Buscar

resumo biossintese de acidos graxos e triglicerois

Prévia do material em texto

Biossíntese de ácidos graxos 
1 LIPÍDEOS 
Os lipídeos são biomoléculas compostas por carbono, oxigênio e hidrogênio, podendo apresentar nitrogênio, 
fosforo e enxofre. Podem ser encontrados em alimentos de origem vegetal e de origem animal e seu consumo deve 
ser feito de forma equilibrada. 
Sua principal característica é a insolubilidade em água, devido a sua estrutura química ser apolar. Mas são 
solúveis em solventes orgânicos como éter, acetona, álcool, etc. 
Dentre suas funções podemos citar: 
• Substratos para biossíntese de energia 
• Forma de armazenamento de energia 
• Constituintes das membranas celulares 
• Pigmentos 
• Cofatores (vitamina K) 
• Detergentes/emulsificantes 
• Hormônios
1.1 Ácidos Graxos 
Os ácidos graxos tem como principal objetivo servir de combustível para a biossíntese de energia, compor a 
estrutura dos triglicerídeos e fazer parte da bicamada fosfolipídica. 
Possuem duas partes em sua estrutura, a polar composta por um grupo carboxílico e; um grupo apolar com-
posto por uma cadeia hidrocarbonada. Em geral possuem 
números pares de carbono e podem ser encontrados em 
cadeias de 4 a 36C. 
2 SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS 
A síntese de ácidos graxos ocorre sempre que há ingestão de excesso de calorias, em sua maioria quando há 
uma grande ingestão de carboidratos, mas pode ser sintetizado também por uma quantidade excessiva de proteínas. 
O processo ocorre no citoplasma das células, com maior atividade nos tecidos hepáticos e adiposos. 
Para realizar a síntese é necessário moléculas de acetil-CoA que são formadas dentro da mitocôndria através 
do piruvato. Como a síntese ocorre no citosol, é necessário um processo para a acetil-CoA sair e participar. 
 
REAÇÃO DE PREPARAÇÃO – Saída da acetil-CoA 
Enzima: citrato-sintase e citrato liase 
 
 Como a acetil-CoA não consegue passar pela membrana, ela é condensada na forma de citrato, molécula 
que tem um canal próprio para fora da 
organela. Após a saída, pela enzima ci-
trato-liase, é feito a descondensação 
onde é liberado a acetil-CoA no citosol, 
juntamente com oxaloacetato que vol-
tara para a mitocôndria. 
 
 
REAÇÃO PARA FORMAR O SUBSTRATO 
Enzima: acetil-CoA carboxilase 
 
A molécula de Acetil-CoA enviado para o citosol 
é convertido a Malonil-CoA. No processo é ligado um 
CO2 na acetil-CoA. 
Malonil-CoA serve como doador imediato de 2 
carbonos para a cadeia de ácido graxo em construção. 
 
REAÇÃO PREPARATÓRIA DA ENZIMA 
Enzima: ácido graxo sintetase 
 
A ácido graxo sintase é a principal enzima responsável 
pela síntese de ácidos graxos e encontra-se no citosol. A enzima 
possui uma única cadeia polipeptídica com múltiplos domínios, 
os quais atuam como diferentes enzimas. 
 
ACP é uma proteína carreadora de grupos acila. Durante 
o processo de síntese os intermediários permanecem ligados ao 
grupo –SH da ACP. 
 
Antes que as reações de construção da cadeia de um ácido graxo possa começar, os dois grupos –SH da ácido 
graxo sintase devem ser carregados com grupamentos acetila. Um grupo acetila, da acetil-CoA, é carregado no do-
mínio KS pela enzima do domínio MAT. O grupo malonila do malonil-CoA é transferido para o grupo –SH da ACP 
também pelo domínio MAT. 
No complexo sintase carregado, os grupos acetila e malonila são ativados para o processo de alongamento da 
cadeia. 
 
REAÇÃO 1 - Condensação 
Enzima: β cetoacil-ACP-sintase (KS) 
 
A primeira reação é uma condensação envolvendo os grupos acetila e malonila, formando acetoacetil-ACP. 
Nesta reação o grupo acetila de KS é 
transferido para ACP. Uma molécula 
de CO2 é liberada nesta reação. 
 
 
 
 
REAÇÃO 2 - Redução do grupo β-cetônico (KR) 
Enzima: β-cetoacil-ACP-redutase (KR) 
A acetoacetil-ACP sofre redução 
do grupo carbonil em C3, formando β-
hidroxibutiril-ACP. A reação usa NADPH 
como doador de elétrons e hidrogênio. 
 
 
 
 
REAÇÃO 3 – Desidratação DH 
Enzima: β-hidroxiacil-ACP-desidratase DH 
 
Ocorre uma reação de desidrata-
ção, sendo removidos os elementos de 
água dos carbonos C2 e C3, formando 
uma ligação dupla e gerando trans-bute-
noil-ACP. 
 
REAÇÃO 4 – Redução da ligação dupla 
Enzima: enoil-ACP-redutase (ER) 
 
Finalmente, a ligação dupla da trans-
butenoil-ACP é reduzida (saturada), formando 
butiril-ACP. Mais uma vez o NADPH é doador de 
elétrons. 
 
REAÇÃO FINAL – Inicio do alongamento 
 
Deslocamento do grupo butiril de ACP para o grupo –SH da β-ceto-
acil-ACP-sintase (KS). O grupo –SH da ACP fica livre para receber outro 
grupo malonila. 
Para dar início ao ciclo novamente, o qual alonga a cadeia em mais 
dois átomos de carbono, mais um grupo malonil será adicionado ao grupo 
–SH da ACP. A partir disto, as reações serão repetidas, alongando a cadeia 
de carbonos. 
A cadeia do ácido graxo em formação cresce em 2 carbonos doados 
pelo malonil-CoA, com perda de CO2 a cada adição. Essa sequência de re-
ações é repetida até que a cadeia tenha 16 carbonos. O produto final é o 
palmitato. 
 
2.1 Regulação 
Quando a célula tem combustível metabólico suficiente para suprir suas ne-
cessidades, o excesso é convertido em ácidos graxos e estocado como triglicerí-
deos. 
A reação para formação de substrato, que converte acetil-CoA em Malonil-
CoA, é a etapa limitante na biossíntese de ácidos graxos, sendo ponto importante 
na regulação. 
Nesta etapa o acumulo de palmitoil-CoA é um inibidor da reação, já o citrato 
presente no citosol é um ativador da enzima. Em estado de jejum ou alta necessi-
dade energética, o glucagon e a epinefrina inibem a enzima Em estado alimentado, 
quando níveis de energia e insulina estão altos, a enzima é ativada. 
2.2 Dessaturação Dos Ácidos Graxos 
Ligações duplas são introduzidas na cadeia dos ácidos graxos por uma reação oxidativa catalisada pela acil-
CoA graxo-dessaturase, que ocorre no retículo endoplasmático. O NADH e o ácido graxo sofrem oxidação. 
 
Com a dessaturação, ocorre o alongamento da cadeia e a formação de ácidos graxos essenciais para o orga-
nismo, como é o caso do ômega 6 e ômega 3. 
O ácido linoleico (Ômega 6) é precursor da síntese de eicosanoides da série par, com características pró-infla-
matórias, como o tromboxano A2 (TXA2), as PGI2 e PGE2 e os LTB4. O ácido linolênico ou EPA e DHA (Ômega 3), 
favorece a síntese de eicosanoides da série ímpar, como a PGE3, TXA3 e LTB5, que possuem características anti-
inflamatórias. 
 
EICOSANOIDES: São ácidos graxos com 20 ou mais carbonos com resposta inflamatória, onde suas funções podem 
ser o aumento da vasodilatação ou vasoconstrição, aumento da agregação plaquetária ou diminuição, entre outras 
funções. 
3 BIOSSÍNTESE DE TRIGLICERÍDEOS 
A maior parte dos ácidos graxos sintetizados ou ingeridos possui um dos dois destinos: 
– Incorporação em triacilgliceróis para o armazenamento de energia metabólica; 
– Incorporação nos componentes fosfolipídicos das membranas. 
A estrutura de um triglicerídeo são três ácidos graxos e um glicerol. Sua maior função é o armazenamento de 
energia. 
 
 
 
ETAPA 1: Preparação do glicerol 
Para formar os triglicerídeos é necessário como substrato o glice-
rol 3-fosfato. Este vem, em sua maioria do intermediário glicolítico di-
hidróxiacetona-fosfato, contudo também pode ser produzido a partir de 
glicerol pela ação da glicerolcinase. 
 
ETAPA 2: Ligação de 2 ácidos graxos 
Para realizar a síntese os ácidos graxos necessitam ter um grupo 
de CoA e estarem ligados ao glicerol ativado. 
O processo ocorre com um acido graxo reagindo com uma CoA 
e um ATP, formando acil-CoA graxo, A enzima catalisadora é acil-CoA-
sintase. 
Duas moléculas de acil-CoA graxo são ligadas ao glicerol-3- fos-
fato pela enzima aciltransferase, formando diacilglicerol-3-fosfato (ácido 
fosfatídico). 
 
Na via de síntese de triacilglicerol, o ácido fosfatídico é hidroli-
sado pela enzima ácido fasfatídico-fosfatase, formando 1,2-diacilglicerol. 
O 1,2-diacilglicerolé convertido em triacilglicerol por transesterificação 
com o terceiro acil-CoA graxo. 
3.1 Regulação 
Em estado alimentado a insulina estimula a conversão de carboidratos e proteínas em gordura. A insulina 
estimula o transporte de glicose para as células adiposas, esta é a que fornece o glicerol 3- fosfato para a síntese de 
triglicerídeo. A insulina também estimula a síntese e secreção de lipoproteína lipase (LPL), a qual quebra os triglice-
rídeo para a célula absorver ácidos graxos (FA), os quais serão utilizados na síntese de triglicerídeo. 
No estado de jejum, quando os níveis de insulina são baixos e o glucagon é elevado, o AMPc intracelular au-
menta e ativa a proteína cinase A, que fosforila a lipase hormônio sensível (HSL). A HSL fosforilada é ativada e inicia 
a decomposição do TG adiposo, liberando ácidos graxos livres.

Continue navegando