 1). No ocorrer do trabalho de parto o exercício com a bola é realizado em posição vertical, ou seja, sentada trabalha-se a musculatura do assoalho pélvico, e ainda propicia a mudança de posição à parturiente (ARAÚJO, et al., 2018). O uso da bola suíça e um método não farmacológico e humanizado no trabalho de parto respeitando-se a parturiente nas condutas das movimentações da pelve 32 consequentemente haverá o relaxamento da musculatura e ampliação da pelve, logo ajudará na descida da apresentação fetal no canal de parto (CORREIA, et al., 2018) A bola suíça é uma ferramenta que promove a livre movimentação podendo-se circular para frente e pra trás, em salto, joelho no chão abraçando com a bola, entretanto, durante esses exercícios se pode pedir pra parturiente respira levemente e aplicar massagem no momento da dor da dilatação do trabalho de parto (SANTOS, et al., 2018) O uso da bola suíça é uma alternativa para as mudanças de posição e adoção da posição vertical no trabalho de parto. por isso, permite que a mulher realize um discreto balanceio pélvico enquanto está sentada, movimento este que auxilia na descida e rotação do feto, além de proporcionar uma sensação de relaxamento (ARTIGO 1) O uso da bola suíça é uma das estratégias para a promoção da livre movimentação da mulher durante o parto. Uma das medidas da postura vertical e a movimentação podem diminuir a dor materna, facilitar a circulação materno-fetal e a descida do feto na pelve materna, melhorar as contrações uterinas e diminuir o trauma perineal, motivo pelo qual a influência das mudanças de posição materna no parto vem sendo um tópico de interesse há muitas décadas nas pesquisas (ALVARENGA, et al., 2011) A utilização dos métodos não farmacológicos tem uma grande importância o auxílio do trabalho de parto pode nos mostrar grandes benefícios na redução de intervenções indevidas, destacando seu uso como uma maneira efetiva no alívio da dor. Assim sendo, bola suíça é um recurso muito utilizado pelos fisioterapeutas, atualmente, porém, poucos são os estudos científicos publicados sobre o seu uso e efeitos no processo de parto. Desta forma, são necessários mais estudos que relacionem seu uso na duração do trabalho de parto, nos sinais vitais maternos e fetais, e sobre a percepção da dor (PIVETTA, et al., 2014). 4.1.1.5 A Musicoterapia No século XX a ciência estuda a musicoterapia e a organização dos efeitos terapêuticos da música nos seres humanos. No entanto a técnica da musicoterapia é para diminuir a ansiedade, aflição, estresse, medo e pânico da parturiente no trabalho de parto, portanto, proporcionando o alívio aos estímulos dolorosos, acarretando a diminuição da pulsação cardíaca, dos esforços respiratórios e gerando o alívio na dor, a calma (ARTIGO 1). 33 A musicoterapia é um método que nos traz também melhoria das capacidades humanas através do uso organizado das influênciasda música sobre o funcionamento do cérebro humano. A utilização da música potencializa os resultados, por ser considerado um meio muito eficaz como foco de atenção, sendo assim um meio de distração que não reduz a dor, mas causa um estímulo agradável ao cérebro, desviando a atenção da mãe na hora da dor (COSTA, et al., 2013) Por isso, a música é capaz de proporcionar um alívio para a parturiente por meio da diminuição do estresse. Dessa forma, utilização da música durante o trabalho de parto e parto para a mulher torna-se um ato de humanização, enaltecendo a mulher com toda a sua grandeza humana. Entretanto, o método circunda diversas áreas do encéfalo, acionando regiões vinculadas a parte emocional e ao circuito de recompensas, ele é acionado quando a influência de algum incitamento associada à supervivência, como sexualidade e alimentação (ARTIGO 1). A utilização da música potencializa os resultados, por ser considerado um meio muito eficaz como foco de atenção, sendo assim um meio de distração que não reduz a dor, mas causa um estímulo agradável ao cérebro, desviando a atenção da mãe na hora da dor (NETO, 2006). Portanto, o emprego da música tem baixo custo e fácil aplicabilidade, além de ser uma modalidade de cuidado não farmacológico e não invasivo. O efeito da música, usada na dor do trabalho de parto, como método não farmacológico para o alívio da dor, pode interferir no ciclo vicioso medo-tensão-dor, de forma relaxante, visando à quebra deste ciclo e, consequentemente, minimizar a dor (CASTRO, et al., 2013). Durante, trabalho de parto a técnicas de respiração trouxeram outra forma de combater as dores do parto, por exemplo, a ginástica respiratória vem sendo desencadeante do equilíbrio no trabalho de parto, o controle da respiração passa pelo estabelecimento de um reflexo condicionado, contração/respiração, trazendo à tona a respiração “cachorrinho” e buscando a hiperventilação durante as contrações, a qual é capaz de oxigenar o feto (SANTOS, et al., 2012). Entretanto, a técnica correta de respiração se dá quando a mulher percebe a necessidade de acelerar a respiração durante o auge de cada contração, alterando o tipo de respiração de arquejante lento para a técnica de aceleração e desaceleração. Então a mãe utiliza a respiração torácica - rápida e superficial - que acelera e desacelera de acordo com a duração e a intensidade de cada contração. No decorrer, da grávida acelera a sua respiração quando a contração aumenta e atinge o máximo, e a reduz quando a contração começa a 34 diminuir. Por isso a técnica é útil para a mulher numa situação que ela disponha de alguém para verificar a adequação de suas técnicas respiratórias, é importante que sua respiração permaneça superficial e pouco profunda para evitar a hiperventilação (JORDÃO, et al., 2013). A respiração é observada em dois tempos, que é inspiração e expiração profundas utilizadas no início e no fim de cada contração, são chamadas de respiração completa ou de limpeza. A respiração lenta e profunda fornece uma boa troca de oxigênio e de dióxido de carbono antes e depois da respiração superficial realizada durante a contração. Técnicas da respiração associadas com o relaxamento muscular são atrativas pela sua simplicidade e por garantir a parturiente uma participação ativa durante processo de parturição e autonomia no controle da dor (SILVA, et al., 2013; CARVALHO, et al., 2013). A respiração pode transmitir calma e tranquilidade à parturiente, sendo está uma possibilidade de proporcionar um momento de introspecção e concentração, auxiliando na concepção de que a mulher deve desempenhar um papel ativo durante o parto. A respiração também é observada na região abdominal e a levemente mais profunda é aconselhada para os intervalos das contrações, pois promove o relaxamento da parturiente (ARTIGO 6). Nesse contexto os exercícios respiratórios no trabalho de parto têm a função de reduzir a sensação dolorosa, melhorar os níveis de saturação sanguínea materna de O2, proporcionar relaxamento e diminuir a ansiedade e diminuir a sensação dolorosa durante o primeiro estágio do trabalho de parto, resultando em melhora dos níveis de saturação materna (SANTANA, et al., 2011; FERREIRA, et al., 2011). Entretanto, é importante destacar que são necessários cuidados no manejo dessa técnica respiratória, pois a hiperventilação pode tornar-se um problema com a respiração rápida se essa não for superficial o suficiente ou se o arquejar for prolongado. Assim, quando a frequência respiratória aumenta de 5 a 20 vezes mais que o normal, resulta em intensa alcalose respiratória. Essa excessiva hiperventilação materna produz acentuada queda na PaCO2, vasoconstricção uterina e menor liberação de O2 para o feto (ARTIGO 1). 4.1.1.7 A Aromaterapia A aromaterapia consiste na aplicação terapêutica de Óleos Essenciais (OE), por diversas vias do organismo, com finalidade terapêutica. E compostos orgânicos de origem 35 vegetal, formados por moléculas químicas complexas que podem ser extraídos por diversas partes da planta, pelo processo de destilação (ARTIGO 1). O uso deste Óleo Essência pode ser absorvido por meio da inalação, uso tópico na pele ou por ingestão, com a finalidade de promover bem-estar físico e mental. Considerando- se a relevância destas práticas, a aromaterapia pode representar uma valiosa ferramenta na prática profissional do enfermeiro obstetra, atuando como um Método Não Farmacológico (MNF) para alívio da dor durante o Trabalho de Parto (ARTIGO 1). O uso de aromaterapia como a lavanda, eucalipto, jasmim, rosa e laranja, trazem efeitos significativos na percepção da dor, na ansiedade das parturientes e consequentemente na duração das fases do processo parturitivo, quando a escolha e bem aplicada inspira um toque de sensibilidade e sabores (ARTIGO 1). Aplicando-se ao inalador, impulsiona os receptores sensitivos através do cérebro, envolvendo partes neurológicas específicas e substâncias que se harmonizam de maneira inebriante resultando em mudanças físicas e psicológicas. Obtendo resultados efetivos na redução da dor e da ansiedade (SILVA, et al., 2018). A aromaterapia como um método não farmacológico, tem auxiliado à mulher durante a gestação e trabalho de parto. Entende-se na utilização de óleo essenciais que são instáveis bioquimicamente e evaporam rapidamente, estimulando as células nervosas olfativas, ativando via sistema límbico (área cerebral responsável pela olfação, memória e emoção) os receptores que podem influir na frequência cardíaca, na respiração e na resposta ao estresse (ARTIGO 1). Por isso a utilização da aromaterapia pode ser realizada por meio de técnicas como: acupressão, massagem, escalda pés, diluição em água para banho de imersão e inalação, sendo o OE utilizado, entre outros, e a aplicação realizada por enfermeiras obstétricas. Observou-se que a maioria das gestantes optou optaram pela técnica da inalação nesse estudo que obteve como desfecho a redução significativa da dor em mulheres nulíparas, bem como a redução do medo e da ansiedade. Portanto nesse sentido, a participação das enfermeiras obstétricas, podendo este fato estar relacionado à sua formação que direciona a sua prática para o “cuidar”, respeitando os aspectos fisiológicos, emocionais e socioculturais que envolvem o processo reprodutivo (SILVA, et al., 2019) Óleos essenciais na primeira fase do parto, óleos calmante e sedativo como lavanda e camomila são recomendados; óleo de olíbano possui ação relaxante e auxilia na respiração e deve ser utilizado na fase de transição do primeiro período do parto; já a sálvia sclarea é 36 indicada para aliviar a dor, favorece contrações e é alternativa para o uso de analgesia não farmacológica (ARTIGO 1).Já na segunda fase, os aromas mais fortes e apimentados podem promover uma sensação de força e antecipação do TP, como o jasmin, uma vez que aumenta as contrações uterinas e acelera o trabalho de parto (ARTIGO 3). O uso da inalação prolongada de óleos essenciais (OE) pode causar dores de cabeça, náuseas, alergias e irritação na pele, por isso priorizar sempre o respeito ao limite de cada mulher é algo importante. A utilização do óleo essencial de lavanda vem sendo incrementada nos últimos anos por gestantes por ser um óleo com propriedades calmantes, relaxantes, antiestresse e estimulante, apesar de que este óleo não é indicado para mulheres grávidas durante primeiro trimestre de gestação (CALADO, et al., 2018) A partir dos estudos é possível perceber que apesar da aromaterapia ser um método de fácil aplicação e baixo custo, é necessário que mais estudos sejam realizados, principalmente a nível nacional, com delineamento adequado, para examinar os seus efeitos no manejo da dor durante o trabalho de parto. A utilização dessas terapias complementares pela Enfermagem é fundamental para estabelecer a autonomia profissional, pois o conhecimento e divulgação destes métodos são a base para dinamizar o seu caráter científico e contribuir para o planejamento de pesquisas clínicas (SOMBRA, et al., 2019) 4.1.1.8 Técnicas de relaxamento Os exercícios de relaxamento têm como objetivo permitir que as parturientes reconheçam as partes do seu corpo, evidenciando as diferenças entre relaxamento e contração, melhorando o tônus muscular e, desta forma, favorecendo a evolução do trabalho de parto (ARTIGO 6). Entretanto, outras formas de relaxamento como as massagens, a respiração com movimentos de inspiração e expiração suave, acompanhada por relaxamento do corpo; imersão em banheiras ou duchas aquecidas e até mesmo estar acompanhada por pessoas colaborativas escolhidas pela parturiente para compartilhar esse momento (QUINTANA, et al., 2011) Situações que garante à mulher relaxamento, informações e contato com uma pessoa de sua confiança, facilitam que a gestante se sinta mais confortável para vivenciar o nascimento do filho. Especialmente se o acompanhante for pessoa próxima, ao qual já possui certo vínculo, que possa gerar sensação de apoio (DUARTE, et al., 2011) 37 Neste contexto a promoção de um bom relaxamento vai desde a adoção de posturas confortáveis à ambientes tranquilos, os quais permitam música ambiente, iluminação adequada e principalmente pensamentos direcionados, utilizando a imaginação para desmistificar o trauma da dor no trabalho de parto (MARCOLIN, et al., 2011). Há também outras formas de relaxamento como as massagens, a respiração com movimentos de inspiração e expiração suave, acompanhada por relaxamento do corpo; imersão em banheiras ou duchas aquecidas e até mesmo estar acompanhada por pessoas colaborativas escolhidas pela parturiente para compartilhar esse momento (SANTANA, 2011). A fisioterapia como atuação no trabalho de parto ainda é uma prática pouco estabelecida nas maternidades públicas, espera-se que, com a comprovação dos benefícios dos recursos não farmacológicos neste momento, os gestores e profissionais de saúde validem a importância da assistência interdisciplinar no ciclo gravídico-puerperal (FERREIRA, et al., 2011). 4.1.1.9 O uso do cavalinho ou banquinho U O método do uso do cavalinho, ou do banquinho U, é utilizado no pré-parto com a finalidade de promover o relaxamento, aumentar a dilatação e diminuir a dor. O “cavalinho” é um equipamento similar a uma cadeira com assento invertido, no qual a gestante apoia os braços e o tórax para frente aliviando as costas (ARTIGO 3). No decorrer do trabalho de parto quando ocorrem as contrações, a parturiente poderá optar por ficar nesta posição para receber massagem na região lombar, com o intuito de relaxar e reduzir a dor do trabalho de parto. No entanto o “banquinho U” trata-se de um banco baixinho que é utilizado sob o chuveiro com água morna para favorecer a dilatação. Essas práticas têm o intuito de fornecer o relaxamento durante o período de dilatação e expulsivo do parto, contribuindo para a humanização da assistência (ARTIGO 1). No entanto uso do banquinho tem apoio em três pés e o assento almofadado; permite que a parturiente se sente, apóie os pés no chão e os braços na cama, enquanto o acompanhante, ou a enfermeira obstétrica, massageia suas costas. Pode também servir de apoio durante os esforços expulsivos (ARTIGO 3). Os métodos não farmacológicos são utilizados para proporcionar alívio da dor e relaxamento. Entre as técnicas: cavalinho e banquinho U, bola suíça, banho de aspersão, 38 tens, massagem, técnicas respiratórias e relaxamento, Deambulação e Posições Ortostáticas e crioterapia (ARTIGO 6). Portanto, o banquinho em forma de “U” permite à mulher se manter em uma posição que lembra a de cócoras, podendo ser beneficiada pelas vantagens da posição vertical. O uso do banquinho objetiva ajudar a completar descida e a rotação fetal (LOBO, S. F.; et al., 2010). Então o uso do banquinho pode ser um aliado durante o trabalho de parto como uma alternativa para as mudanças de posição mantendo a postura ativa e a verticalidade da mulher (LOBO, et al., 2010). O seu formato em “U” deixa livre a região vulvo-perineal da parturiente, podendo também ser usado durante o parto. É mais indicado na fase final do trabalho de parto quando a mulher atinge 8 cm de dilatação e o feto ainda não realizou o processo de descida e pode ser utilizado também para o parto quando o banquinho tem formato apropriado (GOMES, et al., 2010). O assento ativo ou “cavalinho” é citado por muitos autores como um método usado no trabalho de parto que auxilia a mulher na manutenção de uma posição vertical. Existe, outro uso para a manutenção dessa posição é a bola suíça que também para auxiliar na movimentação materna no relaxamento, deambular e no alívio da dor (SILVA, et al., 2010). 4.1.2. A PRESENÇA DE ACOMPANHANTE NO PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS-PARTO. A presença do acompanhante de escolha da mulher é uma forma simples e eficaz de humanizar o nascimento, beneficiando a mulher, o bebê, a equipe de saúde e a sociedade. O parto acontecia fisiologicamente, no domicílio da parturiente, que era acompanhada pela família e cuidada pela parteira, que além de prestar assistência ao parto, também fornecia apoio físico e conforto emocional (ALMEIDA, et al., 2018). Na metade do século XX, o processo de modernização e as formas mais seguras para utilização de anestésicos durante o parto, foram determinantes para a sua institucionalização, chegando a ser considerado ilegal, em alguns países, o parto realizado fora do ambiente hospitalar, bem como por parteiras. O conjunto de modelo hospitalar avançou, no Brasil organizado por rotinas de intervenções, entre outras condutas largamente utilizadas e naturalizadas nos serviços de atendimento à mulher (LONGO, et al., 2010). 39 No Brasil, no Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovado por lei Nº 11.108/2005 que garantir a parturiente o direito de ter a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, na maternidade (ARTIGO 7). Portanto, no mesmo ano em dezembro, a portaria de Nº 2.418/GM regulamentou a presença de acompanhantes para mulher na parturição nos hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (BRASÍL, 2005). O acompanhante no parto humanizado é a pessoa que provê o suporte à mulher durante o processo parturitivo e de acordo com o contexto assistencial, este pode ser representado por profissionais (enfermeira, parteira), companheiro/familiar ou amiga de sua escolha da parturiente, doula e mulher leiga(ANDRAUS, et al., 2010). A Política Nacional de Humanização, conhecido como humaniza SUS, aponta o acompanhante como o representante da rede social da paciente que a acompanha durante toda a permanência no ambiente hospitalar (BARBOSA, et al., 2018). Então, as diferentes concepções e avaliações culturais de cada mulher, referente a cada parto, orientam quem ela escolherá para acompanhá-la durante o processo de parturição. No entanto, o acompanhante pode constituir mais do que simples presença se for permitida a sua participação ativa durante o processo parturitivo (ANDRAUS, et al., 2010). A presença do acompanhante proporciona bem-estar físico e emocional à mulher e favorece uma boa evolução no período gravídico puerperal (FREITAS, et al., 2010). Durante trabalho de parto, o direito ao acompanhante representa um ganho e, ao mesmo tempo, um desafio para a atenção à saúde da mulher durante o processo de parturição, diante da limitação de um acompanhante por parturiente e da implementação morosa de sua participação nas unidades de atendimento ao parto (ARTIGO 4). O Ministério da Saúde teve uma iniciativa de observar como o trabalho de parto com a presença do acompanhante passa segurança durante todo o processo parturitivo, o que pode diminuir as complicações na gestação, parto e puerpério, a utilização de analgesia, ocitocina, partos Cesáreos e tempo de hospitalização do binômio mãe-filho (MOURA, et al., 2010). A rede cegonha dá importância a figura do acompanhante durante o trabalho de parto, em algumas situações, a figura do acompanhante pode ser dispensável, a saber: opção da mulher por não ter um acompanhante, despreparo emocional do acompanhante escolhido ou desacato deste às normas da instituição (DAMASCENO, et al., 2010). É importante lembrar que a presença do acompanhante, junto à sua esposa ou companheira durante os trabalhos de pré-parto e parto, pós-parto contribui para facilitar e tornar o momento mais agradável e saudável a mulher, proporcionando apoio emocional do 40 qual ela realmente precisa, estimulando-a a produzir forças para que o parto ocorra de forma mais calma e tranquila, reconduzindo ao mais natural possível e propiciando segurança e conforto (ARTIGO 2). O suporte do acompanhante no processo da parturição poderá proporcionar à mulher sentimentos positivos como a sensação de amparo, a coragem, a tranquilidade e o conforto, com consequente redução do medo e da ansiedade (ARTIGO 2). A principal vantagem na utilização de recursos não-farmacológicos é o reforço da autonomia da parturiente, proporcionando sua participação ativa e de seu acompanhante durante o parto e nascimento, estando associados a poucas contraindicações ou aos efeitos colaterais (DUARTE, et al., 2011). No entanto a assistência obstétrica humanizada exige do profissional de saúde conhecimento, prática e atitudes que favoreçam o acolhimento à mulher e seu companheiro no serviço de saúde, desde o planejamento familiar, pré-natal, trabalho de parto e parto. Portanto a equipe de saúde, como um todo, deve proporcionar o bem-estar tanto da mulher quanto do bebê, evitando intervenções desnecessárias e permitindo sua privacidade, participação e autonomia em todas as etapas do trabalho de parto e parto (FERNANDES, et al., 2018). No entanto, como a presença do acompanhante mostrou-se um componente importante para a manutenção de uma atmosfera familiar, natural e segura para o desenvolvimento do parto e nascimento, por esse motivo as enfermeiras, ao viabilizarem o exercício deste direito da parturiente, favorecem o sentimento de segurança que é significativo para o sucesso do parto (ARTIGO 6). E um dos métodos que podemos orientar quanto enfermeiras obstétricas que estão valorizando os seguintes aspectos da parturição: alívio da dor, progressão fetal, vínculo com a mulher, confiabilidade e segurança. Desta maneira elas seguem, apesar de muitas condições adversas, incentivando o parto humanizado e colocando em prática, o possível dos princípios e diretrizes da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde (ARTIGO 6). 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo foi sintetizar a contribuição de estudos científicos sobre as práticas humanizadas no parto, o qual pôde ser alcançado apesar do quantitativo de artigos incluídos na amostra. As publicações desta revisão integrativa estão direcionadas a duas grandes temáticas: métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto e a presença de acompanhante no pré-parto, parto e pós-parto. Alimentação do estudo recai sobre o quantitativo de trabalhos indexados na rede de base de dados nacional. Acredita-se que os descritores não estejam condizentes com as publicações, causando redução do total de manuscritos que porventura estiveram nas bases, mas não foram captados pela rede. Com o emprego da humanização no parto, bem como com a utilização de práticas baseadas nas evidências científicas, a parturiente consegue obter maior confiança no processo, reduzindo seus medos e anseios, além de suas dores e sensações físicas, por estar ao lado de pessoas de confiança. Nesse contexto, oferecer uma assistência à parturiente que propõe o emprego da melhor tecnologia em saúde, através da realização de práticas baseadas em evidências científicas, torna o processo de parir mais humanizado. Espera-se que este estudo contribua para despertar o interesse de pesquisadores para estudar este fenômeno e humanizar cada vez mais o período do parto 42 REFERÊNCIAS AMORIM, M. M. R.; SOUZA, A. S. R.; PORTO, A. M. F. et al. Indicações de cesariana baseadas em evidências: parte I. Revista FEMINA, São Paulo, v. 38, n. 8, p. 415-422, 2010. Acesso em:09 set. 2019. ARAÚJO, C. S. A. et al. Método não farmacológicos no parto domiciliar. Rev enferm v.12, n.4, p.1091-6, abr., 2018. Disponível em file:///C:/Users/barla/Downloads/230120- 110504-1-PB%20(13).pdf Acesso em: 04 out. 2019. ALVARENGA, B. M.; et al. uso da bola suíça no trabalho de parto. Acta Paul Enfermagem v. 24, n.5, p.656-662, 2011. Disponível em: file:///C:/Users/barla/Downloads/Uso da bola suíça no trabalho de parto.pdf Acesso em: 26 set. 2019. ALMEIDA, F. A. separação da mulher e seu acompanhante no nascimento por cesárea: Uma violação de direito. Cogitare enferm. v. 23, n. 2, p. 53-108, 2018. Disponível em file:///C:/Users/barla/Downloads/document%20(3).pdf Acesso em:01 out. 2019. ANDRAUS, S. M. L et al. Participação do acompanhante na humanização do parto e sua relação com a equipe de saúde. Rev. Eletr. Enf. v. 12, n. 2, p. 386-391, 2010. Acesso em:30 abr. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. 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