Buscar

Prévia do material em texto

Aula 8 - Pré-plantio espécies florestais
Entende-se por "implantação", o conjunto de operações que compreende desde o preparo do solo até quando se desenvolve sozinho. É importante se pensar em aproveitar áreas abandonadas, evitar novos desmatamentos levando em conta no planejamento florestal que deve haver a identificação dos objetivos da floresta, o produto desejado e as limitações, econômicas (mercado, relação custo/benefício), ecológicas (estabilidade do ecossistema), legais (áreas de preservação etc.), silviculturais (qualidade do solo), efetuar um um reconhecimento específico do local. Além disso, é preciso mapear as condições de toda o local, água, vegetação presente, espécie de solo, topografia, entre outros. A definição dos tratamentos, ou seja, fazer a opção pelo sistema de  implantação mais adequado também é relevante.
A seleção de espécies deve seguir aspectos de clima, solo, topografia, época de plantio, preparo da área ( talhonamento e preparo do solo), controle de formigas, espaçamento, fertilização, manutenção. O plantio pode ser mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos (EMBRAPA FLORESTA, 2003). No sistema semi-mecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizados, e o plantio propriamente dito é manual. O plantio manual é recomendado para áreas com alta declividade ou em situações onde não é viável o uso de máquinas agrícolas. 
A "implantação", é um conjunto de operações que vai do preparo do solo até o momento no qual o povoamento possa se desenvolver sozinho, podendo assim aproveitar áreas abandonadas, evitar novos desmatamentos. Contempla algumas etapas como preparo da área, limpeza, solo, sulcamento, adubação e plantio. O preparo do solo para implantação de florestas varia basicamente de acordo com o relevo terrenos planos ou inclinados e a vegetação predominante na área a ser plantada e para  áreas “sujas” ou “limpas” Em áreas de relevo plano e com vegetação densa, com abundância de árvores e arbustos, deve-se primeiramente realizar a retirada dessas plantas. 
As estradas servem para escoar a produção e também servem de aceiros. A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção da floresta em caso de incêndio. A formiga é a praga que causa os maiores prejuízos ao empreendimento florestal, podendo destruir plantios inteiros. O eucalipto, por exemplo, morre após o terceiro desfolhamento. 
O primeiro combate deve ser feito antes do revolvimento do solo, para facilitar a localização dos olheiros. Existem dois gêneros de importância, a Acromyrmex (Quem-Quem) e a Atta (saúva limão e cabeça de vidro). Uma regra prática é aplicar aproximadamente seis gramas de isca por metro quadrado da superfície de terra solta (maior largura x maior comprimento). A isca é aplicada com dosadores próximo aos olheiros ou dos caminhos formados (10 a 15 cm de distância, ao lado do carreiro).
Para escolha do espaçamento deve-se ter preocupação quanto à espécie, o grau de melhoramento, fertilidade do solo e o objetivo do plantio. Melhor espaçamento é aquele que produz o máximo de madeira, em tamanho, forma e qualidade, com o menor custo. A qualidade do local é muito importante na escolha do espaçamento, pois as plantas competem por água, por luz e nutrientes, sendo que essa competição é mais nítida quando se adota espaçamento mais apertado.
Aula 9- Plantio de espécies florestais
	O solo das áreas destinadas ao plantio de florestas deve receber cuidados especiais,visto que dele dependerá, em grande parte, o resultado econômico da atividade. O principal objetivo do preparo do solo é oferecer condições adequadas ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições adequadas podem-se considerar a redução da competição por ervas daninhas, melhoria das condições físicas do solo (ausência de compactação). O cultivo mínimo do solo consiste em revolvê-lo o mínimo necessário, mantendo os resíduos vegetais (da cultura e de plantas invasoras) sobre o solo como cobertura morta. Para plantações florestais, prevê a realização de um preparo localizado apenas na linha ou na cova de plantio.
	A adubação é uma prática que visa suprir as demandas nutricionais das plantas, na busca por maior produção. Para o plantio de áreas florestais, a adubação é realizada em momentos distintos durante a produção da floresta, dividida em três ou quatro aplicações – até os 24 meses de plantio. O processo é compreendido pelas seguintes etapas: calagem que é o fornecimento de Ca (cálcio) e Mg (magnésio), adubação de base com fornecimento de P, N, K, B (boro), de cobertura com fornecimento de N, K, B e Zn (zinco). O sulcamento é utilizado em solos livres de tocos, raízes e pedras, e de topografia pouco acidentada. Sulcos de 20 a 25 cm de profundidade são abertoa, acompanhando o nível do terreno, deve-se fazer o sulcamento em nível, para facilitar o coveamento. Os sulcos devem ser feitos com as linhas afastadas, de acordo com o espaçamento escolhido.
	A aplicação de água no solo tem finalidade de fornecer às mudas a umidade necessária ao seu desenvolvimento. A irrigação no campo pode ser realizada quando o plantio se dá em épocas secas, sendo recomendado acima de três litros de água por planta. Como a irrigação é uma prática silvicultural cara, surgiram algumas alternativas como o hidrogel, que retém a água de irrigação por maior período de tempo, disponibilizando-a de maneira gradativa para as plantas, o que resulta na diminuição da mortalidade das mudas. Dependendo da condição do solo, a planta pode ficar de oito a 15 dias sem irrigação. Sem isso, o plantio só pode ser feito durante a estação chuvosa.
Aula 7 – Tratos culturais
As espécies florestais são sensíveis em sua fase inicial às plantas daninhas, necessitando de tratos culturais até o estabelecimento da cultura que varia com a espécie, região, condições de solo, espaçamento, etc. A união de um bom preparo do solo, fertilização, seleção e padronização de mudas, uso de espécies e procedências adequadas, concorrerão para diminuir os tratos culturais. A escolha do melhor sistema de controle às plantas invasoras dependerá do tamanho da área, da cultura, época de plantio, orçamento disponível, rendimentos operacionais e taxa de colonização, entre outros. Geralmente, no primeiro ano de plantio, são necessárias três capinas. No segundo, duas roçadas, e no terceiro ano, uma roçada. O coroamento, normalmente acontece quando a muda está com aproximadamente 45-60 dias de plantada.
O Replantio é o ato de colocar em campo, mudas para repor as perdas eventuais que possa ocorrer decorrente do plantio, estabelecimento e crescimento de uma árvore.
O replantio é feito de 15 a 30 dias após o plantio, se a sobrevivência for inferior a 90%.
Em eucalipto, a experiência tem demonstrado que o replantio após 15 dias é improdutivo, visto que estas plantas não conseguem mais acompanhar as do plantio, tornando-se na maioria dominadas.
O período estipulado para o replantio não deve ser ultrapassado, pois caso ocorra, as mudas transplantadas possivelmente serão sombreadas, prejudicando seu desenvolvimento. Durante a capina raspa-se a parte superficial do solo (plantas rasteiras são eliminadas). O número de capinas varia de acordo com a taxa de crescimento das árvores, do nível de infestação de ervas, do espaçamento, etc. A capina química é efetuada através de produtos químicos chamados herbicidas. Este método de controle atinge resultados rápidos, eficientes e prolongados. A capina química permite o controle das plantas daninhas antes da sua emergência ou depois da sua emergência. Necessita mão de obra especializada e responsável, além de adequada orientação técnica.
A capina manual é realizada através da enxada e normalmente é realizada apenas na linha de plantio devido ao baixo rendimento da operação. A capina mecânica é realizada através da roçadora acoplada ao trator ou através de motoroçadora, possui maior rendimento, mas somente curto período de controle,obrigando a repetir a operação diversas vezes, pois é eliminada apenas a parte aérea da planta competidora
Os tratos silviculturais compreendem as funções de proteção, seleção e assessórias. A poda é uma questão muito importante, da forma como é realizada, proporcionará um maior ou menor desenvolvimento da planta. Dependendo do local onde a árvore a ser podada se insere e os objetivos da poda . Em um ambiente urbano, as árvores presentes nas calçadas oferecem diversas vantagens. Elas fornecem proteção a ventos, reduzem os índices de poluição sonora, absorvem os raios solares proporcionando ambientes mais frescos e sombreados, além de formar habitat para determinados pássaros e outros micro organismos. Observa-se, no entanto, que em muitas cidades a poda da arborização urbana vem sendo realizada de forma incorreta. Diversas podas levam a uma "descaracterização" das árvores, devido a retirada excessiva de biomassa das suas copas.
Em um plantio florestal de ordem comercial, a poda visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos mortos. Estes constituem sérios defeitos na madeira serrada. A desrama é feita manualmente, com auxílio de serras de poda curvas fixadas em cabos podendo ser de madeira de 1,5 m, 4,5 m de comprimento para as desramas de três e seis metros, respectivamente. Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a produção da madeira utilizável.
Nesta operação, removem-se as árvores excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do povoamento num número limitado de árvores selecionadas. As vantagens do desbaste compreende: colheita de volumes comerciais que seriam perdidos, aumento do volume do estoque remanescente, melhoria da qualidade do produto final, ciclagem de nutrientes no sistema florestal, oportunidade para preparar as próximas colheitas, tais como: seleção de árvores, abertura de acessos para máquinas, etc, redução de dano ou destruição por insetos, doença, fogo ou vento.
O desbaste sistemático é aplicado em povoamentos altamente uniformes, onde as árvores ainda não se diferenciaram em classes de copas. O desbaste seletivo implica na escolha de indivíduos segundo algumas características, previamente estabelecidas, variadas de acordo com o propósito a que se destina a produção. O arranjo espacial ou o modo de distribuição das plantas pode variar mantendo-se a mesma densidade no povoamento. Para a definição do arranjo é necessário o conhecimento do comportamento das espécies com relação à luz e crescimento radicular e depende dos objetivos do plantio e do custo de produção. No caso de recuperação das áreas florestais, deve-se tomar cuidado na distribuição das espécies pioneiras, secundárias e clímax.

Mais conteúdos dessa disciplina