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HEMOFILIAS Jade Luiza Durães | Medicina UNIFASB ● Definição/Etiologia: É um grave distúrbio/coagulopatia hereditária, caracterizada pela deficiência da atividade coagulante no fator 8 ou 9, decorrente de alterações no genes codificantes destes fatores. Assim, sua ocorrência no sexo masculino é quase que excljusiva pelo fato do home apresentar apenas um cromossomo X. As mulheres atuam como portadoras quando apresentam um dos cromossomos hemofílicos. A hemofilia A é conhecida como Hemofilia Clássica e atinge 85% dos pacientes, enquanto a Hemofilia B é conhecida como Fator Christmas, atinge cerca de 15% dos pacientes. As hemofilia podem decorrer de fatores hereditários ou adquiridos, as quais são mais raras, podendo resultar de desenvolvimento de alo-anticorpos, alelos autoimunes, câncer ou causas de origem idiopática. A Hemofilia A Adquirida é uma alteração rara da coagulação sanguínea em que há o aparecimento de anticorpos circulantes contra a atividade pró coagulantes do fator 8, essa condição pode estar associada a artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Sjögren. ● Fisiologia da Caogulação: A hemostasia tem como objetivo impedir a perda de sangue e tem seu início através da lesão da parede de um vaso sanguíneo e também por três mecanismos: constrição vascular, formação de tampão de plaquetas, formação de coágulo sanguíneo e eventual crescimento do tecido fibroso no coágulo para fechamento permanente do orifício do vaso. A primeira etapa do processo de hemostasia consiste na constrição imediata dos vasos danificados, diminuindo temporariamente o fluxo e a pressão dentro do vaso, auxiliando na formação do tampão plaquetário. Em seguida, as plaquetas ligam-se ao colágeno exposto e tornam-se ativas liberando citocinas dentro da área em torno da lesão. Simultaneamente, o colágeno exposto e fatores presentes nos tecidos iniciam uma série de reações conhecidas como cascata de coagulação em que proteínas inativas dos plasma são convertidas em enzimas ativas. A TROMBINA converte o FIBRINOGÊNIO em FIBRINA reforçando um tampão plaquetário que passa a ser reconhecido como coágulo. No processo de coagulação do sangue, participam várias substâncias denominadas fatores de coagulação. Muitos são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se transformam em enzimas durante o processo de coagulação. A coagulação é dividida em duas vias: INTRÍNSECA que inclui os seguintes fatores: 12, 11, 9, 8, pré calicireína e cininogênio de alto peso molecular e a EXTRÍNSECA que inclui o fator 7. Essas se unem formando a via COMUM que compreende os fatores 5, 10, 2 e 1 cuja função é criar a trombina. Sistema intrínseco: contato com superfície estranha - remove o inibidor da coagulação - atuação do fator XII - ativação progressiva dos fatores V,VII,IX,X e XII. Sistema extrínseco: ativação do fator VII, que vai atuar sobre os fatores V e X. ● Manifestações Genéticas: A Hemofilia A está ligada à presença de um gene anormal localizada na posição Xq28 no cromossomo X, incluindo deleções, inversões gênicas, mutações de pontos e inserções. Enquanto a Hemofilia B está ligada está na posição Xq27. Homem hemofílico + mulher normal = filhos sempre normais & filhas portadoras (a doença não manifesta imediatamente na geração, pode haver intervalo) ● Manifestações Clínicas: Varia de acordo o grau de deficiência do fator Leve - 5 a 30% Moderada - 1 a 5% ou Severa - <1% Hemorragias principalmente na forma de hematomas e hemartroses. Além de hematúria, epistaxe, melena/hematêmese e etc. Em relação à faixa etária * Bebês: Hemorragias IC: Cefalohematomas, circuncisão * Crianças: Hematomas: Sangramentos articulares e orais Adolescentes e Adultos: Sangramento em articulações, músculos, SNC e TGI As hemartroses consistem no extravasamento do sangue para o interior da articulação ou para cavidade sinovial. Iniciam-se geralmente nas articulações que sustentam o peso da criança quando começa a andar, joelho, tornozelo, cotovelo, ombro e coxo femoral. ● Diagnóstico Clínico: Histórico familiar, intensidade dos sintomas e grau de sangramento para avaliar a classificação da hemofilia, se há infecção associada como HIV pois pode complicar sangramento. ● Diagnóstico Laboratorial: TTPA prolongado + deficiência de um dos fatores de coagulação. NORMAIS: tempo de sangramento (TS), tempo de protrombina (TP), tempo de trombina (TT) ANORMAIS: tempo de coagulação (TC) e tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA). - Exames de coagulação - Hemograma: plaquetas (hemostasia primária) - TTPa: prolongado, parte intrínseca - TP: normal, extrínseca - Dosagem de atividade dos fatores Fator VIII <40% + antg fVW negativo: HEMOFILIA A Fator IX <40%: HEMOFILIA B - Coagulograma: ver se está normal - TC aumentado Se o fator deficiente for o VIII (Hemofilia A) deve-se dosar o nível plasmático do antígeno de VW, para excluir possibilidade. Clinicamente, as hemofilias A e B são indistinguíveis e necessitam da dosagem de atividade dos fatores. ● Tratamento: Reposição do fator: concentrado de fator derivado de plasma humano ou recombinantes (opção recomendada atualmente no Brasil) - permite ao paciente vida muito próxima ao normal ● Tratamento Farmaco.: 1. Crioprecipitado: não é opção terapêutica para portadores de Hemofilia B, obtido pela centrifugação do plasma de um único doador. 2. Plasma fresco congelado: usado para tratar deficiências conhecidas de fatores de coagulação nos casos em que o concentrado específico não esteja disponível 3. Concentrado do fator VIII ou IX: a meia-vida baixa gera uma dificuldade na manutenção de níveis adequados, havendo necessidade de adm em curtos períodos. 4. Desmopressina: não usada na hemofilia B; análogo sintético da vasopressina, usadas em HA leve; aumenta a liberação do fator 8 e fator de VW. 5. Terapia Antifibrinolítica: Pode reduzir significativamente os sangramentos, não é indicada em sangramentos do TU. 6. Concentrado de fator VIII Porcino: usado nos pacientes que possuem inibidores do fator 8 humano; alguns pacientes podem desenvolver inibidores ao fator 8 porcino 7. Complexo concentrado de protrombina: ● HEMOFILIA A (TRAT): Hemorragias: Suporte hemodinâmico; Fator VIII purificado ou recombinante Profilaxia: Emicizumab (opção nova, anticorpo monoclonal que substitui a parte do fator reduzido, continuando a cascata, não deve ser utilizado se estiver em sangramento ativo); Desmopressina (em caso de sangramentos leves); Antifibrinolíticos (sangramentos orais). ● HEMOFILIA B (TRAT): Hemorragias: Suporte hemodinâmico; Fator IX derivado do plasma ou recombinante. ● DESENVOLVIMENTO DE INIBIDORES: Maior medo, complicação mais temida. Desenvolvimento de anticorpos policlonais direcionados contra os fatores VIII e IX infundidos, ou seja, os pacientes passam a não responder à infusão. O único tratamento capaz de erradicar inibidores em pacientes com hemofilia congênita é a imunotolerância
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