e s t u d o d e c a s o - m u s e u d a l ín g u a p o r t u g u e s a MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Foto 1 - edifício abrigo do Museu da língua Portuguesa - Fonte: Daniel Guimarães Construção da parte do Museu: 2000 Local: São Paulo Área construída para o museu: 7240m² Arquiteto: Pedro Mendes da Rocha. O Museu da língua portuguesa tem sua data de construção 1901 com as influências da arquitetura inglesa, e durante os anos sofreu diversas intervenções. A mais importante delas em 1946 após o incêndio que destruiu boa parte do edifício. Nessa restauração foi feito o acréscimo de um andar em concreto armado que alterou a sua volumetria. O tombamento do Museu aconteceu em esfera federal (IPHAN), estadual (CONDEPHAAT) e municipal (CONPRESP). Segundo a lei 1937. Somente em março de 2006 passou a abrigar o Museu da Língua Portuguesa, e foi conservado as funções do transporte sobre trilho.(LUCAS,2015) O volume se divide em diversas funções junto com eles o Museu da Língua Portuguesa. o subsolo onde antes era usado como escritórios administrativos é que se instalou o Museu da Língua Portuguesa. Dessa forma foi proposto um novo uso mantendo a edificação viva. (LUCAS,2015) Segundo o autor do projeto, Pedro, ponto mais desafiador do projeto de transformação da torre de escritórios em museu, foi a questão da circulação, antes aplicada para tais funções eram pequenas e setorizadas, tendo de ser adaptada. Os frequentadores começam sua visitação pelo terceiro andar, assim sendo necessária a adaptação da circulação mencionada acima. no segundo andar uma galeria, aparecido como um túnel dedicado a projeção de imagens, o local apresenta vários ambientes interativos como "Galeria de influências" e o "Beco das palavras". No primeiro andar as salas de exposição temporária e a administração. No térreo, o saguão, lojas, livraria e café. Nas laterais, onde é a entrada do museu. foi aplicado uma cobertura metálica com vidro, essa se destacando completamente do restante do edifício pelo seu estilo, trazendo a reconhecibilidade para essa intervenção.(SOARES,2015) Foto 2 - Intervensão, cobertura metálica com vidro do Museu da língua Portuguesa - Fonte: Sisem SP Foto 3 - Localização (em rosa) das coberturas metálicas demonstradas na Foto 2 do Museu da língua Portuguesa - Fonte: Google Maps, 2022 Para o restauro foram feitas consultorias convocadas pelo Iphan, com Glauco Campelo e Carlos Lemos, em cotação Lemos diz: "Grande parte dos técnicos é visceralmente contrária a intervenção em bens tombados, e o projeto interferia muito na edificação original. Mas o importante é que não se prejudiquem os espaços essenciais, que efetivamente caracterizam o edifício, como a gare e a torre do relógio por exemplo. Fomos favoráveis à mudança porque o tombamento não pode significar mumificação." (LEMOS,2004) Pedro Mendes da Rocha completa: "Não se pode tocar o prédio só um pouquinho, sob pena de não se fazer uma boa intervenção. Nossa preocupação foi sempre a de constituir, além do passado, o patrimônio do amanhã." Foto 4 - Setorização da intervensão Museu da Língua Portuguesa - Fonte: Soares,2015 AUDITÓRIO* PRAÇA DAS LÍNGUAS* GALERIAS* BECO DAS PALAVRAS* EXPOSIÇÃO* SERVIÇOS* LOJAS* LIVRARIAS* CAFÉ* ELEVADORES* COBERTURAS* e s t u d o d e c a s o - m u s e u d a l ín g u a p o r t u g u e s a Nessa restauração vemos muito dos conceitos de restauração trazidos por Viollet-le-duc, que diz que a restauração não é manter, reparar ou refazer, é o reestabelecer de modo completo que pode não ter existido nunca um dado momento, o que se opunha a Ruskin que pregava o absoluto respeito a matéria original. Para Viollet-le-Duc a reutilização é a sobrevivência do edifício, dessa forma poderia restaurar de fato, conservando não apenas a matéria, mas o espírito da edificação. Para ele o profissional não necessariamente deve seguir uma conduta rígida e absoluta diante de dificuldades do processo de restauração. Escolhas podem ser riscos a obra, porém os edifícios precisam ter uma destinação e o melhor meio de conservação é dar-lhe uma função que o trará vida. Do ponto de vista da restauração o espaço parece ser harmonioso, quando se entende que o projeto deve não somente propor a menor intervenção possível como integrar um novo espaço completamente diferente das suas funções originarias e fazer com que a sociedade abrace como um patrimônio. (LUCAS,2015) 2015 Em 2015 mais um incêndio de grandes proporções atingiu o local, uma tragédia que apresentou grandes perdas arquitetônicas porém não de acervo, que segundo museu estavam digitalizados sendo possível a recuperação plena. (G1,2015) Foto 6 - Incêndio de 2015 no Museu da Língua Portuguesa - Fonte: Domingos, 2015 Para sua restauração foram necessários 5 anos. As obras foram divididas em 3 fases: Fachadas e Esquadrias, cobertura destruída pelo incêndio e reconstrução dos espaços internos. Nesse período foi aproveitado também para fazer algumas alterações na ala oeste, onde como em 1946, o fogo não atingiu. O projeto traz melhorias na infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios como a instalação de chuveiros automáticos, além disso o museu buscou a certificação ambiental LEED na categoria Silver, entre as medidas estão as estratégias para economia energética, gestão de resíduos durante as obras e a utilização de madeira em todo o museu atendeu de forma mais ampla a acessibilidade universal. Todas as etapas da reconstrução foram acompanhadas pelos 3 órgãos do patrimônio histórico IPHAN, Condephaat e Conpresp.(MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA,s.d) Em 2018 a nova cobertura do museu foi concluída com quase 90 toneladas de madeira certificada da Amazônia e estrutura de zinco. Segundo o gerente de obras de restauração a ideia é manter a característico mais original possível quer seja na cor quer seja em seus elementos, o que causa uma preocupação quando falamos em cometer o falso histórico. As paredes perimetrais não sofreram tanto dado referente a estrutura, então para evitar futuros danos foi feito um esquema de escoragem e impermeabilização da estrutura. A maior preocupação nessa restauração foi o incêndio, além dos chuveiros automáticos mencionados, trouxeram vidros que não estouram com o calor, as treliças serão de metal e não mais de madeira como a original e o cabeamento não inflamável (ALVES,2018) Nas primeiras 48h após o incêndio, são realizadas as ações emergenciais para garantir segurança e preparar o edifício para o restauro. Em março de 2016 começou o processo de impermeabilização das lajes expostas e sistema de drenagem para protegê-lo contra água da chuva. Em dezembro de 2016 inicio da restauração de fachada esquadrias que finaliza 1 ano depois em julho 2018 reconstrução da cobertura, com conclusões da obra em dezembro de 2019. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA,s.d) Foto 8 - Trabalhadores em restauração dos ornamentos da fachado do Museu da Língua Portuguesa - Fonte: Domingos, 2017 Foto 7 -Nova cobertura do Museu da Língua Portuguesa - Fonte: Governo do Estado de São Paulo,2021 Foto 5 - Fachada do Museu da Língua Portuguesa durante reforma de restauro - Fonte: Google maps,2019 Nessa restauração vemos muito dos conceitos e partido do projeto de restauração iniciado logo após o incêndio em 2015, prevaleceu o projeto de Paulo e Pedro Mendes da Rocha. (SPINAZZOLA,2015) Já no térreo é possível ver um novo ganho do museu agora escondendo as plataformas de trem para quem está no saguão. (BARATTO,2017) Um ponto que foi levantado é a nova continuidade de circulação, antes quebrada por alguns degraus, hoje segue um continuidade permitindo a penetrabilidade do visitante e os levando para dentro da edificação como um todo. (BARATTO,2017) Foto 9 - Saguão central do Museu da Língua Portuguesa durante a restauração - Fonte: Mello,2019 Foto 10 - Praça da língua do Museu de