Logo Passei Direto
Buscar

Ebook _ Legislação e Ética Profissional

User badge image
Daniel Silva

em

Ferramentas de estudo

Material
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Todos os direitos reservados © FAMETRO
IME Instituto Metropolitano de Ensino Ltda
Wellington Lins de Albuquerque | Presidente - IME
Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque | Reitora
Cinara da Silva Cardoso | Vice-Reitora
Iyad Amado Hajoj | Diretor de EaD e Expansão
Leonardo Florêncio da Silva | Diretor Editorial e Gestor de EaD
Adilsimar Saraiva Maciel | Coordenação Pedagógica EaD
Luciana Braga | Projeto Gráfico e Direção de Arte
Amenayde Cristine Corrêa | Assistente Editorial
Ana Augusta de Oliveira Simas | Supervisora de Revisão e Revisora
Karoline Alves Leite | Revisora
Liene Costa | Revisora
Imagens | depositphotos.com
 Responsável Técnico: Lorena de Fátima Vidal (CRB: 410/11-AM) 
Biblioteca CEUNI-FAMETRO
FAMETRO
Av. Djalma Batista, Nossa Sra. das Gracas. Manaus, AM
Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro
"Nos termos da Lei n.º 9.610/98, o autor desta obra é titular de todo o complexo de 
direitos autorais sobre a presente criação. Assim, é vedada a cópia, reprodução, 
edição ou distribuição desta obra sem autorização expressa do Autor ou da Editora e, 
ainda é vedado utilizar, citar, publicar esta obra integral ou parcialmente sem deixar 
de indicar ou anunciar o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor sob pena 
da aplicação das medidas previstas nos Art. 101 a 110 da Lei n.º 9.610/98."
 F383l Ferreira, Cleiciane Maia. 
 Legislação e ética profissional / Cleiciane Maia Ferreira. -- Manaus: 
CEUNI-FAMETRO, 2021.
 139p. 
 ISBN: 978-85-64293-09-0
1. Ética 2. Legislação profissional 3. Moral I. CEUNI-FAMETRO. 
II. Título.
 CDU.17.01 
 
Pa
la
vr
a 
da
 R
ei
to
ra
“É a educação que 
faz o futuro 
parecer um lugar 
de esperança e 
transformação”.
“Sejam todos e todas bem-vindos ao EaD 
do Centro Universitário Fametro”
O Centro Universitário Fametro acredita que o 
papel de uma instituição de ensino é formar não apenas 
profissionais, mas também formar profissionais no 
Ensino Superior, com valores éticos, humanísticos e 
com respeito ao meio ambiente capazes de contribuir 
para o desenvolvimento da nossa Amazônia. 
A Fametro, portanto, tem premissas claras a 
cumprir como instituição de ensino de qualidade. 
Praticar o ensino, pesquisa e extensão é a sua principal 
bandeira. 
A Fametro, ao longo das últimas duas décadas, 
vem se consolidando como a melhor instituição de 
ensino do Norte, um espaço democrático e docentes 
com variadas visões de mundo. Somos uma instituição 
de ensino plural que avança a cada ano em busca 
sempre de desenvolver a economia da Amazônia. Nossa 
estrutura é moderna, estamos em diversos municípios 
levando uma educação inclusiva e de qualidade.
Conheça o Centro Universitário Fametro e viva a 
experiência em estudar numa instituição com o corpo 
docente com mestres e doutores e de qualidade de 
ensino comprovada pelo MEC. 
Maria do Carmo Seffair
Reitora
UNIDADE I
 
Considerações sobre Ética, Moral e Direito
O que é Ética e qual sua função?
O que são Deontologias?
O que é Moral?
As Normas Jurídicas
Direito Trabalhista
Su
m
ár
io
13
19
23
24
31
32
UNIDADE II 
As Relações Humanas e Éticas no Trabalho
UNIDADE III 
A Ética e a Responsabilidade 
Socioambiental
O Código de Ética Empresarial
Responsabilidade Social no Brasil
Instrumentos de Gestão de 
Responsabilidade Social
Relatórios
Certificações
ISO 26000 – Norma Internacional sobre a 
Responsabilidade Social
Sustentabilidade e Educação Ambiental
37
53
59
71
73
73
74
76
80
UNIDADE IV 
Direitos Humanos e Cidadania
Educação para a Cidadania 
e os Direitos Humanos 
 
Diversidade e Relações Étnico-Raciais
Ética na Prestação de Serviços
Questões Culturais no 
Comportamento Ético 
Outras Questões Éticas
Referências 
Caderno de Exercícios
87
88
90
101
102
109
114
117
U
ni
da
de
 1
Videoaula 1
Videoaula 2
13
CONSIDERAÇÕES 
SOBRE ÉTICA, 
MORAL E DIREITO
O fenômeno global 
contribui grandemente para o 
desaparecimento de fronteiras 
entre os países e, principalmente, 
entre as economias do mundo. 
Observa-se que, somados às 
diversas realidades e cenários, e 
enquanto produtos do alcance e da 
possibilidade de troca de culturas 
entre os países, os dilemas éticos1 
são recorrentes e assolam o 
1 Do grego Di, duas vezes; e Lemma, 
premissa. Dilema ético é o impasse entre 
dois princípios que se contrapõem com o 
mesmo peso moral. 
14
cotidiano de milhares de pessoas nas mais variadas 
situações. Sabemos que as transformações pelas 
quais passam as sociedades em todo mundo são 
inevitáveis. Isto porque a própria humanidade 
exerce algo que é inerente à condição humana: 
o DEVIR, ou seja, a transformação permanente. 
Abbagnano (2007, p. 268) diz que “o Devir ou o vir-a-
ser significa o mesmo que mudança ou movimento. 
O que há de mais natural na humanidade é, portanto, 
a transformação ou a condição na qual alguém se 
faz constantemente.”
Figura 1: Evolução do homem.
Uma outra característica inerentemente 
humana é a razão, ou seja, a capacidade de mensurar, 
calcular, medir, avaliar, entre outras habilidades. 
Mas, para quê mensurar, calcular...ou analisar? Para 
termos a clara noção de que diante desta capacidade 
podemos fazer mais do que a natureza nos impõe 
para sobreviver. Através da racionalização podemos 
fazer escolhas. A escolha é o início do processo que 
exige a reflexão baseada em três questionamentos 
fundamentais: quero? Posso? Devo? Para responder 
estas questões devemos considerar que a escolha 
15
Anotações:ou livre vontade é construída a partir de valores e 
sistemas morais. A escolha ou livre vontade, como 
produto da razão, é exercida cotidianamente quando 
nos confrontamos com situações nas quais a nossa 
decisão depende do que consideramos bom ou mau, 
correto ou incorreto.
Figura 2: A vida é feita de escolhas.
Realizamos, neste momento, a avaliação ou 
o julgamento com base na moralidade e valores 
presentes na cultura e que acaba por nos auxiliar 
à medida que servem como bases orientadoras 
destas mesmas escolhas fundamentadas em 
questões como a justiça, a hierarquia de valores 
que nos guiam, a autoimagem de pessoa que 
desejamos ser e as atitudes que revelam a cidadania 
em contexto social.
Assim, podemos dizer que agimos eticamente 
conforme os valores e a moral percorrendo a noção 
de bem e mal conforme as noções compartilhadas 
16
Anotações: pelas pessoas de um grupo e em uma determinada 
sociedade. Aristóteles (1985, p. 125a) destaca que “a 
necessidade específica do homem em comparação 
aos outros animais é que somente ele tem o 
sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto ou 
de outras qualidades morais”. O homem é, portanto, 
um ser moral na perspectiva aristotélica e isto nos 
diferencia socialmente dos animais, cujas ações 
obedecem a uma lógica presente na natureza, em 
especial, a sobrevivência. Para exemplificar bem 
esta diferença entre homens e animais no sentido 
da escolha, tomemos como exemplo a canção do 
artista amazonense Antônio Pereira, chamada 
Pássaro, Canto e Cativeiro. 
Pássaro, Canto e Cativeiro
Numa terra bem distante 
Viveu um cantador 
Era o único da terra, um só cantador 
Vivia errante a esmo, em noites de lua 
Ele pela rua sozinho a cantar 
Sina que Deus lhe deu 
Numa tardezinha de fim de abril 
Cantando na feira pro povo escutar 
A charrete da princesa 
Com tanta beleza 
Trouxe sua alteza que quis lhe levar 
E o cantador se foi 
Era a dor do passarinho 
Preso na gaiola só para cantar 
Pouco a pouco o cantador 
Foi-se então calando 
Até de vez calar 
17
Anotações:Acabou-se o cantador 
Endoidando a princesa 
Que com tal tristeza 
Se pôs a cantar e nunca mais parou
Composição: Antônio Pereira (músico 
amazonense)
Percebam que a história narra o encantamento 
de uma jovem princesa que, encontrando-se 
maravilhada pelo canto do pássaro, revolve aprisioná-
lo em uma gaiola. A princesa resolve prendê-lo para 
que ela sempre tenha o seu canto. Entretanto, o 
poeta revela a condiçãonatural necessária para que 
o ser (neste caso, o pássaro) exerça a potencialidade 
de suas ações presente nos versos: “Vivia errante a 
esmo, em noites de lua/Ele pela rua sozinho a cantar/
Sina que Deus lhe deu”. A condição de cláusula agora 
presente interferiu a tal ponto que o pássaro deixa 
de cantar “até de vez calar”. 
A canção revela três aspectos importantes, 
que os animais cumprem bem os aspectos que a 
natureza determina nas condições reais e viáveis 
para o seu desenvolvimento. O silêncio do pássaro 
e a sua consequente morte não se tratou de uma 
ofensa ou resposta à princesa; mas sim, trata da 
inviabilidade do exercício de sua natureza, o canto 
em meio às noites de lua, pelas ruas, a esmo. 
O segundo ponto é que a diferença funda-
mental está na ação conduzida por uma escolha 
baseada em valores e morais, como foi a conduta 
da princesa que não considerou as condições ide-
ais de existência do pássaro. Na hierarquia de va-
lores e moral, sua escolha foi baseada no desejo de 
pertencimento como prioridade sem considerar as 
18
Anotações: consequências para outro ser. De maneira geral, os 
animais nos surpreendem quando se trata de ações 
que são consideradas nobres, a partir do nosso ju-
lgamento. Há muito o que se pesquisar e conhecer 
acerca da relação entre a humanidade e os animais. 
Por hora, deixamos uma experiência encantadora 
no link abaixo: 
Figura 3: Baleia protege pesquisadora de ataque 
de tubarão tigre
Fonte:<https://www.youtube.com/watch?v=53hXEODhfEU>.
O terceiro ponto é que a liberdade é um bem 
absoluto para todos. Na história da humanidade, já 
vivemos diversos contextos em que a privação da 
liberdade e a supremacia de um grupo sobre outro 
signifi cou uma herança marcada pelo preconceito 
e pela violência. Para a superação dessa herança e 
outros objetivos, vamos precisar reconhecer bem o 
conceito de Ética e sua função.
19
Anotações:
O QUE É ÉTICA E QUAL SUA FUNÇÃO? 
A globalização, como já mencionado, o 
surgimento de uma nova lógica para a organização 
e operacionalização das atividades corporativas e 
em outros setores da vida social, a alta rotatividade 
de tecnologias de informação, as automações muito 
presentes nas fábricas, a entrada de minorias no 
mercado de trabalho, a formação de um contexto 
excessivamente marcado pela competitividade e 
pelas mudanças dos modelos de relações sociais 
favorecem o estabelecimento de uma sociedade 
contemporânea que vive entorpecida pela presença 
e influência tão grandiosa do poder econômico 
associado à cultura do consumo e à produção de bens. 
Neste cenário, o florescimento de problemas 
éticos e as inquietações que eles provocam, 
determinam o estabelecimento das sistemáticas 
que apontam, em primeira instância, ao estudo 
e à constituição de parâmetros sobre a Ética, 
Moral e Direito e, em segunda instância, à prática 
transformada e submetida ao Devir das ações e 
condutas que garantam a civilidade e solidariedade 
para o convívio saudável e permeado pela clara 
noção de cidadania. 
Partindo desta primeira instância, abordare-
mos os conceitos essenciais desta unidade. Res-
saltamos que sempre que abordamos um conceito 
estamos expressando o que pensamos, ou seja, es-
tamos construindo significados ao que levantamos 
no pensamento e na linguagem, com os quais po-
demos diferenciar e qualificar as coisas e aconte-
cimentos relacionando os argumentos e atribuindo 
20
Anotações: juízos sobre uma determinada realidade. O primeiro 
conceito essencial é o termo Ética. 
A palavra Ética vem do grego Ethos e Ethikos, 
que significa “modos de ser” ou comportamento, e se 
aplica como disciplina (filosófica) para investigar os 
sistemas morais, sua constituição e consequências. 
Os sistemas morais são concebidos pelos homens a 
partir dos fundamentos de suas culturas, os quais 
determinam os valores, a noção de bem ou mal e 
de justiça. A Ética é, dessa forma, a investigação, 
o estudo e o diálogo que busca conhecer para 
poder criar subsídios para o conjunto de morais 
existentes, ou seja, um sistema moral. 
Ética é o ramo da Filosofia que lida com 
o moralmente bom e aceitável ou mau e não 
aceitável, o “certo” e “errado.” Tendo esta natureza, 
a Ética tem como objetivo estudar os princípios 
que regem o comportamento humano em padrões 
aceitáveis, a fim de garantir a convivência pacífica 
nas sociedades e entre elas. Tem como função 
investigar o comportamento humano ao longo da 
história, procurando criar subsídios para nortear os 
indivíduos diante dos dilemas éticos cotidianos. Em 
qualquer sociedade, observaremos o aparecimento 
de situações complexas ou limites que fogem ao que 
é genericamente o modelo do que é moralmente 
concedido. 
Diante destas situações, a ética se revela um 
método: a imersão de fonte de dados, a construção 
de um processo de reflexões sistemáticas e a 
criação de metodologia para a construção de novos 
parâmetros para a tomada de decisões. Existem 
algumas regras basilares da ética neste método: 
21
1. A universidade ética (que as ações éticas 
produzam para todos o mesmo efeito);
2. O comportamento expressa princípios 
válidos para todos os pensamentos;
3. Todo comportamento ético se tornará 
objeto de investigação e reflexão; e
4. A legislação de cada país será devidamente 
reconhecida. 
Todas as regras basilares da ética advêm dos 
costumes que representam o repertório de valores 
de uma sociedade. Sobre os valores presentes em 
um grupo social, ressaltamos a importância dos 
particularismos históricos pelos quais passam cada 
sociedade. Na nossa, em especial, o contexto é 
marcado pela busca do desenvolvimento econômico, 
pela presença da mídia na formação de opinião e na 
criação de modelos e padrões de comportamento. 
Vamos refletir sobre os valores vigentes na 
contemporaneidade? Observe e analise a charge . 
Figura 4: Valores da Sociedade.
Fonte: <https://tmblr.co/ZBFYbx1wm>.
A apreensão e a aprendizagem dos valores 
éticos se dão por meio das relações humanas nas 
quais o homem necessita criar vínculos desde 
cedo. Muitos dos valores que possuímos são ad-
quiridos de forma subjetiva através da família e da 
O que tem
nesse recorte 
de jornal, 
Monolito?
As cotações
do mercado de 
valores
De valores
Morais?
Espirituais?
Artísticos?
Humanos?
Não, dos que
servem para 
alguma coisa
22
Anotações: comunidade. Também aprendemos a hierarquia 
dos valores através da observação das atitudes e 
comportamentos de outros indivíduos, sejam adul-
tos ou crianças. Assim, as duas crianças presentes 
na charge reforçam a ideia do aprendizado desde 
cedo, ainda na infância. 
O debate promovido por João Salvador Lavado 
Tejón, mais conhecido como Quino, nesta charge, 
é mais uma das diversas reflexões promovidas 
pelo cartunista argentino. Desse modo, nota-se a 
preocupação de Quino em evidenciar uma hierarquia 
de valores presentes na sociedade contemporânea. 
Neste caso, os valores econômicos se destacam 
em função dos demais considerados valores 
humanos, artísticos, morais e espirituais. Na 
conclusão do diálogo, os valores ligados à produção 
de bens que podem ser capitalizados são os mais 
relevantes e úteis, ganhando destaque nas relações 
humanas. Essa visão de mundo passou a criar um 
clima favorável ao aparecimento de inúmeras 
interpretações sobre o comportamento humano, 
em especial no trabalho. 
A competitividade acirrada e a tendência 
cada vez mais constante de estruturação de tarefas 
e posições dentro das organizações das empresas, 
associadas ao desejo de construção de uma 
carreira bem-sucedida, exigem a criação de uma 
nova política de orientação relativa aos recursos 
humanos. Tal política aponta para a estruturação de 
princípios norteadores das relações de convivência 
e cidadania presentes nos Códigos de Ética 
Profissional ou Deontologias.
23
Anotações:
O QUE SÃO DEONTOLOGIAS? 
Os códigos de Ética Profissional ou 
Deontologias são constituídos por uma série 
específica de direitos e deveres de uma determinada 
profissão;representam uma série de normas éticas 
referentes ao exercício de um trabalho baseado na 
missão de uma determinada empresa ou profissão. 
Dessa forma, cada área ou setor do conhecimento, 
sendo constituído como prática, é orientado 
por este conjunto de diretrizes que precisa ser 
apreciado, conhecido, reconhecido e praticado no 
âmbito das atuações profissionais. Nas empresas, 
os Códigos de Ética Profissional contêm a missão, 
visão e valores da instituição e a partir deles é 
possível reconhecer o papel de cada organização 
na sociedade na qual está inserida. Vejamos, 
alguns exemplos de Código de Ética Profissional ou 
Deontologias: 
Figura 5: Códigos de Éticas Profissional 
e Deontologias.
Fonte: Google imagens.
Os principais objetivos dos códigos de ética 
profissional são: 
24
Anotações: 1. Esclarecer a importância de se manter o 
sigilo profissional (fundamental em muitos 
casos);
2. Sistematizar questões sobre os direitos 
trabalhistas;
3. Assinalar os princípios de uma instituição 
e/ou de uma profissão perante a 
sociedade;
4. Registrar em documento os direitos e 
deveres profissionais;
5. Delinear os caminhos e limites das 
relações que devem existir entre colegas 
de trabalho e clientes/pacientes;
6. Proteger os  direitos humanos nas 
pesquisas científicas; e
7. Especificar o uso de publicidade em cada 
área de atuação profissional. 
Em que se baseiam estas normas e princípios 
presentes nas Deontologias? Mais uma vez, nos 
costumes e valores de sociedade que representam 
um sistema moral. O conceito de moral é outro 
tópico no qual vale a pena nos debruçarmos um 
pouco mais. 
O QUE É MORAL? 
Etimologicamente, o termo moral deriva do 
latim “moralis’ que significa “relativo aos costumes”. 
Surgiu, porém, da tentativa de tradução das palavras 
gregas Ethikos e Ethos que, como já vimos, significa 
hábito. Essa é a razão pela qual existe o uso comum 
entre os termos, que geram a ideia inicial de serem 
considerados sinônimos. Entretanto, o que existe é 
uma confusão conceitual. 
25
Anotações:Ética. s.f. 1. (Fil.) Estudo dos valores 
e normas que permeiam a conduta 
humana dentro da vida prática. 2. (Fil.) 
Conjunto desses valores e normas. 
(2008, p. 555). Moral. adj.1.Relativo 
aos bons costumes: valores morais. 
2. Pertencente ao domínio do espírito, 
da consciência, por oposição ao 
físico e material: sofrimento moral. 
3. Que segue as regras de conduta 
socialmente aceitas, correto, austero, 
ético: atitude moral. 4. Que encerra 
uma lição, que ensina e educa; 
edificante: fábula moral. S.m. 5. 
Conjunto dos valores morais de uma 
pessoa ou grupo: Aquela gente preza a 
moral mais que tudo. 6. Disposição de 
espírito, de ânimo: O médico procurou 
levantar o moral do paciente. 7. 
Espírito de luta diante de dificuldades 
e perigos; brio, energia, coragem: O 
comandante exaltou o moral da tropa 
antes do combate. Sf. 8. (Fil.) Parte da 
filosofia que estabelece as regras de 
conduta, fundadas na noção do bem 
e do mal. 9. Conjunto dos princípios 
normativos do comportamento de um 
grupo social ou de uma sociedade: 
moral burguesa, moral cristã. 10. 
Ensinamento ou lição que se tira 
de um fato real ou de uma obra de 
ficção: E esta é a moral da história. 11. 
coloq. Pretensão de importância ou 
prestígio diante de outro(s): Achou-se 
cheio de moral por ter sido promovido 
(ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 
2008, p. 877).
26
Anotações: Assim, enquanto a ética representa o 
estudo dos valores e normas do comportamento 
dentro da vida prática que edificam e instruem os 
indivíduos; a moral significa o conjunto de valores 
e costumes socialmente aceitos constituídos 
em parâmetros normativos que podem estar 
presentes em vários segmentos da vida, como a 
família, e que podem evoluir para estruturas mais 
complexas, como as deontologias, por exemplo. A 
moral é normativa. A relação entre os dois termos 
é de complementariedade, pois a ética, enquanto 
estudo, leva o indivíduo a reconhecer a importância 
e, principalmente, a razão pela qual determinada 
regra social e moral existe. 
Para entender o processo que leva 
uma pessoa a respeitar determinados 
princípios e regras morais, é preciso 
conhecer sua perspectiva ética. 
Portanto, a questão ética é crucial, e 
quando há uma falta de sentido para 
a vida, a dimensão moral e, portanto, 
as ações morais também entram em 
crise. (LA TAILLE, 2011, p. 9)
No sentido desta proximidade conceitual 
alertamos para os exageros destas relações de 
complementariedade, o que já ocorreu no Brasil 
no segmento da Educação quando por muito se 
associou os termos a um terceiro termo: o moralismo 
(no sentido depreciativo) para significar aquele 
que vigia constantemente os passos alheios. Na 
verdade, o termo se refere à tendência a privilegiar 
a moralidade sobre os outros valores humanos, 
culminando, em alguns casos, em situações 
27
Anotações:de preconceito e violência. A mesma confusão 
conceitual acontece com os termos Amoral e Imoral. 
Também não são sinônimos, embora ambos 
estejam relacionados às questões morais. Amoral 
refere-se à pessoa que não possui o senso devido 
para discernir bem ou mal, justo ou injusto. Para 
ela, não existe reconhecimento de julgamento 
e/ou valorização dos comportamentos porque 
simplesmente não reconhece a norma moral. São 
exemplos, as crianças pequenas e os que sofrem 
de insanidade mental. Imoral é aquele indivíduo que 
negligencia ou transgride a norma moral. 
Neste ponto, lembremo-nos que a norma 
presente a ser observada diz respeito a uma 
cultura específica conforme os modelos que 
foram construídos. Se observarmos um simples 
dado social como o casamento e as partes 
envolvidas no compromisso assinalado, por 
exemplo, identificaremos que a tratativa dada ao 
casamento católico é completamente diferente do 
que foi instituído no contexto mulçumano; sendo 
a monogamia uma característica do casamento 
católico e a poligamia do casamento mulçumano.
Nos dois casos, ser imoral é não praticar a 
regra moral em suas determinações e processos 
específicos do catolicismo e do islamismo. Portanto, 
a imoralidade é uma transgressão à norma moral de 
uma cultura e/ou sociedade específica. Sobre os 
conceitos gerais abordados, podemos concluir que 
a Ética é a investigação, reflexão ou estudo sobre 
os sistemas morais. Assim, a moral tem caráter 
normativo e está ligada à cultura e à história de 
cada sociedade, e as deontologias dizem respeito 
aos direitos e deveres de uma profissão, conforme 
a figura 6. 
28
Anotações: Figura 6: Relação entre ética, moral e 
deontologia.
Fonte: <https://www.researchgate.net>.
O que ocorre quando transgredimos a moral? 
Sanções, penalidades e reabilitações do plano 
ético. E como isto ocorre? Vejamos alguns pontos 
norteadores. No campo da religiosidade, temos 
algumas fontes basilares que fundamentam a moral 
de alguns grupos sociais. O Brasil denomina-se 
em grande parte cristão de vertente católica. Isto 
significa dizer que toda reflexão ética e toda moral 
são construídas com base na vertente religiosa, 
constituindo o que se chama Doutrina. 
No campo da epistemologia, temos uma 
ruptura a partir da reflexão do pensador prussiano, 
Immanuel Kant, séc. XVIII. A moral em Kant é 
independente de sentido religioso. Para o pensador, 
a moral parte da intenção, o dever não depende de 
qualquer justificativa religiosa mas unicamente da 
capacidade de julgar, avaliar e mensurar, ou seja, 
depende da razão, que é inerentemente humana, 
como já vimos nesta unidade. Em Kant, a razão 
ÉTICA
Princípios gerais
MORAL
Aplicação ao comportamento
humano e social
DEONTOLOGIA
Aplicação às profissões
29
preserva os princípios que articulam intenção e 
dever, conforme a autonomia de cada indivíduo. 
Gráfico 1: Religião dos brasileiros (em %).
Fonte: Pesquisa Datafolha com 2.948 entrevistas, em 176 
municípios, em 5 e 6 de dezembro de 2019, margem de erro 
de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de 
confiança de 95%.
Para o pensador,a forma como o indivíduo 
adquire, aprende e justifica o seu conhecimento 
é fundamental para criar as condições suficientes 
e necessárias para o seu desenvolvimento ético. A 
palavra epistemologia vem dos termos gregos epis-
teme, que significa conhecimento, e logia, que quer 
dizer estudo. Assim, a Epistemologia se preocupa 
com questões como: 
1. Como conhecemos?
2. Como separar as ideias verdadeiras e 
falsas?
3. Como adquirimos o conhecimento?
Católica
Evangélica
Sem religião
Afro-brasileira
Outra
Ateu
Judaica
Espírita
50,0
31,0
10,0
3,0
2,0
2,0
1,0
0,3
30
Anotações: Perceba que, a partir de Kant, vemos o uso da 
ciência e da Pedagogia na construção da moral e de 
sujeitos éticos. As investigações de Kant apontam 
para estabelecer a Educação no campo da moral, 
posto que o ser humano não nasce moral, mas se 
torna moral através da Educação. “O homem não 
é nada além daquilo que a Educação faz dele” (As 
contribuições de Kant para a filosofia – Fundação 
Editora Unesp). 
Immanuel Kant nasceu na Prússia Oriental, na 
cidade de Königsberg, em abril de 1724 e morreu em 
12 de fevereiro de 1804, aos 80 anos. Seus últimos 
trinta anos de vida foram intensos em produção 
acadêmica e suas reflexões e contribuições são, 
ainda hoje, referência para a elaboração de várias 
teorias e seus escritos possuem aproveitamento 
bastante amplo e eficiente em várias áreas do 
conhecimento. 
Porém, todas estas questões acerca do 
Conhecimento, da Moral e da Ética necessitam de um 
plano estatal que firme os postulados, os acordos, as 
normas, os direitos e deveres de forma permanente 
e que os reforce institucionalmente, ainda que 
através do emprego da força, característica esta 
que o Direito assumiu. Já estudamos o significado 
de Deontologias. No entanto, é importante ressaltar 
que são documentos construídos para servir de 
base legal, ou seja, documentos que sirvam de 
orientação das decisões subsequentes de fixações 
seguras das políticas vigentes em de uma sociedade. 
Além da histórica, há algumas confluências que 
ligam intrinsecamente as três esferas (Ética, Moral 
e Direito). Entretanto, conforme Habermas (2003): 
As instituições jurídicas distinguem-se 
31
Anotações:de ordens institucionais naturais através 
de seu elevado grau de racionalidade; 
pois nelas, se incorpora um sistema 
de saber mantido dogmaticamente, 
isto é, articulado, trazido para um nível 
científico e interligado com uma moral 
conduzida por princípios ( HABERMAS, 
2003, p.111). 
Dessa forma, o Direito é instituído para 
cristalizar os parâmetros morais e éticos para 
a tomada de decisões e fixar as consequências 
mediante estruturas fixadas no conjunto de 
normas jurídicas. O aspecto operacional e 
marcadamente racional do Direito não deixa de 
considerar a Moral e a Ética para que o Direito não se 
reduza somente à coação2; mas, sim, em Decisão3.
AS NORMAS JURÍDICAS 
As normas jurídicas são regras sociais, ou 
seja, são normas de comportamento que têm 
por objetivo disciplinar a conduta social. São 
caraterísticas das normas jurídicas: 
1. Generalidade – todos são iguais perante a lei;
2. Abstratividade - o maior número possível 
de casos semelhantes;
3. Imperatividade - a norma, para ser 
2 É a ação conduzida por uma pessoa contra outra, no sentido de 
fazer diminuir a sua vontade ou de obstar a que se manifeste 
livremente. Disponível em: Glossário de termos jurídicos — 
Procuradoria da República no Espírito Santo (mpf.mp.br);
 3 Em sentido estrito, pronunciamento do juiz que resolve questão 
incidente. Disponível em: Glossário de termos jurídicos — 
Procuradoria da República no Espírito Santo (mpf.mp.br).
32
Anotações: cumprida e observada por todos; e
4. Coercibilidade – coibir os incidentes. 
Possuem caráter obrigatório e são conferidas 
pelos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo 
e, quando descumpridas, produzem sanções para 
reprimir novos atos da mesma natureza. Há uma 
norma jurídica específica para nosso debate, o 
Direito Trabalhista.
DIREITO TRABALHISTA
As normas do Direito Trabalhista consideram 
algumas dimensões: 
1. O Indivíduo e suas liberdades civis e 
políticas;
2. Direitos sociais, econômicos e culturais;
3. Direitos Globais/Metaindividuais e 
correspondem aos direitos de toda uma 
categoria. 
O documento de significativa expressão 
sobre o Trabalho (e outras garantias) é a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos que, em seu Art. 23 
esclarece que “toda a pessoa tem direito ao trabalho, 
à livre escolha do trabalho, a condições equitativas 
e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o 
desemprego. Todos têm direito, sem discriminação 
alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem 
trabalha tem direito a uma remuneração equitativa 
e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma 
existência conforme com a dignidade humana e 
completada, se possível, por todos os outros meios 
de proteção social. Toda a pessoa tem o direito de 
33
Anotações:fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar 
em sindicatos para defesa dos seus interesses”.
O direito não se refere somente ao trabalho, 
mas também ao trabalho decente, com condições 
necessárias e favoráveis de liberdade, igualdade e 
segurança, ou seja, confere a dignidade própria dos 
direitos fundamentais para o mundo do trabalho. Um 
dos mecanismos de concretização dessa dignidade 
é o direito à subsistência, garantido através da 
instituição de uma remuneração adequada. 
São documentos essenciais do Direito 
Trabalhista: Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (1793), a Carta das Nações Unidas (1945), a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e 
o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (1966). No Brasil, a Constituição 
Federal de 1988, além de outros documentos 
normativos, confere alguns direitos ao trabalho, que 
são fundamentos basilares do próprio Estado.
Diante disso, há algumas zonas de confluência 
entre Ética, Moral e Direito. A complementariedade 
e a zona fronteiriça muito fluída entre estes 
conceitos caminham junto com o próprio processo 
de evolução civilizatória. Existe uma inafastável 
influência, uma relação derivativa, reciprocamente 
condicionantes, uma vez que a Moral e a Ética 
são determinantes para a tomada de Decisão. No 
sentido inverso, podemos considerar que, por via 
reflexiva, a Ética e a Moral produzem juridicidade, 
ou seja, atribuem conformidade com os princípios 
ou com as formas do direito, da licitude, e da 
legalidade em vários setores da vida, incluindo o 
mundo do trabalho. 
34
Anotações:
U
ni
da
de
 2
Videoaula 1
Videoaula 2
36
Anotações:
37
AS RELAÇÕES 
HUMANAS E 
ÉTICAS NO 
TRABALHO
Desde os primórdios da 
humanidade, os seres humanos 
diferenciam-se dos animais 
pela habilidade de se relacionar. 
Homens e mulheres se constro-
em como indivíduos nas relações 
sociais, sendo necessário que 
cada um tenha que corresponder 
às expectativas dos outros. No 
esforço dessa correspondência, 
estão as regras que orientam o 
padrão de comportamento que 
constituem a moral vigente. 
38
Anotações: Relações Humanas são a concretização 
do contato e das trocas entre seres humanos. 
Elas têm sido estudadas como uma ciência do 
comportamento humano, no seu relacionamento 
intrapessoal e interpessoal. O Relacionamento 
intrapessoal ocorre quando se estabelece um 
diálogo consigo, e o Relacionamento interpessoal 
acontece quando há um relacionamento entre duas 
ou mais pessoas.
No exemplo abaixo, pode-se acompanhar 
as duas formas de relacionamento, intrapessoal 
e interpessoal. O diálogo que o paraquedista 
Pedro tem, é consigo mesmo, para comunicar 
a si próprio a confi ança necessária para o 
salto. Porém, ao estar acompanhado e expondo 
sonoramente o diálogo (até, então, tem o intuito de 
ser somente intrapessoal) estabelece-se um novo 
relacionamento, o interpessoal, a partir da resposta 
de Carlos. 
Figura 7: Nascidos para Voar.
Fonte: Nilo (@nascidosparavoar_ofi cial).
39Anotações:O objetivo das Relações Humanas é 
aperfeiçoar o convívio das pessoas, permitindo um 
relacionamento harmonioso entre elas. Para que 
isso ocorra, é imprescindível o autoconhecimento 
(relação intrapessoal), o conhecimento do “outro” 
(relação interpessoal) e o desenvolvimento de 
aptidões para saber conviver socialmente, trabalhar 
em equipe e participar de grupos sociais. Para o 
desenvolvimento dessas aptidões, recomenda-se 
o treino, a prática de ações que revelem a relação 
interpessoal. O primeiro passo para este treino e 
para investirmos em uma sociedade, com vistas 
a instaurar, de maneira definitiva, a harmonia nas 
relações, consiste na comunicação, que pressupõe 
praticar a arte do diálogo. 
Sem dúvida, a linguagem é a forma 
fundamental de comunicação e difusão do 
conhecimento, ideias, crenças e até emoções. 
Sua expressão na arte do relacionamento social é 
decisiva. Percebemos que todo o procedimento é 
conduzido pelo diálogo e pela comunicação. Assim, 
o ato comunicativo, realizado sem interferências, 
é o mecanismo pelo qual as trocas e as relações 
sociais se concretizam. Comunicar é relacionar-se. 
A própria comunicação se dá através de ciclos e 
uso de mensagens. E quais os elementos presentes 
neste ato comunicativo? Vejamos a figura 8: 
40
Anotações: Figura 8: Alguns dos problemas físicos que 
podem prejudicar a comunicação.
Fonte: <https://emtempo.com.br/saude/98135/>.
Assim, para ter comunicação é necessário 
haver o emissor (quem emite a mensagem); 
receptor (quem recebe a mensagem); a mensagem 
(conteúdo) enviada através de um código (a língua 
portuguesa, no caso); o meio é o canal pelo qual a 
mensagem é difundida (a própria voz) e ruído é uma 
interferência no caminho da mensagem entre os 
interlocutores. 
A comunicativa ética é muito útil para as or-
ganizações e pode aprimorar o comportamento 
de colaboradores e gestores no ambiente de tra-
balho, levando-os a atuarem de maneira adequa-
da, para que as suas ações não firam os princípios 
éticos fixados pela empresa. Um dado importante 
do processo de comunicação é que o corpo tam-
bém comunica através dos gestos e posturas en-
tre os interlocutores da mensagem. Segundo Al-
bert Mehrabian, a linguagem corporal representa 
55% do que estamos comunicando. 
Você vai ser
promovido!
Meu Deus,
vou ser
demitido!
Meio
Ruído
Mensagem
41
Anotações:Gráfico 2: Linguagem corporal.
Fonte: <https://www.objetivolua.com/mito-mehrabian-
comunicacao/>.
Além da preocupação de compreender 
os elementos da comunicação verbalizada e da 
linguagem corporal, há outro mecanismo que 
elabora e refina o ato comunicativo - a empatia na 
comunicação. Fritzen (1987, p.13) destaca Os Dez 
mandamentos das Relações Sociais que auxiliam a 
perceber como utilizar a comunicação empática: 
1. FALE com as pessoas. Nada tão agradável 
e animador quanto uma palavra de 
saudação, de amor, de amizade;
2. SORRIA para as pessoas. Lembre-se de 
que acionamos 72 músculos para franzir a 
testa e somente 14 para sorrir;
3. CHAME as pessoas pelo nome. Para 
muitos, ouvir seu próprio nome soa como 
uma música suave;
Palavras
7%
Tom de voz
38%
Linguagem 
corporal
55%
42
Anotações: 4. SEJA amigo e prestativo. Se você quiser 
ter amigos, seja amigo. Acredite na forma 
da união;
5. SEJA cordial, sincero e transparente. 
Tudo o que fizer, faça com prazer;
6. INTERESSE-SE sinceramente pelos 
outros. Lembre-se de que tem 
conhecimento apenas de seus saberes, 
e não dos outros. Seja sinceramente 
interessado pelos outros, aprenda;
7. SEJA generoso em elogiar e cauteloso 
em criticar. Os líderes elogiam, sabem 
encorajar, incentivar e elevar a auto-
estima dos funcionários;
8. SAIBA considerar os sentimentos alheios. 
Respeite;
9. PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. 
Há três comportamentos de um verdadeiro 
líder: ouvir, aprender e saber elogiar; e
10. PROCURE apresentar um excelente 
serviço. O que realmente vale em nossas 
vidas é aquilo que fazemos para outrem.
Na construção da empatia, os contatos 
das relações humanas podem ou não ser 
apreendidos e desenvolvidos. Em um novo esforço 
e correspondência, desta vez entre a expectativa 
e os resultados esperados, salientamos a empatia 
na comunicação. A palavra “empatia” tem origem 
grega, empatheia, que significa paixão ou ser muito 
atingido por algo. No sentido alemão do termo, 
Einfühlung significa o processo de imitação interna, 
de modo que a comunicação empática é possível 
através: 
43
Anotações:1. Da compreensão da empatia como um 
processo de construção de um clima 
harmonioso entre emissores e receptores 
da mensagem comunicada e;
2. Da construção da empatia só é possível 
através dos contatos das relações 
humanas nas quais a empatia pode ou não 
ser apreendida e desenvolvida.
Os estudos sobre a comunicação empática 
ganham mais força conforme se desenvolvem 
novos caminhos científicos. Atualmente, a chamada 
Neurolaw é um campo da influência da neurociência 
na definição dos limites do juízo e consciência moral 
bem presentes no campo do Direito, por exemplo. 
Na contemporaneidade, estamos conectados o 
tempo inteiro e tudo é rápido e imediato. Na pressa, 
deixamos de ler, ouvir e escutar ou mesmo prestar 
atenção no outro. Enquanto parâmetro coerente com 
o comportamento dito ético, a comunicação empática 
é desenvolvida e aperfeiçoada através da prática. 
Figura 9: A empatia: uma aliada para 
entender os outros.
44
Anotações: Para se comunicar de modo empático, é 
necessário criar o hábito de compreender, antes 
mesmo de ser compreendido; é colocar-se no 
lugar do outro durante o processo, o que exige 
autoconhecimento. Não se trata de bondade ou 
simpatia no plano das intenções do termo. Trata-
se antes de uma esfera racional da intenção, à 
maneira de Kant (mais uma vez) no cumprimento 
do dever social de estabelecer níveis aceitáveis de 
convivência a partir do exercício de se colocar no 
lugar do outro para compreender o que está sendo 
comunicado. Existem outros tipos de processos 
que constroem a comunicação, incluindo alguns 
contrários à empatia. São eles: 
1. Apatia – falta de emoção;
2. Antipatia – vibração negativa e;
3. Simpatia – vibração positiva.
A experiência da comunicação empática 
possibilitará o desempenho de habilidades sociais de: 
1. Autocontrole da reação imediata ao 
comportamento de um interlocutor;
2. A expansividade afetiva, ou tele 
sensibilidade que é a capacidade de se 
perceber o que ocorre nas situações que 
se passam entre as pessoas. 
Algumas organizações optam por traçar um 
caminho metodológico para o desenvolvimento de 
uma comunicação empática, conforme se observa 
na figura 10. Aplicados os devidos contextos, a 
adaptação deste instrumento servirá de base 
para o início do estabelecimento de um clima 
organizacional favorável. 
45
Figura 10: Passo a passo para 
criar um mapa mental.
Fonte: <https://resultadosdigitais.com.br/
blog/mapa-da-empatia/>.
Como a persona se sente em relação ao mundo?
Quais as suas preocupações?
Quais são os seus sonhos?
Como é o mundo em que a persona vive?
Como são seus amigos?
O que é mais comum no seu cotidiano?
Sobre o que sua persona costuma falar?
Ao mesmo tempo, como age?
Quais seus hobbies?
Quais pessoas e ideias influenciam a persona?
Quais suas marcas favoritas?
Quais produtos de comunicação consome?
Do que sua persona tem medo?
Quais suas frustrações?
Que obstáculos precisa ultrapassar 
para conseguir o que deseja?
O que é sucesso para sua persona?
Onde ela quer chegar?
O que acabaria com seus problemas?
o que
FALA E FAZ?
quais são as
DORES?
quais são as
NECESSIDADES?
o que
OUVE?
o que
PENSA E SENTE?
o que
VÊ?
Nome:__________________ Idade: ________
46
E agora o modelo aplicado: 
Figura 11: Mapa de Empatia.
Fonte: <https://resultadosdigitais.com.br/
blog/mapa-da-empatia/>.
Vimos até aqui características fundamentais 
das relações sociais. Na esfera do trabalho, a 
comunicação empática, a linguagem corporal, a 
reflexão da Ética, a observânciada Moral e dos 
códigos de ética profissionais, ao reconhecimento 
do Direito como ferramenta de organização da 
sociedade, cria subsídios fundamentais para 
o estabelecimento das relações humanas, em 
especial, no trabalho. 
A Ética, no ambiente de trabalho, é a junção 
de tudo que abordamos até aqui, pois envolve 
Assiste a programas
como Masterchef e 
a canais como GNT
além de Netflix
Acredito que
boas instituições
de ensino abrem
portas
Preciso estudar
para melhorar
meu currículo
Amigos
empreendedores
Mãe
bem-sucedida
Preciso melhorar
meu desempenho
para chegar à
diretoria da 
empresa
Preciso de
conhecimentos de
gestão, metodologias
ágeis e Marketing
Digital
Usa roupas
que demonstram
seriedade e poder
Valoriza
conforto
e luxo
Frequenta bons
restaurantes
Precisa pensar
menos em trabalho
e relaxar um 
poucoCompra marcas
voltadas a mulheres
bem-sucedidas,
como Dudalina
Sente-se
desatualizada
em relação ao
mercado de
trabalho
É difícil
conciliar
trabalho e 
família
o que
VÊ?
o que
PENSA E SENTE?
o que
OUVE?
o que
quais são as DORES?
quais são as NE
47
Anotações:comportamentos pessoais, valores, normas, entre 
outros aspectos que possibilitarão qualidades 
preciosas para o mercado de trabalho, chegando a 
ser comparável a qualquer conhecimento técnico/
profissional. Etimologicamente, profissão vem 
do Latim professio, professionis e significa o ato 
de professar; é a realização de trabalho habitual e 
especializado. Profissionalismo, por sua vez, é o 
procedimento técnico essencial às exigências de 
excelência de uma profissão. 
A Ética no Ambiente de trabalho é a forma pela 
qual se rege a execução de suas funções em ambi-
ente profissional, correspondendo aos princípios 
que apontam “a moral, o respeito, o conhecimento, 
o sigilo profissional, o relacionamento e a caridade 
humana”. Por isso, o código de Ética Profissional, 
já mencionados na unidade anterior, trazem como 
eixos éticos fundamentais: 
1. O objetivo da profissão;
2. A natureza da profissão;
3. A honradez da profissão;
4. A eficácia profissional; 
5. O relacionamento profissional;
6. A intervenção profissional sobre o meio e;
7. A liberdade e a segurança profissionais.
Para além dos princípios norteadores, os 
estudos e debates sobre ética percorrem várias 
outras dimensões, conforme observamos. Das 
relações humanas, através do contato e do ato 
comunicativo, até o debate mais específico da 
Ética Profissional, devemos conhecer e reconhecer 
o mais essencial da vida em sociedade: a dimensão 
coletiva. O Conhecimento tem a ver com 
48
Anotações: Reconhecimento destes vários segmentos da vida 
em sociedade. 
A esse respeito, a filósofa e teóloga brasileira 
Ivone Gebara salienta que a vida cotidiana se ilustra 
de exemplos de como o conhecimento implica 
eticamente na vida dos indivíduos. Basta perceber 
como é importante conhecer bem o lugar onde se 
mora para atuar sobre ele. A filósofa não se refere 
somente ao espaço geográfico no qual os lares 
estão construídos, mas também aos indivíduos 
que neles vivem, suas dificuldades, maneiras de 
sobreviver, esperanças e sonhos. Nesta mesma 
dinâmica, a pensadora tenta captar porque são 
‘estas coisas’ e não outras que chamam mais sua 
atenção, porque ‘estas’ e não outras habitam mais 
no seu campo de interesses. Ela pensa também 
na vegetação pobre ou rica presente no bairro, na 
qualidade do ar, na cor dos céus, na quantidade de 
estrelas visíveis à noite. Segundo ela, dependendo 
da forma de conhecimento, da ação ou relação com 
as pessoas, as coisas se modificam. Sendo assim, 
a relação entre ética e epistemologia não está num 
mundo abstrato, mas, sim, enraizada no concreto 
de nossa existência. 
Finalmente, a dimensão ética se torna evidente 
e realizável quando tratamos do conhecimento 
comum, aquele experimentado na vida cotidiana, 
adquirido através da educação que recebemos da 
família, ou aquele que é produto da experiência 
cognitiva que acumulamos ao longo da nossa 
existência através das nossas relações pessoais 
e de trabalho. A maneira como reconhecemos as 
pessoas, o valor que atribuímos a elas e às suas 
atitudes, bem como o valor que damos aos nossos 
49
Anotações:conceitos e preconceitos, são exemplos claros de 
que o conhecimento e a ética estão relacionados.
Desta forma, a comunicação eficaz e 
empática, a observância da Ética, da Moral, dos 
códigos de ética profissionais e, claramente, 
a disciplina quanto ao campo do Direito como 
instrumento de organização da sociedade criam 
subsídios fundamentais para o estabelecimento 
das relações humanas, em especial, no trabalho. 
A ética no ambiente de trabalho percorre toda a 
discussão que realizamos até aqui. 
U
ni
da
de
 3
Videoaula 1
Videoaula 2
52
Anotações:
53
Atualmente, a Ética e a 
Responsabilidade Social nas 
instituições e empresas vêm 
sendo muito discutidas. Há 
muitas dúvidas sobre manter ou 
não um comportamento ético 
em um cenário mercadológico 
tão competitivo e, em alguns 
casos, não fundamentados 
pela concorrência honesta. 
Ainda assim, a Ética e a 
Responsabilidade Social são 
reconhecidas como fatores 
relevantes para o sucesso das 
empresas, pois, por meio de 
condutas éticas, é possível 
a adoção de medidas de 
Responsabilidade Social que 
A ÉTICA E A 
RESPONSABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL
54
Anotações: geram credibilidade e transparência na relação 
entre todos na sociedade e, em especial, na relação 
entre cliente e consumidor. 
A Responsabilidade Social é a maneira como 
a organização se relaciona com o público, sendo 
ética e transparente e colocando em exercício ações 
sustentáveis em suas metas. Nos últimos anos, as 
empresas passaram a investir em projetos sociais 
e de responsabilidade social envolvendo públicos 
que são diretamente afetados com a natureza do 
trabalho realizado pela empresa como os clientes, 
fornecedores, consumidores, funcionários e 
sociedade. Assim a empresa consegue contribuir 
e promover a igualdade social. Segundo Honório, 
Ferreira e Santos (2012, p. 16): 
O conjunto de atitudes de ci-
dadão e empresas, direcionadas ao 
desenvolvimento da sociedade e à 
preservação do meio ambiente para 
gerações futuras, impulsionar as 
desigualdades sociais. As empresas, 
ao serem questionadas sobre suas 
ações e os efeitos que causam à so-
ciedade, à economia e ao ambiente, 
sentem o dever de se tornarem res-
ponsáveis e reparar os danos cau-
sados por suas atitudes.
Quando uma empresa decide promover e 
disseminar o comportamento ético, deverá também 
criar mecanismos para uma mudança de cenário 
em todos os níveis hierárquicos. A aceitação de 
mudança de comportamentos que busca uma 
atitude ética necessita de uma nova postura com 
55
Anotações:intenso diálogo entre os colaboradores, com vistas 
a desenvolver uma nova Ética Empresarial.
A discussão sobre a Ética Empresarial 
apareceu nas organizações a partir dos conflitos 
dentro destas e das dificuldades de resolvê-
los. Os choques culturais são exemplos bem 
constantes de conflitos nas organizações. Mas é 
importante lembrar que os valores e princípios de 
uma organização não se contrapõem aos valores 
da sociedade na qual a organização está inserida. 
Aquelas que não conseguem gerenciar os conflitos, a 
partir dos princípios éticos, dificilmente se manterão 
no mercado cada vez mais competitivo e exigente de 
condutas éticas. Sendo assim, como lidar com as 
diferenças culturais? Superando algumas práticas de 
preconceitos, como o etnocentrismo, por exemplo. 
A postura etnocêntrica ou etnocentrismo é 
uma conduta que deve ser evitada e superada nas 
empresas, instituições e na sociedade de modo 
geral, pois parte da premissa de que uma cultura 
é superior a outra. Tendo isso em vista , observe 
a charge. Em que aspecto a cena representa uma 
conduta etnocêntrica? 
56
Anotações: Figura 12: Postura Etnocêntrica.
Fonte:<https://conteudoescolar.com/o-que-e-
etnocentrismo/>.
Na charge,  observamos duas mulheres 
de culturas diferentes.Percebemos isso, pela 
vestimenta de ambas. Aparentemente, poderia ser 
uma  mulher da cultura  islâmica e uma mulher da 
cultura ocidental. Criticam uma à outra pela maneira 
como se vestem a partir de seus próprios valores 
e costumes. As mulheres da charge têm uma ação 
etnocêntrica, visto que são posturas “incorretas” 
que partem da crença de que a sua cultura é melhor 
ou superior que outras, fruto do desconhecimento 
da história de cada sociedade. No ambiente de 
trabalho, isto também pode acontecer. 
Tudo
coberto
menos 
os olhos...
machista,
cruel e 
dominadora!
Tudo
descoberto
menos 
os olhos...
O que é uma 
cultura 
machista,
cruel e 
dominadora!
57
Anotações:Figura 13: Conflitos no ambiente de trabalho.
Fonte: <https://www.amplatitude.com.br/>
A empresa que apresenta ocorrências 
etnocêntricas terá problemas com o desempenho 
organizacional, pois o Etnocentrismo apoia o 
juízo de que somente um grupo social é civilizado, 
assegura o conhecimento, a tecnologia e o 
desenvolvimento científico, e em contrapartida 
aos outros conhecimentos são antiquados, 
atrasados e errados ou ainda estagnados no tempo, 
são, portanto, primitivos e não civilizados. As 
organizações devem conceber a ética não como um 
fator econômico, em que precisam mostrar que são 
éticas para poder ser competitivas, esse é o maior 
desafio de todos. 
Enquanto para algumas empresas, a ética 
tornou-se um obstáculo, para outras, tornou-se 
uma oportunidade de crescimento e expansão de 
negócios. Assim, a ética é uma aliada para o sistema 
econômico. Segundo Cosenza e Chamovitz (2007, p. 
45), “a ética empresarial se refere ao relacionamento 
58
Anotações: das empresas com todos os seus stakeholders, ou 
seja, com os clientes, fornecedores, investidores, 
funcionários e a própria comunidade”. 
Este relacionamento é marcado por valores 
(financeiros ou não), sendo dirigida por diretrizes 
jurídicas e de boa convivência. Um exemplo disso 
são os relacionamentos entre bancos e clientes. O 
tipo de relacionamento define as formas e modelos 
de atendimento, consultorias, tarifas, tipos de 
produtos a serem vendidos, estrutura de agências, 
entre outros benefícios e serviços. A seguir, há um 
exemplo da escala de relacionamento entre Banco 
e Pessoa Física. 
Figura 14: Diferença no atendimento 
aos clientes entre bancos.
Fonte: <https://andrebona.com.br/como-os-bancos-
diferenciam-o-atendimento-aos-seus-clientes/>.
As organizações devem conduzir a ética 
não somente como um viés econômico, em que 
precisam mostrar que são éticas para poderem 
ser competitivas. O maior desafio é fazer da Ética 
uma oportunidade de crescimento e expansão de 
59
Anotações:negócios, ou seja, fazer com que a conduta ética 
passe a se tornar uma aliada e não um obstáculo. O 
modo de as empresas fazerem ajustes para que se 
crie um clima e relacionamento éticos é a utilização 
de instrumentos de políticas éticas, como o Código 
de Ética Profissional e a ISO 26000. 
O CÓDIGO DE ÉTICA EMPRESARIAL
O Código de Ética é um instrumento criado 
pelas empresas com o objetivo de constituir a 
seus administradores e funcionários as normas de 
conduta que devem ser observadas e cumpridas. 
Através dele, é presumível que as empresas 
expressem sua cultura, missão e valores. As práticas 
aplicadas através do Código de Ética passam a 
existir em função das exigências dos stakeholders 
externos, que seriam o governo, os consumidores e 
a própria sociedade. 
Figura 15: Código de Ética.
Fonte: <https://www.engwhere.com.br/chao-da-obra/
codigo-de-etica-profissional/>.
60
Anotações: O Código de Ética é um instrumento 
construído coletivamente pelas representações de 
classe e conselhos que representam e fiscalizam 
as profissões, de acordo com as diretrizes de cada 
área de conhecimento. Para conhecimento, segue 
alguns exemplos de Código de Ética Profissional: 
A Ética Empresarial pode ser definida como a 
postura que a sociedade espera que as empresas 
tenham, por exemplo, o comprometimento da 
empresa na preservação do meio ambiente, a 
comunicação clara, honesta e transparente entre 
a organização e seus clientes. Neste caso, os 
empresários não se preocupam tão somente com 
a aquisição de lucros; mas também, hoje, já têm um 
zelo maior com a conduta ética, social e ambiental, 
alcançando e observando questões sociais e 
ecológicas na sociedade, como a vulnerabilidade 
social, a fome, entre outros. No Brasil, recebe o 
nome de Responsabilidade Socioambiental. 
As empresas têm assumido uma postura 
de solidariedade com o alvo de aperfeiçoar a 
qualidade de vida no planeta, associando a marca 
de seus produtos a valores éticos como diferencial 
de mercado para conquistar bons resultados, 
conservar e atrair novos clientes que compartilham 
dos mesmos valores. A conduta ética construída 
com base na Responsabilidade Social se refere, 
em grande parte, às questões ligadas ao conceito 
de Sustentabilidade. Segundo Strieder (2000, p 
174), “a Ética aprecia a Responsabilidade Social, 
pois é essencial para as organizações refletirem 
sobre como as suas ações impactam negativa ou 
positivamente a sociedade e o meio ambiente". 
Vimos, anteriormente, que a Ética aparece 
quando o homem começa a viver em sociedade 
61
Anotações:através das diversas formas de Relacionamento 
Humano. Mas, e com o meio ambiente? Como se dá 
essa relação? A resposta a esta questão só pode 
aparecer após a promoção de uma reflexão ética, 
o que é essencial para a mudança de pensamento 
e postura das empresas para contribuir para o bem 
comum de forma a promover a manutenção de 
recursos naturais e qualidade de vida. 
A percepção clara de que a nossa própria 
existência impactam a natureza, em especial, na 
sua forma mais primitiva, é o primeiro passo para a 
mudança de pensamento sobre a relação do homem 
com o meio ambiente. As empresas passam a se 
reconfigurar para serem consideradas como agentes 
sociais, como se pode observar no exemplo a seguir, 
em que a empresa aderiu ao chamado marketing 
verde, Empresa Samsung Electronic. 
Figura 16: Eco Light Sensor da Samsung’s 
LED TVs ajusta o brilho da TV de acordo com 
a luminosidade da sala, contribuindo para a 
redução de até 20% de energia por ano.
Fonte: <https://news.samsung.com/
global/%E2%80%98planet-first%E2%80%99-
samsung%E2%80%99s-eco-friendly-technology>.
62
Anotações: O slogan da empresa “Planet First” agrupa a 
determinação e a ação da empresa para proteger 
a Terra e o meio ambiente. A Samsung Electronic 
colocou a base da gestão ecológica como uma 
filosofia para o século XXI na Declaração Ambiental 
da Samsung em 1992. Desde então, foram muito 
além da mera conformidade passiva com normas 
e leis ambientais. Colocaram a gestão ecológica 
em ação, oferecendo aos clientes soluções 
ecologicamente corretas e liderando o caminho 
para um futuro sustentável. Um meio ambiente 
preservado é essencial para o futuro, tornando-se 
uma empresa sustentável. 
Além dos Códigos de Ética, a Associação 
Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) NBR 16001 
trata do tema da Responsabilidade Social – Sistema 
da Gestão. Os requisitos tiveram sua primeira 
edição publicada em 2004 e a sua segunda versão 
em julho de 2012. 
Eixo 1 – Qualidade de Vida na Empresa: a 
empresa ou instituição pode incentivar a qualidade 
de vida de seus colaboradores, optar por incentivá-
los ao estudo, destacar o trabalhor do mês, 
promover autoavaliação com frequência, promover 
cursos de aperfeiçoamento profissional e pessoal, 
registar datas importantes, promover momentos 
de desenvolvimento da espiritualidade, quando for 
o caso.
Eixo 2 – Saúde e Bem-Estar: a empresa ou 
instituição deve incentivar a alimentação saudável, 
a prática de exercícios e a promoção de um 
ambiente saudável para o trabalho.
Eixo 3 – Vínculo com a Comunidade: a 
empresa ou instituição deve estimular parcerias 
63
Anotações:com hospitais, ONGS, campanhas voluntárias e 
solidárias, outras entidades.
Eixo 4 - Cuidado do Meio Ambiente: a 
empresaou instituição pode promover ações de 
reciclagem de lixo, digitalização de arquivos, adoção 
de praças,  substituição de copos descartáveis e 
reutilização de materiais. 
De modo geral e a longo prazo, todas as 
organizações dependem da saúde dos ecossistemas 
presentes no mundo para suas atividades. As 
organizações passam a ser investigadas de forma 
mais criteriosa por clientes ou por aqueles que 
mantêm conexão direta com a atividade. A forma 
como as empresas são percebidas por investidores, 
proprietários, doadores, patrocinadores e a 
comunidade financeira; a relação com empresas, 
governos, mídia, fornecedores, organizações 
pares, clientes e a comunidade em que atuam, pode 
culminar em fatores como vantagem competitiva e 
boa reputação. O INMETRO define sete princípios 
da Reponsabilidade Social: 
1. Accountability: é a Responsabilização 
pelas consequências de suas ações 
e decisões, observando os impactos 
na sociedade, na economia e no meio 
ambiente e objetivando a prestação de 
contas aos órgãos de governança e demais 
partes interessadas, expondo as medidas 
cabíveis para saná-las;
64
Anotações: Figura 17: Uma relação e uma habilidade.
Fonte:<http://beehavior.com.br/accountability-relacao-
habilidade/>.
2. Transparência: prover às partes envolvidas, 
de forma acessível, clara e compreensível 
todas as informações sobre os fatos; 
Figura 18: Acesso à Informação.
Fonte: <https://transparencia.petrobras.com.br/>.
65
Anotações:3. Conduta ética:  a empresa ou a instituição 
deve apresentar comportamento de 
modo aceitável como real e concreto pela 
sociedade, fundamentando-se nos valores 
de honestidade, equidade e integridade;
Figura 19: O valor da honestidade para 
empresas e profissionais de vendas. 
4. Respeito pelos interesses das partes inter-
essadas  (Stakeholders):  ouvir, considerar 
e responder aos interesses das pessoas 
ou grupos que tenham alguns interesses 
nas atividades da organização ou por ela 
possam ser afetados;
Figura 20: Mapeando stakeholders 
em vendas complexas. 
66
Anotações: 5. Respeito pelo Estado de Direito:  cumprir 
integralmente as leis do local onde está 
atuando é o mínimo esperado;
Figura 21: Respeito pelo Estado de Direito.
6. Direito aos humanos: total referência aos 
conceitos e à universalidade dos direitos 
humanos, ou seja, de generalidade dos direitos. 
Figura 22: A universalidade do direito das 
pessoas com deficiência.
7. Zelo pelas atividades da organização: que 
não devem atacar os direitos humanos, 
organizando-se um ambiente econômico, 
67
Anotações:social e natural, pois uma empresa 
representa o conjunto de atividades 
importantes de coletividade e não 
deve estabelecer ações sem levar em 
consideração sua atuação na sociedade. 
Figura 23: Coletividade.
Como vemos, as empresas ultrapassaram 
a visão tradicional, na qual o Estado tinha a 
responsabilidade exclusiva de agenciar o bem-
estar social, para uma gestão compartilhada entre 
todos os envolvidos. A globalização contribuiu 
acertadamente para a rápida disseminação dessa 
ideia de reorganização dos papéis de todos e, como 
consequência, as empresas passaram a exercer 
algumas atribuições antes exclusivas do Estado. 
Elas, hoje, têm corresponsabilidade na dissolução 
dos problemas sociais e ambientais, pois exercem 
poder político de mobilizar recursos (incluindo 
financeiros e tecnológicos) para ampliarem as ações 
a serem multiplicadas em sociedade. Segundo Votaw 
(1973 apud WHITEHOUSE, 2003, p. 230): 
68
Anotações: Responsabilidade social significa 
algo, mas nem sempre a mesma coisa 
para todos. Para alguns representa 
a ideia de responsabilidade ou 
obrigação legal; para outros significa 
um comportamento responsável 
no sentido ético, para outros, 
ainda, o significado transmitido é 
o de “responsável por” num modelo 
casual. Muitos a equiparam a uma 
contribuição caridosa; outros tomam-
na pelo sentido de socialmente 
consciente. 
O termo Responsabilidade Social está em 
plena construção. Há argumentos muito favoráveis 
à ideia e na mesma proporção argumentos que 
criticam negativamente a viabilidade em função 
das linhas de pensamento sobre a propriedade e 
a maximização de lucros. Porém, refletir sobre 
responsabilidade social é pensar também em 
ética, pois significa um compromisso com a 
humanidade, respeitando os direitos humanos, 
a justiça e a dignidade da humanidade, tendo 
responsabilidade com planeta, comportando-se 
de forma compromissada com a sustentabilidade 
da teia inteira da vida. Esse compromisso é o 
próprio exercício e também benefício da cidadania 
e do bem-estar, tanto do público interno quanto 
do externo. 
Em síntese, podemos dizer que a 
responsabilidade social e ambiental pode 
ser resumida no conceito de efetividade dos 
princípios de sustentabilidade, como o alcance 
de objetivos econômico-sociais. Um exemplo 
69
dessa mudança postural é o caso da empresa 
Nike. Foi publicado pela mídia internacional que 
a empresa aproveitava o trabalho infantil em sua 
cadeia de produção na Ásia. Esta notícia cresceu 
rapidamente e também houve um rápido boicote 
aos seus produtos. A resposta a essa situação 
exigiu que a empresa procurasse se adequar 
aos padrões aceitáveis de trabalho e dignidade 
humana em suas filiais pelo mundo. 
Segundo Carroll (1979, p.35), a responsabili-
dade social empresarial abrange quatro dimensões, 
conforme o esquema na figura 24: 
Figura 24: Enfoque Ecossistêmico de Sade: 
Uma Estratégia TRANSDISCIPLINAR.
Fonte: <http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/
InterfacEHS/wp-content/uploads/2013/07/2007-art-2-
portugues.pdf>.
As quatro dimensões correspondem à 
expectativa econômica, legal, ética e discricionária 
Responsabilidade
Discricionária
Responsabilidade
Ética
Responsabilidade
Econômica
Responsabilidade
Legal
70
Anotações: (filantrópica) que a sociedade tem da organização 
em um determinado momento no tempo, ficando 
assim classificadas: 
1. Responsabilidade econômica engloba 
as obrigações da empresa em produzir 
bens e serviços que a sociedade precisa 
e promover a venda de forma justa, ou 
seja, que haja lucro satisfatório para a 
continuidade da empresa a longo prazo 
e que permita a ampliação dos ganhos 
dos investidores sem praticar preços 
abusivos. O lucro é a justa remuneração do 
empreendedor pelo seu empreendimento 
e pelos riscos que assume. Mas a empresa 
só será respeitada e o lucro só virá se os 
produtos forem desejados, vendidos e 
consumidos; 
2. A responsabilidade legal representa as 
expectativas de que as empresas andem 
em conformidade com as legislações 
pertinentes; 
3. A responsabilidade ética traduz-se como 
comportamento ético e moral de acordo 
com as normas, padrões e expectativas da 
sociedade e; 
4. A responsabilidade discricionária ou 
filantrópica representa a perspectiva de 
que as empresas participem voluntaria-
mente de atividades sociais não exigidas 
pela lei, através da filantropia.
Dessa forma, as dimensões podem ser assim 
sintetizadas: 
71
Anotações:Figura 25: Responsabilidade Social 
Corporativa – 4 dimensões da responsabilidade 
social empresarial. 
Fonte: <http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/
InterfacEHS/wp-content/uploads/2013/07/2007-art-2-
portugues.pdf>.
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL
No Brasil, o conceito de responsabilidade 
social empresarial foi bastante propagado. A 
primeira organização empresarial local a citar e 
promover em suas bases a área de responsabilidade 
social empresarial foi a Associação de Dirigentes 
Cristãos de Empresas do Brasil (ADCE-Brasil). Essa 
entidade construiu e promoveu o conhecimento 
de dois documentos importantes: A Carta dos 
Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, em 
1965, e o Decálogo do Empresário, em 1974. O 
primeiro documento trata-se objetivamente da 
proposta explícita da relação da administração de 
responsabilidade social. 
Responsabilidades
filantrópicas
Ser um bom cidadão.
Contribuir com recursos para a comunidade 
melhorar a qualidade de vida.Responsabilidades éticas
Ser ético;
Obrigação de fazer o que é certo, justo;
Evitar danos.
Responsabilidades legal
Obedecer à lei;
A legislação é a codificação do certo e errado numa sociedade;
Jogar dentro das regras do jogo.
Responsabilidades econômicas
Ser lucrativo;
A base da pirâmide da qual deveriam as demais responsabilidades.
72
Anotações: O Pensamento Nacional das Bases Empre-
sariais (PNBE), o Instituto de Desenvolvimento 
Empresarial e Social (FIDES), a Câmara de Comér-
cio Brasil-Estados Unidos (AMCHAM) e o Grupo de 
Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) foram im-
portantes instituições que promoveram o vínculo 
entre os objetivos econômicos e sociais no setor 
empresarial. No começo da década de 1990, o Es-
tado não estava melhorando a qualidade de vida da 
maioria da população brasileira. 
A modernização econômica seletiva e a 
disparidade da distribuição de renda da população 
geraram pressão nas empresas para que atuassem 
de maneira mais responsável. A sociedade 
brasileira demandava que as empresas e o Estado 
comprovassem responsabilidade e transparência 
em suas atividades, além de cooperarem para 
o desenvolvimento social. Algumas empresas 
e instituições começaram a absorver essas 
reivindicações, podendo ser destacadas as empresas 
participantes da Fundação Abrinq, do Instituto 
Ethos, como por exemplo, a empresa Natura. 
Figura 26: Linha Ekos Natura.
Fonte: <https://www.contextomidia.com.br/site/
natura-e-a-segunda-na-lista-de-empresas-mais-
sustentaveis-do-mundo/>.
73
Anotações:Para o desenvolvimento eficaz e responsabili-
dade social, foram elaborados algumas diretrizes e 
instrumentos de Gestão da Reponsabilidade Social. 
INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE 
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Para a maior eficiência do processo de 
responsabilidade social, muitos instrumentos 
gerenciais foram desenvolvidos a nível nacional e 
internacional. Estes instrumentos envolvem as três 
dimensões da sustentabilidade: dimensão social, 
econômica e ambiental, e são representados por 
normas, selos, certificações. As empresas devem 
avaliar como querem que sua responsabilidade social 
seja promovida. Existem duas formas para isso:
1. Através de Relatórios sociais produzidos 
pelas próprias empresas, com modelo e 
critérios específicos, ou;
2. Através de Certificações, nas quais as 
concessões dependem de avaliação das 
empresas por terceiros a parte. 
RELATÓRIOS
O relatório é uma forma global de comunicação 
clara e transparente sobre os impactos positivos 
e negativos que as operações da empresa têm 
sobre a sustentabilidade. Existem vários modelos 
de relatórios internacionais e nacionais. Dentre 
os internacionais, temos o Global Reporting 
Iniciative. O relatório de sustentabilidade serve para 
medir, divulgar e prestar contas do desempenho 
74
Anotações: organizacional aos stakeholders internos e externos, 
visando ao desenvolvimento sustentável (GLOBAL 
REPORTING INICIATIVE, 2006, p.3). Esse relatório 
possui indicadores econômicos, ambientais e 
sociais. 
A partir de 1997, o sociólogo Herbert de Souza 
(Betinho) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais 
e Econômicas (IBASE) agenciaram a publicação 
do relatório Balanço Social entre as empresas 
brasileiras. Em 1998, foi criado o Instituto Ethos 
de Empresas e Responsabilidade Social. Esse 
instituto promove a responsabilidade social 
empresarial entre as empresas brasileiras. Ele criou 
os indicadores Ethos de Responsabilidade Social 
Corporativa. Os indicadores abrangem os temas: 
Comunidade e Governo e Sociedade, Transparência 
e Governança, Valores, Público Interno, Meio 
Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes.
CERTIFICAÇÕES 
Existem respeitáveis certificações ligadas 
à responsabilidade social, como a SA 8000, a 
AA1000 e a ISO 26000. A norma Responsabilidade 
Social 8000 foi desenvolvida em 1997 pela Social 
Accountability International (SAI) e foi revista 
em 2001. A norma SA 8000 visa à verificação das 
condições de trabalho nas empresas. É uma norma 
voluntária fundamentada em um sistema de gestão 
de melhoria permanente, que pode ser utilizada em 
qualquer tipo de setor industrial. 
A norma é composta de nove matérias: 
trabalho forçado ou coagido, o trabalho infantil, 
liberdade de associação e negociação coletiva, 
75
Anotações:saúde e segurança, preconceito e discriminação, 
práticas disciplinadoras, carga horária de 
trabalho, salários e sistemas de gestão. A norma 
Accountability 1000 (AA1000), por sua vez, foi criada 
pelo Institute of Social and Ethical Accontability, 
em 1999. A norma tinha como objetivo melhorar 
as ações de responsabilidade social e a qualidade 
na contabilidade social e ética, na auditoria e na 
comunicação de relatórios. Para os fins desta 
disciplina, estudaremos a ISO 26000 – Diretrizes 
da Responsabilidade Social. Temos o estudo 
dos principais instrumentos de gestão para 
a responsabilidade social e ambiental. A ISO 
26000 é uma nova norma internacional que serve 
como um manual de orientações e diretrizes em 
Responsabilidade Social. A norma apresenta as 
seguintes propriedades: 
1. É uma norma de diretrizes ou orientações; 
2. Sem propósito de certificação;
3. Aplicável a qualquer tipo de organização 
como empresas, governo, organizações 
não governamentais; 
4. Construída com base em iniciativas de 
responsabilidade social já existentes, 
como declarações e convenções 
das Nações Unidas e da Organização 
Internacional do Trabalho e; 
5. Não é um sistema de gestão e é avaliado 
pelo resultado.
A partir da ISO 26000, a empresa deve ser 
ética e transparente e sustentar o compromisso 
para o desenvolvimento sustentável; deve estar 
em conformidade com as leis e com as normas 
internacionais de comportamento empresarial.
76
Anotações: Figura 27: Normas Nacionais e Internacionais.
Fonte: <https://central3.to.gov.br/arquivo/453257>.
ISO 26000 – NORMA INTERNACIONAL 
SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL
Trata-se de uma norma de orientação de uso 
voluntário e sem objetivo de certificação, aplicável 
a todos os tipos de organizações (pequenas, 
médias e grandes) e em todos os setores (governo, 
ONGS e empresas privadas). A norma foi criada 
em 1º de novembro de 2010, e publicada como 
Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre 
Responsabilidade Social, na Suíça. De acordo com 
a ISO 26000, a responsabilidade social se traduz 
pelo anseio e pela finalidade das organizações em 
congregarem questões socioambientais em seus 
processos decisórios e a se comprometerem com 
os impactos de suas atividades na sociedade e no 
meio ambiente. 
A norma define a responsabilidade social de 
forma integrada em toda a organização, também é 
uma norma voluntária, isto é, não há a obrigação de 
sua adoção por parte das organizações. Entretanto, 
dada a sua importância, é sumariamente 
recomendada a atenção e prática de seu conteúdo 
77
Anotações:no desenvolvimento de políticas internas e externas 
sustentáveis, uma vez que se trata de uma norma 
internacional que serve de guia para de diretrizes 
da Responsabilidade Social em nível global. 
A ISO escolheu a Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto de 
Certifi cação Sueco (SSI) como entidades líderes 
na criação dessa norma que serve para mensurar 
e modifi car os critérios e indicadores dos sistemas 
de certifi cação de responsabilidade social já 
existentes. Têm 6 pilares que norteiam as áreas de 
atuação que devem ser observados em todas as 
instituições, razão pela qual as empresas precisam 
reconhecer muito bem sua missão, visão e valores 
para que a Responsabilidade Social Empresarial 
alcance o objetivo de gerar valor para os envolvidos 
direta ou indiretamente com as atividades da 
empresa: 
Figura 28: Pilares que norteiam as 
áreas de atuação.
Fonte: <https://tangerino.com.br/blog/gestao-empresarial/
responsabilidade-social-empresarial/>.
78
Anotações: Um dos assuntos centrais proposto pela 
ISO 26000 está no terceiro item, que faz alusão 
ao meio ambiente. Além dessamenção, o mercado 
de atuação da instituição é outro ponto a ser 
considerado para traçar as atividades que promovam 
a sua responsabilidade social empresarial.  As 
ações de Responsabilidade Social Empresarial são 
muito mais complexas e completas do que realizar 
atividades beneficentes e devem implementar a 
Responsabilidade Social Empresarial com base nas 
diretrizes da ISSO 26000. As empresas realizam, 
dessa forma, uma reconfiguração das organizações 
em relação ao planeta e à sociedade. Vejamos:
1. O desenvolvimento da Employer 
branding é o formato como uma empresa 
gerencia sua marca e se posiciona 
para criar a imagem positiva diante dos 
trabalhadores para  atrair talentos e retê-
los.  Realiza-se o posicionamento da 
marca – consciência necessária da marca 
por seus representantes e pelo público em 
geral. A necessidade de posicionamento 
é reflexo de uma sociedade cada vez mais 
consciente do impacto das ações de suas 
empresas; 
2. Além de promover a Responsabilidade 
Social Empresarial na cultura 
organizacional, é preciso pensar no impulso 
das ações na vida dos colaboradores 
fora da instituição e, principalmente, 
na extensão das atividades para suas 
famílias. Assim, uma empresa pode 
realizar trabalhos voluntários com seus 
colaboradores, mas também pode indicar 
79
Anotações:a realização de cursos de formação para 
os familiares de seus colaboradores que 
necessitam de apoio para capacitação 
profissional. 
O impacto que a norma causa nas empresas é 
grande. Há, porém, uma série de vantagens a serem 
conhecidas, dentre as quais: 
1. Atraem bons parceiros, fornecedores e 
acionistas que queiram apoiar as mesmas 
causas;
2. Protegem nas mudanças de realidades 
desafiadoras, incluindo os momentos de 
crise;
3. Promovem o  envolvimento dos co-
laboradores  e, como consequência, a 
produtividade interna;
4. Impedem que a instituição leve multas e 
seja alvo de processos judiciais;
5. Fidelizam seus clientes, atraem e retêm 
talentos;
6. Criam melhores condições de trabalho e 
de qualidade de vida aos funcionários;
7. Impedem o desperdício de dinheiro com 
insumos de custo elevado;
8. Criam o diferencial competitivo em 
relação aos concorrentes que não têm 
a Responsabilidade Social Empresarial 
como premissa;
9. Expandem as oportunidades de atuação e 
a obtenção de lucros, e;
10. Diminuem a escassez de materiais por 
meio do uso consciente dos recursos 
naturais; 
80
Anotações: Em relação à preservação do ambiente, 
diversas medidas dependem do tipo de atividade 
que a instituição desenvolve. Essas medidas vão 
desde a observação de leis municipais para gestão 
de grandes resíduos, a redução de desperdício 
de alimentos até o investimento em tecnologias 
para conservação de recursos. No entanto, a 
ação mais imediata a ser tomada pelas empresas 
é o investimento em programas extensivos de 
sustentabilidade e educação ambiental.
SUSTENTABILIDADE E 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Muitas empresas investem em endomarketing 
ou em programas de formação para treinar seus 
colaboradores para melhoraria da comunicação 
interna, investindo em informativos, murais, 
cartilhas, revistas mensais, entre outros. É 
igualmente importante investir também na 
expansão dessas ações aos familiares dos 
colaboradores, com informações e dicas que podem 
significar dignidade e desenvolvimento de aptidões 
profissionais.  A empresa pode fazer a distribuição 
sobre as ações educativas realizadas pela 
empresa. Referimo-nos, neste caso, à educação 
ambiental, situando-a em um contexto mais amplo, 
o da educação para a cidadania como elemento 
diferencial e determinante para a consolidação da 
empresa no mercado de trabalho e a criação de 
sujeitos cidadãos. 
O desafio do fortalecimento da cidadania 
se realiza pela possibilidade de cada pessoa ser 
portadora de direitos e deveres. Portanto, de ser 
81
um protagonista e corresponsável na defesa da 
qualidade de vida e promoção da cidadania. O 
principal eixo de atuação da educação ambiental é 
a solidariedade, a igualdade, a equidade e o respeito 
à diferença através de nuances democráticas de 
atuação fundamentadas em práticas interativas e 
dialógicas tão necessárias atualmente e reveladas 
através de vários segmentos sociais, incluindo 
a arte, como se pode observar na fi gura 29, que 
representam as obras do artista contemporâneo 
Pawel Kuczynski. 
 
Figura 29: As sátiras e críticas de 
“PaWel Kuczynski” em arte.
Fonte: <https://artesemfronteiras.com/artista-pawel-
kuczynski/>.
Isto se consubstancia no objetivo de criar 
novas atitudes e comportamentos diante do 
consumo na nossa sociedade e de estimular a 
mudança de valores individuais e coletivos. 
82
Anotações: A educação ambiental na escola 
ou fora dela continuará a ser uma 
concepção radical de educação, 
não porque prefere ser a tendência 
rebelde do pensamento educacional 
contemporâneo, mas sim porque 
nossa época e nossa herança histórica 
e ecológica exigem alternativas 
radicais, justas e pacíficas. (REIGOTA, 
1998, p.43)
E como se relacionam educação ambiental e a 
cidadania? Cidadania está relacionada à identidade 
e ao pertencimento a uma coletividade, a uma 
sociedade. A educação ambiental, como formação 
e exercício de cidadania, tem a ver com uma nova 
forma de perceber a relação do homem com a 
natureza, fundamentada em uma nova ética, que 
implica outros valores morais e uma forma diferente 
de ver o mundo e os homens.
A Educação Ambiental deve ser vista como 
um processo de constante aprendizagem que 
evidencia as distintas formas de conhecimento 
e que forma cidadãos com consciência local e 
planetária. Em 2015, durante o 70º aniversário da 
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova 
York, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável 
adotou formalmente a Agenda 2030, um plano de 
ação composto por um conjugado de 17 objetivos 
e 169 metas universais integradas e indivisíveis. O 
documento denomina-se Objetivos de Desenvolvi-
mento Sustentável – ODS. Todos os objetivos po-
dem ser alcançados pelos esforços em promover 
a Educação Ambiental e Educação para a Sustentab-
ilidade. 
83
Figura 30: Objetivos Globais para o 
Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: <https://afon.org.br/responsabilidade-social/
responsabilidade-social-iso-26000-RK4Jh>.
Assim, considera-se que a Responsabilidade 
Social, em especial a Responsabilidade Social 
Empresarial, relaciona-se com os estudos em 
Ética e moral pela dimensão epistemológica, ou 
seja, do conhecimento da condição humana frente 
às emergências ambientais e exigências para a 
boa convivência social, promoção da Cidadania e 
Direitos Humanos. 
84
U
ni
da
de
 4
Videoaula 1
Videoaula 3
Videoaula 2
Videoaula 4
86
Anotações:
87
A incorporação da 
temática socioambiental como 
ferramenta de estratégia de 
negócios é algo recente e 
necessário para garantir a 
sobrevivência das empresas 
num mercado competitivo, 
como o que se configura num 
momento de crise global. O 
momento exige que a sociedade 
esteja mais motivada e 
mobilizada para assumir um 
caráter mais propositivo, assim 
como para poder questionar 
de forma concreta a falta 
de iniciativa dos governos 
DIREITOS 
HUMANOS E 
CIDADANIA
88
Anotações: para implementar políticas pautadas no binômio 
sustentabilidade e desenvolvimento num contexto 
de crescentes dificuldades para promover a 
inclusão social. Isso só é possível se voltarmos a 
um eixo norteador da vida pública: a Cidadania e os 
Direitos Humanos. 
EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA 
E OS DIREITOS HUMANOS 
O desafio da construção de uma cidadania 
real configura-se como elemento definitivo para 
formação e fortalecimento de sujeitos cidadãos 
que, portadores de direitos e deveres, assumem-se 
como protagonistas da importância da abertura de 
novos espaços de participação cidadã. 
Atualmente, o desafio de fortalecer a 
cidadania e promover os direitos humanos pode ser 
realizado de forma convergente com a Educação 
Ambiental de forma que, enquanto marco de 
investigação,configure um referencial prioritário 
para viabilizar uma prática educativa que articule 
de forma decisiva a necessidade de se enfrentar, 
concomitantemente, a degradação ambiental e 
os problemas sociais. Neste caso, a Educação 
Ambiental representa a luta pelo próprio direito de 
existência. O próprio processo de construção da 
cidadania no Brasil, marcado pelas desigualdades, 
é perpassado por um conjunto de questões que, 
fundamentalmente, sugere a superação das bases 
indispensáveis dos formatos de dominação. O 
entendimento sobre os problemas ambientais se dá 
por uma visão do meio ambiente como um campo 
de conhecimento e significados socialmente 
89
Anotações:construídos, que é perpassado pela diversidade 
cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse. 
A Educação Ambiental, no sentido amplo, é a 
educação crítica voltada para a cidadania. Atuando 
nos indivíduos e auxiliando na compreensão, no 
manejo e na interação com o ambiente, vemos a 
oportunidade de superar a tradicional relação de 
exploração e de domínio dos indivíduos sobre a 
natureza, pois a degradação atinge e fere um direito 
coletivo. Na nova perspectiva da epistemologia (no 
sentido kantiano que estudamos na unidade 1), 
os ganhos particulares não podem ser os únicos 
objetivos da vida coletiva. Os bens ambientais 
são garantias coletivas. Para o usufruto comum, 
é exigido o emprego sustentável de recursos 
naturais.
A ONU declarou 1990 como o Ano Internacional 
do Meio Ambiente e o conceito de analfabetismo 
ambiental foi amplamente discutido. Em 1992, a 
Carta Brasileira da Educação Ambiental apontava 
para a necessidade de estudos nesta área. Por fim, 
em 2005, iniciou-se a década da Educação para o 
desenvolvimento sustentável. No Brasil, institui-
se a Política Nacional de Meio Ambiente, Lei Nº 
6.983/81. Segundo o texto, a Educação Ambiental 
representa “o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química 
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas”. 
A própria Constituição Federal de 1988, em 
seu Art. 225, parágrafo 1°, inciso VI, destaca a 
promoção da “educação ambiental em todos os 
níveis de ensino e a conscientização pública para 
a preservação do meio ambiente”. E mais, o Art. 4, 
90
Anotações: da Lei N°º 9.795/99, destaca os princípios básicos 
da Educação Ambiental. “I – Enfoque humanista, 
holístico, democrático e participativo; II – A 
concepção de meio ambiente em sua totalidade, 
considerando a interdependência entre o meio 
natural, o socioeconômico e o cultural, sob o 
enfoque da sustentabilidade”. Institui-se no Brasil 
o dia 3 de junho como Dia Nacional da Educação 
Ambiental. 
A Educação Ambiental no Brasil enfrenta 
dificuldades quanto à sua implementação e 
efetivação, que começa com o comodismo que 
perpassa a sociedade como um todo. Da escola que 
não promove a inclusão da temática nos currículos 
escolares até o consumismo, sustentado pelo 
capitalismo sem limites, formando outro obstáculo 
de grande impacto na sociedade brasileira. A 
Educação Ambiental, assim, é parte essencial da 
educação para a cidadania, assumindo uma posição 
privilegiada na promoção de atitudes e valores 
devido ao seu caráter eminentemente transversal, 
bem como no desenvolvimento de competências 
imprescindíveis para responder aos desafios 
sociais, dentre eles, os preconceitos e o racismo 
ainda presentes da sociedade contemporânea. 
DIVERSIDADE E RELAÇÕES 
ÉTNICO-RACIAIS
Nesse universo de complexidades precisa ser 
situado o indivíduo, cujos repertórios pedagógicos 
devem ser amplos e interdependentes, visto 
que a questão ambiental é um problema híbrido, 
associado a diversas dimensões humanas, em 
91
Anotações:especial, às questões referentes à diversidade 
e relações étnico-raciais. Araújo (2019) define a 
transversalidade como o ato de se transpassar as 
disciplinas presentes no currículo com temas de 
cunho ético-político-social, visando a melhoria da 
sociedade e da humanidade. 
A Educação das Relações Étnico-Raciais 
também tem a sua oferta obrigatória na Educação 
Formal, sendo que a base legal está na Resolução 
01, de 07 de junho de 2004, que institui as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de 
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e nas 
Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que alteraram a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei 
Nº 9.394/1996) tornando obrigatório o ensino de 
História e Cultura afro-brasileira e indígena. 
Entretanto, para além da base legal, existe 
a necessidade de tais temas serem retratados 
na sociedade, utilizando-se do currículo como 
construção social que, segundo Ivor Goodson (1997, 
p. 10), “é concebido para ter efeito sobre as pessoas, 
produzindo processos de seleção de inclusão/
exclusão e de legitimação de certos grupos e ideias”.
A educação é um importante mecanismo 
para a superação de condições não equânimes 
de ascensão social, para extirpar o racismo 
e o preconceito. Nesse sentido, Paulo Freire 
(1979) contesta a educação “bancária” com uma 
educação que realmente promova transformações. 
Na educação bancária o educando recebe 
passivamente os conteúdos do conhecimento, 
tornando-se um depósito do educador. Na educação 
bancária, educar é o mesmo que depositar. 
92
Anotações: Entretanto, Freire (1991, p. 126) defende a educação 
como transformadora: 
Você, eu, um sem-número de 
educadores sabemos todos que 
a educação não é a chave das 
transformações do mundo, mas 
sabemos também que as mudanças do 
mundo são um que fazer educativo em 
si mesmas. Sabemos que a educação 
não pode tudo, mas pode alguma 
coisa. Sua força reside exatamente na 
sua fraqueza. Cabe a nós por sua força 
a serviço de nossos sonhos
Assim, podemos afirmar que, apesar da ed-
ucação não ser efetivamente a solução para todos 
“os males”, é um bom começo em direção à trans-
formação ética da sociedade no sentido de super-
ação das práticas consumistas, de degradação am-
biental, de práticas preconceituosas e da própria 
transformação em uma sociedade mais igualitária, 
abordando sempre a interdisciplinaridade e trans-
versalidade destes temas. A educação ambiental 
agregada a outros temas, como a diversidade e as 
questões étnico raciais, que se forjam no cotidiano 
da sala de aula, na boa convivência com os vizin-
hos, na relação respeitosas no trabalho, no debate 
promovidos nos diversos setores da vida social, 
incluindo o trabalho. 
O poeta brasileiro Ferreira nos aponta um 
caminho inter e transversal sobre o processo de 
superação de tais práticas, a arte. “A arte existe 
porque só a vida não basta”. Na arte, compartilhamos 
uma obra do cinema brasileiro que aponta para 
93
Anotações:o debate inter e transversal dos temas. Chama-
se Xadrez das Cores ao curta metragem de Marco 
Schiavon. O filme narra a história de duas mulheres, 
patroa e empregada. O racismo é somente o tempo 
central. O filme demonstra quão semelhantes são 
todas as questões existenciais independente de 
credo ou qualquer outro tema social. 
Figura 31: Cena do Filme Xadrez das Cores.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc>.
A  Lei Nº 12.288/2010 institui o Estatuto da 
Igualdade Racial que entrou em vigor há mais de 10 
anos e várias empresas permanecem enfrentando 
problemas envolvendo esse tema que tem se 
tornado bem frequente no cotidiano do mercado de 
trabalho. A lei foi criada com a finalidade de garantir 
à população negra a concretização da igualdade 
de oportunidades, de defesa dos direitos étnicos 
individuais, coletivos e difusos, e para o combate 
ao preconceito e discriminação. 
Além das normas constitucionais referentes 
aos fundamentos, aos direitos e às garantias 
sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da 
94
Anotações: Igualdade Racial toma como diretriz político-
jurídica a valorização da igualdade étnica, a 
inclusão das vítimas de desigualdade étnico-
racial,e o fortalecimento da identidade nacionalbrasileira. O Brasil é formado, desde a sua gênese, 
por diversas formas de expressão de diferentes 
grupos culturais, que manifestam suas identidades 
através da dança, arte, culinária, símbolos, valores, 
entre outros, além disso, o país é um território de 
dimensões continentais. Tudo colabora para que o 
país seja rico em cultura e em diversidade. 
Todo esse repertório identitário é chamado 
de brasilidade, que forma todo o patrimônio material 
e imaterial a partir da memória e preservação do 
conhecimento. Há grupos sociais que acabam 
por se distanciar dessas raízes, em função dos 
fatores como a colonização e influências de 
culturas dominantes e hegemônicas, bem como a 
globalização ou mesmo a crença de que tudo o que 
é estrangeiro tem maior valor. Isso faz com que os 
costumes tradicionais se dissolvam com o passar 
das gerações. Em geral, isso ocorre por força 
política mesmo.
O repertório cultural, identitário ou 
brasilidades é muito rico. Parte se explica pela 
intensa mistura de povos que formou o Brasil, tal 
qual conhecemos desde o processo de colonização. 
Além disso, o extenso território com diferenças 
climáticas, tradições, manifestação artística, entre 
outras caraterísticas, nos permite falar sobre a 
Diversidade Cultural Brasileira. 
95
Anotações:Figura 32: Diversidade Cultural Brasileira.
Fonte: <https://educador.brasilescola.uol.com.br/>.
Embora a questão não deva ser tratada de 
forma linear, imediata e natural. Antes, a Diversidade 
Cultura Brasileira, em seus termos, deve ser lida 
criticamente deve ser entendida como produto 
de diferentes contextos e modelos históricos 
constituídos politicamente, portanto, com uma 
leitura mais complexa de pensamento. Para o 
pensador Edgar Morin (2001, p 429), “o pensamento 
complexo é uma postura crítica do pensamento 
simplificador”. 
Observar uma lógica na busca da compreensão 
da realidade através de situações dialógicas e 
polilógicas entrelaçadas, ou seja, criar métodos de 
investigação real sobre os fenômenos culturais. É 
a investigação circular que organiza e desorganiza 
permanentemente as concepções já cristalizadas 
para poder propor a riqueza de pontos de vista 
sobre a realidade. 
96
Anotações: Outra possibilidade é a maneira como o 
sujeito e os objetos das nossas reflexões e ações se 
fundam simultaneamente, ou seja, na cultura somos 
ao mesmo tempo produtores e produtos dela. Por 
fim, a dimensão dialética é essencial, o que já foi 
debatido. O diálogo nos convida à experiência dos 
paradoxos e das contradições, sendo a primeira 
permanente e a segunda superável pela negação. 
É fundamental o respeito, a valorização 
e o bom convívio harmonioso das diferentes 
identidades culturais existentes. O conceito de 
diversidade cultural nos consente verificar que as 
identidades culturais nacionais não formam um 
conjunto monolítico. Antes, devemos reconhecer 
e valorizar as diferenças culturais, como fator 
para a coexistência das várias formas possíveis de 
brasilidade. Segundo Gomes (2008, p.70), podemos 
afirmar que:
[...] em uma sociedade multirracial 
e pluricultural, como é o caso do 
Brasil, não podemos mais continuar 
pensando a cidadania e a democracia 
sem considerar a diversidade e o 
tratamento desigual historicamente 
imposto aos diferentes grupos sociais 
e étnico-raciais.
Assim, identificar a diversidade é apenas uma 
etapa da nova prática que se reproduz da sala de 
aula até o ambiente de trabalho. Como influenciar 
a prática diante de um agir preconceituoso tão 
presente no dia a dia e que, após séculos de 
opressão, permanece acontecendo? Foram dadas 
as reflexões e mudanças de paradigmas? É a partir 
97
Anotações:da exigência permanente do reconhecimento da 
diferença que se parte para uma nova prática nos 
vários setores da sociedade. 
Reconhecer que há e quais são as diferenças 
seria apenas uma manifestação superficial das 
características mais complexas e mais profundas, 
pois, de acordo com Silva (2005, p.86):
Os diferentes grupos sociais se 
tornariam igualados por sua comum 
humanidade, constituindo-se no 
[...] multiculturalismo humanista. É 
em nome da humanidade que este 
multiculturalismo [...] apela para o 
respeito, a tolerância e a convivência 
pacífica entre as diferenças culturais. 
Torna-se significativo o tolerar, 
respeitar e aceitar a diferença porque 
sob a aparente diferença, há uma 
mesma humanidade, todos são seres 
humanos e merecedores de respeito, 
de tolerância e aceitação.
O entendimento do conceito de diferença 
aponta para uma mudança epistemológica (do 
conhecimento) que indica a compreensão da 
subjetividade, do hibridismo e do coletivo tão 
marcado na gênese da cultura do povo brasileiro. 
Aranha (2006, p. 57) expõe o conceito de cultura sob 
dois aspectos: 
[...] o sentido amplo, antropológico e 
o restrito. No primeiro, à diferença dos 
animais, somos todos seres culturais, 
produtores de obras materiais e de 
pensamento. No segundo sentido, 
98
Anotações: referente à produção intelectual 
das artes, das letras e outras 
manifestações intelectuais, trata-se 
de expressões que podem atrair maior 
ou menor interesse das pessoas por 
um tipo específico de produção - ou de 
possibilidade de acesso a ela, uma vez 
que nas sociedades hierarquizadas 
os bens culturais nem sempre se 
encontram igualmente disponíveis 
para todos. 
Portanto, a diversidade que compõe a cultura 
brasileira significa toda a existência, o que indivíduo 
é capaz de construir e produzir envolvendo suas 
práticas, valores, crenças, e demais concepções. 
Na música da cantora amazonense Lucinha Cabral, 
que será lida em seguida, revela-se muito bem o 
pensamento complexo de Edgar Morin, na busca 
sistemática de elementos próprios da sua realidade 
e que justificam e explicam a existência da artista 
como mulher amazonense e que também se inclui 
no repertório da cultura nacional. Não à toa a 
canção se intitula Brasileira. 
Sou brasileira 
Sou caboquinha 
Da pátria d’água com muito orgulho e farinha 
Sou poesia, Cunhãtambim 
Disse o poeta maluco olho d’água 
Pedaço de mim 
Sou Tainã, iguarapé 
Balanço na rede viola no peito leseira baré 
Sou curupira, sou caboquinha 
Antonio Pereira, Aníbal Bessa, Mariazinha 
99
Anotações:Porto de Lenha, sou Boi-Bumbá 
Vila Santa Rita, sou Chico da Silva, sou Moroguetá 
Meu som também dá pra se dançar 
Disse o “Raízes” são dois pra lá, dois pra cá 
Sou Brasileira, sou brasileira, brasileira...
No caso de ambientes corporativos, o 
desafio da gestão diante da diversidade cultural, 
será promover a “colaboração” e a “confiança”, que 
podem ser afetadas por questões de racismo e 
etnocentrismo nas relações sociais, levando os 
indivíduos a desconfiarem de outros grupos étnicos 
e preferir interagir somente com pessoas de sua 
mesma cultura.
No processo de integração, é necessário 
haver um planejamento que vise agregar todos 
os aspectos da política de recursos humanos da 
organização, envolvendo fatores como seleção, 
treinamento, remuneração, desenvolvimento da 
cultura organizacional, dentre outros, incluindo 
nesse processo práticas inclusivas no contexto 
organizacional. 
Evoluindo para o debate sobre as práticas 
inclusivas, confere-se valor ético para a 
organização, colaboradores e skateholders. Para 
além da imagem da empresa, as práticas inclusivas 
também dizem respeito à inclusão de pessoas com 
deficiência no mercado de trabalho formal, que é 
um tema complexo e que vem conquistando espaço 
no cenário atual. 
A Lei de Cotas, lei Nº 8.213/91, estabelece 
que todas as empresas privadas com mais de 100 
funcionários devem preencher entre 2 e 5% de suas 
vagas com trabalhadores que tenham algum tipo 
100
Anotações: de deficiência. A lei acabou sendo um importante 
instrumento de reivindicação dos direitos da 
pessoa com deficiência para se chegar ao mercado 
de trabalho. 
Ressignificar a deficiência e as crenças 
que possuímos sobre as noções de capacidades 
e incapacidades, normalidade e anormalidade 
é essencialpara o estabelecimento de práticas 
inclusivas no contexto social, familiar, escolar 
e no trabalho. Superar o entendimento de que a 
deficiência é tragédia pessoal ou um problema 
do indivíduo e passar a compreendê-la como um 
resultado do intercâmbio ou da troca cultural 
entre o indivíduo que possui uma limitação física, 
sensorial e/ou mental e o ambiente físico e social 
ao seu redor é recomendado nas prestações de 
serviços, na convivência e no desenvolvimento de 
organizações éticas. 
É evidente a necessidade de uma educação 
para a diversidade, entendida menos como uma 
atitude de respeito passivo e mais como uma 
forma de estar no mundo, em que a articulação 
das diferenças se configura como pré-requisito 
ao desenvolvimento humano. Há um risco, sim, 
de ficarmos nos repetindo e fazendo das nossas 
palavras uma reverberação. Mas ainda há muitos 
dizeres que precisam ser ditos, outros lugares a 
serem atingidos, outros atores a ser chamados para 
esse diálogo e para a construção da articulação 
cultura-diversidade-desenvolvimento humano.
101
Anotações:ÉTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Com base nos estudos até aqui 
alcançados sobre que as relações humanas, os 
aprofundamentos dos conceitos sobre Ética, Moral, 
Direito, Deontologia e Responsabilidade Social, 
devemos destacar que as relações no trabalho 
ou fora dele representam trocas de informações, 
de conhecimentos ou mesmo de prestação de 
serviços. Assim, a prestação de serviço ético leva 
em consideração os seguintes aspectos: 
1. Respeito às normas vigentes sobre os 
direitos humanos e trabalhistas;
2. Respeito e cordialidade com colegas de 
trabalho;
3. Não aceitação do trabalho infantil e do 
trabalho escravo ou da exploração sexual 
de crianças e adolescentes;
4. Não praticando nem permitindo praticar 
qualquer forma de discriminação;
5. Cumprir os acordos de prestação de 
serviços com clientes e demais envolvidos;
6. Não permitindo o assédio moral ou sexual, 
ou quaisquer situações que traduzam 
intimidações, pressões ou ameaças entre 
funcionários, independentemente do nível 
hierárquico;
7. Fiscalizando os riscos de desrespeito 
aos direitos humanos e trabalhistas, 
bem como agindo para mitigar possíveis 
impactos e;
8. Responsabilidade com o meio ambiente.
102
Anotações: Embora haja os esforços, existem pessoas 
que vão continuar se portando de maneira antiética, 
sem nenhuma razão, realizando uma prática do “mal 
banal”, o que deve ser prevenido, caso contrário, 
pode se espalhar como uma praga, por várias 
camadas setoriais ou mesmo nas áreas pessoais. 
Por outro lado, existem comportamentos repetidos 
com base na pressão social, pelo hábito, pela falta 
de conhecimento ou por falta de empatia. Vemos 
a seguir as questões culturais que interferem no 
comportamento ético. 
QUESTÕES CULTURAIS NO 
COMPORTAMENTO ÉTICO 
Há no imaginário popular alguns conceitos 
que são conferidos aos brasileiros. A expressão 
malandragem ou jeitinho brasileiro se refere a 
uma abordagem improvisada e informal de escapar 
das situações de penalidades diante de uma da 
inobservância das regras morais, de escapar das 
responsabilidades conferidas ou mesmo de aplicar 
arranjos específicos para determinadas situações 
sem esses dados serem conhecidos. São atos 
pequenos de corrupção. Ficou assim reconhecida 
após o episódio do jogador de futebol da seleção 
brasileira, Gérson1, como marco na história.
É um malabarismo, uma estratégia que 
o brasileiro desenvolveu no decorrer dos anos 
1 A Lei de Gérson - Essa expressão originou-se em meados 
de 1970, com o polêmico jogador Gérson, da Seleção Brasi-
leira de Futebol, que utilizou a frase em uma propaganda de 
cigarros: “você também gosta de levar vantagem em tudo, 
certo?”. 
103
Anotações:diante das diversidades de um país marcadamente 
desigual socialmente. O antropólogo e filósofo 
Roberto DaMatta, em sua obra “O que faz o brasil, 
Brasil?”, sugere um itinerário de investigação 
evidenciando que: 
Na sua discreta singeleza, permite 
descobrir algo muito importante. 
É que no meio de uma multidão de 
experiências dadas a todos os homens 
e sociedades, algumas necessárias à 
própria sobrevivência, como comer, 
dormir, morrer, reproduzir-se etc., 
outras acidentais ou superficiais: 
históricas, para ser mais preciso – o 
Brasil foi descoberto por portugueses 
e não por chineses, a geografia do 
Brasil tem certas características como 
as montanhas na costa do Centro-Sul, 
sofremos pressão de certas potências 
europeias e não de outras, falamos 
português e não francês, a família real 
transferiu-se para o Brasil no início 
do século XIX, etc. Cada sociedade 
(e cada ser humano) apenas se utiliza 
de um número limitado de “coisas” (e 
de experiências) para construir-se 
como algo único, maravilhoso, divino 
e “legal” (MATTA, 1986, p.07).
A imagem que inaugura o livro demonstra a 
articulação necessária de um preciosismo criativo 
do brasileiro para lidar com questões sempre 
presentes na existência de muito como comer, 
dormir e outras necessidades. O jeitinho é uma 
instituição marcante no cotidiano do brasileiro. 
104
Anotações: Todos sabem, se já não o praticaram. O autor tem 
a preocupação de explicar o título da obra que 
traz Brasil, com b minúsculo; é a ideia de “objeto 
sem vida”; e outro Brasil, com B maiúsculos. Esta 
separação sugere a separação entre o ideal de 
país e o real, ou ainda aquele que ainda está em 
construção duplamente. 
Figura 33: Jeitinho Brasileiro.
Fonte: <https://diariodorio.com/historia-do-ze-carioca/>.
Roberto Damatta prossegue explicando que 
as instituições brasileiras foram traçadas para 
coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do 
Estado é naturalmente coercitiva. Entretanto, no 
caso brasileiro, é imprópria à realidade individual. 
105
Anotações:O estúdio de Walt Disney, através das relações 
políticas de vizinhança propagadas pelos EUA, 
criou personagens que representavam duas nações 
aliadas do continente, México e Brasil. Criou, então, 
Zé Carioca, um papagaio malandro que vive de 
driblar, enganar, mentir, levando vantagem em 
todas as ocasiões. 
Figura 34: Revista em Quadrinhos do Zé Carioca.
Fonte: <https://diariodorio.com/historia-do-ze-carioca/>.
Na literatura brasileira temos alguns exemplos 
de anti-heróis que representam bem esta forma 
do brasileiro malandro com uma outra percepção 
estética. Nesse sentido, Macunaíma, de Mário de 
Andrade, é um exemplo do jeitinho brasileiro de se 
sobressair em situações difíceis. 
106
Anotações: Figura 35: Livro Macunaíma (1928), 
de Mário de Andrade.
Fonte: <https://www.amazon.com.br/>.
É um amálgama da formação do povo 
brasileiro. Torna-se índio, negro e, depois de tomar 
banho na poça do pé do gigante Sumé, vira europeu. 
Individualista e preguiçoso, seu bordão é «ai que 
preguiça”. 
Figura 36: Cena do Filme Macunaíma. 
Fonte: <https://arribacao.com.br/2020/08/28/macunaima-
e-o-inominavel-as-desvirtudes-nacionais-do-anti-heroi-
brasileiro-no-brasil-dois-mil-e-vinte-de-voce-sabe-quem/>.
107
Anotações:No filme Macunaíma, de 1969, dirigido por 
Joaquim Pedro de Andrade, vemos Macunaíma 
sendo interpretado pelo ator brasileiro Grande 
Otelo, que atua na primeira metade do filme, quando 
o personagem ainda é uma criança negra. Depois 
Macunaíma se torna adulto e branco, passando a 
ser interpretado por Paulo José.
As ações de Macunaíma são fruto de uma 
mistura de malandragem, egoísmo, vingança e 
inocência. É difícil prever qual decisão ele vai 
tomar diante de um dilema, suas escolhas nos 
rendem algumas surpresas ao longo do romance. 
Macunaíma também é muito lascivo e apegado 
à vida fácil e de prazeres. A figura folclórica e 
fantástica do Macunaíma desmitifica a ideia de uma 
personagem de perfil simploriamente malandra e 
de mau caráter até então frequente. 
O outro comportamento muito presente 
na sociedade brasileira e que merece debate 
ético é o Capacitismo. Trata-se da visão que 
hierarquiza as pessoas em função de um ideal 
de perfeição, deadequação, de “normalidade” e 
de capacidade funcional. Assemelha-se a outras 
formas de preconceito e opressão social, como 
o sexismo e o racismo. Nos últimos anos, o termo 
capacitismo começou a ganhar visibilidade sobre 
as discussões voltadas às políticas públicas e aos 
direitos das pessoas com deficiência (PCD).  As 
atitudes capacitistas estão ligadas ao conceito de 
corponormatividade. 
Enquanto o capacitismo é a visão 
preconceituosa; corponormatividade é a 
padronização do que é considerado “corpo 
normal” que subjuga e inferioriza outros corpos 
108
Anotações: considerados inaptos a sobreviver, pois são 
tratados com desprestígio e menor valor. 
Considerados incompletos, “inválidos” devem ser 
encaminhados para “reabilitação”, passíveis de 
pena e autocomiseração. A charge trata de uma 
conduta capacitista.
Figura 37: Conduta Capacitista.
Fonte: < https://esquerdaonline.com.br/2021/02/13/>.
Agora, analise as frases a seguir: 
1. Nossa, você é retardado?
2. Finge demência!
3. Que linda! Nem parece que tem deficiência.
4. Ai, coitadinho, tem Deficiência! Que dó!
5. Parece cego em tiroteio.
6. Dar uma de João sem braço.
7. Que mancada!
8. Deus só dá o fardo pra quem aguenta 
carregar.
9. Quando penso que está difícil para mim, 
lembro de você.
109
Anotações:10. Ainda bem que ele veio pra você. Se fosse 
comigo, eu nem sei o que eu faria.
11. Ai coitada, é tão linda!
12. Você Trabalha? Nossa, parabéns!
13. Mesmo sendo surdo, você é tão inteligente.
14. Pelo menos o seu irmão nasceu normal, 
né?
15. Ninguém acredita que você é surdo; 
Parabéns.
16. Apesar de andar de cadeira de rodas, você 
é muito bonita!
17. Noooossa, você não tem cara de autista!
18. Como ele (a) está se saindo bem na 
faculdade?
19. Coitada! Mas, olha, você vai arranjar 
alguém que te queira!
20. Que superação! Você fala, mesmo sendo 
surda?!
Todas as frases mencionadas são capacitistas, 
recomendamos retirar do seu vocabulário, caso as 
use, pois frases como estas, apesar de repetidas 
ingenuamente pela falta de conhecimento, podem 
constranger alguém, em especial, no ambiente de 
trabalho. 
OUTRAS QUESTÕES ÉTICAS
1. Pedir ao avô ou a uma amiga grávida que 
compre ingressos na fila preferencial é 
passar os outros para trás, ou mesmo 
furar a fila.
110
Anotações: Não é ético, tampouco moral e totalmente 
ilegal, já se sabe que a ética é uma disciplina para 
pôr em prática nas suas reflexões, e que constrói ou 
serve de base para as reconfigurações humanas do 
DEVIR (do que está por vir). Portanto, se queremos 
mais justiça social começaremos a realizar e 
promover a ação justa.
Figura 38: Fura fila.
Fonte: <https://www.humorpolitico.com.br/>.
2. Consumir produtos importados de países 
que comprovadamente usam mão de obra 
escrava equivale a aprovar essa prática?
Pior que isso, é financiar o sistema de 
exploração. Lembre-se dos nossos debates sobre 
o trabalho e a responsabilidade social. Mão de obra 
escrava é crime.
111
Anotações:Figura 39: Mão de obra escrava.
Fonte: <https://arquitetandoestilos.com/trabalho-escravo-
x-moda/>.
3. “Gatos” de energia e água, ou seja, desvio da 
contagem do consumo da energia ou água. 
Pode-se até querer ser “Macunaíma”, mas se não 
deve. Não é aceitável nenhum tipo de uso de serviço 
sem o devido pagamento. É uma prática desonesta. 
Figura 40: Conduta Desonesta.
Fonte: <https://www.acritica.com/opinions/21-09-2020>.
112
Anotações: 4. Os brasileiros trabalham muito e 
pagam valores elevados de impostos 
que serão desperdiçados por gestores 
incompetentes ou vão parar no bolso 
de corruptos. Assim, para obter um 
desconto no consultório médico, aceita-
se a proposta de pagar sem recibo, que 
se configura não apenas uma vantagem 
pessoal, mas também vingança contra o 
governo.  
É verdade. Paga-se muito imposto no Brasil. 
Mas a situação é um claro atentado contra a ética. 
Com esta atitude, no máximo criamos uma cascata 
de corrução. 
5. Enfim, registar imóvel com valor mais 
baixo, avançar sinal vermelho, dirigir 
sob efeito de álcool, não tratar com 
cordialidade os colaboradores e colegas de 
trabalho, desviar recursos das empresas, 
não atentar ao uso racional de recursos 
naturais como a água, não dar o destino 
correto ao lixo produzido, entre outras 
condutas não éticas que têm impacto na 
vida coletiva. 
Diante disso, esperamos que tenha percebido 
o quanto as ações individuais impactam as vidas 
de todos em sociedade. Ansiamos ainda que tenha 
aproveitado os conteúdos desta unidade. Todo o 
debate promovido nesta última etapa contempla os 
conhecimentos ora abordados em outras unidades 
e que podem ser contextualizadas e averiguadas 
nas diversas situações. 
113
Anotações:Diante do exposto, como refletir sobre a Ética 
e agir de forma moral e legal em uma sociedade 
marcada historicamente por inúmeras ações 
(políticas, em especial) antiéticas? Como seguir 
em frente cumprindo o papel de cidadão em uma 
sociedade em que isso significa agir de forma 
ingênua? Depois deste estudo, ainda é possível 
indagar algo? Sim. É perfeitamente compreensível. 
Se isto acontece, significa que se está 
construindo, modificando, transformando e 
ressignificando os conceitos, que ora possui, 
por algo que está por vir, ou seja, está em pleno 
exercício do DEVIR, inicialmente abordado neste 
estudo. Assim, o mais natural é que, de fato, as 
inquietações apareçam e comecem a ecoar no seu 
imaginário e que produzam novas inquietações. 
As teorizações em ética, moral, Direito, 
sustentabilidade e responsabilidade social serviram 
para criar subsídios e um repertório para que a 
ética seja, logo em seguida, instrumentalizada; 
pois é nosso dever (no sentido kantiano do termo), 
como partes integrantes de todo um ecossistema, 
produzir ciência e consciência, agir de forma 
minimante tolerante para poder dirimir os conflitos, 
compreendendo que a mudança requer tempo e 
que só poderemos existir se soubermos coexistir. 
114
Anotações: REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São 
Paulo: Martins Fontes, 2007.
ARISTÓTELES. A Política. Brasília: Ed. Universidade 
de Brasília, 1985.
BRASIL. Constituição da República Federativa 
do Brasil. Brasília: Congresso Nacional, 1988. 
Disponível em: Acesso em: 12 dez 2021.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto 
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. 
Cartilha Compreendendo a Responsabilidade 
Social: ISO 26000 e ABNT NBR16001. Disponível 
em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/
responsabilidade_social/index.asp. Acesso em:23 
dez 2021.
FRITZEN, Silvino José Exercícios Práticos de 
Dinâmica de Grupo e de Relações Humanas 3ª Ed. 
Petrópolis: Editora Vozes, 1987. 
GEBARA, Ivone. Teologia Ecofeminista: ensaio para 
repensar o conhecimento e a religião. São Paulo: 
Olho D’água, 1997.
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre 
facticidade e validade. Tradução de: Flávio Beno 
Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 
2003.
MACHADO, Ailton Cavalcanti; TERÁN, Augusto 
Fachín. Educação Ambiental: desafios e possibili-
dades no Ensino Fundamental I nas escolas públicas. 
Revista Educação Ambiental em Ação, n. 66, 6 dez. 
2018. Disponível em: Acesso em: 13 dez. 2021.
115
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: a gestão 
ambiental em foco. Doutrina. Jurisprudência. 
Glossário. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2011.
MORIN, Edgar. O Método II: a vida da vida. Porto 
Alegre: Editora Sulina, 2001.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Carta 
das Nações Unidas. Nova Iorque, 1945. Disponível 
em: Acesso em: 22 set. 2010. ______. Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. Nova Iorque, 
1948. Disponível em: Acesso em: 22 set. 2010. 
______. Pacto Internacional sobre os Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais. Nova Iorque: 
ONU, 1966. Disponível em: Acesso em: 22 set. 2010. 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO 
(OIT). Trabalho decente nas Américas: uma agenda 
hemisférica (2006-2015). Brasília, 2006.
REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental 
escolar. In: JACOBI,P. et al. (ORGS.). Educação, meio 
ambiente e cidadania: reflexões e experiências. 
São Paulo: SMA, 1998.
SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma 
introdução às teorias do currículo. 2.ed. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2005.
STRIEDER, Inácio. Ética na vida e no 
trabalho. Perspectiva Filosófica, Volume VII. 
Recife: UFEP, 2000.
ZANON, Junior. Moral, Ética e Direito. Disponível 
em: https://revista.esmesc.org.br. Acesso em: 15 
dez 2021. 
< h t t p : / / w w w. i n m e t r o . g o v. b r /q u a l i d a d e /
responsabilidade_social/pontos-iso.asp>
116
117
Ca
de
rn
o 
de
 E
xe
rc
íc
io
s
118
U
ni
da
de
 1
QUESTÃO 01
Segundo Nicola Abbagnanno (2007, p. 268), 
(...) o vir-a-ser significa o mesmo que mudança ou 
movimento. O que há de mais natural na humanidade 
é, portanto, a transformação ou a condição na qual 
alguém se faz constantemente. Sabemos que as 
transformações pelas quais passam as sociedades 
em todo mundo são inevitáveis. Isto porque a 
própria humanidade exerce algo que é inerente à 
condição humana, a permanente transformação. 
O termo que nomeia a transformação 
mencionada pelo autor denomina-se:
a. O Devir, a constante transformação.
b. O Dever, na perspectiva Kantiana.
c. O Ethos, modos de ser.
d. Episteme, o conhecimento.
e. Empatheia, a empatia.
QUESTÃO 02
A escolha ou livre vontade, como produto 
da razão, é exercida cotidianamente quando nos 
confrontamos com situações nas quais a nossa 
decisão depende do que consideramos bom ou 
mau, correto ou incorreto.
 Fonte: A Vida é Feita de Escolhas - 
Baú do Valentim (baudovalentim.net)
Realizamos, neste momento, a avaliação ou o 
julgamento com base na moralidade e nos valores 
presentes na cultura e que acabam por auxiliar-nos 
à medida que servem como bases orientadoras 
dessas mesmas escolhas fundamentadas em 
questões como: 
119
U
ni
da
de
 1
I. O individualismo.
II. A justiça.
III. A hierarquia de valores que nos guiam.
IV. A autoimagem de pessoa que desejamos 
ser.
V. As atitudes que revelam a cidadania em 
contexto social.
Está correto o que se afirma em: 
a. I, II, III e IV.
b. I, II, III e V.
c. II, III, IV e V.
d. II, III e V.
e. I, III e IV.
QUESTÃO 03
Aristóteles (1985, p. 125a) destaca que “a 
necessidade específica do homem em comparação 
aos outros animais é que somente ele tem o 
sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto 
ou de outras qualidades morais”. Dessa forma: 
I. O homem é um ser amoral na perspectiva 
aristotélica, e isto nos diferencia antro-
pologicamente dos animais, cujas ações 
obedecem a uma lógica presente na na-
tureza, em especial, a da sobrevivência.
II. O homem é um ser moral na perspectiva 
aristotélica, e isto nos iguala socialmente 
aos animais, cujas ações obedecem a uma 
lógica presente na natureza, em especial, 
a da sobrevivência.
III. O homem é um ser moral na perspectiva 
aristotélica, e isto nos diferencia social-
mente dos animais, cujas ações obede-
cem a uma lógica presente na natureza, 
em especial, a da sobrevivência.
120
U
ni
da
de
 1
IV. O homem é um ser amoral na perspectiva 
aristotélica, e isto nos iguala socialmente 
aos animais, cujas ações obedecem a uma 
lógica presente na natureza, em especial, 
a da sobrevivência.
Marque a opção que está de ACORDO com o 
pensamento do autor. 
a. I e II.
b. II.
c. III.
d. II e IV.
e. IV.
QUESTÃO 04
Analise as asserções:
I. A palavra Ética vem do grego Ethos e Ethikos 
e significa “modos de ser” ou comportamento e se 
aplica como disciplina (filosófica) para investigar os 
sistemas morais, sua constituição e consequências. 
Os sistemas morais são concebidos pelos homens a 
partir dos fundamentos de suas culturas, os quais 
determinam os valores, a noção de bem ou mal e de 
justiça. 
DESSA FORMA,
II. A Ética é a investigação, o estudo e o diálogo 
que busca conhecer para poder criar subsídios 
para o conjunto de morais existentes, ou seja, 
um sistema moral. É o ramo da Filosofia que lida 
com o moralmente bom e aceitável ou mau e não 
aceitável; o certo e errado. Tendo esta natureza, a 
Ética tem como objetivo, o estudo dos princípios 
que regem o comportamento humano em padrões 
aceitáveis, a fim de garantir a convivência pacífica 
nas sociedades e entre elas.
121
U
ni
da
de
 1
Marque a alternativa correta:
a. As duas afirmações são verdadeiras, e a 
segunda contrapõe a primeira.
b. As duas afirmações são verdadeiras, e a 
segunda complementa a primeira.
c. A primeira afirmação é falsa, e a segunda é 
verdadeira.
d. A primeira afirmação é verdadeira, e a 
segunda é falsa.
e. As duas afirmações são falsas 
QUESTÃO 05
A Ética tem como função investigar o 
comportamento humano ao longo da história, 
procurando criar subsídios para nortear os 
indivíduos diante dos dilemas éticos cotidianos. Em 
qualquer sociedade observamos o aparecimento de 
situações complexas ou limites que fogem ao que 
é genericamente o modelo do que é moralmente 
concedido. Diante destas situações, a Ética se 
revela um método: a imersão de fonte de dados, a 
construção de processo de reflexões sistemáticas 
e a criação de metodologia para a construção de 
novos parâmetros para a tomada de decisões. 
Existem algumas regras basilares da Ética neste 
método: 
I. Há particularidade ética (que as ações 
éticas produzem para todos os efeitos 
diferentes).
II. O comportamento expressa princípios 
válidos para todos os pensamentos.
III. Todo comportamento ético tornar-se-á 
objeto de investigação e reflexão.
IV. A legislação de cada país será devidamente 
reconhecida. 
122
U
ni
da
de
 1
Sobre as afirmativas, é correto afirmar que: 
a. Apenas as alternativas II e III estão 
corretas.
b. Apenas as alternativas I e III estão corretas.
c. Apenas a alternativa III está correta.
d. Apenas a alternativa IV está correta.
e. Apenas as alternativas II, III e IV estão 
corretas.
123
U
ni
da
de
 2
QUESTÃO 06
Em relação à comunicação, podemos afirmar 
que ela ocorre em diferentes níveis. Sobre o assunto, 
relacione as colunas e assinale a alternativa com a 
sequência correta.
A - Comunicação intrapessoal.
B - Comunicação interpessoal.
1. Face-a-face, presencial - entre diferentes 
pessoas, que são simultaneamente 
emissor e receptor.
2. Ocorre virtualmente e simultaneamente 
entre emissor e receptor.
3. Efetuada consigo próprio; emissor e 
receptor coincidem.
4. Efetuada através de computadores 
interligados em rede, operando em 
“tempo real”. A comunicação ocorre 
simultaneamente entre diferentes 
pessoas.
5. Emissor e receptor são instâncias 
separadas pelo tempo e/ou espaço através 
dos meios de comunicação como rádio, 
televisão e mídia impressa. 
a. 1A– 2A – 3B – 4B – 5A.
b. 1B– 2B – 3A – 4B – 5B.
c. 1A– 2A – 3B – 4A – 5A.
d. 1B– 2A – 3A – 4B – 5A.
e. 1A– 2A – 3A – 4B – 5B.
124
U
ni
da
de
 2
QUESTÃO 07
O objetivo das Relações Humanas é 
aperfeiçoar o convívio das pessoas, permitindo 
um relacionamento harmonioso entre elas. 
Para que isso ocorra, são imprescindíveis o 
autoconhecimento e o conhecimento do “outro”, e 
o desenvolvimento de aptidões para saber conviver 
socialmente. Sobre as relações humanas, é correto 
afirmar, EXCETO:
a. Para que as relações humanas se 
estabeleçam, são imperativos o 
autoconhecimento (relação intrapessoal) 
e o o conhecimento do “outro” (relação 
interpessoal).
b. Para que as relações humanas se 
estabeleçam, é necessário procurar 
conviver socialmente, trabalhar em 
equipe.
c. Com vistas a instaurar de maneira definitiva 
as relações humanas e a harmonia nestas 
relações, percebemos que o investimento 
na comunicação pressupõe praticar a arte 
do diálogo. 
d. O ato comunicativo, realizado sem 
interferências, é o mecanismo pelo 
qual as trocas e as relações sociais se 
concretizam.
e. O diálogo, como expressão na arte 
do relacionamento, é facultativo na 
construção das relações humanas.
125
U
ni
da
de
 2
QUESTÃO 08
 
Disponível em: www.bancadejornalistas.com.br.
Analise a figura e marque a única alternativa 
correta.a. A imagem representa os seis elementos da 
comunicação que trabalham no momento 
de concretização do diálogo. Na figura, os 
códigos são os gestos de fala e audição 
realizados.
b. A imagem representa os seis elementos da 
comunicação que trabalham no momento 
de concretização do diálogo. Na figura, 
o emissor não reconheceu a mensagem 
correta.
c. A imagem representa os seis elementos da 
comunicação que trabalham no momento 
de concretização do diálogo. Na figura, o 
emissor foi promovido. 
d. A imagem representa os seis elementos da 
comunicação que trabalham no momento 
de concretização do diálogo. Na figura, o 
receptor não captou a mensagem correta.
Você vai ser
promovido!
Meu Deus,
vou ser
demitido!
Meio
Ruído
Mensagem
126
U
ni
da
de
 2
e. A imagem representa os seis elementos da 
comunicação que trabalham no momento 
de concretização do diálogo. Na figura, 
os ruídos são gestos de fala e audição 
realizados.
QUESTÃO 09
O Mundo é um Moinho
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar.
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és.
(...)
Composição: Cartola (1976)
A grandeza poética da canção se revela ainda 
no título, por meio da metáfora utilizada por Cartola 
para anunciar o mundo com um lugar no qual é 
preciso ter cuidado, estratégia e atenção para não 
se deixar triturar pelas mazelas que a vida pode 
trazer. A partir dos termos em destaque nos versos, 
amor e querida, é possível deduzir (sobretudo pela 
época em que a canção foi cantada por Cartola) que 
se trata de alguém do sexo oposto. Concluímos que a 
garota está decidida sobre algum evento, e o autor/
compositor lamenta sobre os próximos eventos 
consequentes desta decisão. Dito isso, os termos 
127
U
ni
da
de
 2
em destaque, amor e querida, dizem respeito a qual 
elemento da comunicação?
a. Emissor.
b. Receptor.
c. Canal.
d. Código.
e. Ruído.
QUESTÃO 10
A palavra “empatia” tem origem grega, 
empatheia, que significa paixão ou ser muito 
atingido por algo. No sentido alemão do termo, 
Einfühlung significa o processo de imitação interna, 
de modo que a comunicação empática é possível: 
I. Por meio da compreensão da empatia 
como um processo de construção de 
um clima harmonioso entre emissores e 
receptores da mensagem comunicada.
II. Através dos contatos das relações 
humanas nas quais a empatia pode ou não 
ser apreendida e desenvolvida.
III. Pois saber se expressar é o suficiente e 
compreende e interpreta o que os outros 
têm a dizer, o que é dispensável.
IV. Quando a qualidade da comunicação 
interpessoal entre os membros da empresa 
é um fator secundário para o cultivo de um 
clima organizacional positivo.
Assinale:
a. Se apenas as afirmativas II e IV estiverem 
corretas. 
128
U
ni
da
de
 2
b. Se apenas as afirmativas III e IV estiverem 
corretas. 
c. Se apenas as afirmativas I e II estiverem 
corretas.
d. Se apenas as afirmativas I e IV estiverem 
corretas.
e. Se apenas as afirmativas I e III estiverem 
corretas.
129
U
ni
da
de
 3
QUESTÃO 11
Sobre ética empresarial é INCORRETO 
afirmar: 
a. A Ética Empresarial está relacionada às 
reflexões e indagações sobre as morais e 
os valores, isto é, quais as normas vigentes 
nas empresas.
b. A Ética Empresarial reflete valores 
efetivamente dominantes em uma 
empresa.
c. Na Ética Empresarial são desejáveis o 
equilíbrio entre rentabilidade e o lado 
humanitário, ou seja, que as empresas 
possam criar condições adequadas para 
que as pessoas possam associar todas as 
suas dimensões da existência. 
d. Em sentido amplo, a Ética Empresarial se 
baseia na ideia de um compromisso social 
entre todos os membros que a compõe, 
levando em consideração o interesse de 
todos. 
e. O comportamento ético por parte da 
empresa é esperado e exigido pela 
sociedade.
QUESTÃO 12
Considerando as informações apresentadas, 
analise as asserções a seguir e as relações 
propostas entre elas.
I. As diferentes posições, linhas de 
pensamento, objetivos e interesses entre 
colaboradores e todos os envolvidos não 
130
U
ni
da
de
 3
devem implicar, decisivamente, em um 
conflito.
PORQUE
II. Deve haver, prioritariamente, uma 
ingerência ou interferência ativa ou 
passiva vinda de uma das partes para que 
não haja um conflito em uma organização. 
A respeito dessas asserções assinale a opção 
CORRETA:
a. As asserções I e II são verdadeiras e a II 
não é uma justificativa da I.
b. As asserções I e II são falsas.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira 
e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II é 
uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são verdadeiras.
QUESTÃO 13
Sobre conceito do termo Etnocentrismo 
analise as assertivas abaixo:
I. É a tendência de valorizar a própria cultura, 
tomando-a como parâmetro para avaliar e 
julgar as demais; 
II. É a tendência de desvalorizar a própria 
cultura, tomando-a como parâmetro para 
avaliar e julgar as demais;
III. É o processo pelo qual as diversas culturas 
trocam entre si elementos culturais;
IV. É a fusão de traços culturais provenientes 
de culturas diferentes.
131
U
ni
da
de
 3
Está correto somente o que se diz em: 
a. II, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II e IV apenas.
d. III, apenas.
e. I, III e IV apenas.
QUESTÃO 14
A percepção de parcela do empresariado sobre 
a necessidade de desenvolvimento sustentável vem 
gerando uma postura que se contrapõe à cultura 
centrada na maximização do lucro dos acionistas. 
A natureza global de algumas questões ambientais 
e de saúde, o reconhecimento da responsabilidade 
mundial pelo combate à pobreza, crescente 
interdependência fi nanceira e econômica e a 
crescente dispersão geográfi ca das cadeiras de 
valor evidenciam que assuntos relevantes para 
uma empresa do setor privado podem ter alcance 
muito mais amplo que aqueles restritos à área mais 
imediata onde se localiza a empresa. Ilustra essa 
postura empresarial a pirâmide de responsabilidade 
social corporativa a seguir: 
Responsabilidades filantrópicas
Promover a cidadania.
Responsabilidades éticas
Agir com ética.
Responsabilidades Legais
Obedecer à lei.
Responsabilidades econÔmicas
Agir com ética.
132
U
ni
da
de
 3
Com relação à responsabilidade social 
corporativa, avalie as afirmações a seguir: 
I. A responsabilidade Social pressupõe 
estudo de impactos potenciais e reais 
das decisões e atividades da organização, 
o que exige atenção constante às ações 
cotidianas regulares de uma organização.
II. À medida que a responsabilidade 
econômica de uma organização diminui, 
a responsabilidade social corporativa 
aumenta e, por conseguinte, a empresa 
passa a agir de forma ética.
III. A concessão de financiamento para 
as atividades sociais, ambientais e 
econômicas é fator relevante para 
a redução da responsabilidade legal 
empresarial. 
É correto o que se afirma em: 
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas. 
e. I, II e III. 
QUESTÃO 15
Analise as proposições:
I. Atualmente, a Ética e a Responsabilidade 
Social nas instituições e empresas vem sendo 
muito discutida. Há muitas dúvidas sobre manter 
ou não um comportamento ético em um cenário 
mercadológico tão competitivo e, em alguns casos, 
não fundamentados pela concorrência honesta. 
133
U
ni
da
de
 3
AINDA ASSIM,
II. A Ética e a Responsabilidade social são 
reconhecidas como fatores relevantes para o 
sucesso das empresas, pois por meio de condutas 
éticas, é possível a adoção de medidas de 
Responsabilidade Social que geram credibilidade 
e transparência na relação entre todos na 
sociedade e, em especial, na relação entre cliente 
e consumidor. 
É correto afirmar que: 
a. A primeira afirmação é verdadeira, e a 
segunda é falsa.
b. A primeira afirmação é falsa, e a segunda é 
verdadeira.
c. As duas afirmações são falsas.
d. As duas afirmações são verdadeiras,e a 
segunda se contrapõe a primeira.
e. As duas afirmações são verdadeiras, e a 
segunda complementa a primeira.
134
U
ni
da
de
 4
QUESTÃO 16
Analise as proposições.
I. A Educação Ambiental no Brasil enfrenta 
dificuldades quanto a sua implementação e 
efetivação, que começa com o comodismo que 
perpassa a sociedade como um todo. Da escola que 
não promove a inclusão da temática, os currículos 
escolares até o consumismo, sustentado pelo 
capitalismo sem limites, forma outro obstáculo de 
grande impacto na sociedade brasileira. 
ASSIM,
II. A Educação Ambiental é parte essencial da 
educação para a cidadania assumindo, uma posição 
privilegiada na promoção de atitudes e valores 
devido ao seu caráter eminentemente transversal, 
bem como no desenvolvimento de competências 
imprescindíveis para responder aos desafios 
sociais, dentre eles os preconceitos e o racismo 
ainda presentes da sociedade contemporânea. 
Marque a opção correta:
a. A primeira afirmação é verdadeira, e a 
segunda é falsa.
b. A primeira afirmação é falsa, e a segunda é 
verdadeira.
c. As duas afirmações são falsas.
d. Ss duas afirmações são verdadeiras, e a 
segunda se contrapõe a primeira. 
e. As duas afirmações são verdadeiras, e a 
segunda justifica a primeira.
135
U
ni
da
de
 4
QUESTÃO 17
Você, eu, um sem-número de educadores 
sabemos todos que a educação não é a chave das 
transformações do mundo, mas sabemos também 
que as mudanças do mundo são um que fazer 
educativo em si mesmas. Sabemos que a educação 
não pode tudo, mas pode alguma coisa. Sua força 
reside exatamente na sua fraqueza. Cabe a nós por 
sua força a serviço de nossos sonhos. 
(FREIRE. Pedagogia do Oprimido. 1991, p. 126).
CONSIDERANDO o pensamento do autor, 
podemos concluir que ele DEFENDE como IDEIA 
NÚCLEO: 
a. A transformação ética da sociedade 
no sentido de superação das práticas 
consumistas. 
b. A transformação ética que depende 
da escolha dos indivíduos através da 
potencialidade modificadora da Educação. 
c. A transformação ética que não depende 
da escolha dos indivíduos. 
d. A potencialidade modificadora dos 
sonhos. 
e. A transformação ética que não depende 
da escolha dos indivíduos através da 
potencialidade modificadora da Educação. 
136
U
ni
da
de
 4
QUESTÃO 18
 
Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/
estrategias-ensino/a-diversidade-
cultural-brasileira-sala-aula.htm.
O repertório cultural, identitário ou 
brasilidades é muito rico. Parte se explica pela 
intensa mistura de povos que formou o Brasil tal 
qual conhecemos desde o processo de colonização. 
Além disso, o extenso território com diferenças 
climáticas, tradições, manifestação artística, entre 
outras caraterísticas, representa: 
a. Etnocentrismo.
b. Stakeholders. 
c. Capacitismo.
d. Epistemologia. 
e. Diversidade Cultural Brasileira.
137
U
ni
da
de
 4
QUESTÃO 19
Dentre as proposições de Edgar Morin, um 
dos autores que nos introduziu ao pensamento 
complexo, encontra-se que: 
a. A complexidade não aspira ao 
conhecimento multidimensional.
b. A complexidade é sinônimo de completude.
c. A qualquer sistema de pensamento está 
aberto e comporta uma brecha.
d. Nosso pensamento deve ser sempre 
concluído para ser complexo.
e. O pensamento simplificador ajuda a 
integrar a complexidade do real.
QUESTÃO 20
Os diferentes grupos sociais se tornariam 
igualados por sua comum humanidade, constituin-
do-se no “[...] multiculturalismo humanista” (p.86). 
É em nome da humanidade que este multicul-
turalismo “[...] apela para o respeito, a tolerância 
e a convivência pacífica entre as diferenças cul-
turais” (p. 86). Torna-se significativo o tolerar, res-
peitar e aceitar a diferença porque sob a aparente 
diferença, há uma mesma humanidade, todos são 
seres humanos e merecedores de respeito, de 
tolerância e aceitação.
(SILVA. Documentos de Identidade: Uma Introdução às 
Teorias do Currículo. 2005, p.86)
138
U
ni
da
de
 4
De acordo com o texto, o autor destaca que: 
a. Os ganhos particulares não podem ser os 
únicos objetivos da vida coletiva.
b. A maneira como o sujeito e os objetos 
das nossas reflexões e ações se fundam 
simultaneamente, ou seja, na cultura 
somos ao mesmo tempo produtores e 
produtos dela.
c. É a partir da exigência permanente do 
reconhecimento da diferença que se parte 
para uma nova prática nos vários setores 
da sociedade.
d. O desafio de fortalecer uma cidadania e 
promover os direitos humanos pode ser 
realizado de forma convergente com a 
Educação Ambiental. 
e. O desafio do fortalecimento da cidadania 
realiza-se pela possibilidade de cada 
pessoa ser portadora de direitos e deveres.
139
U
ni
da
de
 4
140
U
ni
da
de
 4

Mais conteúdos dessa disciplina