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Todos os direitos reservados © FAMETRO IME Instituto Metropolitano de Ensino Ltda Wellington Lins de Albuquerque | Presidente - IME Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque | Reitora Cinara da Silva Cardoso | Vice-Reitora Iyad Amado Hajoj | Diretor de EaD e Expansão Leonardo Florêncio da Silva | Diretor Editorial e Gestor de EaD Adilsimar Saraiva Maciel | Coordenação Pedagógica EaD Luciana Braga | Projeto Gráfico e Direção de Arte Amenayde Cristine Corrêa | Assistente Editorial Ana Augusta de Oliveira Simas | Supervisora de Revisão e Revisora Karoline Alves Leite | Revisora Liene Costa | Revisora Imagens | depositphotos.com Responsável Técnico: Lorena de Fátima Vidal (CRB: 410/11-AM) Biblioteca CEUNI-FAMETRO FAMETRO Av. Djalma Batista, Nossa Sra. das Gracas. Manaus, AM Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro "Nos termos da Lei n.º 9.610/98, o autor desta obra é titular de todo o complexo de direitos autorais sobre a presente criação. Assim, é vedada a cópia, reprodução, edição ou distribuição desta obra sem autorização expressa do Autor ou da Editora e, ainda é vedado utilizar, citar, publicar esta obra integral ou parcialmente sem deixar de indicar ou anunciar o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor sob pena da aplicação das medidas previstas nos Art. 101 a 110 da Lei n.º 9.610/98." F383l Ferreira, Cleiciane Maia. Legislação e ética profissional / Cleiciane Maia Ferreira. -- Manaus: CEUNI-FAMETRO, 2021. 139p. ISBN: 978-85-64293-09-0 1. Ética 2. Legislação profissional 3. Moral I. CEUNI-FAMETRO. II. Título. CDU.17.01 Pa la vr a da R ei to ra “É a educação que faz o futuro parecer um lugar de esperança e transformação”. “Sejam todos e todas bem-vindos ao EaD do Centro Universitário Fametro” O Centro Universitário Fametro acredita que o papel de uma instituição de ensino é formar não apenas profissionais, mas também formar profissionais no Ensino Superior, com valores éticos, humanísticos e com respeito ao meio ambiente capazes de contribuir para o desenvolvimento da nossa Amazônia. A Fametro, portanto, tem premissas claras a cumprir como instituição de ensino de qualidade. Praticar o ensino, pesquisa e extensão é a sua principal bandeira. A Fametro, ao longo das últimas duas décadas, vem se consolidando como a melhor instituição de ensino do Norte, um espaço democrático e docentes com variadas visões de mundo. Somos uma instituição de ensino plural que avança a cada ano em busca sempre de desenvolver a economia da Amazônia. Nossa estrutura é moderna, estamos em diversos municípios levando uma educação inclusiva e de qualidade. Conheça o Centro Universitário Fametro e viva a experiência em estudar numa instituição com o corpo docente com mestres e doutores e de qualidade de ensino comprovada pelo MEC. Maria do Carmo Seffair Reitora UNIDADE I Considerações sobre Ética, Moral e Direito O que é Ética e qual sua função? O que são Deontologias? O que é Moral? As Normas Jurídicas Direito Trabalhista Su m ár io 13 19 23 24 31 32 UNIDADE II As Relações Humanas e Éticas no Trabalho UNIDADE III A Ética e a Responsabilidade Socioambiental O Código de Ética Empresarial Responsabilidade Social no Brasil Instrumentos de Gestão de Responsabilidade Social Relatórios Certificações ISO 26000 – Norma Internacional sobre a Responsabilidade Social Sustentabilidade e Educação Ambiental 37 53 59 71 73 73 74 76 80 UNIDADE IV Direitos Humanos e Cidadania Educação para a Cidadania e os Direitos Humanos Diversidade e Relações Étnico-Raciais Ética na Prestação de Serviços Questões Culturais no Comportamento Ético Outras Questões Éticas Referências Caderno de Exercícios 87 88 90 101 102 109 114 117 U ni da de 1 Videoaula 1 Videoaula 2 13 CONSIDERAÇÕES SOBRE ÉTICA, MORAL E DIREITO O fenômeno global contribui grandemente para o desaparecimento de fronteiras entre os países e, principalmente, entre as economias do mundo. Observa-se que, somados às diversas realidades e cenários, e enquanto produtos do alcance e da possibilidade de troca de culturas entre os países, os dilemas éticos1 são recorrentes e assolam o 1 Do grego Di, duas vezes; e Lemma, premissa. Dilema ético é o impasse entre dois princípios que se contrapõem com o mesmo peso moral. 14 cotidiano de milhares de pessoas nas mais variadas situações. Sabemos que as transformações pelas quais passam as sociedades em todo mundo são inevitáveis. Isto porque a própria humanidade exerce algo que é inerente à condição humana: o DEVIR, ou seja, a transformação permanente. Abbagnano (2007, p. 268) diz que “o Devir ou o vir-a- ser significa o mesmo que mudança ou movimento. O que há de mais natural na humanidade é, portanto, a transformação ou a condição na qual alguém se faz constantemente.” Figura 1: Evolução do homem. Uma outra característica inerentemente humana é a razão, ou seja, a capacidade de mensurar, calcular, medir, avaliar, entre outras habilidades. Mas, para quê mensurar, calcular...ou analisar? Para termos a clara noção de que diante desta capacidade podemos fazer mais do que a natureza nos impõe para sobreviver. Através da racionalização podemos fazer escolhas. A escolha é o início do processo que exige a reflexão baseada em três questionamentos fundamentais: quero? Posso? Devo? Para responder estas questões devemos considerar que a escolha 15 Anotações:ou livre vontade é construída a partir de valores e sistemas morais. A escolha ou livre vontade, como produto da razão, é exercida cotidianamente quando nos confrontamos com situações nas quais a nossa decisão depende do que consideramos bom ou mau, correto ou incorreto. Figura 2: A vida é feita de escolhas. Realizamos, neste momento, a avaliação ou o julgamento com base na moralidade e valores presentes na cultura e que acaba por nos auxiliar à medida que servem como bases orientadoras destas mesmas escolhas fundamentadas em questões como a justiça, a hierarquia de valores que nos guiam, a autoimagem de pessoa que desejamos ser e as atitudes que revelam a cidadania em contexto social. Assim, podemos dizer que agimos eticamente conforme os valores e a moral percorrendo a noção de bem e mal conforme as noções compartilhadas 16 Anotações: pelas pessoas de um grupo e em uma determinada sociedade. Aristóteles (1985, p. 125a) destaca que “a necessidade específica do homem em comparação aos outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto ou de outras qualidades morais”. O homem é, portanto, um ser moral na perspectiva aristotélica e isto nos diferencia socialmente dos animais, cujas ações obedecem a uma lógica presente na natureza, em especial, a sobrevivência. Para exemplificar bem esta diferença entre homens e animais no sentido da escolha, tomemos como exemplo a canção do artista amazonense Antônio Pereira, chamada Pássaro, Canto e Cativeiro. Pássaro, Canto e Cativeiro Numa terra bem distante Viveu um cantador Era o único da terra, um só cantador Vivia errante a esmo, em noites de lua Ele pela rua sozinho a cantar Sina que Deus lhe deu Numa tardezinha de fim de abril Cantando na feira pro povo escutar A charrete da princesa Com tanta beleza Trouxe sua alteza que quis lhe levar E o cantador se foi Era a dor do passarinho Preso na gaiola só para cantar Pouco a pouco o cantador Foi-se então calando Até de vez calar 17 Anotações:Acabou-se o cantador Endoidando a princesa Que com tal tristeza Se pôs a cantar e nunca mais parou Composição: Antônio Pereira (músico amazonense) Percebam que a história narra o encantamento de uma jovem princesa que, encontrando-se maravilhada pelo canto do pássaro, revolve aprisioná- lo em uma gaiola. A princesa resolve prendê-lo para que ela sempre tenha o seu canto. Entretanto, o poeta revela a condiçãonatural necessária para que o ser (neste caso, o pássaro) exerça a potencialidade de suas ações presente nos versos: “Vivia errante a esmo, em noites de lua/Ele pela rua sozinho a cantar/ Sina que Deus lhe deu”. A condição de cláusula agora presente interferiu a tal ponto que o pássaro deixa de cantar “até de vez calar”. A canção revela três aspectos importantes, que os animais cumprem bem os aspectos que a natureza determina nas condições reais e viáveis para o seu desenvolvimento. O silêncio do pássaro e a sua consequente morte não se tratou de uma ofensa ou resposta à princesa; mas sim, trata da inviabilidade do exercício de sua natureza, o canto em meio às noites de lua, pelas ruas, a esmo. O segundo ponto é que a diferença funda- mental está na ação conduzida por uma escolha baseada em valores e morais, como foi a conduta da princesa que não considerou as condições ide- ais de existência do pássaro. Na hierarquia de va- lores e moral, sua escolha foi baseada no desejo de pertencimento como prioridade sem considerar as 18 Anotações: consequências para outro ser. De maneira geral, os animais nos surpreendem quando se trata de ações que são consideradas nobres, a partir do nosso ju- lgamento. Há muito o que se pesquisar e conhecer acerca da relação entre a humanidade e os animais. Por hora, deixamos uma experiência encantadora no link abaixo: Figura 3: Baleia protege pesquisadora de ataque de tubarão tigre Fonte:<https://www.youtube.com/watch?v=53hXEODhfEU>. O terceiro ponto é que a liberdade é um bem absoluto para todos. Na história da humanidade, já vivemos diversos contextos em que a privação da liberdade e a supremacia de um grupo sobre outro signifi cou uma herança marcada pelo preconceito e pela violência. Para a superação dessa herança e outros objetivos, vamos precisar reconhecer bem o conceito de Ética e sua função. 19 Anotações: O QUE É ÉTICA E QUAL SUA FUNÇÃO? A globalização, como já mencionado, o surgimento de uma nova lógica para a organização e operacionalização das atividades corporativas e em outros setores da vida social, a alta rotatividade de tecnologias de informação, as automações muito presentes nas fábricas, a entrada de minorias no mercado de trabalho, a formação de um contexto excessivamente marcado pela competitividade e pelas mudanças dos modelos de relações sociais favorecem o estabelecimento de uma sociedade contemporânea que vive entorpecida pela presença e influência tão grandiosa do poder econômico associado à cultura do consumo e à produção de bens. Neste cenário, o florescimento de problemas éticos e as inquietações que eles provocam, determinam o estabelecimento das sistemáticas que apontam, em primeira instância, ao estudo e à constituição de parâmetros sobre a Ética, Moral e Direito e, em segunda instância, à prática transformada e submetida ao Devir das ações e condutas que garantam a civilidade e solidariedade para o convívio saudável e permeado pela clara noção de cidadania. Partindo desta primeira instância, abordare- mos os conceitos essenciais desta unidade. Res- saltamos que sempre que abordamos um conceito estamos expressando o que pensamos, ou seja, es- tamos construindo significados ao que levantamos no pensamento e na linguagem, com os quais po- demos diferenciar e qualificar as coisas e aconte- cimentos relacionando os argumentos e atribuindo 20 Anotações: juízos sobre uma determinada realidade. O primeiro conceito essencial é o termo Ética. A palavra Ética vem do grego Ethos e Ethikos, que significa “modos de ser” ou comportamento, e se aplica como disciplina (filosófica) para investigar os sistemas morais, sua constituição e consequências. Os sistemas morais são concebidos pelos homens a partir dos fundamentos de suas culturas, os quais determinam os valores, a noção de bem ou mal e de justiça. A Ética é, dessa forma, a investigação, o estudo e o diálogo que busca conhecer para poder criar subsídios para o conjunto de morais existentes, ou seja, um sistema moral. Ética é o ramo da Filosofia que lida com o moralmente bom e aceitável ou mau e não aceitável, o “certo” e “errado.” Tendo esta natureza, a Ética tem como objetivo estudar os princípios que regem o comportamento humano em padrões aceitáveis, a fim de garantir a convivência pacífica nas sociedades e entre elas. Tem como função investigar o comportamento humano ao longo da história, procurando criar subsídios para nortear os indivíduos diante dos dilemas éticos cotidianos. Em qualquer sociedade, observaremos o aparecimento de situações complexas ou limites que fogem ao que é genericamente o modelo do que é moralmente concedido. Diante destas situações, a ética se revela um método: a imersão de fonte de dados, a construção de um processo de reflexões sistemáticas e a criação de metodologia para a construção de novos parâmetros para a tomada de decisões. Existem algumas regras basilares da ética neste método: 21 1. A universidade ética (que as ações éticas produzam para todos o mesmo efeito); 2. O comportamento expressa princípios válidos para todos os pensamentos; 3. Todo comportamento ético se tornará objeto de investigação e reflexão; e 4. A legislação de cada país será devidamente reconhecida. Todas as regras basilares da ética advêm dos costumes que representam o repertório de valores de uma sociedade. Sobre os valores presentes em um grupo social, ressaltamos a importância dos particularismos históricos pelos quais passam cada sociedade. Na nossa, em especial, o contexto é marcado pela busca do desenvolvimento econômico, pela presença da mídia na formação de opinião e na criação de modelos e padrões de comportamento. Vamos refletir sobre os valores vigentes na contemporaneidade? Observe e analise a charge . Figura 4: Valores da Sociedade. Fonte: <https://tmblr.co/ZBFYbx1wm>. A apreensão e a aprendizagem dos valores éticos se dão por meio das relações humanas nas quais o homem necessita criar vínculos desde cedo. Muitos dos valores que possuímos são ad- quiridos de forma subjetiva através da família e da O que tem nesse recorte de jornal, Monolito? As cotações do mercado de valores De valores Morais? Espirituais? Artísticos? Humanos? Não, dos que servem para alguma coisa 22 Anotações: comunidade. Também aprendemos a hierarquia dos valores através da observação das atitudes e comportamentos de outros indivíduos, sejam adul- tos ou crianças. Assim, as duas crianças presentes na charge reforçam a ideia do aprendizado desde cedo, ainda na infância. O debate promovido por João Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, nesta charge, é mais uma das diversas reflexões promovidas pelo cartunista argentino. Desse modo, nota-se a preocupação de Quino em evidenciar uma hierarquia de valores presentes na sociedade contemporânea. Neste caso, os valores econômicos se destacam em função dos demais considerados valores humanos, artísticos, morais e espirituais. Na conclusão do diálogo, os valores ligados à produção de bens que podem ser capitalizados são os mais relevantes e úteis, ganhando destaque nas relações humanas. Essa visão de mundo passou a criar um clima favorável ao aparecimento de inúmeras interpretações sobre o comportamento humano, em especial no trabalho. A competitividade acirrada e a tendência cada vez mais constante de estruturação de tarefas e posições dentro das organizações das empresas, associadas ao desejo de construção de uma carreira bem-sucedida, exigem a criação de uma nova política de orientação relativa aos recursos humanos. Tal política aponta para a estruturação de princípios norteadores das relações de convivência e cidadania presentes nos Códigos de Ética Profissional ou Deontologias. 23 Anotações: O QUE SÃO DEONTOLOGIAS? Os códigos de Ética Profissional ou Deontologias são constituídos por uma série específica de direitos e deveres de uma determinada profissão;representam uma série de normas éticas referentes ao exercício de um trabalho baseado na missão de uma determinada empresa ou profissão. Dessa forma, cada área ou setor do conhecimento, sendo constituído como prática, é orientado por este conjunto de diretrizes que precisa ser apreciado, conhecido, reconhecido e praticado no âmbito das atuações profissionais. Nas empresas, os Códigos de Ética Profissional contêm a missão, visão e valores da instituição e a partir deles é possível reconhecer o papel de cada organização na sociedade na qual está inserida. Vejamos, alguns exemplos de Código de Ética Profissional ou Deontologias: Figura 5: Códigos de Éticas Profissional e Deontologias. Fonte: Google imagens. Os principais objetivos dos códigos de ética profissional são: 24 Anotações: 1. Esclarecer a importância de se manter o sigilo profissional (fundamental em muitos casos); 2. Sistematizar questões sobre os direitos trabalhistas; 3. Assinalar os princípios de uma instituição e/ou de uma profissão perante a sociedade; 4. Registrar em documento os direitos e deveres profissionais; 5. Delinear os caminhos e limites das relações que devem existir entre colegas de trabalho e clientes/pacientes; 6. Proteger os direitos humanos nas pesquisas científicas; e 7. Especificar o uso de publicidade em cada área de atuação profissional. Em que se baseiam estas normas e princípios presentes nas Deontologias? Mais uma vez, nos costumes e valores de sociedade que representam um sistema moral. O conceito de moral é outro tópico no qual vale a pena nos debruçarmos um pouco mais. O QUE É MORAL? Etimologicamente, o termo moral deriva do latim “moralis’ que significa “relativo aos costumes”. Surgiu, porém, da tentativa de tradução das palavras gregas Ethikos e Ethos que, como já vimos, significa hábito. Essa é a razão pela qual existe o uso comum entre os termos, que geram a ideia inicial de serem considerados sinônimos. Entretanto, o que existe é uma confusão conceitual. 25 Anotações:Ética. s.f. 1. (Fil.) Estudo dos valores e normas que permeiam a conduta humana dentro da vida prática. 2. (Fil.) Conjunto desses valores e normas. (2008, p. 555). Moral. adj.1.Relativo aos bons costumes: valores morais. 2. Pertencente ao domínio do espírito, da consciência, por oposição ao físico e material: sofrimento moral. 3. Que segue as regras de conduta socialmente aceitas, correto, austero, ético: atitude moral. 4. Que encerra uma lição, que ensina e educa; edificante: fábula moral. S.m. 5. Conjunto dos valores morais de uma pessoa ou grupo: Aquela gente preza a moral mais que tudo. 6. Disposição de espírito, de ânimo: O médico procurou levantar o moral do paciente. 7. Espírito de luta diante de dificuldades e perigos; brio, energia, coragem: O comandante exaltou o moral da tropa antes do combate. Sf. 8. (Fil.) Parte da filosofia que estabelece as regras de conduta, fundadas na noção do bem e do mal. 9. Conjunto dos princípios normativos do comportamento de um grupo social ou de uma sociedade: moral burguesa, moral cristã. 10. Ensinamento ou lição que se tira de um fato real ou de uma obra de ficção: E esta é a moral da história. 11. coloq. Pretensão de importância ou prestígio diante de outro(s): Achou-se cheio de moral por ter sido promovido (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2008, p. 877). 26 Anotações: Assim, enquanto a ética representa o estudo dos valores e normas do comportamento dentro da vida prática que edificam e instruem os indivíduos; a moral significa o conjunto de valores e costumes socialmente aceitos constituídos em parâmetros normativos que podem estar presentes em vários segmentos da vida, como a família, e que podem evoluir para estruturas mais complexas, como as deontologias, por exemplo. A moral é normativa. A relação entre os dois termos é de complementariedade, pois a ética, enquanto estudo, leva o indivíduo a reconhecer a importância e, principalmente, a razão pela qual determinada regra social e moral existe. Para entender o processo que leva uma pessoa a respeitar determinados princípios e regras morais, é preciso conhecer sua perspectiva ética. Portanto, a questão ética é crucial, e quando há uma falta de sentido para a vida, a dimensão moral e, portanto, as ações morais também entram em crise. (LA TAILLE, 2011, p. 9) No sentido desta proximidade conceitual alertamos para os exageros destas relações de complementariedade, o que já ocorreu no Brasil no segmento da Educação quando por muito se associou os termos a um terceiro termo: o moralismo (no sentido depreciativo) para significar aquele que vigia constantemente os passos alheios. Na verdade, o termo se refere à tendência a privilegiar a moralidade sobre os outros valores humanos, culminando, em alguns casos, em situações 27 Anotações:de preconceito e violência. A mesma confusão conceitual acontece com os termos Amoral e Imoral. Também não são sinônimos, embora ambos estejam relacionados às questões morais. Amoral refere-se à pessoa que não possui o senso devido para discernir bem ou mal, justo ou injusto. Para ela, não existe reconhecimento de julgamento e/ou valorização dos comportamentos porque simplesmente não reconhece a norma moral. São exemplos, as crianças pequenas e os que sofrem de insanidade mental. Imoral é aquele indivíduo que negligencia ou transgride a norma moral. Neste ponto, lembremo-nos que a norma presente a ser observada diz respeito a uma cultura específica conforme os modelos que foram construídos. Se observarmos um simples dado social como o casamento e as partes envolvidas no compromisso assinalado, por exemplo, identificaremos que a tratativa dada ao casamento católico é completamente diferente do que foi instituído no contexto mulçumano; sendo a monogamia uma característica do casamento católico e a poligamia do casamento mulçumano. Nos dois casos, ser imoral é não praticar a regra moral em suas determinações e processos específicos do catolicismo e do islamismo. Portanto, a imoralidade é uma transgressão à norma moral de uma cultura e/ou sociedade específica. Sobre os conceitos gerais abordados, podemos concluir que a Ética é a investigação, reflexão ou estudo sobre os sistemas morais. Assim, a moral tem caráter normativo e está ligada à cultura e à história de cada sociedade, e as deontologias dizem respeito aos direitos e deveres de uma profissão, conforme a figura 6. 28 Anotações: Figura 6: Relação entre ética, moral e deontologia. Fonte: <https://www.researchgate.net>. O que ocorre quando transgredimos a moral? Sanções, penalidades e reabilitações do plano ético. E como isto ocorre? Vejamos alguns pontos norteadores. No campo da religiosidade, temos algumas fontes basilares que fundamentam a moral de alguns grupos sociais. O Brasil denomina-se em grande parte cristão de vertente católica. Isto significa dizer que toda reflexão ética e toda moral são construídas com base na vertente religiosa, constituindo o que se chama Doutrina. No campo da epistemologia, temos uma ruptura a partir da reflexão do pensador prussiano, Immanuel Kant, séc. XVIII. A moral em Kant é independente de sentido religioso. Para o pensador, a moral parte da intenção, o dever não depende de qualquer justificativa religiosa mas unicamente da capacidade de julgar, avaliar e mensurar, ou seja, depende da razão, que é inerentemente humana, como já vimos nesta unidade. Em Kant, a razão ÉTICA Princípios gerais MORAL Aplicação ao comportamento humano e social DEONTOLOGIA Aplicação às profissões 29 preserva os princípios que articulam intenção e dever, conforme a autonomia de cada indivíduo. Gráfico 1: Religião dos brasileiros (em %). Fonte: Pesquisa Datafolha com 2.948 entrevistas, em 176 municípios, em 5 e 6 de dezembro de 2019, margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%. Para o pensador,a forma como o indivíduo adquire, aprende e justifica o seu conhecimento é fundamental para criar as condições suficientes e necessárias para o seu desenvolvimento ético. A palavra epistemologia vem dos termos gregos epis- teme, que significa conhecimento, e logia, que quer dizer estudo. Assim, a Epistemologia se preocupa com questões como: 1. Como conhecemos? 2. Como separar as ideias verdadeiras e falsas? 3. Como adquirimos o conhecimento? Católica Evangélica Sem religião Afro-brasileira Outra Ateu Judaica Espírita 50,0 31,0 10,0 3,0 2,0 2,0 1,0 0,3 30 Anotações: Perceba que, a partir de Kant, vemos o uso da ciência e da Pedagogia na construção da moral e de sujeitos éticos. As investigações de Kant apontam para estabelecer a Educação no campo da moral, posto que o ser humano não nasce moral, mas se torna moral através da Educação. “O homem não é nada além daquilo que a Educação faz dele” (As contribuições de Kant para a filosofia – Fundação Editora Unesp). Immanuel Kant nasceu na Prússia Oriental, na cidade de Königsberg, em abril de 1724 e morreu em 12 de fevereiro de 1804, aos 80 anos. Seus últimos trinta anos de vida foram intensos em produção acadêmica e suas reflexões e contribuições são, ainda hoje, referência para a elaboração de várias teorias e seus escritos possuem aproveitamento bastante amplo e eficiente em várias áreas do conhecimento. Porém, todas estas questões acerca do Conhecimento, da Moral e da Ética necessitam de um plano estatal que firme os postulados, os acordos, as normas, os direitos e deveres de forma permanente e que os reforce institucionalmente, ainda que através do emprego da força, característica esta que o Direito assumiu. Já estudamos o significado de Deontologias. No entanto, é importante ressaltar que são documentos construídos para servir de base legal, ou seja, documentos que sirvam de orientação das decisões subsequentes de fixações seguras das políticas vigentes em de uma sociedade. Além da histórica, há algumas confluências que ligam intrinsecamente as três esferas (Ética, Moral e Direito). Entretanto, conforme Habermas (2003): As instituições jurídicas distinguem-se 31 Anotações:de ordens institucionais naturais através de seu elevado grau de racionalidade; pois nelas, se incorpora um sistema de saber mantido dogmaticamente, isto é, articulado, trazido para um nível científico e interligado com uma moral conduzida por princípios ( HABERMAS, 2003, p.111). Dessa forma, o Direito é instituído para cristalizar os parâmetros morais e éticos para a tomada de decisões e fixar as consequências mediante estruturas fixadas no conjunto de normas jurídicas. O aspecto operacional e marcadamente racional do Direito não deixa de considerar a Moral e a Ética para que o Direito não se reduza somente à coação2; mas, sim, em Decisão3. AS NORMAS JURÍDICAS As normas jurídicas são regras sociais, ou seja, são normas de comportamento que têm por objetivo disciplinar a conduta social. São caraterísticas das normas jurídicas: 1. Generalidade – todos são iguais perante a lei; 2. Abstratividade - o maior número possível de casos semelhantes; 3. Imperatividade - a norma, para ser 2 É a ação conduzida por uma pessoa contra outra, no sentido de fazer diminuir a sua vontade ou de obstar a que se manifeste livremente. Disponível em: Glossário de termos jurídicos — Procuradoria da República no Espírito Santo (mpf.mp.br); 3 Em sentido estrito, pronunciamento do juiz que resolve questão incidente. Disponível em: Glossário de termos jurídicos — Procuradoria da República no Espírito Santo (mpf.mp.br). 32 Anotações: cumprida e observada por todos; e 4. Coercibilidade – coibir os incidentes. Possuem caráter obrigatório e são conferidas pelos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e, quando descumpridas, produzem sanções para reprimir novos atos da mesma natureza. Há uma norma jurídica específica para nosso debate, o Direito Trabalhista. DIREITO TRABALHISTA As normas do Direito Trabalhista consideram algumas dimensões: 1. O Indivíduo e suas liberdades civis e políticas; 2. Direitos sociais, econômicos e culturais; 3. Direitos Globais/Metaindividuais e correspondem aos direitos de toda uma categoria. O documento de significativa expressão sobre o Trabalho (e outras garantias) é a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, em seu Art. 23 esclarece que “toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social. Toda a pessoa tem o direito de 33 Anotações:fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses”. O direito não se refere somente ao trabalho, mas também ao trabalho decente, com condições necessárias e favoráveis de liberdade, igualdade e segurança, ou seja, confere a dignidade própria dos direitos fundamentais para o mundo do trabalho. Um dos mecanismos de concretização dessa dignidade é o direito à subsistência, garantido através da instituição de uma remuneração adequada. São documentos essenciais do Direito Trabalhista: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1793), a Carta das Nações Unidas (1945), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). No Brasil, a Constituição Federal de 1988, além de outros documentos normativos, confere alguns direitos ao trabalho, que são fundamentos basilares do próprio Estado. Diante disso, há algumas zonas de confluência entre Ética, Moral e Direito. A complementariedade e a zona fronteiriça muito fluída entre estes conceitos caminham junto com o próprio processo de evolução civilizatória. Existe uma inafastável influência, uma relação derivativa, reciprocamente condicionantes, uma vez que a Moral e a Ética são determinantes para a tomada de Decisão. No sentido inverso, podemos considerar que, por via reflexiva, a Ética e a Moral produzem juridicidade, ou seja, atribuem conformidade com os princípios ou com as formas do direito, da licitude, e da legalidade em vários setores da vida, incluindo o mundo do trabalho. 34 Anotações: U ni da de 2 Videoaula 1 Videoaula 2 36 Anotações: 37 AS RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS NO TRABALHO Desde os primórdios da humanidade, os seres humanos diferenciam-se dos animais pela habilidade de se relacionar. Homens e mulheres se constro- em como indivíduos nas relações sociais, sendo necessário que cada um tenha que corresponder às expectativas dos outros. No esforço dessa correspondência, estão as regras que orientam o padrão de comportamento que constituem a moral vigente. 38 Anotações: Relações Humanas são a concretização do contato e das trocas entre seres humanos. Elas têm sido estudadas como uma ciência do comportamento humano, no seu relacionamento intrapessoal e interpessoal. O Relacionamento intrapessoal ocorre quando se estabelece um diálogo consigo, e o Relacionamento interpessoal acontece quando há um relacionamento entre duas ou mais pessoas. No exemplo abaixo, pode-se acompanhar as duas formas de relacionamento, intrapessoal e interpessoal. O diálogo que o paraquedista Pedro tem, é consigo mesmo, para comunicar a si próprio a confi ança necessária para o salto. Porém, ao estar acompanhado e expondo sonoramente o diálogo (até, então, tem o intuito de ser somente intrapessoal) estabelece-se um novo relacionamento, o interpessoal, a partir da resposta de Carlos. Figura 7: Nascidos para Voar. Fonte: Nilo (@nascidosparavoar_ofi cial). 39Anotações:O objetivo das Relações Humanas é aperfeiçoar o convívio das pessoas, permitindo um relacionamento harmonioso entre elas. Para que isso ocorra, é imprescindível o autoconhecimento (relação intrapessoal), o conhecimento do “outro” (relação interpessoal) e o desenvolvimento de aptidões para saber conviver socialmente, trabalhar em equipe e participar de grupos sociais. Para o desenvolvimento dessas aptidões, recomenda-se o treino, a prática de ações que revelem a relação interpessoal. O primeiro passo para este treino e para investirmos em uma sociedade, com vistas a instaurar, de maneira definitiva, a harmonia nas relações, consiste na comunicação, que pressupõe praticar a arte do diálogo. Sem dúvida, a linguagem é a forma fundamental de comunicação e difusão do conhecimento, ideias, crenças e até emoções. Sua expressão na arte do relacionamento social é decisiva. Percebemos que todo o procedimento é conduzido pelo diálogo e pela comunicação. Assim, o ato comunicativo, realizado sem interferências, é o mecanismo pelo qual as trocas e as relações sociais se concretizam. Comunicar é relacionar-se. A própria comunicação se dá através de ciclos e uso de mensagens. E quais os elementos presentes neste ato comunicativo? Vejamos a figura 8: 40 Anotações: Figura 8: Alguns dos problemas físicos que podem prejudicar a comunicação. Fonte: <https://emtempo.com.br/saude/98135/>. Assim, para ter comunicação é necessário haver o emissor (quem emite a mensagem); receptor (quem recebe a mensagem); a mensagem (conteúdo) enviada através de um código (a língua portuguesa, no caso); o meio é o canal pelo qual a mensagem é difundida (a própria voz) e ruído é uma interferência no caminho da mensagem entre os interlocutores. A comunicativa ética é muito útil para as or- ganizações e pode aprimorar o comportamento de colaboradores e gestores no ambiente de tra- balho, levando-os a atuarem de maneira adequa- da, para que as suas ações não firam os princípios éticos fixados pela empresa. Um dado importante do processo de comunicação é que o corpo tam- bém comunica através dos gestos e posturas en- tre os interlocutores da mensagem. Segundo Al- bert Mehrabian, a linguagem corporal representa 55% do que estamos comunicando. Você vai ser promovido! Meu Deus, vou ser demitido! Meio Ruído Mensagem 41 Anotações:Gráfico 2: Linguagem corporal. Fonte: <https://www.objetivolua.com/mito-mehrabian- comunicacao/>. Além da preocupação de compreender os elementos da comunicação verbalizada e da linguagem corporal, há outro mecanismo que elabora e refina o ato comunicativo - a empatia na comunicação. Fritzen (1987, p.13) destaca Os Dez mandamentos das Relações Sociais que auxiliam a perceber como utilizar a comunicação empática: 1. FALE com as pessoas. Nada tão agradável e animador quanto uma palavra de saudação, de amor, de amizade; 2. SORRIA para as pessoas. Lembre-se de que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir; 3. CHAME as pessoas pelo nome. Para muitos, ouvir seu próprio nome soa como uma música suave; Palavras 7% Tom de voz 38% Linguagem corporal 55% 42 Anotações: 4. SEJA amigo e prestativo. Se você quiser ter amigos, seja amigo. Acredite na forma da união; 5. SEJA cordial, sincero e transparente. Tudo o que fizer, faça com prazer; 6. INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Lembre-se de que tem conhecimento apenas de seus saberes, e não dos outros. Seja sinceramente interessado pelos outros, aprenda; 7. SEJA generoso em elogiar e cauteloso em criticar. Os líderes elogiam, sabem encorajar, incentivar e elevar a auto- estima dos funcionários; 8. SAIBA considerar os sentimentos alheios. Respeite; 9. PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Há três comportamentos de um verdadeiro líder: ouvir, aprender e saber elogiar; e 10. PROCURE apresentar um excelente serviço. O que realmente vale em nossas vidas é aquilo que fazemos para outrem. Na construção da empatia, os contatos das relações humanas podem ou não ser apreendidos e desenvolvidos. Em um novo esforço e correspondência, desta vez entre a expectativa e os resultados esperados, salientamos a empatia na comunicação. A palavra “empatia” tem origem grega, empatheia, que significa paixão ou ser muito atingido por algo. No sentido alemão do termo, Einfühlung significa o processo de imitação interna, de modo que a comunicação empática é possível através: 43 Anotações:1. Da compreensão da empatia como um processo de construção de um clima harmonioso entre emissores e receptores da mensagem comunicada e; 2. Da construção da empatia só é possível através dos contatos das relações humanas nas quais a empatia pode ou não ser apreendida e desenvolvida. Os estudos sobre a comunicação empática ganham mais força conforme se desenvolvem novos caminhos científicos. Atualmente, a chamada Neurolaw é um campo da influência da neurociência na definição dos limites do juízo e consciência moral bem presentes no campo do Direito, por exemplo. Na contemporaneidade, estamos conectados o tempo inteiro e tudo é rápido e imediato. Na pressa, deixamos de ler, ouvir e escutar ou mesmo prestar atenção no outro. Enquanto parâmetro coerente com o comportamento dito ético, a comunicação empática é desenvolvida e aperfeiçoada através da prática. Figura 9: A empatia: uma aliada para entender os outros. 44 Anotações: Para se comunicar de modo empático, é necessário criar o hábito de compreender, antes mesmo de ser compreendido; é colocar-se no lugar do outro durante o processo, o que exige autoconhecimento. Não se trata de bondade ou simpatia no plano das intenções do termo. Trata- se antes de uma esfera racional da intenção, à maneira de Kant (mais uma vez) no cumprimento do dever social de estabelecer níveis aceitáveis de convivência a partir do exercício de se colocar no lugar do outro para compreender o que está sendo comunicado. Existem outros tipos de processos que constroem a comunicação, incluindo alguns contrários à empatia. São eles: 1. Apatia – falta de emoção; 2. Antipatia – vibração negativa e; 3. Simpatia – vibração positiva. A experiência da comunicação empática possibilitará o desempenho de habilidades sociais de: 1. Autocontrole da reação imediata ao comportamento de um interlocutor; 2. A expansividade afetiva, ou tele sensibilidade que é a capacidade de se perceber o que ocorre nas situações que se passam entre as pessoas. Algumas organizações optam por traçar um caminho metodológico para o desenvolvimento de uma comunicação empática, conforme se observa na figura 10. Aplicados os devidos contextos, a adaptação deste instrumento servirá de base para o início do estabelecimento de um clima organizacional favorável. 45 Figura 10: Passo a passo para criar um mapa mental. Fonte: <https://resultadosdigitais.com.br/ blog/mapa-da-empatia/>. Como a persona se sente em relação ao mundo? Quais as suas preocupações? Quais são os seus sonhos? Como é o mundo em que a persona vive? Como são seus amigos? O que é mais comum no seu cotidiano? Sobre o que sua persona costuma falar? Ao mesmo tempo, como age? Quais seus hobbies? Quais pessoas e ideias influenciam a persona? Quais suas marcas favoritas? Quais produtos de comunicação consome? Do que sua persona tem medo? Quais suas frustrações? Que obstáculos precisa ultrapassar para conseguir o que deseja? O que é sucesso para sua persona? Onde ela quer chegar? O que acabaria com seus problemas? o que FALA E FAZ? quais são as DORES? quais são as NECESSIDADES? o que OUVE? o que PENSA E SENTE? o que VÊ? Nome:__________________ Idade: ________ 46 E agora o modelo aplicado: Figura 11: Mapa de Empatia. Fonte: <https://resultadosdigitais.com.br/ blog/mapa-da-empatia/>. Vimos até aqui características fundamentais das relações sociais. Na esfera do trabalho, a comunicação empática, a linguagem corporal, a reflexão da Ética, a observânciada Moral e dos códigos de ética profissionais, ao reconhecimento do Direito como ferramenta de organização da sociedade, cria subsídios fundamentais para o estabelecimento das relações humanas, em especial, no trabalho. A Ética, no ambiente de trabalho, é a junção de tudo que abordamos até aqui, pois envolve Assiste a programas como Masterchef e a canais como GNT além de Netflix Acredito que boas instituições de ensino abrem portas Preciso estudar para melhorar meu currículo Amigos empreendedores Mãe bem-sucedida Preciso melhorar meu desempenho para chegar à diretoria da empresa Preciso de conhecimentos de gestão, metodologias ágeis e Marketing Digital Usa roupas que demonstram seriedade e poder Valoriza conforto e luxo Frequenta bons restaurantes Precisa pensar menos em trabalho e relaxar um poucoCompra marcas voltadas a mulheres bem-sucedidas, como Dudalina Sente-se desatualizada em relação ao mercado de trabalho É difícil conciliar trabalho e família o que VÊ? o que PENSA E SENTE? o que OUVE? o que quais são as DORES? quais são as NE 47 Anotações:comportamentos pessoais, valores, normas, entre outros aspectos que possibilitarão qualidades preciosas para o mercado de trabalho, chegando a ser comparável a qualquer conhecimento técnico/ profissional. Etimologicamente, profissão vem do Latim professio, professionis e significa o ato de professar; é a realização de trabalho habitual e especializado. Profissionalismo, por sua vez, é o procedimento técnico essencial às exigências de excelência de uma profissão. A Ética no Ambiente de trabalho é a forma pela qual se rege a execução de suas funções em ambi- ente profissional, correspondendo aos princípios que apontam “a moral, o respeito, o conhecimento, o sigilo profissional, o relacionamento e a caridade humana”. Por isso, o código de Ética Profissional, já mencionados na unidade anterior, trazem como eixos éticos fundamentais: 1. O objetivo da profissão; 2. A natureza da profissão; 3. A honradez da profissão; 4. A eficácia profissional; 5. O relacionamento profissional; 6. A intervenção profissional sobre o meio e; 7. A liberdade e a segurança profissionais. Para além dos princípios norteadores, os estudos e debates sobre ética percorrem várias outras dimensões, conforme observamos. Das relações humanas, através do contato e do ato comunicativo, até o debate mais específico da Ética Profissional, devemos conhecer e reconhecer o mais essencial da vida em sociedade: a dimensão coletiva. O Conhecimento tem a ver com 48 Anotações: Reconhecimento destes vários segmentos da vida em sociedade. A esse respeito, a filósofa e teóloga brasileira Ivone Gebara salienta que a vida cotidiana se ilustra de exemplos de como o conhecimento implica eticamente na vida dos indivíduos. Basta perceber como é importante conhecer bem o lugar onde se mora para atuar sobre ele. A filósofa não se refere somente ao espaço geográfico no qual os lares estão construídos, mas também aos indivíduos que neles vivem, suas dificuldades, maneiras de sobreviver, esperanças e sonhos. Nesta mesma dinâmica, a pensadora tenta captar porque são ‘estas coisas’ e não outras que chamam mais sua atenção, porque ‘estas’ e não outras habitam mais no seu campo de interesses. Ela pensa também na vegetação pobre ou rica presente no bairro, na qualidade do ar, na cor dos céus, na quantidade de estrelas visíveis à noite. Segundo ela, dependendo da forma de conhecimento, da ação ou relação com as pessoas, as coisas se modificam. Sendo assim, a relação entre ética e epistemologia não está num mundo abstrato, mas, sim, enraizada no concreto de nossa existência. Finalmente, a dimensão ética se torna evidente e realizável quando tratamos do conhecimento comum, aquele experimentado na vida cotidiana, adquirido através da educação que recebemos da família, ou aquele que é produto da experiência cognitiva que acumulamos ao longo da nossa existência através das nossas relações pessoais e de trabalho. A maneira como reconhecemos as pessoas, o valor que atribuímos a elas e às suas atitudes, bem como o valor que damos aos nossos 49 Anotações:conceitos e preconceitos, são exemplos claros de que o conhecimento e a ética estão relacionados. Desta forma, a comunicação eficaz e empática, a observância da Ética, da Moral, dos códigos de ética profissionais e, claramente, a disciplina quanto ao campo do Direito como instrumento de organização da sociedade criam subsídios fundamentais para o estabelecimento das relações humanas, em especial, no trabalho. A ética no ambiente de trabalho percorre toda a discussão que realizamos até aqui. U ni da de 3 Videoaula 1 Videoaula 2 52 Anotações: 53 Atualmente, a Ética e a Responsabilidade Social nas instituições e empresas vêm sendo muito discutidas. Há muitas dúvidas sobre manter ou não um comportamento ético em um cenário mercadológico tão competitivo e, em alguns casos, não fundamentados pela concorrência honesta. Ainda assim, a Ética e a Responsabilidade Social são reconhecidas como fatores relevantes para o sucesso das empresas, pois, por meio de condutas éticas, é possível a adoção de medidas de Responsabilidade Social que A ÉTICA E A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 54 Anotações: geram credibilidade e transparência na relação entre todos na sociedade e, em especial, na relação entre cliente e consumidor. A Responsabilidade Social é a maneira como a organização se relaciona com o público, sendo ética e transparente e colocando em exercício ações sustentáveis em suas metas. Nos últimos anos, as empresas passaram a investir em projetos sociais e de responsabilidade social envolvendo públicos que são diretamente afetados com a natureza do trabalho realizado pela empresa como os clientes, fornecedores, consumidores, funcionários e sociedade. Assim a empresa consegue contribuir e promover a igualdade social. Segundo Honório, Ferreira e Santos (2012, p. 16): O conjunto de atitudes de ci- dadão e empresas, direcionadas ao desenvolvimento da sociedade e à preservação do meio ambiente para gerações futuras, impulsionar as desigualdades sociais. As empresas, ao serem questionadas sobre suas ações e os efeitos que causam à so- ciedade, à economia e ao ambiente, sentem o dever de se tornarem res- ponsáveis e reparar os danos cau- sados por suas atitudes. Quando uma empresa decide promover e disseminar o comportamento ético, deverá também criar mecanismos para uma mudança de cenário em todos os níveis hierárquicos. A aceitação de mudança de comportamentos que busca uma atitude ética necessita de uma nova postura com 55 Anotações:intenso diálogo entre os colaboradores, com vistas a desenvolver uma nova Ética Empresarial. A discussão sobre a Ética Empresarial apareceu nas organizações a partir dos conflitos dentro destas e das dificuldades de resolvê- los. Os choques culturais são exemplos bem constantes de conflitos nas organizações. Mas é importante lembrar que os valores e princípios de uma organização não se contrapõem aos valores da sociedade na qual a organização está inserida. Aquelas que não conseguem gerenciar os conflitos, a partir dos princípios éticos, dificilmente se manterão no mercado cada vez mais competitivo e exigente de condutas éticas. Sendo assim, como lidar com as diferenças culturais? Superando algumas práticas de preconceitos, como o etnocentrismo, por exemplo. A postura etnocêntrica ou etnocentrismo é uma conduta que deve ser evitada e superada nas empresas, instituições e na sociedade de modo geral, pois parte da premissa de que uma cultura é superior a outra. Tendo isso em vista , observe a charge. Em que aspecto a cena representa uma conduta etnocêntrica? 56 Anotações: Figura 12: Postura Etnocêntrica. Fonte:<https://conteudoescolar.com/o-que-e- etnocentrismo/>. Na charge, observamos duas mulheres de culturas diferentes.Percebemos isso, pela vestimenta de ambas. Aparentemente, poderia ser uma mulher da cultura islâmica e uma mulher da cultura ocidental. Criticam uma à outra pela maneira como se vestem a partir de seus próprios valores e costumes. As mulheres da charge têm uma ação etnocêntrica, visto que são posturas “incorretas” que partem da crença de que a sua cultura é melhor ou superior que outras, fruto do desconhecimento da história de cada sociedade. No ambiente de trabalho, isto também pode acontecer. Tudo coberto menos os olhos... machista, cruel e dominadora! Tudo descoberto menos os olhos... O que é uma cultura machista, cruel e dominadora! 57 Anotações:Figura 13: Conflitos no ambiente de trabalho. Fonte: <https://www.amplatitude.com.br/> A empresa que apresenta ocorrências etnocêntricas terá problemas com o desempenho organizacional, pois o Etnocentrismo apoia o juízo de que somente um grupo social é civilizado, assegura o conhecimento, a tecnologia e o desenvolvimento científico, e em contrapartida aos outros conhecimentos são antiquados, atrasados e errados ou ainda estagnados no tempo, são, portanto, primitivos e não civilizados. As organizações devem conceber a ética não como um fator econômico, em que precisam mostrar que são éticas para poder ser competitivas, esse é o maior desafio de todos. Enquanto para algumas empresas, a ética tornou-se um obstáculo, para outras, tornou-se uma oportunidade de crescimento e expansão de negócios. Assim, a ética é uma aliada para o sistema econômico. Segundo Cosenza e Chamovitz (2007, p. 45), “a ética empresarial se refere ao relacionamento 58 Anotações: das empresas com todos os seus stakeholders, ou seja, com os clientes, fornecedores, investidores, funcionários e a própria comunidade”. Este relacionamento é marcado por valores (financeiros ou não), sendo dirigida por diretrizes jurídicas e de boa convivência. Um exemplo disso são os relacionamentos entre bancos e clientes. O tipo de relacionamento define as formas e modelos de atendimento, consultorias, tarifas, tipos de produtos a serem vendidos, estrutura de agências, entre outros benefícios e serviços. A seguir, há um exemplo da escala de relacionamento entre Banco e Pessoa Física. Figura 14: Diferença no atendimento aos clientes entre bancos. Fonte: <https://andrebona.com.br/como-os-bancos- diferenciam-o-atendimento-aos-seus-clientes/>. As organizações devem conduzir a ética não somente como um viés econômico, em que precisam mostrar que são éticas para poderem ser competitivas. O maior desafio é fazer da Ética uma oportunidade de crescimento e expansão de 59 Anotações:negócios, ou seja, fazer com que a conduta ética passe a se tornar uma aliada e não um obstáculo. O modo de as empresas fazerem ajustes para que se crie um clima e relacionamento éticos é a utilização de instrumentos de políticas éticas, como o Código de Ética Profissional e a ISO 26000. O CÓDIGO DE ÉTICA EMPRESARIAL O Código de Ética é um instrumento criado pelas empresas com o objetivo de constituir a seus administradores e funcionários as normas de conduta que devem ser observadas e cumpridas. Através dele, é presumível que as empresas expressem sua cultura, missão e valores. As práticas aplicadas através do Código de Ética passam a existir em função das exigências dos stakeholders externos, que seriam o governo, os consumidores e a própria sociedade. Figura 15: Código de Ética. Fonte: <https://www.engwhere.com.br/chao-da-obra/ codigo-de-etica-profissional/>. 60 Anotações: O Código de Ética é um instrumento construído coletivamente pelas representações de classe e conselhos que representam e fiscalizam as profissões, de acordo com as diretrizes de cada área de conhecimento. Para conhecimento, segue alguns exemplos de Código de Ética Profissional: A Ética Empresarial pode ser definida como a postura que a sociedade espera que as empresas tenham, por exemplo, o comprometimento da empresa na preservação do meio ambiente, a comunicação clara, honesta e transparente entre a organização e seus clientes. Neste caso, os empresários não se preocupam tão somente com a aquisição de lucros; mas também, hoje, já têm um zelo maior com a conduta ética, social e ambiental, alcançando e observando questões sociais e ecológicas na sociedade, como a vulnerabilidade social, a fome, entre outros. No Brasil, recebe o nome de Responsabilidade Socioambiental. As empresas têm assumido uma postura de solidariedade com o alvo de aperfeiçoar a qualidade de vida no planeta, associando a marca de seus produtos a valores éticos como diferencial de mercado para conquistar bons resultados, conservar e atrair novos clientes que compartilham dos mesmos valores. A conduta ética construída com base na Responsabilidade Social se refere, em grande parte, às questões ligadas ao conceito de Sustentabilidade. Segundo Strieder (2000, p 174), “a Ética aprecia a Responsabilidade Social, pois é essencial para as organizações refletirem sobre como as suas ações impactam negativa ou positivamente a sociedade e o meio ambiente". Vimos, anteriormente, que a Ética aparece quando o homem começa a viver em sociedade 61 Anotações:através das diversas formas de Relacionamento Humano. Mas, e com o meio ambiente? Como se dá essa relação? A resposta a esta questão só pode aparecer após a promoção de uma reflexão ética, o que é essencial para a mudança de pensamento e postura das empresas para contribuir para o bem comum de forma a promover a manutenção de recursos naturais e qualidade de vida. A percepção clara de que a nossa própria existência impactam a natureza, em especial, na sua forma mais primitiva, é o primeiro passo para a mudança de pensamento sobre a relação do homem com o meio ambiente. As empresas passam a se reconfigurar para serem consideradas como agentes sociais, como se pode observar no exemplo a seguir, em que a empresa aderiu ao chamado marketing verde, Empresa Samsung Electronic. Figura 16: Eco Light Sensor da Samsung’s LED TVs ajusta o brilho da TV de acordo com a luminosidade da sala, contribuindo para a redução de até 20% de energia por ano. Fonte: <https://news.samsung.com/ global/%E2%80%98planet-first%E2%80%99- samsung%E2%80%99s-eco-friendly-technology>. 62 Anotações: O slogan da empresa “Planet First” agrupa a determinação e a ação da empresa para proteger a Terra e o meio ambiente. A Samsung Electronic colocou a base da gestão ecológica como uma filosofia para o século XXI na Declaração Ambiental da Samsung em 1992. Desde então, foram muito além da mera conformidade passiva com normas e leis ambientais. Colocaram a gestão ecológica em ação, oferecendo aos clientes soluções ecologicamente corretas e liderando o caminho para um futuro sustentável. Um meio ambiente preservado é essencial para o futuro, tornando-se uma empresa sustentável. Além dos Códigos de Ética, a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) NBR 16001 trata do tema da Responsabilidade Social – Sistema da Gestão. Os requisitos tiveram sua primeira edição publicada em 2004 e a sua segunda versão em julho de 2012. Eixo 1 – Qualidade de Vida na Empresa: a empresa ou instituição pode incentivar a qualidade de vida de seus colaboradores, optar por incentivá- los ao estudo, destacar o trabalhor do mês, promover autoavaliação com frequência, promover cursos de aperfeiçoamento profissional e pessoal, registar datas importantes, promover momentos de desenvolvimento da espiritualidade, quando for o caso. Eixo 2 – Saúde e Bem-Estar: a empresa ou instituição deve incentivar a alimentação saudável, a prática de exercícios e a promoção de um ambiente saudável para o trabalho. Eixo 3 – Vínculo com a Comunidade: a empresa ou instituição deve estimular parcerias 63 Anotações:com hospitais, ONGS, campanhas voluntárias e solidárias, outras entidades. Eixo 4 - Cuidado do Meio Ambiente: a empresaou instituição pode promover ações de reciclagem de lixo, digitalização de arquivos, adoção de praças, substituição de copos descartáveis e reutilização de materiais. De modo geral e a longo prazo, todas as organizações dependem da saúde dos ecossistemas presentes no mundo para suas atividades. As organizações passam a ser investigadas de forma mais criteriosa por clientes ou por aqueles que mantêm conexão direta com a atividade. A forma como as empresas são percebidas por investidores, proprietários, doadores, patrocinadores e a comunidade financeira; a relação com empresas, governos, mídia, fornecedores, organizações pares, clientes e a comunidade em que atuam, pode culminar em fatores como vantagem competitiva e boa reputação. O INMETRO define sete princípios da Reponsabilidade Social: 1. Accountability: é a Responsabilização pelas consequências de suas ações e decisões, observando os impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente e objetivando a prestação de contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas, expondo as medidas cabíveis para saná-las; 64 Anotações: Figura 17: Uma relação e uma habilidade. Fonte:<http://beehavior.com.br/accountability-relacao- habilidade/>. 2. Transparência: prover às partes envolvidas, de forma acessível, clara e compreensível todas as informações sobre os fatos; Figura 18: Acesso à Informação. Fonte: <https://transparencia.petrobras.com.br/>. 65 Anotações:3. Conduta ética: a empresa ou a instituição deve apresentar comportamento de modo aceitável como real e concreto pela sociedade, fundamentando-se nos valores de honestidade, equidade e integridade; Figura 19: O valor da honestidade para empresas e profissionais de vendas. 4. Respeito pelos interesses das partes inter- essadas (Stakeholders): ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham alguns interesses nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados; Figura 20: Mapeando stakeholders em vendas complexas. 66 Anotações: 5. Respeito pelo Estado de Direito: cumprir integralmente as leis do local onde está atuando é o mínimo esperado; Figura 21: Respeito pelo Estado de Direito. 6. Direito aos humanos: total referência aos conceitos e à universalidade dos direitos humanos, ou seja, de generalidade dos direitos. Figura 22: A universalidade do direito das pessoas com deficiência. 7. Zelo pelas atividades da organização: que não devem atacar os direitos humanos, organizando-se um ambiente econômico, 67 Anotações:social e natural, pois uma empresa representa o conjunto de atividades importantes de coletividade e não deve estabelecer ações sem levar em consideração sua atuação na sociedade. Figura 23: Coletividade. Como vemos, as empresas ultrapassaram a visão tradicional, na qual o Estado tinha a responsabilidade exclusiva de agenciar o bem- estar social, para uma gestão compartilhada entre todos os envolvidos. A globalização contribuiu acertadamente para a rápida disseminação dessa ideia de reorganização dos papéis de todos e, como consequência, as empresas passaram a exercer algumas atribuições antes exclusivas do Estado. Elas, hoje, têm corresponsabilidade na dissolução dos problemas sociais e ambientais, pois exercem poder político de mobilizar recursos (incluindo financeiros e tecnológicos) para ampliarem as ações a serem multiplicadas em sociedade. Segundo Votaw (1973 apud WHITEHOUSE, 2003, p. 230): 68 Anotações: Responsabilidade social significa algo, mas nem sempre a mesma coisa para todos. Para alguns representa a ideia de responsabilidade ou obrigação legal; para outros significa um comportamento responsável no sentido ético, para outros, ainda, o significado transmitido é o de “responsável por” num modelo casual. Muitos a equiparam a uma contribuição caridosa; outros tomam- na pelo sentido de socialmente consciente. O termo Responsabilidade Social está em plena construção. Há argumentos muito favoráveis à ideia e na mesma proporção argumentos que criticam negativamente a viabilidade em função das linhas de pensamento sobre a propriedade e a maximização de lucros. Porém, refletir sobre responsabilidade social é pensar também em ética, pois significa um compromisso com a humanidade, respeitando os direitos humanos, a justiça e a dignidade da humanidade, tendo responsabilidade com planeta, comportando-se de forma compromissada com a sustentabilidade da teia inteira da vida. Esse compromisso é o próprio exercício e também benefício da cidadania e do bem-estar, tanto do público interno quanto do externo. Em síntese, podemos dizer que a responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no conceito de efetividade dos princípios de sustentabilidade, como o alcance de objetivos econômico-sociais. Um exemplo 69 dessa mudança postural é o caso da empresa Nike. Foi publicado pela mídia internacional que a empresa aproveitava o trabalho infantil em sua cadeia de produção na Ásia. Esta notícia cresceu rapidamente e também houve um rápido boicote aos seus produtos. A resposta a essa situação exigiu que a empresa procurasse se adequar aos padrões aceitáveis de trabalho e dignidade humana em suas filiais pelo mundo. Segundo Carroll (1979, p.35), a responsabili- dade social empresarial abrange quatro dimensões, conforme o esquema na figura 24: Figura 24: Enfoque Ecossistêmico de Sade: Uma Estratégia TRANSDISCIPLINAR. Fonte: <http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/ InterfacEHS/wp-content/uploads/2013/07/2007-art-2- portugues.pdf>. As quatro dimensões correspondem à expectativa econômica, legal, ética e discricionária Responsabilidade Discricionária Responsabilidade Ética Responsabilidade Econômica Responsabilidade Legal 70 Anotações: (filantrópica) que a sociedade tem da organização em um determinado momento no tempo, ficando assim classificadas: 1. Responsabilidade econômica engloba as obrigações da empresa em produzir bens e serviços que a sociedade precisa e promover a venda de forma justa, ou seja, que haja lucro satisfatório para a continuidade da empresa a longo prazo e que permita a ampliação dos ganhos dos investidores sem praticar preços abusivos. O lucro é a justa remuneração do empreendedor pelo seu empreendimento e pelos riscos que assume. Mas a empresa só será respeitada e o lucro só virá se os produtos forem desejados, vendidos e consumidos; 2. A responsabilidade legal representa as expectativas de que as empresas andem em conformidade com as legislações pertinentes; 3. A responsabilidade ética traduz-se como comportamento ético e moral de acordo com as normas, padrões e expectativas da sociedade e; 4. A responsabilidade discricionária ou filantrópica representa a perspectiva de que as empresas participem voluntaria- mente de atividades sociais não exigidas pela lei, através da filantropia. Dessa forma, as dimensões podem ser assim sintetizadas: 71 Anotações:Figura 25: Responsabilidade Social Corporativa – 4 dimensões da responsabilidade social empresarial. Fonte: <http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/ InterfacEHS/wp-content/uploads/2013/07/2007-art-2- portugues.pdf>. RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL No Brasil, o conceito de responsabilidade social empresarial foi bastante propagado. A primeira organização empresarial local a citar e promover em suas bases a área de responsabilidade social empresarial foi a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil (ADCE-Brasil). Essa entidade construiu e promoveu o conhecimento de dois documentos importantes: A Carta dos Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, em 1965, e o Decálogo do Empresário, em 1974. O primeiro documento trata-se objetivamente da proposta explícita da relação da administração de responsabilidade social. Responsabilidades filantrópicas Ser um bom cidadão. Contribuir com recursos para a comunidade melhorar a qualidade de vida.Responsabilidades éticas Ser ético; Obrigação de fazer o que é certo, justo; Evitar danos. Responsabilidades legal Obedecer à lei; A legislação é a codificação do certo e errado numa sociedade; Jogar dentro das regras do jogo. Responsabilidades econômicas Ser lucrativo; A base da pirâmide da qual deveriam as demais responsabilidades. 72 Anotações: O Pensamento Nacional das Bases Empre- sariais (PNBE), o Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES), a Câmara de Comér- cio Brasil-Estados Unidos (AMCHAM) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) foram im- portantes instituições que promoveram o vínculo entre os objetivos econômicos e sociais no setor empresarial. No começo da década de 1990, o Es- tado não estava melhorando a qualidade de vida da maioria da população brasileira. A modernização econômica seletiva e a disparidade da distribuição de renda da população geraram pressão nas empresas para que atuassem de maneira mais responsável. A sociedade brasileira demandava que as empresas e o Estado comprovassem responsabilidade e transparência em suas atividades, além de cooperarem para o desenvolvimento social. Algumas empresas e instituições começaram a absorver essas reivindicações, podendo ser destacadas as empresas participantes da Fundação Abrinq, do Instituto Ethos, como por exemplo, a empresa Natura. Figura 26: Linha Ekos Natura. Fonte: <https://www.contextomidia.com.br/site/ natura-e-a-segunda-na-lista-de-empresas-mais- sustentaveis-do-mundo/>. 73 Anotações:Para o desenvolvimento eficaz e responsabili- dade social, foram elaborados algumas diretrizes e instrumentos de Gestão da Reponsabilidade Social. INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL Para a maior eficiência do processo de responsabilidade social, muitos instrumentos gerenciais foram desenvolvidos a nível nacional e internacional. Estes instrumentos envolvem as três dimensões da sustentabilidade: dimensão social, econômica e ambiental, e são representados por normas, selos, certificações. As empresas devem avaliar como querem que sua responsabilidade social seja promovida. Existem duas formas para isso: 1. Através de Relatórios sociais produzidos pelas próprias empresas, com modelo e critérios específicos, ou; 2. Através de Certificações, nas quais as concessões dependem de avaliação das empresas por terceiros a parte. RELATÓRIOS O relatório é uma forma global de comunicação clara e transparente sobre os impactos positivos e negativos que as operações da empresa têm sobre a sustentabilidade. Existem vários modelos de relatórios internacionais e nacionais. Dentre os internacionais, temos o Global Reporting Iniciative. O relatório de sustentabilidade serve para medir, divulgar e prestar contas do desempenho 74 Anotações: organizacional aos stakeholders internos e externos, visando ao desenvolvimento sustentável (GLOBAL REPORTING INICIATIVE, 2006, p.3). Esse relatório possui indicadores econômicos, ambientais e sociais. A partir de 1997, o sociólogo Herbert de Souza (Betinho) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) agenciaram a publicação do relatório Balanço Social entre as empresas brasileiras. Em 1998, foi criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Esse instituto promove a responsabilidade social empresarial entre as empresas brasileiras. Ele criou os indicadores Ethos de Responsabilidade Social Corporativa. Os indicadores abrangem os temas: Comunidade e Governo e Sociedade, Transparência e Governança, Valores, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes. CERTIFICAÇÕES Existem respeitáveis certificações ligadas à responsabilidade social, como a SA 8000, a AA1000 e a ISO 26000. A norma Responsabilidade Social 8000 foi desenvolvida em 1997 pela Social Accountability International (SAI) e foi revista em 2001. A norma SA 8000 visa à verificação das condições de trabalho nas empresas. É uma norma voluntária fundamentada em um sistema de gestão de melhoria permanente, que pode ser utilizada em qualquer tipo de setor industrial. A norma é composta de nove matérias: trabalho forçado ou coagido, o trabalho infantil, liberdade de associação e negociação coletiva, 75 Anotações:saúde e segurança, preconceito e discriminação, práticas disciplinadoras, carga horária de trabalho, salários e sistemas de gestão. A norma Accountability 1000 (AA1000), por sua vez, foi criada pelo Institute of Social and Ethical Accontability, em 1999. A norma tinha como objetivo melhorar as ações de responsabilidade social e a qualidade na contabilidade social e ética, na auditoria e na comunicação de relatórios. Para os fins desta disciplina, estudaremos a ISO 26000 – Diretrizes da Responsabilidade Social. Temos o estudo dos principais instrumentos de gestão para a responsabilidade social e ambiental. A ISO 26000 é uma nova norma internacional que serve como um manual de orientações e diretrizes em Responsabilidade Social. A norma apresenta as seguintes propriedades: 1. É uma norma de diretrizes ou orientações; 2. Sem propósito de certificação; 3. Aplicável a qualquer tipo de organização como empresas, governo, organizações não governamentais; 4. Construída com base em iniciativas de responsabilidade social já existentes, como declarações e convenções das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho e; 5. Não é um sistema de gestão e é avaliado pelo resultado. A partir da ISO 26000, a empresa deve ser ética e transparente e sustentar o compromisso para o desenvolvimento sustentável; deve estar em conformidade com as leis e com as normas internacionais de comportamento empresarial. 76 Anotações: Figura 27: Normas Nacionais e Internacionais. Fonte: <https://central3.to.gov.br/arquivo/453257>. ISO 26000 – NORMA INTERNACIONAL SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL Trata-se de uma norma de orientação de uso voluntário e sem objetivo de certificação, aplicável a todos os tipos de organizações (pequenas, médias e grandes) e em todos os setores (governo, ONGS e empresas privadas). A norma foi criada em 1º de novembro de 2010, e publicada como Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, na Suíça. De acordo com a ISO 26000, a responsabilidade social se traduz pelo anseio e pela finalidade das organizações em congregarem questões socioambientais em seus processos decisórios e a se comprometerem com os impactos de suas atividades na sociedade e no meio ambiente. A norma define a responsabilidade social de forma integrada em toda a organização, também é uma norma voluntária, isto é, não há a obrigação de sua adoção por parte das organizações. Entretanto, dada a sua importância, é sumariamente recomendada a atenção e prática de seu conteúdo 77 Anotações:no desenvolvimento de políticas internas e externas sustentáveis, uma vez que se trata de uma norma internacional que serve de guia para de diretrizes da Responsabilidade Social em nível global. A ISO escolheu a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto de Certifi cação Sueco (SSI) como entidades líderes na criação dessa norma que serve para mensurar e modifi car os critérios e indicadores dos sistemas de certifi cação de responsabilidade social já existentes. Têm 6 pilares que norteiam as áreas de atuação que devem ser observados em todas as instituições, razão pela qual as empresas precisam reconhecer muito bem sua missão, visão e valores para que a Responsabilidade Social Empresarial alcance o objetivo de gerar valor para os envolvidos direta ou indiretamente com as atividades da empresa: Figura 28: Pilares que norteiam as áreas de atuação. Fonte: <https://tangerino.com.br/blog/gestao-empresarial/ responsabilidade-social-empresarial/>. 78 Anotações: Um dos assuntos centrais proposto pela ISO 26000 está no terceiro item, que faz alusão ao meio ambiente. Além dessamenção, o mercado de atuação da instituição é outro ponto a ser considerado para traçar as atividades que promovam a sua responsabilidade social empresarial. As ações de Responsabilidade Social Empresarial são muito mais complexas e completas do que realizar atividades beneficentes e devem implementar a Responsabilidade Social Empresarial com base nas diretrizes da ISSO 26000. As empresas realizam, dessa forma, uma reconfiguração das organizações em relação ao planeta e à sociedade. Vejamos: 1. O desenvolvimento da Employer branding é o formato como uma empresa gerencia sua marca e se posiciona para criar a imagem positiva diante dos trabalhadores para atrair talentos e retê- los. Realiza-se o posicionamento da marca – consciência necessária da marca por seus representantes e pelo público em geral. A necessidade de posicionamento é reflexo de uma sociedade cada vez mais consciente do impacto das ações de suas empresas; 2. Além de promover a Responsabilidade Social Empresarial na cultura organizacional, é preciso pensar no impulso das ações na vida dos colaboradores fora da instituição e, principalmente, na extensão das atividades para suas famílias. Assim, uma empresa pode realizar trabalhos voluntários com seus colaboradores, mas também pode indicar 79 Anotações:a realização de cursos de formação para os familiares de seus colaboradores que necessitam de apoio para capacitação profissional. O impacto que a norma causa nas empresas é grande. Há, porém, uma série de vantagens a serem conhecidas, dentre as quais: 1. Atraem bons parceiros, fornecedores e acionistas que queiram apoiar as mesmas causas; 2. Protegem nas mudanças de realidades desafiadoras, incluindo os momentos de crise; 3. Promovem o envolvimento dos co- laboradores e, como consequência, a produtividade interna; 4. Impedem que a instituição leve multas e seja alvo de processos judiciais; 5. Fidelizam seus clientes, atraem e retêm talentos; 6. Criam melhores condições de trabalho e de qualidade de vida aos funcionários; 7. Impedem o desperdício de dinheiro com insumos de custo elevado; 8. Criam o diferencial competitivo em relação aos concorrentes que não têm a Responsabilidade Social Empresarial como premissa; 9. Expandem as oportunidades de atuação e a obtenção de lucros, e; 10. Diminuem a escassez de materiais por meio do uso consciente dos recursos naturais; 80 Anotações: Em relação à preservação do ambiente, diversas medidas dependem do tipo de atividade que a instituição desenvolve. Essas medidas vão desde a observação de leis municipais para gestão de grandes resíduos, a redução de desperdício de alimentos até o investimento em tecnologias para conservação de recursos. No entanto, a ação mais imediata a ser tomada pelas empresas é o investimento em programas extensivos de sustentabilidade e educação ambiental. SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Muitas empresas investem em endomarketing ou em programas de formação para treinar seus colaboradores para melhoraria da comunicação interna, investindo em informativos, murais, cartilhas, revistas mensais, entre outros. É igualmente importante investir também na expansão dessas ações aos familiares dos colaboradores, com informações e dicas que podem significar dignidade e desenvolvimento de aptidões profissionais. A empresa pode fazer a distribuição sobre as ações educativas realizadas pela empresa. Referimo-nos, neste caso, à educação ambiental, situando-a em um contexto mais amplo, o da educação para a cidadania como elemento diferencial e determinante para a consolidação da empresa no mercado de trabalho e a criação de sujeitos cidadãos. O desafio do fortalecimento da cidadania se realiza pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres. Portanto, de ser 81 um protagonista e corresponsável na defesa da qualidade de vida e promoção da cidadania. O principal eixo de atuação da educação ambiental é a solidariedade, a igualdade, a equidade e o respeito à diferença através de nuances democráticas de atuação fundamentadas em práticas interativas e dialógicas tão necessárias atualmente e reveladas através de vários segmentos sociais, incluindo a arte, como se pode observar na fi gura 29, que representam as obras do artista contemporâneo Pawel Kuczynski. Figura 29: As sátiras e críticas de “PaWel Kuczynski” em arte. Fonte: <https://artesemfronteiras.com/artista-pawel- kuczynski/>. Isto se consubstancia no objetivo de criar novas atitudes e comportamentos diante do consumo na nossa sociedade e de estimular a mudança de valores individuais e coletivos. 82 Anotações: A educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas. (REIGOTA, 1998, p.43) E como se relacionam educação ambiental e a cidadania? Cidadania está relacionada à identidade e ao pertencimento a uma coletividade, a uma sociedade. A educação ambiental, como formação e exercício de cidadania, tem a ver com uma nova forma de perceber a relação do homem com a natureza, fundamentada em uma nova ética, que implica outros valores morais e uma forma diferente de ver o mundo e os homens. A Educação Ambiental deve ser vista como um processo de constante aprendizagem que evidencia as distintas formas de conhecimento e que forma cidadãos com consciência local e planetária. Em 2015, durante o 70º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável adotou formalmente a Agenda 2030, um plano de ação composto por um conjugado de 17 objetivos e 169 metas universais integradas e indivisíveis. O documento denomina-se Objetivos de Desenvolvi- mento Sustentável – ODS. Todos os objetivos po- dem ser alcançados pelos esforços em promover a Educação Ambiental e Educação para a Sustentab- ilidade. 83 Figura 30: Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável. Fonte: <https://afon.org.br/responsabilidade-social/ responsabilidade-social-iso-26000-RK4Jh>. Assim, considera-se que a Responsabilidade Social, em especial a Responsabilidade Social Empresarial, relaciona-se com os estudos em Ética e moral pela dimensão epistemológica, ou seja, do conhecimento da condição humana frente às emergências ambientais e exigências para a boa convivência social, promoção da Cidadania e Direitos Humanos. 84 U ni da de 4 Videoaula 1 Videoaula 3 Videoaula 2 Videoaula 4 86 Anotações: 87 A incorporação da temática socioambiental como ferramenta de estratégia de negócios é algo recente e necessário para garantir a sobrevivência das empresas num mercado competitivo, como o que se configura num momento de crise global. O momento exige que a sociedade esteja mais motivada e mobilizada para assumir um caráter mais propositivo, assim como para poder questionar de forma concreta a falta de iniciativa dos governos DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA 88 Anotações: para implementar políticas pautadas no binômio sustentabilidade e desenvolvimento num contexto de crescentes dificuldades para promover a inclusão social. Isso só é possível se voltarmos a um eixo norteador da vida pública: a Cidadania e os Direitos Humanos. EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA E OS DIREITOS HUMANOS O desafio da construção de uma cidadania real configura-se como elemento definitivo para formação e fortalecimento de sujeitos cidadãos que, portadores de direitos e deveres, assumem-se como protagonistas da importância da abertura de novos espaços de participação cidadã. Atualmente, o desafio de fortalecer a cidadania e promover os direitos humanos pode ser realizado de forma convergente com a Educação Ambiental de forma que, enquanto marco de investigação,
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