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Liana Ribeiro Principai� cardiopatia� e� cãe� � gat� Caso clínico Zuca, fêmea, felina, 3,6 kg 6 anos de idade QP: discreta hiporexia e hipodipsia; Paralisia aguda de membro pélvico esquerdo há 48 horas; Temperatura: 38,2 Auscultação pulmonar: sem alteração; Ausculta cardíaca: sopro sistólico em válvula mitral grau I e II e pulso fraco - regurgitação de sangue; Musculatura em membro pélvico: firme e levemente dolorida e fria; Coxins: levemente cianóticos; Exame neurológico: ausência de propriocepção; Solicitação de exames, hemograma, bioq, US (localização do trombo) RX, eletro e eco; ❏ Leucocitose com linfopenia; ❏ Aumento de CK; ❏ Na US: fluxo sanguíneo normal na artéria ilíaca interna direita e fluxo sanguíneo diminuído na artéria ilíaca interna esquerda; ❏ Sem alteração cardiopulmonar; ❏ Ritmo sinusal no eletro (normal); ❏ Espessamento da parede miocárdica ventricular, compatível com cardiomiopatia hipertrófica com discreto aumento de átrio esquerdo; Internada por 4 dias: tramadol 2mg/kg/BID/VO; Atenolol: 0,25mg/kg/BID/VO - melhora na P.A e DC; Clopidogrel: 18,75 mg/animal/SID/VO - anti agregador plaquetário; Fluidoterapia; Compressa quente no membro = melhora a circulação; Principal afecção em gatos: cardiomiopatia hipertrófica que levou ao tromboembolismo arterial secundário; Tromboembolismo arterial: ❏ Formação de um coágulo no interior do coração ou de vasos sanguíneos; ❏ Emboliza em uma artéria quando transportado na corrente sanguínea; ❏ Causa obstrução do fluxo sanguíneo parcial ou completa; ❏ Lesão endotelial → agregação plaquetária, e quando o vaso regurgita, acaba a agregação, levando a “destruição” por enzimas. Porém, quando se forma um trombo maior é devido a lesões frequentes naquele local; ❏ Trombo por excesso de LDL: danos em vasos com a atração de plaquetas e macrófagos na tentativa de retirar o colesterol - menos comum em animais por terem mais HDL para combater o LDL; ❏ Em casos de estresse, há um aumento do fluxo sanguíneo → hipertensão → desprendimento do trombo para a circulação sistêmica; ❏ Local mais comum de embolização em gatos? ARTÉRIA AORTA DISTAL → trifurcação aórtica → irrigam os membros pélvicos → podem parar na artéria mesentérica, renal, cranial e membros torácicos (10%) → sinais clínicos de injúria renal; ❏ Cérebro: AVC; ❏ Mesentérica: diarréia; Liana Ribeiro Outros locais: ❏ A. braquial → monoparesia de MT; ❏ A. renal → nefropatia isquêmica com azotemia grave; ❏ A. mesentérica → acidente vascular cerebral; ❏ A. cerebral → infarto do miocárdio; ❏ A. cardíaca → infarto do miocárdio; Sinais clínicos: ❏ Paralisia aguda de membros pélvicos uni ou bilateral; ❏ Extremidades pélvicas frias (hipotermia de coxins) e cianóticos ou pálidas; ❏ Artéria femoral: pulsação fraca ou ausente (pulso femoral fraco); ❏ Musculatura do membro pélvico afetada: firme e dolorida; ❏ Vocalização e anorexia por dor; Tratamento: ❏ Analgesia com opióides dependendo da dor do animal; ❏ Morfina; ❏ Butorfanol; ❏ Adesivo de fentanil; ❏ Terapia anti agregação plaquetária: ❏ Ácido acetilsalicílico: a cada 3 dias em gatos (menor metabolização); ❏ Clopidogrel: via oral a cada 24 horas; ❏ Terapia anticoagulante: ❏ Utilizada na internação na tentativa de reverter; ❏ Heparina; ❏ Dalteparina e enoxaparina: baixo peso molecular; ❏ Terapia tromboembolítica: dissolver o trombo - uso hospitalar; ❏ Estreptoquinase; ❏ Uroquinase; ❏ Plasminogênio tecidual recombinante; 1. Cardiomiopatia hipertrófica: ❏ Cardiomiopatia concêntrica de massa muscular; ❏ Diminuição da câmara cardíaca com aumento atrial pela quantidade de sangue, não passando para o ventrículo; ❏ Doença mais comum em gatos; Cursa com: ❏ Hipertrofia de VE; ❏ Diminuição do lúmen do VE; ❏ Diminuição da distensibilidade do VE; ❏ Disfunção ventricular e diastólica; ❏ Dilatação de AE; Etiologia Primária: ❏ Genética autossômica dominante e congênita; ❏ Mutações nos genes que codificam as proteínas da miosina → miócitos desestruturados → hipertrofia cardíaca; ❏ Mutação nos canais de Ca+ propiciando o transporte anormal de Ca para o miocárdio → trabalho cardíaco → hipertrofia cardíaca; ❏ Média de idade: 6,5; ❏ Sexo: machos mais predispostos 4:1; ❏ Raças: maine coon e ragdoll - genética; Liana Ribeiro Manifestações: ❏ Assintomático morte súbita; ❏ Assintomático até estresse (p.ex. cirurgia) desenvolve ICC; ❏ Assintomático com arritmia, taquicardia e pulso femoral hipercinético durante o exame físico de rotina; ❏ Aparecimento de sinais de ICCE + sopro: letargia, anorexia, pulso fraco, palidez ou cianose de mucosa e língua; ❏ Dispnéia inspiratória (efusão pleural); ❏ Dispnéia inspiratória/expiratória e taquipnéia (edema pulmonar); ❏ Aparecimento de paresia súbita pélvicos (tromboembolismo arterial) + extremidades pélvicas frías + arritmia + taquicardia; Secundária: ❏ Miocardite por hipertireoidismo (segunda endocrinopatia mais comum em gatos) → aumento da [ ] de T4 → estimulação simpática do SNA → aumento do trabalho cardíaco → hipertrofia cardíaca; Diagnóstico: ❏ Anamnese; ❏ Exame físico; ❏ Exames complementares; Radiografia torácica: ❏ Sinais de hipertrofia cardíaca com dilatação de átrio E ❏ Coração de São Valentino; ❏ Elevação da traqueia; ❏ Congestão venosa pulmonar; ❏ Edema pulmonar / efusão pleural Ecocardiograma: ❏ VE: Hipertrofia simétrica ou assimétrica de septo interventricular, parede ventricular e músculos papilares ❏ Diminuição do lúmen, obstrução do fluxo de saída, hipercinese ❏ Dilatação de AE algumas vezes com trombos ❏ Regurgitação da mitral; Tratamento: Bloqueadores de canais de Ca+ ❏ Diltiazem 1,75 a 2,4 mg/kg VO 3x/d; ❏ Relaxamento miocárdico; ❏ Aumenta enchimento diastólico ventricular; ❏ Diminui FC e congestão pulmonar; ❏ Podem causar regressão da hipertrofia; Bloqueadores beta adrenérgico ❏ Propranolol 2,5 a 5 mg/kg VO 2 ou 3x/d; ❏ Aumenta relaxamento miocárdico e enchimento diastólico ventricular; ❏ Diminui FC; ❏ NÃO USAR EM GATOS COM EDEMA PULMONAR OU TROMBOEMBOLISMO; Liana Ribeiro ❏ Contra-indicação: drogas inotrópicas positivas (pimobendan, digoxina) pois aumentam a contratilidade do miocárdio; ❏ Terapia tromboembolítica: clopidogrel: evitar formação de trombos; Prognóstico: ❏ Gatos assintomáticos: podem viver vários anos depois do diagnóstico; ❏ Avaliação das [ ] de T4; ❏ GATOS SINTOMÁTICOS SEM TROMBOEMBOLISMO: 70% dos gatos morrem 1 ano após o diagnóstico ❏ GATOS com TROMBOEMBOLISMO: reservado a desfavorável, dependendo do tempo de diagnóstico/tratamento, do local e do tamanho do trombo; ❏ ± 70% dos gatos com acometimento de apenas um membro sobrevivem; ❏ ± 70% dos gatos com acometimento dos dois membros não sobrevivem; 2. Doença valvar degenerativa: ❏ Mecanismo valvular: ❏ Cada ventrículo possui 1 válvula de entrada e 1 válvula de saída, ambas unidirecionais; Lesões valvares: ❏ Insuficiência: não ocorre completo fechamento da válvula - regurgitação; ❏ Estenose: diâmetro menor do que o normal - dificultando passagem do sangue; ❏ Sinônimos: endocardiose valvar, fibrose valvar, degeneração valvar mixomatosa, valvulopatia degenerativa crônica, degeneração valvar mucóide; ❏ Lesão valvar crônica, degenerativa e estéril, causada por uma deformação progressiva de que causa uma insuficiente coaptação dos folhetos valvulares, com consequente regurgitação sanguínea; Apresentação: ❏ Cães (70 a 80% das cardiopatias adquiridas dos cães); ❏ Meia idade; ❏ Principal causa de ICC em cães idosos; ❏ Lesões mais comuns: ❏ Somente mitral (62%) - doença valvar mitral DVM; ❏ Mitral e tricúspide (33%); ❏ Somente tricúspide (1%) ❏ Aórtica e pulmonar (raro); ❏ Machos; ❏ Raças pequenas (95%); ❏ 75% em cães com mais de 12 anos; ❏ Cavalier king charles spaniel: maior incidência com idade inferior a 6 anos de idade; ❏ Etiologia desconhecida, porém pode ter influência genética; ❏ O regurgitamento pode levar a diminuição do DC aumentando o trabalho do VE → disfunção sistólica → diminuição de DC → ICC; Liana Ribeiro ❏ Complicações: ruptura de cordoalhas tendíneas,fibrose dos músculos papilares, dilatação ou ruptura do AE, congestão e edema pulmonar e efusão pericárdica; ❏ Manifestações: assintomáticos com SOPRO!!! sistólico (regurgitação mitral); ❏ SINAIS DE ICCE (tosse, edema pulmonar, intolerância ao exercício) com SOPRO; ❏ SINAIS DE ICCE (tosse, edema pulmonar, intolerância ao exercício) com SOPRO e ARRITMIAS; Diagnóstico: ❏ ECOCARDIOGRAMA: ❏ Dilatação de AE e VE; ❏ Dinâmica sistólica e diastólica; ❏ Espessamento e regurgitação valvar; ❏ Ruptura de cordoalha tendinosa; ❏ RX: ❏ Avalia pulmão, tamanho e forma do coração; ❏ Aumento de AE e VE; ❏ Congestão vascular e edema pulmonar; ❏ Compressão do brônquio principal esquerdo; ❏ Eletrocardiograma: identificar arritmias e pode indicar aumento de VE; Tratamento: ❏ Inibidores da ECA: diminuem progressão da doença porque melhoram o DC; ❏ Benazepril, enalapril, captopril, lisinopril; ❏ Pimobendan: a sensibilidade da célula mm cardíaca ao cálcio ( a contratilidade do miocárdio produzindo um efeito inotrópico (melhora a contração);
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