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História e ensino de história

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DESAFIO + PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO.
Para alguns alunos e algumas escolas, os livros didáticos são o principal material de
referência para o ensino de História. Desde a instituição de políticas públicas relacionadas a
esse material, a qualidade das narrativas históricas ali presentes mudou significativamente,
preocupando-se com a diversidade, a igualdade, a inclusão e a representatividade. No
entanto, os professores devem saber como utilizá-los para que os alunos desenvolvam uma
série de habilidades relacionadas ao ensino da História.
Para este Desafio, leia as frases a seguir, proferidas por pesquisadoras da área de ensino e
do ensino de história:
"Os livros didáticos trazem uma abordagem homogênea, como se o passado fosse apenas
aquilo ali."
(Maria Auxiliadora Schimidt)
"O professor pode utilizar o livro didático, mas deve criticá-lo também." (Arlette Medeiros
Gasparello)
Diante disso, e no papel de futuro professor de História, responda as questões a seguir e
indique possíveis soluções.
1) Que problemas você vislumbra na utilização acrítica do livro didático?
2) De que maneira o livro didático pode contribuir para o ensino e a aprendizagem de
História?
3) Como utilizar o livro didático como uma ferramenta para uma educação inclusiva e
multicultural?
Padrão de resposta esperado
1) A utilização acrítica do livro didático pode significar para o aluno que o conhecimento
histórico está pronto, acabado, e não que corresponde a um processo e que é uma
construção. Sem esse tipo de crítica, o aluno pode pensar que o que está escrito no livro
didático é a "verdade do passado". Além disso, muitos assuntos não estão presentes nos
livros didáticos porque os autores operam uma seleção de conteúdos, sendo importante
problematizar com os alunos que assuntos foram escolhidos para estarem presentes e
quais não foram, ou qual a visibilidade que se dá para alguns temas em detrimento de
outros.
2) O livro didático pode contribuir para o ensino e a aprendizagem histórica extrapolando a
compreensão de mero repositório de conteúdos, ao trabalhar, junto com o aluno, como se
dá a construção do conhecimento histórico.
3) No desenvolvimento das habilidades referentes ao processo de escrita da História, o
aluno poderá identificar quais narrativas estão presentes e quais estão silenciadas no relato
que o livro didático traz sobre o passado. Dessa forma, é possível desenvolver atividades
que evidenciem esses destaques e ocultamentos e propor ações, como pesquisas, buscas
na Internet, relatos orais, para conhecer outras culturas e outras minorias que não estejam
contempladas pela narrativa presente no material.
EXERCÍCIOS + RESPOSTA CORRETA E EXPLICATIVA:
1) O ensino de História no Brasil tem uma história, adquiriu diferentes contornos
disciplinares e atendeu a distintos interesses políticos e ideológicos ao longo do
tempo. Leia o trecho a seguir, que é uma análise do ensino de história em um
desses períodos:
“A História pátria surgia como seu apêndice, sem um corpo autônomo e ocupando
papel extremamente secundário. Relegada aos anos finais dos ginásios, com
número ínfimo de aulas, sem uma estrutura própria, consistia em um repositório de
biografias de homens ilustres, de datas e de batalhas" (NADAI, 1993, p. 146).
De acordo com a descrição, é possível afirmar que as influências para essa narrativa
histórica e esse ensino provinham:
B.
do positivismo.
A descrição faz referência a um tipo de narrativa histórica e de organização do
ensino característica do século XIX, em que a "história do Brasil" era um apêndice
dos livros de "história da civilização" traduzidos da França. O conteúdo da história
nacional era um compilado de biografias dos "grandes homens" e seus "grandes
feitos", aos moldes do positivismo.
2) Alguns autores têm proposto periodizações para a história do ensino de História no
Brasil. A seguir, é apresentada uma dessas propostas. Faça a correspondência
entre cada um dos períodos com sua característica.
I. Construção do Código Disciplinar da História do Brasil (1838-1930).
II. Consolidação do Código Disciplinar da História no Brasil (1931-1971).
III. Crise do Código Disciplinar da História no Brasil (1971-1984).
IV. Reconstrução do Código Disciplinar da História no Brasil (1984-...).
( ) Diminuição da carga horária da disciplina de História e substituição de parte de
suas atribuições pela disciplina de Estudos Sociais.
( ) Elaboração das primeiras reformas educacionais de caráter federal.
( ) Aprimoramento da legislação e dos parâmetros curriculares, com foco nas
relações de ensino e aprendizagem e no aluno.
( ) Instituição da História como disciplina obrigatória no currículo, e um ensino de
História voltado para a conformação de uma identidade nacional.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
E.
III - II - IV - I.
No período I, tem-se a obrigatoriedade da disciplina histórica no currículo escolar,
com narrativa e ensino nos moldes positivistas europeus, para conformar uma ideia
de nação e uma identidade nacional. Já no período II, tem-se as primeiras reformas
educacionais em nível federal, que pouco alteraram as funções do ensino de História
e seu conteúdo propriamente dito. No período III, durante a ditadura civil-militar,
tem-se um esvaziamento do ensino de História e parte de suas temáticas relegadas
à disciplina de Estudos Sociais. E, por fim, no período IV, após o término da ditadura,
tem-se novas reformas no ensino que mudam o foco da aprendizagem para o aluno.
Portanto, a ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
III - II - IV - I.
3) Para o estudo das influências das "escolas" historiográficas no ensino de História,
pode-se usar diferentes materiais que fazem parte do cotidiano escolar dos
professores. Nesse contexto, leia as afirmativas a seguir.
I. O currículo escolar é um espaço privilegiado para aferir as influências das
"escolas" historiográficas porque encontra-se ali a estruturação dos conteúdos
históricos a partir de determinada abordagem e temporalidade.
II. Os livros didáticos evidenciam em suas narrativas as vinculações historiográficas
de seus autores, pois a seleção de temas, as abordagens realizadas e as atividades
propostas são indícios de certas filiações a determinadas escolas históricas.
III. As práticas dos professores em sala de aula não são um parâmetro para análise
das influências historiográficas porque as propostas de atividades, como o trabalho
com fontes primárias, não evidenciam práticas epistemológicas da história.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
C.
Apenas as afirmativas I e II.
O currículo, o livro didático e as práticas dos professores explicitam tendências
historiográficas porque evidenciam concepções de história, organização da
temporalidade, seleção de conteúdos e temas, e modos de pensar a escrita da
História. Sendo assim, estão corretas apenas as afirmativas I e II.
4) O ensino de História é influenciado diretamente pelas "escolas" historiográficas na
medida em que elas aportam uma concepção de história, uma noção de
temporalidade e uma forma de abordar o passado. Pensando nisso, leia as
afirmativas a seguir.
I. Sob a égide do positivismo, o ensino de História apresentava o conhecimento do
passado como um dado, uma "verdade acabada", que deveria ser apenas
transmitido pelo professor.
II. O marxismo permitiu uma renovação no ensino de História, ao reforçar a postura
de neutralidade e objetividade do professor, e um ensino destinado a reproduzir um
passado acabado.
III. Os Annales e a nova história permitiram que novas abordagens temáticas, que
antes não apareciam nos currículos escolares e nos livros didáticos, fossem
incorporadas ao cotidiano escolar.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
D.
Apenas as afirmativas I e III.
Cada uma das escolas historiográficas conformou o ensino de História ao seu modo.
O positivismo apresentava o passado como um dado, os fatos históricos como
construídos a priori, sendo o professor o responsável por transmiti-lo e o aluno por
memorizá-lo. O marxismoalterou essa perspectiva, ao propor uma educação que
estimula o criticismo e um ensino de História voltado para a emancipação pessoal e
social. Já os Annales e a nova história, ao serem incorporados pelo ensino de
História, propuseram novas abordagens e novas temáticas, inserindo esses
conteúdos na realidade escolar. Portanto, estão corretas apenas as afirmativas I e
III.
5) A escrita da história do que é chamado de "Brasil" começou a ser feita ainda no
período da América portuguesa. A partir da independência da colônia e da
configuração do Brasil como um Estado-nação, tem-se um incremento nessa
narrativa, a fim de forjar uma história e uma memória. A historiografia brasileira,
ramo que se dedica ao estudo da escrita da história no Brasil, tem algumas
características e especificidades. Em relação a essa temática, assinale a alternativa
correta.
A.
A historiografia brasileira sofreu fortes influências dos debates historiográficos
realizados na Europa e nos Estados Unidos, e isso se refletiu nos estudos sobre a
história do Brasil, bem como nas definições sobre a identidade brasileira.
Ao longo da história da historiografia brasileira, houve uma constante influência das
proposições historiográficas desenvolvidas na Europa e nos Estados Unidos, e
essas "marcas" são reconhecíveis na produção historiográfica brasileira desde
meados do século XIX.

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