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Assistência e Patologias Cardiológicas Disciplina de Cardiologia FACULDADE SANTA MARCELINA MAYARA SUZANO DOS SANTOS TURMA XIV A 7º Semestre – 2022.1 CARDIOLOGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 7º Semestre – 2022.1 2 MIOCARDIOPATIAS EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FATORES DE RISCO FISIOPATOLOGIA Miocardiopatia hipertrófica: ocorre em todos os grupos raciais com prevalência de 0,2- 0,5% ▪ Dça que impede a prática de exercícios físicos de alta intensidade Miocardiopatia dilatada: 20-50% é dça genética ▪ É a miocardiopatia + comum nas crianças ▪ H = M ▪ Nos EUA, o consumo excessível de álcool contribui para + de 10% dos casos de IC ▪ Periparto → ocorre em 3-15 mil partos Genética: imunomediadas (miocardiopatia dilatada e CVDA), miocardiopatia hipertrófica e restritiva (< 1%) ▪ Hipertrófica → genética (autossômica dominante) ▪ Dilatada → mutação do gene de proteínas do citoesqueleto e sarcômero; herança ligada ao X; dça neuromuscular ▪ Restritiva → mutação da troponina I, miosina β e desmina ▪ VE não compactado → autossômica recessiva Adquirida: ▪ Dilatada → miocardite, QT, RT, cocaína, desnutrição, periparto, miocardiopatia alcoólica, beribéri, endócrinopatias, dça inflamatória e autoimune ▪ Miocardiopatia restritiva → infiltrativa (amiloidose, sarcoidose), de armazenamento (hemocromatose), metabólicas e endomiocárdica (fibrose, endocardite de Loffler) Mortalidade por miocardiopatia hipertrófica: ▪ AF, principalmente se história de óbito ▪ Síncope inexplicada ▪ TV em holter ▪ Espessura parietal > ▪ Resposta anormal da pressão no teste ergométrico ▪ Fibrose > 15% Miocardiopatia dilatada: ▪ Alcoólica → 6 doses/dia (≌ 90 g/dia por 5 anos) ▪ Periparto → idade materna avançada, gemelaridade, desnutrição, tocolíticos, toxemia ou HAS Miocardiopatia hipertrófica: mutação no gene da proteína contrátil sarcomérica (50-60%) → malformação da célula miocárdica (hipertrofia e desarranjo dos miócitos, fibrose intersticial) ▪ Crescimento mais intenso do septo interventricular → estreitamento do óstio da aorta + dano da função distólica → obstrução ao fluxo sanguíneo de saída do VE em repouso → isquemia (demanda > oferta) ▪ ↓ VDF = sintomas de IC + ↓ tolerância a atividade física ▪ A hipertrofia de VE coexiste em 44% ▪ ↓ desenvolvimento dos mm papilares → tração anterior da valva (sucção do folheto anterior = Efeito Venturi) → insuficiência mitral ▪ Paredes espessas → displasia de artérias intramurais Miocardiopatia dilatada: alteração cardiomiócito (dilatação) → perda da capacidade contrátil dos miócitos (↓ complacência) → ↓ função sistólica ▪ Alcoólica: acetaldeído (metabólito do álcool) → cardiotoxina → depressão miocárdica inicialmente reversível → consumo de álcool sustentado → vacuolização dos miócitos → fibrose miocárdica ▪ Beribéri: deficiência de tiamina (B1) → vasodilatação → ↑ DC seguido por ↓ DC ▪ Periparto: ↑ estresse oxidativo → ativação da catepsina D (enzima lisossômica ubíqua, que cliva prolactina) → ↑ de fator pró- apoptótico → inflamação endotelial → ↓ metabolismo do cardiomiócito Miocardiopatia restritiva: ▪ Padrão histológico → dilatação biatrial e pequenas cavidades ventriculares; trombo de apêndice atrial e fibrose endocárdica podem ocorrer ▪ Endomiocardiofibrose → fibrose do endocárdio e miocárdio → prejuízos do enchimento ventricular Miocardiopatia não compactada: áreas de miocárdio não compactadas prejudicam o desempenho sistólico, com ↑ risco de arritmias e formação de êmbolos CARDIOLOGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 7º Semestre – 2022.1 3 QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Miocardiopatia hipertrófica: na maioria, assintomático ▪ Palpitação ▪ Dispneia (90%) ▪ Dor precordial anginosa (20-30%) → pode ocorrer ao repouso, esforço, à noite ou após refeição (típico) ▪ Síncope (20%) ▪ Dispneia paroxística notura (tardio) ▪ Morte súbita Miocardiopatia dilatada: ▪ ↓ tolerância ao exercício ▪ Sintomas de IC ▪ Taquiarritmias ventriculares ▪ Avançado → hipotensão, ortopneia, DPN, edema periférico e ascite Periparto: sintomas tem início entre o último mês de gestação e 6 meses pós parto ▪ Ortopneia ▪ Dispneia aos mínimos esforços Miocardiopatia restritiva: ▪ Sinais de IC e arritmia ▪ Infecções respiratórias recorrentes ▪ Dor torácica e palpitações ▪ Síncope (10% das crianças) ▪ Edema periférico, hepatomegalia e ascite (comum) Miocardiopatias: dças do miocárdio em que este é estrutural ou funcionalmente anormal na ausência de outras alterações (DAC, HAS, dça valvar ou congênita) que possam causá-las ▪ Classificação → dilatada, hipertrófica, restritiva e ventricular direita arritmogênica (CVDA) Miocardiopatia hipertrófica: hipertrofia ventricular esquerda não explicável na ausência de condições de carga anormal ▪ Clínico → história familiar, avaliação CV normal ▪ Exame físico → desvio de ictus; sopro sistólico em foco aórtico; sopro holosistólico em foco mitral +/4+ ▪ ECG → SVE, desvio de eixo para E, FA, TV ▪ RX tórax → ↑ discreto da área cardíaca ▪ Ecocardiograma → HVE concêntrica, hipertrofia assimétrica, medida da obtrução de ejeção, ↑ AE, disfunção diastólica ▪ RNM → fibrose miocárdica Miocardiopatia dilatada: dilatação miocárdica e função sistólica alterada de um ou ambos os ventrículos, na ausência de DAC, anormalidades valvulares ou dça pericárdica ▪ Exame físico → pode ocorrer B3 e B4, sopro pansistólico ▪ Laboratoriais → hemograma, bioquímico, função renal, hepática e tireoideana, glicemia, albumina, perfil do ferro ▪ Biomarcadores cardíacos (investigação etiológica) → ↑ CK (distrofias musculares), ↑ troponinas, ↑ pró-BNP (prognóstico) ▪ ECG → pode ser normal; taquicardia sinusal, SVE, BAV, arritmias supraventricular ou ventricular ▪ RX tórax → aumento da área cardíaca às custas de câmaras esquerdas ▪ Ecocardiograma → ↑ dimensão diastólica final, fração de encurtamente < 25%, regurgitação mitral e/ou tricúspide, anormalidade funcinal de VE ▪ RNM → fibrose miocárdica ▪ Gasometria arterial + teste de esforço → avalia limitação funcional e progressão ▪ Etiologias específicas - Beribéri: indivíduos desnutridos ou alcoólicos, sintomas congestivos, ↓ PAD, cardiomegalia e sopro de ejeção - Periparto: miocardite linfocítica (imune?) que cursa com sintomas no final da gestação ou puerpério na ausência de dça cardíaca preexistente Miocardiopatia restritiva: dça caracterizada por prejuízo do enchimento e VDF a despeito da função sistólica e espessura das paredes serem normais ▪ Exame físico → ↑ pressão venosa jugular, sinal Kussmaul, B2 hiperfonética, pode ocorrer B3 e B4 (ritmo de galope) ▪ ECG → P-mitral, BAV, SVE ▪ RX tórax → ↑ dos átrios em relação aos ventriculos que tem tamanho normal ▪ Achados específicos → proteína amiloide (amiloidose), granuloma não caseoso (sarcoidose), anormalidades do estudo do ferro (hemocromatose), ↓ α-galactosidase A (Fabry) Miocardio não compactado: dça caracterizada pela ausência de compactação das trabéculas miocárdicas de VE Miocardiopatia hipertrófica: tratar sintoma e prevenir morte súbita ▪ Aconselhamento familiar ▪ β-bloqueador → ↓ FC e melhorar enchimento ▪ Cardiodesfibrilador implantável → pct de alto risco Miocardiopatia dilatada: ▪ Triagem familiar ▪ Restrição Na e água ▪ Abstenção de álcool e outras drogas ▪ Atividade física com esforço submáximo ▪ Trata IC → inotrópicos, MCP, transplante cardíaco ▪ FA ou evidência de trombo → ACO ▪ CDI é preferível em relação à medicação Miocardiopatia alcoólica: ▪ Cessar etilismo → normaliza FE mesmo em pct com sintomas graves ▪ Reposição de tiamina Beribéri: reposição de Tiamina Miocardiopatia periparto: ▪ Tratar IC ▪ Diuréticos → ↓ sobrecarga de volume ▪ Melhora da FE em 6 meses (50%) Miocardiopatia restritiva:tratar IC e dça de base, evitar fenômenos tromboembólicos ▪ Endomiocárdiofibrose → cirurgia de recuperação valvar e da geometria ventricular e Miocardio não compactado: ▪ Tratar IC ▪ ACO, se FER ▪ Transplante nos casos refratários CARDIOLOGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 7º Semestre – 2022.1 4 MIOCARDIOPATIAS DETALHES IMPORTANTES: HIPERTRÓFICA DILATADA RESTRITIVA CVDA Causas Genética Miocardite Metabólica/endócrina Genética Dça infiltrativa/armazenamento Endomiocárdica Genética Genética FE ↑ ↓ 25-50% Nl até o estágio final VDF ↓ ↑ Nl Nl até o estágio final Parede VE ↑ Nl Nl ou ↑ Nl Tamanho atrial ↑ ↑ ↑ ou ↑↑↑ ↑ AD Dça valvar Regurgitação mitral Mitral Regurgitação mitral e tricúspide Regurgitação tricúspide Sintomas comuns Dispneia Dor torácica Síncope Final: ortopneia, DPN Dispneia Fadiga Final: ortopneia, DPN Dispneia Final: ortopneia, DPN, IC direita Palpitações Síncope Final: IC direia Arritmia FA TV Taquiarritmias ventriculares BRD FA Bloqueio Ectopia TV ATENÇÃO! A hipertrofia em um atleta altamente treinado é frequentemente menos de 1,6 cm em homens e 1,4 cm em mulheres, e usualmente ocorre em associação com o AUMENTO da dimensão diastólica final do ventrículo esquerdo e do volume sistólico. Um traçado de ECG mostrando ondas Q ou alterações da repolarização inferolateral, em um atleta, favorece o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica. CARDIOLOGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 7º Semestre – 2022.1 5 REFERÊNCIAS: GOLDMAN, Lee. Goldman-Cecil Medicina. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018.
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