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DIREITO DAS EMPRESAS APLICADOS PROVA N2 1) Com relação aos pressupostos exigidos por lei (art. 50 do Código Civil e arts. 133 e seguintes do Código de Processo Civil) para incidência da desconsideração da personalidade jurídica, quais sejam: abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, que pode ser praticado por sócio de uma sociedade empresária. Assim, é correto afirmar que: . O efeito imediato da desconsideração da personalidade jurídica consiste em alcançar bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica mesmo que não reste comprovado que tenham sido beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso patrimonial. . O Ministério Público não tem ingerência em questões nas quais possam se verificar a desconsideração da personalidade jurídica. . A desconsideração da personalidade jurídica pode se dar a requerimento da parte interessada (credor) ou do Ministério Público, sempre que lhe couber intervir no processo. . Não caberá recurso por parte dos sócios e administradores que eventualmente tenham seus bens pessoais alcançados por decisão judicial que tenha determinado a desconsideração da personalidade jurídica em desfavor deles. . A desconsideração da personalidade jurídica só poderá ser determinada pelo juiz, a requerimento da parte interessada. 2) considerando que a noção de pessoa física trata do indivíduo em concreto e a pessoa jurídica representa um sujeito abstrato, tem-se na diferença entre pessoa física e pessoa jurídica que a primeira se refere a qualquer pessoa como indivíduo e a última uma entidade formada, em regra, por um grupo de pessoas, como uma sociedade, partidos políticos, associações, fundações, instituições religiosas e EIRELI. Assim, é correto afirmar que: . Os instituidores da pessoa jurídica respondem integralmente pelos atos praticados pelas pessoas jurídicas. . As pessoas jurídicas não se dissociam daquelas que a instituíram, estando sempre vinculadas a elas de forma dependente e submissa. . As ações praticadas pela pessoa jurídica e em nome dela devem ser pautadas pela lei e pelos termos do ato constitutivo desta . Em hipótese alguma, os instituidores da pessoa jurídica responderão pelos atos praticados pela pessoa jurídica e em nome dela. . A pessoa jurídica enquanto criação jurídica visa proteger seus instituidores pelos atos que praticarem em nome da pessoa jurídica em detrimento de terceiros de boa-fé. 3) Analise o julgado que segue: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 1.042 DO NCPC) - EXECUÇÃO - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PROVIMENTO AO RECLAMO PARA AFASTAR A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA. INSURG& Ecirc;NCIA DO EXEQUENTE. 1. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica, medida excepcional prevista no art. 50 do Código Civil de 2002, pressupõe a ocorrência de abusos da sociedade, advindos do desvio de nulidade ou da demonstração de confusão patrimonial. 2. A mera inexistência de bens penhoráveis ou eventual encerramento irregular das atividades da empresa não ensejam a desconsideração da personalidade jurídica. 3. Manutenção da decisão monocrática que, ante a ausência dos requisitos previstos no art. 50 do CC/2002, afastou a desconsideração da personalidade jurídica. 4. Agravo interno desprovido.” STJ - AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgInt no AREsp 1018483 SP 2016/0303810-1. Relator: Ministro Marcos Buzzi. DJ: 12/12/2017. JusBrasil, 2017. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/549837644/agravo-interno-no-agravo-em-recurso-especial-agint- no-aresp-1018483-sp-2016-0303810-1/inteiro-teor-549837694?ref=juris-tabs. Acesso em: 10 jul. 2019. Nesses termos, é correto afirmar que: . Não cabe desconsideração da personalidade jurídica a representantes de pessoas jurídicas que não desenvolvam atividade empresária. . Sendo o sócio ou administrador condenado a ressarcir os credores da sociedade por prejuízos causados por desvio indevido de bens, terão os sócios direito de regresso sobre a sociedade que compõem. . A menção à necessidade de que se verifiquem a existência de abuso ou confusão patrimonial praticado por algum (ou todos) dos sócios permite compreender que o julgado se reporta à chamada teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica. . Apesar dos termos do julgado posto, não há óbice à incidência da desconsideração da personalidade jurídica de forma extrajudicial. . A desconsideração da personalidade jurídica em hipótese alguma viabiliza acesso aos administradores da pessoa jurídica. 4) A Instrução Normativa nº 38/2017, DREI (BRASIL, 2017), determina a capacidade para ser sócio de uma sociedade limitada, dispondo que não haja impedimento legal, desde que o titular seja: maior de 18 anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), em pleno gozo da capacidade civil; menor emancipado; os relativamente incapazes a certos atos ou à maneira de exercê-los, desde que assistidos; menores de 16 anos (absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil), desde que representados; pessoa jurídica nacional ou estrangeira; o Fundo de Investimento em Participações devidamente representado por seu administrador. Algumas observações devem ser consideradas: a prova da emancipação do menor deverá ser comprovada exclusivamente mediante a apresentação da certidão do registro civil, a qual deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado; a capacidade dos índios é regulada por lei especial (Estatuto do Índio); conforme art. 1.690 do Código Civil compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os sócios menores de 16 anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade. É desnecessário, para fins do registro, esclarecimento quanto ao motivo da falta; a representação do FIP deve se dar por meio da pessoa jurídica que administra o fundo. BRASIL. Manual de Registro - Sociedade Limitada. 2017. In: BRASIL. Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Instrução Normativa DREI nº 38, de 2 de março de 2017. Institui os Manuais de Registro de Empresário Individual, Sociedade Limitada, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada -EIRELI, Cooperativa e Sociedade Anônima. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/SEMPE/DREI/INs_EM_VIGOR/ANEXOS2019/Anexo_II_I N_38-2017_Manual_de_Registro_LTDA_-_alterado_pela_IN_63.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019. Dessa forma, uma sociedade limitada destinada ao desenvolvimento de atividade empresária, na qual os sócios atentem ao determinado quando da celebração do contrato social e não se verifique no documento nenhum vício ou nulidade, pode-se afirmar, corretamente, que a sociedade será considerada regularmente constituída tão logo o contrato social seja: . Registrado na Junta Comercial. . Homologado por juiz competente. . Registrado no Registro Civil de pessoas jurídicas. . Autorizado pelo Poder Executivo. . Aprovado pelo Cartório de Registro de Notas. 5 ) Analise o julgado que segue: “DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. A desconsideração da personalidade jurídica é medida de caráter excepcional que somente pode ser decretada após a análise, no caso concreto, da existência de vícios que configurem abuso de direito, caracterizado por desvio de nulidade ou confusão patrimonial, requisitos que não se presumem em casos de dissolução irregular ou de insolvência. Precedentes. 2. Rever os fundamentos do acórdão recorrido relativos à análise dos requisitos autorizadores importaria necessariamente no reexame de provas, o que é defeso nesta fase recursal ante o óbice da Súmula 7/STJ. 3. Agravo interno não provido.” STJ - AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgInt no AREsp 1275976 MG 2018/0081402-9. Relator: Ministro Luis FelipeSalomão. DJ: 5/6/2018. JusBrasil, 2018. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/590374501/agravo-interno-no-agravo-em-recurso-especial-agint- no-aresp-1275976-mg-2018-0081402-9/inteiro-teor-590374509. Acesso em: 10 jul. 2019. É correto afirmar que: . A aplicação da desconsideração da personalidade jurídica poderá alcançar bens de sócios ou administradores da sociedade empresária que não praticaram abuso de direito, desvio ou confusão patrimonial. . O incidente de desconsideração da personalidade jurídica representa um risco aos sócios que podem ser condenados a ressarcir credores da sociedade empresária a despeito de não terem proporcionado danos a estes. . Os benefícios alcançáveis pela desconsideração da personalidade jurídica só podem ser percebidos por credores da sociedade que sejam consumidores dos bens e/ou serviços por ela prestados, razão pela qual os termos do julgado são nulos. . A desconsideração da personalidade jurídica pode ser aplicada desde que se comprovem a existência de vícios que configurem abuso de direito, desvio ou confusão patrimonial praticado pelos sócios ou administrador da sociedade. . A desconsideração da personalidade jurídica só pode se dar de forma incidental ao processo, nunca poderá ser requerida na petição inicial. 6) Brasil cria quase 200 mil empresas em janeiro de 2017. Número é o maior para o mês desde 2010. Aumento da formalização tem contribuído para desempenho positivo. publicado: 17/05/2017 17h29, última modificação: 23/12/2017 10h26 [...] No primeiro mês do ano foram criadas quase 200 mil empresas, o maior número para janeiro desde 2010. Segundo a Serasa Experian, responsável pela pesquisa, o desempenho é 16,6% maior que o de igual mês de 2016. [...] A Serasa informou, ainda, que as Sociedades Limitadas registraram criação de 12,7 mil unidades; as Empresas Individuais registraram 12,9 mil; e as empresas de outras naturezas somaram 9 mil. Fonte: Portal Brasil, com informações da Serasa Experian. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/05/brasil-cria-quase-200- mil-empresas-em-janeiro-de-2017>. Analise as assertivas que seguem a partir da informação supra e dos estudos realizados em Direito das Empresas Aplicado. I. Afirmar que houve crescimento do quantitativo de empresas corresponde afirmar que cresceu o número de pessoas jurídicas regularmente constituídas. II. O crescente número de sociedades limitadas e EIRELIs permite deduzir que a preocupação com a limitação patrimonial por parte dos empreendedores é real e crescente. III. A opção por sociedade limitada e EIRELI decorre da revogação das normas relativas ao empresário individual. IV. A limitação patrimonial do empreendedor pela criação de sociedades limitadas ou EIRELIs não impede, quando for o caso, que seja determinada a desconsideração da personalidade jurídica visando sanar danos causados por sócios ou titular da EIRELI que utilizou-se da pessoa jurídica de forma ilegal ou irregular. V. O registro de reduzido quantitativo de outros tipos empresariais permite considerar como revogadas as normas a ela pertinentes. Pode-se afirmar serem corretas as assertivas: . I e II . II e V . IV e V . II e IV . I e III 7) Considere, hipoteticamente, que uma sociedade limitada constituída para fins de desenvolvimento de atividade de comercialização de peixes e frutos do mar, tenha nos seus sócios a figura de quatro pescadores experientes neste ofício mas sem conhecimento técnico que lhes permita atender às demandas burocráticas necessárias a regulação e manutenção da regularidade da sociedade empresária enquanto pessoa jurídica. Acreditando na prosperidade do negócio, decidem por contratar um Administrador para sanar as irregularidades burocráticas, viabilizando o crescimento da sociedade no contexto competitivo do mercado onde se estabeleceram. Divergem contudo sobre o nome do Administrador a nomear. Considerando a situação posta e a legislação vigente, assinale a alternativa correta . Pode-se nomear terceiros, estranho ao capital social, como administradores da sociedade limitada, mas este precisará proceder a investimento em quotas e tornar -se sócio. . Não estando o capital social integralizado, todos os sócios devem aprovar a indicação, se estiver integralizado, no mínimo 2/3 do capital social devem aprovar. . A legislação vigente não permite que terceiros, estranhos ao capital social, exerçam a função de administradores da sociedade limitada. . Terceiros, estranhos ao capital social, só podem exercer a administração de sociedades empresárias se estas forem constituídas como sociedades em conta de participação. 8 Considere que, hipoteticamente, um cidadão, empregado numa drogaria, recebe dois salários mínimos por mês, quantia que não lhe permite honrar com seus compromissos financeiros. Refletindo sobre formas de auferir mais dinheiros e equilibrar suas contas, o cidadão se propõe a oferecer serviços de reparos domésticos, anunciando-se como “marido de aluguel” e, como tal, afirma fazer reparos elétricos, hidráulicos, em alvenarias, pinturas, limpeza e passeio com animais. Assim, ele vem se dividindo entre o serviço na drogaria e as demandas do “marido de aluguel”, depois de http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/05/brasil-cria-quase-200-mil-empresas-em-janeiro-de-2017 http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/05/brasil-cria-quase-200-mil-empresas-em-janeiro-de-2017 alguns meses ele já ostenta uma considerável carteira de clientes regulares, por essa razão pensa em se regulamentar, registrando-se como empresário individual, para poder emitir notas fiscais pelo serviço que presta em caráter excepcional. Ante ao exposto, considerando os termos legais e os estudos realizados em Direito das Empresas Aplicado, assinale a alternativa correta. . O cidadão em questão só pode ser registrado como EIRELI. . O registro deverá ser realizado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, considerando o segmento empresarial explorado. . O registro não será possível porque o cidadão em questão não possui endereço que represente a sede de sua empresa. . O registro só seria válido se o cidadão em questão rescindisse seu contrato de trabalho com a drogaria onde atua como colaborador da empresa. . O cidadão em questão não pode ser registrado como empresário individual, posto que, o exercício desta atividade deve se dar de forma profissional e economicamente organizada. 9) Além da desconsideração da personalidade jurídica outras duas teorias incidem sobre as questões societárias: a teoria ultra vires e a teoria da aparência. Esta última é mencionada no enunciado nº 11 da I JDC/CJF/STJ, segundo o qual: “A regra do art.1.015, parágrafo único, do Código Civil deve ser aplicada à luz da teoria da aparência e do primado da boa-fé objetiva, de modo a prestigiar a segurança do tráfego negocial. As sociedades se obrigam perante terceiros de boa-fé”. Enunciado nº 11 da I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal do Superior Tribunal de Justiça. Considerando os termos postos, assinale a alternativa que se reporta corretamente à teoria da aparência. . Os Administradores devem responder perante a sociedade por seus atos, sempre que esta for solicitada a arcar com danos e prejuízos sofridos por terceiros com quem contratar, visando resguardar a aparência austera que se anseia verificar nas instituições. . De acordo com a Teoria da Aparência, a sociedade deve responder perante seus credores, mesmo que tenha publicizado seus atos constitutivos e consequentes alterações contratuais, salvo comprovada má-fé do terceiro. . De acordo com a Teoria da Aparência é essencial que se proteja a sociedade dos atos praticados por seus sócios e administradores, especialmente quando estes puderem prejudicar terceiros de boa-fé e impedir o bom andamento dos negócios sociais. . A Teoriada Aparência autoriza a suspensão dos efeitos do registro do ato constitutivo da pessoa jurídica sempre que seus sócios ou administradores valerem-se da autonomia da pessoa jurídica para auferirem vantagens patrimoniais pessoais. . A despeito do que dispõe a Teoria da Aparência os credores da sociedade, especialmente consumidores prejudicados, devem exigir compensação pelos danos e prejuízos suportados diretamente daqueles que o praticaram. 10) É sabido que ninguém é obrigado a se associar ou permanecer associado, este princípio constitucional é a base da regulamentação da dissolução societária, podendo essa se dar, de forma total ou parcial, mesmo que seja composta por apenas dois sócios. Neste sentido lê-se o Enunciado nº 17 da I JDC/CJF/STJ: “17. Na sociedade limitada com dois sócios, o sócio titular de mais da metade do capital social pode excluir extrajudicialmente o sócio minoritário desde que atendidas as exigências materiais e procedimentais previstas no art. 1.085, caput e parágrafo único, do CC.” Enunciado nº 17 da I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal do Superior Tribunal de Justiça. Considerando o exposto, analise as assertivas que seguem. I. A dissolução parcial da sociedade exige que se realize apuração de haveres e restitua o sócio retirante proporcionalmente ao investimento feito na composição do capital social. II. Não poderá excluir o outro sócio aquele que possuir mais da metade do capital social, mesmo que haja comprovado risco a continuidade da atividade empresaria. III. Dissolvendo-se parcialmente uma sociedade limitada composta por dois sócios, o remanescente terá 180 dias para reconstituir a pluralidade societária. IV. Não recomposta a pluralidade societária da sociedade limitada dissolvida parcialmente deve-se extinguir a atividade econômica empresarial. V. Havendo apenas dois sócios na sociedade limitada, a exclusão de um deles dispensa reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim. A alternativa que indica todas as assertivas corretas é: . I, II e V . III, IV e V . II, III e IV . I, III e V . I, II e III
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