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Protocolos de Tratamento para Desordens Faciais


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COSMETOLOGIA 
APLICADA II 
Aline Andressa Matiello
Protocolos de tratamento 
para desordens 
estéticas faciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Aplicar protocolos cosméticos para envelhecimento.
  Analisar a associação de cosméticos em casos de acne e rosácea.
  Elaborar protocolos faciais com peelings químicos.
Introdução
As disfunções estéticas que acometem a face são queixas comuns de pa-
cientes em consultórios e clínicas de estética, por causarem desconfortos 
e redução importante na autoestima e, consequentemente, na qualidade 
de vida. Dentre as desordens mais comuns, há o envelhecimento, a acne 
e a rosácea. 
O profissional de estética tem ao seu alcance uma série de modalida-
des terapêuticas para manejo dessas disfunções, prevenindo, tratando e 
amenizando sinais e sintomas. Essas modalidades podem ser utilizadas de 
maneira isolada ou, ainda, associadas. O uso da cosmetologia é um dos 
recursos disponíveis para as disfunções estéticas, sendo que o mercado 
proporciona uma gama de produtos cosméticos com as mais variadas 
funções. Entretanto, para que esses produtos proporcionem os resultados 
esperados, eles precisam ser bem indicados e bem utilizados. 
Neste capítulo, você vai estudar os ativos cosméticos empregados 
em disfunções estéticas faciais, incluindo tratamento de acne, envelheci-
mento e rosácea, por meio do uso de ativos associados e também com o 
uso do peeling químico. Serão, ainda, abordadas sugestões de protocolos 
a serem utilizados na prática diária do profissional de estética. 
Alterações cutâneas relacionadas ao 
envelhecimento e protocolos cosméticos
Há, basicamente, dois processos de envelhecimento da pele: intrínseco e 
extrínseco. O primeiro deles refere-se aos sinais que costumam acontecer 
em virtude do tempo, sendo inevitável. Enquanto o segundo, chamado de 
extrínseco, refere-se ao envelhecimento causado por fatores externos, como 
exposição excessiva ao sol, tabagismo, má nutrição, sendo caracterizado por 
um envelhecimento prematuro da pele.
A pele envelhecida intrinsecamente é geralmente lisa e sem deformidades, 
mas apresenta-se com linhas de expressão exageradas, com atrofia dérmica 
e epidérmica, enquanto a pele envelhecida precocemente é mais comum em 
áreas mais expostas, como face, colo e mãos, e inclui alterações cutâneas 
como: rugas, manchas pigmentadas e hipopigmentadas (BAUMANN, 2004).
Mas, em geral, independente da causa do envelhecimento, a pele se apre-
senta com características importantes que definem uma pele envelhecida, 
como: perda de tônus, perda de elasticidade, aumento da fragilidade cutânea, 
áreas de púrpuras causadas por fragilidade dos vasos sanguíneos e lesões 
benignas, como telangiectasias e ceratoses. Estas alterações acometem tanto 
o tecido subcutâneo como a derme e a epiderme.
O tecido subcutâneo sofre em algumas partes do corpo um aumento de 
volume com o envelhecimento, enquanto em outras partes são evidenciadas 
reduções nesse tecido, como, por exemplo, na face e nas mãos. Na derme há 
uma redução importante dos componentes, como das fibras de colágeno e 
elastina, e redução da vascularização, associada à perda de água e de outros 
componentes (GUIRRO; GUIRRO, 2010)
 Na epiderme acontece uma desorganização celular, com camadas com 
descontinuidade e, associado a isso, redução do número de células em cada 
camada. Contudo, a camada córnea encontra-se espessada em peles enve-
lhecidas, porque há uma redução nas taxas de renovação celular, fazendo 
com que uma pele envelhecida demore mais para reepitelizar, acumulando 
queratinócitos na superfície, tornando a pele seca e áspera.
Essas alterações anatômicas e funcionais fazem com que os sinais de 
envelhecimento surjam, como: bolsas infraorbitais, flacidez cutânea, acne, 
lentigos e discromia, rugas periorbitais, atrofia dérmica e rugas profundas. 
Além destes sinais, outros sinais fisiológicos são encontrados em uma pele 
envelhecida, como redução na permeabilidade cutânea, fazendo com que 
haja uma desidratação gradual; redução da produção sebácea; redução da 
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais2
atividade de glândulas sudoríparas; poros abertos e, ainda, acúmulo maior de 
metabolitos locais pela redução da circulação sanguínea e linfática (IFOULD; 
FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015). 
Os tratamentos cosméticos voltados para peles envelhecidas estão pautados, 
basicamente, em medidas de hidratação e nutrição. Assim como a reposição de 
água, outros nutrientes, como vitaminas, aminoácidos e proteínas, favorecem a 
manutenção e a restauração das funções da pele envelhecida (OLIVEIRA, 2014). 
Aliado ao uso de cosméticos, pode-se fazer o uso de outras técnicas de 
estética, que sejam pautadas no aumento da circulação sanguínea local, como 
as massagens, por exemplo, e o uso de alguns equipamentos que proporcionam 
melhora do aspecto envelhecido da pele. 
Os ativos mais utilizados nesses produtos cosméticos são os com função 
antioxidantes, hidratante, renovadores celulares, tensores e miorrelaxantes. 
Quanto aos ativos antioxidantes, estes atuam por meio da redução da produção 
de radicais livres na pele. Estes são formados naturalmente por meio dos pro-
cessos metabólicos do organismo, mas podem ter a sua produção aumentada 
frente a fatores extrínsecos, como tabagismo, exposição solar, má alimentação, 
estresse, dentre outros (VANZIN; CAMARGO, 2011). 
Nesse contexto, os ativos antioxidantes atuam de modo a reduzir o dano 
cutâneo causado pela formação dos radicais livres, pois atuam tornando os 
radicais livres produzidos inofensivos. Cita-se, por exemplo, como ativos 
antioxidantes empregados no envelhecimento da pele:
Bioflavonoides: são derivados normalmente de vegetais, sendo muito 
utilizados em cosméticos anti-idade. Neste grupo, encontram-se a rutina, que 
contém, além de função antioxidante, ação vasoprotetora, sendo indicada para 
sinais de envelhecimento próximo aos olhos. O ginkgo biloba também é um 
bioflavonoide e atua por meio de sua composição rica em flavonoides que 
retardam os processos de oxidação; e o green tea, que é utilizado na redução 
de radicais livres formados pela exposição à radiação solar. 
Coenzima Q10: atua inibindo radicais livres e ainda melhorado o sistema 
imunológico da epiderme, deixando-a mais jovem e saudável. Pode ser em-
pregada tanto no tratamento como na prevenção do envelhecimento precoce.
Vitamina C: é um dos ativos cosméticos com propriedades antioxidantes 
mais empregados em cosméticos, sendo que sua ação é considerada multifun-
cional na pele pelos inúmeros benefícios que promove. Além de antioxidante, é 
empregada como agente clareador, que pode ser efetivo nos casos de manchas 
decorrentes do envelhecimento (manchas senis), além de atuar estimulando a 
síntese de colágeno, melhorando a sustentação da derme. 
3Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Vitamina E: é também muito utilizada em formulação para envelhecimento, 
assim como a vitamina C. Normalmente, esses dois ativos são utilizados 
conjuntamente. Além de antioxidante, atua como anti-inflamatória. 
Costa (2012) cita outros ativos antioxidantes: 
Licopeno: é um potente antioxidante carotenoide da vitamina A. Tem grande 
capacidade de neutralizar o oxigênio nas reações e neutralizar os radicais livres.
Resveratrol: é um composto polifenólico que, além de propriedade antio-
xidante, atua com propriedades anti-inflamatórias e antiproliferativas. 
Niacinamida: também chamada de nicotinamida, é um ativo da vitamina 
B3. Além de sua atividade antioxidante, também tem ação anti-inflamatória, 
despigmentante e imunomoduladora. O uso da niacinamida atua na melhora 
da textura e da tonalidade da pele, além de reduzir linhas finas, rugas e 
hiperpigmentação. 
Sobre os agentes hidratantes, estes podem atuar de modo a restaurar o 
conteúdo hídrico e lipídico da pele. De forma geral, esses ativos hidratantes 
são classificados como ativosoclusivos, umectantes, emolientes e outros 
ingredientes. O mecanismo de ação de cada grupo desses hidratantes é espe-
cífico (BAUMANN, 2004).
Os agentes hidratantes oclusivos agem pela cobertura do estrato córneo 
para retardar a perda de água através da pele. São exemplos desses ativos: 
petrolato (derivado do petróleo), é um dos hidratantes oclusivos mais utili-
zados atualmente, sendo considerado padrão-ouro nesse tipo de hidratação, 
além de ser não comedogênico; e a lanolina (derivada de secreções sebáceas 
de ovelhas), por conter colesterol e lipídios, repõe o manto lipídico da pele. 
Os agentes hidratantes umectantes atuam pela atração da molécula de água 
na pele, mantendo-a hidratada, como por exemplo, glicerina (repõe o manto 
hidrolipídico da pele, mantendo-a com quantidade adequada de água, mesmo 
com baixa umidade externa) e a ureia (atua como hidratante umectante, sendo 
indicada, principalmente, para pele seca e envelhecida das mãos e pés). No 
terceiro tipo de hidratantes existem os emolientes, que atuam por meio do 
amolecimento e da suavização da pele, preenchendo os espaços entre os que-
ratinócitos, sendo que muitos emolientes são também umectantes e oclusivos, 
como a lanolina e o petrolato.
Outros ingredientes podem ser aplicados com a finalidade de hidratação 
da pele envelhecida, como o colágeno. Nesse caso, ativos à base de colágeno 
criam uma fina película protetora sobre a pele, preenchendo quaisquer irregu-
laridades e melhorando o seu aspecto. Além desses, podem ser empregados os 
seguintes ativos com propriedades hidratantes em peles envelhecidas: ácido 
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais4
gama-linolênico, ácido hialurônico, ácido mandélico, alga marinha, amêndoa 
doce, Aquaporine®, Hidraskin®, Hidroviton® e vitamina A (OLIVEIRA, 2014).
Além de hidratantes e antioxidantes, os tratamentos voltados para o envelhe-
cimento cutâneo podem utilizar renovadores celulares, pois a pele envelhecida 
tem uma redução nas taxas de renovação celular, fazendo com que se torne seca, 
áspera e opaca. Nesse sentido, os ativos renovadores celulares são empregados 
como uma importante ferramenta antienvelhecimento, pois aumentam o ritmo 
de renovação das células, estimulam a síntese de componentes essenciais, 
desfazem irregularidades e, ainda, favorecem a penetração de outros ativos 
cosméticos. Esses renovadores podem ser produtos cosméticos ou meios 
físicos que auxiliam na remoção da camada córnea por meio de uma esfoliação 
e, assim, induzam a um aumento na renovação celular da pele envelhecida, 
podendo ser utilizados meios físicos, químicos ou biológicos como agentes 
renovadores (COSTA, 2012).
Dentro dos ativos químicos encontram-se os ácidos que, quando aplicados, 
removem parte das células mortas da epiderme. Dentro dos ativos físicos é 
incluído o uso de cosméticos esfoliantes que contêm grânulos em sua compo-
sição e permitem, por meio da fricção desses produtos sobre a pele, a remoção 
da camada córnea e o incremento nas taxas de renovação celular. Nesse grupo 
de ativos renovadores celulares, pode-se citar o uso de argilas ou de sementes 
com poder esfoliativo.
Nesse contexto, os tratamentos estéticos que induzem a renovação celular 
por meio da esfoliação física podem ser empregados de maneira conjunta ao uso 
de cosméticos, promovendo resultados mais efetivos. Por isso, o profissional 
de estética pode incluir em seus protocolos técnicas de esfoliação com o uso 
de microdermoabrasão pelo peeling de diamante, microdermoabrasão pelo 
peeling de cristal, a realização de peeling ultrassônico, ou outros tratamentos 
estéticos que proporcionem esfoliação da pele.
Os ativos com propriedades tensoras também podem ser empregados em 
tratamentos de peles envelhecidas que apresentem flacidez cutânea. Nestes 
casos, podem ser utilizados ativos como: Tensine® e Raffermine®, que têm 
ação tensora (OLIVEIRA, 2014).
E, por fim, outra classe de ativos cosméticos empregados nos casos de 
envelhecimento facial são os produtos com propriedade miorrelaxantes, ou seja, 
que reduzem a contração muscular nas rugas de expressão, garantindo uma 
pele mais lisa e uniforme. Nessa classe de ativos encontram-se: Argireline®, 
Leuphasyl® e Vialox®. 
5Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Você sabia que, além de todos esses ativos, o mercado de cosmética ainda conta com 
produtos cosméticos preenchedores de rugas, de modo a reduzir seu aspecto de modo 
temporário? Essa opção atua por meio do uso de ativos com partículas suspensas que, 
quando depositadas sobre a pele, preenchem os espaços nas rugas e uniformizam a 
superfície da pele. O resultado é imediato e dura enquanto o produto estiver na pele. 
À medida que ela é lavada, os efeitos se perdem. Esse tratamento é considerado um 
método que proporciona um efeito “massa corrida” na pele. 
Fonte: Vanzin e Camargo (2011, p. 206). 
Nesse contexto, entende-se que os cosméticos empregados nas desordens 
do envelhecimento cutâneo são classificados nas seguintes categorias: ativos 
antioxidantes, hidratantes, renovadores celulares, tensores e miorrelaxantes. A 
seguir são exemplificados três protocolos de tratamento para pele envelhecida, 
que associam diferentes categorias de ativos cosméticos.
  Protocolo 1: tratamento de pele envelhecida com sinais de flacidez 
cutânea.
Passo 1: higienização com mousse de limpeza indicado para peles secas.
Passo 2: esfoliação física com uso de cosmético esfoliante.
Passo 3: tonifi cação com uso de tônico hidratante.
Passo 4: aplicação de radiofrequência em toda a face (radiofrequência atua 
no quadro de fl acidez cutânea).
Passo 5: aplicação de sérum com ativo antioxidante, como a vitamina C, com 
manobras de massagem.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais6
Passo 6: fi nalização com aplicação de proteção solar.
  Protocolo 2: tratamento de pele envelhecida com sinais de rugas finas.
Passo 1: higienização com sabonete de limpeza indicado para peles secas 
ou maduras.
Passo 2: tonifi cação com ativos hidratantes. 
Passo 3: esfoliação física com uso da microdermoabrasão por meio do pee-
ling de diamante, dando ênfase na passagem pelas rugas fi nas. Neste caso, o 
peeling de diamante objetiva aumentar a taxa de renovação celular e remover 
a camada córnea da epiderme, facilitando a permeação dos ativos cosméticos 
aplicados em seguida.
Passo 4: aplicação de máscaras com efeito antienvelhecimento que contenham 
ativos hidratantes e antioxidantes de maneira associada. Como exemplo po-
demos citar a máscara de algas marinhas (efeito hidratante) e com coenzima 
Q (efeito antioxidante). 
Passo 5: fi nalização com aplicação de proteção solar.
  Protocolo 3: tratamento de pele envelhecida, desvitalizada.
Passo 1: higienização com gel de limpeza.
Passo 2: tonifi cação com tônico revitalizante.
Passo 3: esfoliação com peeling de cristal. 
Passo 4: aplicação de sérum com vitamina E e biofl avonoides. 
Passo 5: aplicação de máscara com ativos hidratantes oclusivos, como glicerina.
Passo 6: aplicação do protetor solar em creme. 
Vale lembrar o paciente de utilizar no ambiente domiciliar ativos hidratantes 
e antioxidantes, que podem estar associados em um mesmo produto cosmético. 
Além disso, orientar a respeito do uso diário de filtro solar.
7Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Acne e rosácea
Alterações cutâneas e protocolos de tratamento 
cosmético para acne
A acne é uma disfunção que tem como característica o aumento da produção 
sebácea, o que promove obstrução do folículo pilossebáceo e gera um processo 
infl amatório local. As lesões mais comuns são pápulas, pústulas, nódulos e cistos 
que podem variar de lesões muito leves até lesões mais graves (OLIVEIRA, 2014).
De acordo com a gravidade das lesões, a acne pode ser classificada em 
quatro graus ou tipos, I, II, III e IV. A acne tipo I é chamada de acne comedo-
niana não inflamatória, e é caracterizada pela presença maior de comedões, 
sendoraras as pápulas ou as pústulas. No grau II, chamado de acne pápulo-
-pustulosa, ela tem caráter inflamatório, com presença de comedões, pápulas 
eritematosas e pústulas. No grau III, acne nodulocística, há presença de todos 
os sinais anteriores e, em associação, há presença de cistos. No grau IV, acne 
conglobata, os cistos presentes drenam e formam fístulas na pele. E, por fim, 
a acne tipo V, chamada de acne fulminans, que vem associada a sintomas 
sistêmicos como febre (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2009). 
Na fisiopatologia, os sinais e os sintomas da acne acontecem por um con-
junto de fatores como: hiperatividade das glândulas sebáceas, alterações na 
queratinização do folículo, influência de bactérias e liberação de mediadores 
inflamatórios (DRAELOS, 2005). 
Para saber mais sobre a acne, o link a seguir traz uma reportagem da Sociedade 
Brasileira de Dermatologia sobre essa disfunção. 
https://qrgo.page.link/aWD2L
Considerando as lesões e a fisiopatologia da acne, a cosmetologia pode 
atuar de maneira única ou, ainda, coadjuvante a outros tratamentos voltados 
para o seu manejo.
Os cosméticos aplicados devem promover os seguintes efeitos: calmante 
sobre a pele que se encontra com processo inflamatório localizado, ação 
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais8
secativa das lesões, afinar o estrato córneo e diminuir a oleosidade. Estas 
são as principais finalidades dos cosméticos para tratar a acne (OLIVEIRA, 
2014). Além disso, atuarão reduzindo a queratinização excessiva da pele por 
meio de processos de esfoliação, redução ou eliminação bacteriana, remoção 
de substâncias que estejam bloqueando os poros, reduzindo a produção de 
sebo, além de atuarem com efeito anti-inflamatório sobre as lesões. 
Costa (2012) comenta que os tratamentos cosméticos para peles acneicas 
podem associar formulações que contenham grupos de ativos como: antimicro-
bianos, antioxidantes, anti-inflamatórios, extratos botânicos e queratolíticos. 
Os ativos antimicrobianos, como o ácido picolínico, por exemplo, têm 
atividade antiviral e antibacteriana. Dentre os ativos antioxidantes e extratos 
botânicos, citam-se o chá verde, que contém propriedades anti-inflamatórias 
e antioxidantes; o chá preto, que contém ação sobre a redução de pápulas e 
pústulas; e o resveratrol, que é um composto natural útil no tratamento da acne, 
pois interfere na hiperproliferação de queratinócitos e na resposta inflamatória. 
Os queratolíticos também são ativos empregados nos casos de acne, pois 
contêm ação esfoliante. Neste sentido, o resorcinol (1 a 5%) favorece a des-
camação superficial. São utilizados, principalmente, em acnes leves, sendo 
frequentemente encontrados associados em diferentes formulações, tais como: 
sabonetes, loções, géis, cremes e espuma. São úteis nas etapas iniciais da acne 
leve a moderada, pós-tratamentos sistêmicos em acne moderada a grave e na 
manutenção durante todas as etapas da acne. Como adjuvantes, são associados 
ao tratamento tópico com antimicrobianos.
Os alfa-hidroxiácidos, os beta-hidroxiácidos e os retinoides tópicos são 
exemplos de ativos queratolíticos utilizados no manejo da acne. Os alfa-
-hidroxiácidos derivam dos produtos isolados de diferentes frutas (ácido 
glicólico, ácido cítrico, ácido mandélico, ácido tartárico, ácido málico). Em 
concentrações baixas, diminuem a ligação entre os queratinócitos. Os mais 
utilizados são o ácido láctico e o ácido glicólico. O ácido glicólico é o mais 
utilizado em concentrações de 5 a 15%, e pode ser utilizado em solução, 
gel ou cremes. Os beta-hidroxiácidos, como o ácido salicílico, são o ativo 
queratolítico mais utilizado, atuando sobre os comedões e exercendo um leve 
efeito anti-inflamatório. 
Além disso, dentro do grupo dos queratolíticos, os retinoides cosmecêuticos, 
que compreendem o retinol, o ácido retinoico em baixas concentrações, o 
retinaldeído e os ésteres de retinol, são indicados para sinais de acne moderada, 
prevenindo a hiperpigmentação e diminuindo as cicatrizes.
Ainda acerca dos ativos descritos para o manejo da acne, Draelos (2005) 
cita os ativos mais empregados:
9Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Ácido salicílico: auxilia na esfoliação da camada córnea, além de ser um 
anti-inflamatório. Pode ser utilizado até em peles sensíveis.
Ácido glicólico: promove a remoção da camada córnea, sendo indicado, 
principalmente, para peles acneicas em pacientes de peles fotoenvelhecidas.
Ácido lactobiônico: contém propriedades hidratantes e comedolíticas, 
proporcionando esfoliação, efeito antioxidante e baixo poder de irritação.
Niacinamida: reduz a oleosidade em peles acneicas e auxilia na esfoliação 
superficial da pele. 
Zinco: ação secativa. 
Considerando essas informações, a seguir são apresentadas sugestões de 
protocolos cosméticos para o manejo da acne.
  Protocolo 1: tratamento domiciliar para prevenção de acne.
Pela manhã: lavagem facial com solução de limpeza suave de ácido salicílico 
a 2%. Em seguida, aplicar solução tópica com ácido azelaico em gel. Deve ser 
utilizado fi ltro solar em gel nas peles oleosas.
Pela noite: lavagem facial com a mesma solução de limpeza e, em seguida, 
aplicar retinoide tópico (BAUMANN, 2004). 
  Protocolo 2: tratamento cosmético com finalidade calmante e descon-
gestionante para acnes grau I e II.
Passo 1: proceda com a higienização da pele com o uso de sabonete com 
ativos queratolíticos, como ácido salicílico ou glicólico.
Passo 2: aplique um tônico calmante. 
Passo 3: realize uma esfoliação leve com ativos esfoliantes suaves.
Passo 4: aplique a alta frequência (neste caso, utilizada com o objetivo de 
descongestionar a pele, além de ter efeito bactericida).
Passo 5: realize drenagem linfática manual na face.
Passo 6: aplique uma máscara de chá verde, que contém propriedades anti-
-infl amatórias e antioxidantes.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais10
Passo 7: fi nalize com protetor solar em gel, ou fl uido, específi co para a 
pele do cliente. 
  Protocolo 3: tratamento cosmético com efeito secativo para acnes grau 
I e II.
Passo 1: limpe a pele com gel de limpeza.
Passo 2: aplique um tônico adstringente. 
Passo 3: aplique algum ativo queratolítico para promover a esfoliação, como, 
por exemplo, o ácido lactobiônico.
Passo 4: aplique máscara secativa à base de zinco. 
Passo 5: fi nalize com a aplicação de fi ltro solar em pó.
Alterações cutâneas e protocolos de tratamento 
cosmético para rosácea
A rosácea é uma doença infl amatória crônica da pele. Ela se manifesta, prin-
cipalmente, no centro da face, mas pode se expandir pelas bochechas, nariz, 
testa e queixo e afeta mais os adultos entre 30 e 50 anos. Diversos fatores 
estão envolvidos no aparecimento da rosácea, como predisposição genética, 
alterações emocionais e hormonais, mudanças bruscas de temperatura, ex-
posição solar, uso de bebidas alcoólicas, medicamentos vasodilatadores ou 
fotossensibilizantes e ingestão de alimentos muito quentes.
Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (c2017), as manifestações 
clínicas mais comuns são: 
  Flushing facial: caracteriza-se por períodos de sensação abrupta de 
vermelhidão e calor na pele, como se fosse um surto de vasodilatação.
  Telangiectasias: são dilatações de pequenos vasos permanentes.
  Eritema facial persistente: neste caso, associado a edema. 
  Formação de pápulo-pustulosas: em alguns casos podem ocorrer nódulos 
ou placas granulomatosas. 
  Rinofima: trata-se do espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, 
associado à dilatação folicular, levando ao aumento e à deformação do 
11Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
nariz. Além disso, esses espessamentos podem ocorrer em outras áreas 
além do nariz, como na região frontal, malares e orelhas. 
  Alterações oculares: acometem aproximadamente 50% dos casos com 
sinais de irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite.
Esses pacientes, por apresentarem essessinais e sintomas, têm a pele mais 
sensível. A Figura 1 mostra os sinais clínicos da rosácea, com presença de 
edema, eritema e telangiectasias. 
Figura 1. Sinais da rosácea.
Fonte: Lipowski Milan/Shutterstock.com.
Os tratamentos voltados para o manejo da rosácea estão pautados em reduzir 
a inflamação e a irritação, melhorar a função de barreira da pele, aumentar 
a hidratação e evitar a exposição ao sol. Todos os produtos utilizados devem 
ser não irritantes, que contenham baixas concentrações de ingredientes ativos 
e que não tenham função adstringente ou fragrâncias, considerando que a 
pele está mais sensível e qualquer um desses fatores pode exacerbar o quadro 
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Além disso, vale ressaltar que a função de barreira hidrolipídica da pele 
em casos de rosácea encontra-se alterada. Esses pacientes têm a pele sensível 
e o flushing ocorre facilmente, assim como também ocorre ardor, picadas e 
prurido, o que é bem comum, e tudo isso se deve à disfunção dessa barreira. 
Por isso, o cuidado na escolha dos cosméticos é essencial (GONÇALVES, 
2016). Vale ressaltar que a rosácea é uma disfunção que não tem cura, por isso 
os tratamentos empregados desempenham um papel apenas na manutenção 
da remissão e no alívio de sintomas.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais12
Para isso, são empregados ativos cosméticos com propriedades antieritema-
tosas (reduzem o eritema e a vermelhidão), suavizantes e anti-inflamatórias, 
e ativos que auxiliam a pele a repor a barreira natural de proteção que, nos 
casos de rosácea, encontra-se reduzida, além da aplicação imprescindível do 
filtro solar. Os ativos anti-inflamatórios proporcionam uma ação suavizante na 
pele, pois agem reduzindo o processo de inflamação presente nela. Enquanto 
os ativos umidificantes suaves visam a repor a barreira natural de proteção 
(GONÇALVES, 2016).
Small, Hoang e Linder (2014) descrevem alguns ativos empregados nos 
casos de rosácea e a função que exercem:
Extratos de algas: contêm ação anti-inflamatória e auxiliam a inibir a 
angiogênese. 
Alantoína: ação suavizante.
Aloe vera: ação anti-inflamatória.
Ácido azelaico: ação anti-inflamatória e ação antimicrobiana. Ele reduz 
o eritema facial, trata as pápulas e, ainda, atua como um agente clareador da 
pele. Entretanto, deve ser utilizado em concentrações bem baixas, pois pode 
desencadear sinais de irritação na pele.
Bisabolol: ativo presente na camomila, contém propriedades calmantes na 
pele. Bisabolol e alontoína são utilizados, frequentemente, em formulações 
associadas para o uso domiciliar. 
Extrato de pepino: ação suavizante.
Chá verde: ação anti-inflamatória. É um potente ativo nos casos de rosácea, 
em virtude de sua alta concentração de polifenóis.
Pantenol: é um ativo hidratante umectante, além de ter ação anti-inflamató-
ria. Os umidificantes suaves, normalmente em loções, auxiliam na recuperação 
da função de barreira da pele. As formulações em cremes auxiliam também 
pacientes com a pele extremamente seca. 
Protetor solar: para a proteção solar, indica-se o uso de filtros solares 
físicos apenas, como os que contêm óxido de zinco e dióxido de titânio, uma 
vez que os filtros químicos podem liberar calor quando expostos ao sol e 
exacerbar o quadro de rosácea. 
Esfoliantes suaves: os ácidos poli-hidroxílicos são menos irritativos, como 
o ácido lactobiônico, e podem ser empregados em esfoliações. 
Ainda podem ser citados outros ativos a serem empregados na rosácea.
Ginkgo biloba: por conter polifenóis, tem ação anti-inflamatória e aumenta 
a circulação.
13Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Em virtude do quadro de sensibilidade encontrado em pacientes com 
rosácea, alguns ativos devem ser evitados. A pele com rosácea pode ser es-
foliada com ativos suaves, entretanto, o uso de esfoliantes de frutas cítricas, 
como, por exemplo, o ácido glicólico, deve ser evitado nesses casos, pois 
pode agravar o eritema facial, assim como, para a higienização da pele, são 
indicadas formulações sem espuma e com bases cremosas, evitando retirar 
excessivamente a hidratação da pele (SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Outros ativos que devem ser evitados nesses casos são os retinoides, como o 
ácido retinoico, que, por sua formulação, podem ocasionar dermatite em peles 
muito sensíveis, por isso não são recomendados para o manejo da rosácea. 
Os fatores de crescimento que induzem a síntese de colágeno e outras estru-
turas da pele podem ser utilizados na rosácea, entretanto, não são indicados 
na fase aguda da doença, quando os sinais inflamatórios estão presentes. 
Devem apenas ser utilizados assim que o eritema facial estiver bem controlado 
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Considerando esses ativos, a seguir são descritos alguns protocolos cos-
méticos para o manejo da rosácea. 
  Protocolo 4: manejo da rosácea com sinais de pele ressecada.
Passo 1: higienização da pele com creme de limpeza.
Passo 2: tonifi cação com ativos calmantes.
Passo 3: aplicação de um sérum hidratante ou um creme hidratante potente. 
Small, Hoang e Linder (2014) sugerem o uso diário, pelo cliente no ambiente 
domiciliar, de creme hidratante com ácido hialurônico, vitamina B5, ureia e 
niacinamida para casos de pele com ressecamento excessivo. 
Passo 4: aplicação de fi ltro solar físico em pó. 
  Protocolo 5: manejo da rosácea com ativos calmantes para 
descongestionamento.
Passo 1: higienização com leite de limpeza.
Passo 2: tonifi cação com tônico calmante.
Passo 3: esfoliação leve com uso de ácido lactobiônico.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais14
Passo 4: aplicação de drenagem linfática manual em toda a face.
Passo 5: aplicação de máscara calmante à base de alantoína.
Passo 6: aplicação de fi ltro solar físico em creme.
  Protocolo 6: manejo da rosácea com ativos calmantes e luz intensa 
pulsada.
Passo 1: higienização com solução de limpeza calmante.
Passo 2: tonifi cação da pele.
Passo 3: aplicação de microdermoabrasão por meio do peeling de diamante 
para esfoliação. Vale ressaltar que a microdermoabrasão na pele com rosácea 
deve ser realizada com menor intensidade de esfoliação, visto que é uma pele 
mais sensível. No caso de situações em que a pele encontra-se com muitos 
sinais infl amatórios e demasiadamente sensível, pode-se abandonar a micro-
dermoabrasão e aplicar o equipamento de luz pulsada na região acometida pela 
rosácea, que terá como fi nalidade aliviar o quadro de eritema. As telangiectasias 
presentes no quadro de rosácea respondem bem à luz pulsada.
Passo 4: aplicação de compressa gelada de camomila. 
Passo 5: aplicação de fi ltro solar físico. 
A rosácea já foi chamada de “acne rosácea” e confundida, muitas vezes, com quadros 
de acne. Apesar de compartilharem semelhanças, como a distribuição das lesões, 
pápulas e pústulas, a rosácea se difere da acne por não conter comedões nem secreção 
sebácea aumentada. Esta diferença é de extrema importância para o profissional de 
estética, pois os produtos cosméticos para pele acneica não são indicados para a pele 
com rosácea. Por exemplo, deve-se evitar o uso de formulações com componentes 
adstringentes e seborreguladores nos casos de rosácea e esses são ativos amplamente 
empregados no tratamento da acne. Por isso, a avaliação do profissional e a orientação 
acerca dos cosméticos a serem utilizados é primordial (GONÇALVES, 2016).
15Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Protocolos faciais com utilização 
de peelings químicos
Na estética, alguns ativos cosméticos podem ser empregados de modo a pro-
mover uma esfoliação química da pele, chamada de peeling. Esses ativos são 
substâncias ácidas e, por conterem um pH menor que o da pele, proporcionam 
a esfoliação. São utilizados em diferentes concentrações, dependendo do ativo 
e dos objetivos do tratamento. Os peelings químicos também são chamados de 
quimioesfoliação ou dermopeeling. O mecanismo de ação de uma substância 
ácida na pelepromove a destruição de partes da epiderme, seguida da sua 
regeneração, favorecendo a renovação celular e facilitando a permeação de 
ativos cosméticos aplicados posteriormente (BORGES, 2010). 
De acordo com a profundidade de esfoliação que esses ácidos podem 
proporcionar, os peelings são classificados em muito superficial, médio ou 
profundo. Os peelings superficiais proporcionam a esfoliação apenas da epi-
derme e, quando agem somente no estrato córneo, são ainda chamados de 
muito superficiais. Quando afetam a região mais superficial da derme (derme 
reticular superficial), são considerados peeling médio e, quando afetam a parte 
mais profunda da derme (derme reticular média), são chamados de profundo. A 
Figura 2 mostra a profundidade do peeling e o mecanismo de ação que promove, 
removendo a parte da pele e, consequentemente, deixando-a mais uniforme. 
Figura 2. Profundidades dos peelings químicos. 
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais16
Vale lembrar que os peelings superficiais e muito superficiais acarretam 
pouco risco de complicações e podem ser facilmente combinados com outras 
técnicas em protocolos estéticos, como microdermoabrasão e outros ativos 
cosméticos. 
Quanto ao tipo de substâncias ácidas aplicadas, estes ativos são classifi-
cados em alfa-hidroxiácidos, beta- hidroxiácidos, poli-hidroxiácidos, ácido 
tricloroacético e retinoides. 
Alfa-hidroxiácidos: são os mais utilizados em peelings químicos. São 
originados, principalmente, de frutas e incluem neste grupo: ácido glicólico 
(derivado da cana-de-açúcar), ácido málico (derivado da maçã), ácido tartárico 
(derivado de uvas), ácido cítrico (derivado de frutas cítricas), ácido mandélico 
(derivado de amêndoas), ácido láctico (derivado do leite) e ácido fítico (derivado 
de cereais). Destes, o ácido glicólico e o ácido láctico são os mais utilizados 
(SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Quanto ao mecanismo de ação, esses ácidos agem por meio da redução 
da adesão entre os queratinócitos, de modo que eles percam a capacidade 
de adesão entre eles e as células sejam desprendidas. Esses ácidos, além de 
promoverem um peeling químico, têm capacidade de hidratar a pele (DRA-
ELOS, 2005). Além disso, a aplicação desses ativos, além de proporcionar 
os benefícios anteriores, está relacionada com um aumento na qualidade das 
fibras elásticas e de colágeno, melhorando o aspecto geral da pele. Portanto, 
podem ser empregados em uma variedade de disfunções como: lesões faciais 
hiperpigmentadas, como melasma, no tratamento de sinais do envelhecimento, 
nos casos de acne e, ainda, como pré-tratamento de peeling, de modo que 
seja aplicado antes de outras substâncias para potencializar os efeitos de 
esfoliação (DEPREZ, 2009). O ácido mandélico é considerado menos irritante 
que os demais, podendo ser utilizado em peles mais escuras e, ainda, pode 
ser empregado no tratamento da acne por conter ação bactericida também 
(PIMENTEL, 2008). 
Beta-hidroxiácidos: dentro deste grupo, encontra-se o ácido salicílico. 
Além de ser utilizado em uma série de ativos cosméticos, o ácido salicílico, 
quando aplicado como peeling em concentrações de 2 a 12%, age promovendo 
a queratólise do estrato córneo, sem, no entanto, atingir estruturas mais pro-
fundas. Além disso, age na hiporregulação de fibrinogênio, fibronectina e 
alfa-hemolisina, e virulência, fatores que interferem diretamente na proliferação 
bacteriana, por isso é amplamente empregado no manejo da acne, reduzindo 
também a oleosidade (DRAELOS, 2005). 
17Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Baumann (2004) comenta que o ácido salicílico ainda proporciona uma 
ação comedolítica na pele, de modo que penetra nos poros e os esfolia, assim 
como nos folículos pilosos, o que não é observado no uso de peeling com 
alfa-hidroxiácidos. 
Poli-hidroxiácidos: neste grupo estão o ácido glucônico e o ácido lacto-
biônico. Por apresentarem moléculas maiores, esses ácidos penetram mais 
lentamente na pele. Além disso, são antioxidantes e umectantes, atuando 
diretamente nos quadros de envelhecimento facial e em peles sensíveis, como 
nos casos de rosácea. 
Ácido tricloroacético: é um ácido produzido sinteticamente a partir de 
ácido acético e cloro. Pode ser aplicado desde peelings muito superficiais até 
profundos, dependendo da concentração. Para peelings superficiais, espera-se 
apenas um leve branqueamento da pele após a aplicação e geram descamação 
após o procedimento (SMALL; HOANG; LINDER, 2014).
Retinoides: a vitamina A (retinol) e seus derivados, conhecidos como 
retinoides, são ativos amplamente utilizados na cosmetologia. O ácido retinoico 
é conhecido também como tretinoína que, quando aplicada à pele, aumenta 
as taxas de renovação epidérmica, além de atuar diretamente na redução da 
melanina, garantindo efeitos positivos em disfunções estéticas faciais que 
cursam com hiperpigmentação. 
Quando utilizada em peelings químicos, pode-se fazer uso de concentrações 
de 1 a 5%, com o objetivo de promover uma esfoliação superficial, ou seja, 
a nível epidérmico.
Para entender um pouco da reação que eles causam na pele durante a aplicação 
(desconforto sentido), e após o tratamento (descamação relatada), o Quadro 1 
mostra um resumo dessas reações com base no tipo de peeling químico aplicado.
Fonte: Adaptado de Small, Hoang e Linder (2014).
Grupo de ácidos Desconforto Descamação
Ácidos alfa-hidroxiácidos ++ Inconsistente
Beta-hidroxílicos ++ Sim
Ácido tricloroacético +++ Sim
Retinoides + Sim 
Quadro 1. Reações observadas nos diferentes peelings químicos
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais18
Esses ativos são empregados amplamente em protocolos estéticos faciais 
com peelings muito superficiais, por serem de fácil aplicação, apropriados para 
quase todos os tipos de pele, e por tratarem inúmeras disfunções. Pessoas com 
lesões infecciosas ativas, gestantes, alergia aos componentes ou outras lesões 
cutâneas no local de aplicação não podem ser submetidos a peelings químicos. 
Diante das indicações dos peelings químicos, a seguir são elencadas al-
gumas sugestões de protocolos estéticos que utilizam essa modalidade de 
tratamento.
  Protocolo 1: protocolo para manejo da acne com peeling químico. 
Antes da aplicação de protocolos de peelings químicos na face, é importante 
que o profissional faça a proteção dos olhos do cliente, com o uso de protetor 
adesivo ou gaze levemente umedecida em água, prevenindo o contato do 
ácido com a região ocular.
Passo 1: higienização da pele com sabonete com ácido salicílico em uma 
concentração de 2% que, neste caso, terá ação descongestionante, antisséptica 
e redutora da oleosidade da pele.
Passo 2: aplicação de ácido salicílico em uma concentração de 20%, com 
auxílio de um pincel e deixar agir por, aproximadamente, 3 minutos. Após a 
aplicação, é necessário esperar até que se forme uma camada de resíduo pul-
verulento branco, associado ao eritema suave da pele, que garante que o ativo 
foi absorvido. Espera-se que essa aplicação gere um desconforto ao paciente 
de no máximo 6, em uma escala de 1 a 10. Durante essa fase de aplicação do 
peeling propriamente dita, o profi ssional pode fazer uso de ventilador para 
reduzir o desconforto do paciente. Em média, o tempo necessário para esses 
efeitos serem obtidos é de 2 a 3 minutos. Após isso, remova o produto da pele 
com o uso de gaze. 
Posterior a isso, para potencializar os efeitos, principalmente em peles 
mais espessas e mais resistentes, o produto pode ser aplicado novamente na 
pele, com a mesma técnica, aguardando-se o início dos efeitos para fazer a 
retirada do produto, em média 2 a 3 minutos. Após essa reaplicação, remove-se 
o produto com uso de gaze. 
Passo 3: aplicação de máscara calmante à base de camomila, por exemplo, 
para aliviar o eritema facial e reduzir o desconforto do paciente.
19Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
Passo 4: fi nalizaçãocom aplicação do fi ltro solar. 
Protocolos com esses ativos podem ser repetidos semanalmente até que os 
resultados sejam alcançados (BORGES, 2010). Para potencializar os efeitos 
desse peeling químico para acne e reforçar a esfoliação, o profissional pode 
utilizar em sessões subsequentes uma concentração de ácido salicílico em uma 
concentração de 30% ou, ainda, após a aplicação do protocolo anteriormente 
mencionado, aplicar um reforço com uso de ácido retinoico 0,3%, potencia-
lizando ainda mais a esfoliação. 
Vale ressaltar que as concentrações utilizadas inicialmente devem ser 
menores e, à medida que a tolerância do paciente e as condições da pele 
permitirem, o profissional pode realizar reforços, aplicando uma camada a 
mais do ácido ou aumentando a concentração utilizada.
  Protocolo 2: protocolo para revitalização cutânea de pele envelhecida.
Passo 1: limpeza da face com sabonete líquido com ácido glicólico a 10%, 
para promover uma limpeza mais profunda da pele. 
Passo 2: aplicação de um esfoliante físico na face, realizando movimentos 
circulares ao longo dela para remover a camada mais externa de células mortas 
da epiderme. 
Passo 3: aplicação de ácido glicólico em uma concentração de 50% e, após 
o tempo de pausa, retirar. O tempo de pausa do peeling de ácido glicólico é 
defi nido pela reação da pele do paciente ao contato com o ácido glicólico, 
mas, normalmente, costuma ser, em média, 4 a 8 minutos. Lembre-se que o 
efeito esperado é o eritema facial, que pode acontecer em alguns pontos da 
face ou em toda ela, mas não pode haver fenômeno de frosting (caracterizado 
pela formação de uma camada esbranquiçada sobre a pele, que é resultado da 
coagulação de proteínas), como acontece em outros peelings. Desse modo, 
ao ter a formação do eritema, o tempo de pausa é sufi ciente e o produto já 
cumpriu a sua função.
Passo 4: após a formação do eritema, o peeling de ácido glicólico precisa ser 
neutralizado. Para realizar a neutralização de um peeling de ácido glicólico, 
pode-se utilizar uma solução com bicarbonato de sódio, que deve ser aplicada 
na pele assim que o eritema se formar. Nesses casos, para o uso desse ácido, 
indica-se utilizar a solução neutralizante para cessar completamente a ação do 
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais20
peeling na pele, pois a retirada com água apenas iria reduzir a sua concentra-
ção, sem, no entanto, respeitar o tempo adequado de ação do ácido, enquanto 
que o uso de solução neutralizante cessa totalmente a ação do ativo na pele.
Para preparar a solução neutralizante, o profissional deve separar uma 
cuba com água morna e adicionar bicarbonato de sódio em pó, mexendo a 
solução constantemente. 
Passo 5: aplicação de máscara calmante em toda a face, com ativos nutritivos 
para peles desvitalizadas, ativos biofl avonoides, como, por exemplo, o ginkbo 
biloba, podem ser empregados nessa fase pós-peeling. 
A realização de peelings seriados de ácido glicólico, com intervalos de 15 
dias entre as sessões, permitem excelentes resultados no manejo dos sinais 
do envelhecimento facial. Além disso, a concentração do peeling de ácido 
glicólico a 30%, 1 a 2 minutos, promove, neste caso, um peeling muito su-
perficial. Para casos em que o objetivo é um peeling superficial, indica-se o 
uso de uma concentração 50 a 70%, com tempo de ação de 2 a 20 minutos 
(YOKOMIZO et al., 2013).
  Protocolo 3: protocolo para hipercromias.
Passo 1: higienização com sabonete de limpeza com ativos despigmentantes as-
sociados, como sabonete líquido com ácido glicólico a 10% em sua composição. 
Passo 2: realização da aplicação de um tônico facial, para equilibrar o pH da pele. 
Passo 3: realização da esfoliação da pele com peeling de diamante, com ênfase 
nas manchas, passando a caneta diamantada duas vezes por toda a face e nas 
áreas de manchas. Pode-se aumentar um pouco a pressão e ainda realizar um 
número maior de passagens e com uma velocidade menor, potencializando a 
esfoliação nessas áreas. 
Passo 4: aplicação de ácido mandélico, em concentrações médias de 20% 
quando o objetivo for um peeling superfi cial mediano. Aplicar o ácido em 
toda a face, mas com ênfase nas manchas, e aguardar o tempo de ação, que 
costuma variar de 2 a 20 minutos. Para enfatizar a área das manchas, o pro-
fi ssional pode passar a primeira camada de produto em toda face e, assim que 
o produto secar, pode-se aplicar mais uma camada do ácido especifi camente 
sobre as manchas, aumentando a concentração do produto nessas regiões e 
potencializando a despigmentação. Esse ácido é aplicado em peles com hiper-
21Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais
cromias, porque age inibindo a síntese de melanina, reduzindo a melanina já 
formada na camada córnea e, dessa maneira, é útil na eliminação de pigmentos 
hipercrômicos na pele. 
Passo 5: realização da retirada do produto com o uso de gaze.
Passo 6: aplicação de uma máscara com ativos despigmentantes em sua 
formulação, como a vitamina C. 
Passo 7: aplicação do fator de proteção solar em pó.
Este protocolo pode ser repetido semanalmente por um mês e, a partir 
disso, pode ser realizado em intervalos quinzenais ou mensais. O paciente 
ainda pode enfatizar a ação do ácido utilizando cosméticos domiciliares à 
base de vitamina C. 
Cuidados na aplicação de peelings químicos
Além das contraindicações elencadas anteriormente, é importante que os pro-
fi ssionais leiam atentamente as orientações acerca dos produtos estabelecidos 
pelo fabricante. Vale lembrar, também, que, para a aplicação, o profi ssional 
deve fazer uso de luvas e jaleco, enquanto o cliente deve utilizar touca, toalha 
para proteger o colo, protetor ocular (pode ser gaze úmida ou tampões oculares 
adesivos). O profi ssional deve ter ao seu alcance também uma bancada com os 
produtos e os materiais a serem utilizados previamente separados, como gazes, 
água, algodão, pincel e cosméticos utilizados. Além disso, é responsabilidade 
do profi ssional realizar a avaliação do paciente prévia à aplicação, identifi cando 
quaisquer condições que possam ter contraindicação ao tratamento e, ainda, 
estabelecer as melhores modalidades de tratamento. 
Small, Hoang e Linder (2014) orientam, ainda, que seja feito o teste de 
placa antes da realização do peeling químico. Esse teste consiste em detectar 
qualquer reação alérgica que o cliente possa ter ao tratamento. Para isso, 
aplica-se previamente o ácido a ser utilizado em região de antebraço ou atrás 
da orelha, espera-se o tempo de ação e se faz a retirada do produto. Após isso, 
observa-se a pele da região, se ela não apresentar sinais de irritação, como 
coceira, ardência excessiva, formação de urticaria ou vesículas, o cliente pode 
ser submetido ao peeling químico na face. 
Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais22
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23Protocolos de tratamento para desordens estéticas faciais

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