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____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento de sistemas vivos. É dividida em: • Farmacocinética (o caminho que o fármaco percorre no organismo) • Farmacodinâmica (integração dos fármacos com seus receptores) • Farmacoterapia (aplicação dos conceitos da farmacodinâmica e da farmacocinética no protocolo terapêutico) • Toxicologia (efeitos adversos causados pelo uso dos fármacos) Droga: qualquer substância que cause alguma alteração no funcionamento do organismo, com ou sem intenção terapêutica. Fármaco: substância química de estrutura conhecida que apresenta propriedades farmacológicas com finalidade terapêutica/medicamentosa. Remédio: todo recurso utilizado para curar ou aliviar a dor, o desconforto ou a enfermidade. Ex: chá, massagem, oração, terapia etc. Medicamento: É uma preparação farmacêutica tecnicamente elaborada utilizada para diagnóstico, cura, alívio, tratamento ou prevenção de doenças, modificando ou explorando os sistemas fisiológicos. Comprovação científica, tem padrão de produção, controle de qualidade. Farmacologia Droga x Fármaco Remédio x Medicamento ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Venenos: fármacos com efeitos quase que exclusivamente maléficos. “A dose faz o veneno” - Paracelsus Toxinas: são venenos de origem biológica, i.e., sintetizados por plantas ou animais, em contraste com os venenos inorgânicos, como o chumbo e o arsênico. Dose: quantidade no local de ação necessária para produzir o efeito terapêutico É a quantidade que o médico prescreve na posologia (total/dia) Exemplo: Enalapril Para a maioria dos pacientes hipertensos, a dose recomendada é de 10 a 20 mg ao dia. A dose habitual para uso prolongado é de 20 mg, ao dia. A dose máxima para uso prolongado é de 40 mg ao dia. Dosagem: quantidade do fármaco na forma farmacêutica. É o que vem marcado na caixinha do remédio. Posologia: quantidade que deve ser administrada em determinado intervalo de tempo para que a dose terapêutica seja obtida. Contempla: Dose + frequência administração + duração tratamento Veneno x Toxina Dose x Dosagem x Posologia ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Nome comercial (ou fantasia): Tylenol® Identifica a marca Nome genérico: Paracetamol Identifica o princípio ativo Nome químico: N-acetil-p-amino-fenol Descreve estrutura atômica e molecular Medicamento de referência: medicamento inovador, ou seja, pertence à indústria que o introduziu no mercado. Medicamento similar: depois que cai a patente do medicamento de referência, outras indústrias podem produzir similares com o mesmo princípio ativo. Medicamento genérico: em relação ao medicamento de referência, tem que ter o mesmo princípio ativo na mesma dosagem e na mesma forma farmacêutica. Passa por testes de bioequivalência para confirmar que tem o mesmo perfil de concentração plasmática. Um fármaco só se torna um medicamento quando está na forma farmacêutica adequada para o emprego terapêutico. Forma farmacêutica: Forma física de apresentação do medicamento: comprimido, xarope, supositório, etc. Composição da forma farmacêutica Princípio ativo/fármaco: ação farmacológica – é o mais importante, a substância que tem ação farmacológica comprovada. Excipientes ou adjuvantes: substâncias inertes cuja função é estabilizar a formulação em nível químico, físico ou microbiológico, conferir peso e volume. Ex: agentes antioxidantes, agentes suspensores, Nomenclaturas do fármaco Formas farmacêuticas ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração espessantes, conservantes, edulcorantes, corantes, etc É necessário ter um estudo de compatibilidade entre fármacos e excipientes, pois eles não podem modificar a composição química do fármaco nem prejudicar sua estabilidade. Paciente: - condição clínica (urgência, dificuldade de deglutição) - aceitabilidade (idoso, criança, principalmente no uso contínuo) Via de administração: enteral ou parenteral Características do fármaco: - solubilidade - estabilidade Vai depender do fármaco, não tem como ter todos em todas as formas. Objetivo terapêutico: -efeito local x sistêmico - efeito imediato x longo prazo Precisão da dose: evitar metabolização, degradação etc. • São obtidos por compressão da mistura de pós, contendo fármaco e adjuvante (excipiente) • Variam em tamanho, forma, peso, dureza, espessura, características de desintegração e em outros aspectos, dependendo do uso a que se destinam e do método de fabricação • Maioria dos comprimidos é administrada pela via oral, também são destinados à administração sublingual ou vaginal Escolha da forma farmacêutica Comprimidos ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Vantagens: • Dosagem correta e alto grau de precisão • Maior estabilidade do que outras formas • Forma de administrar fármacos insolúveis em água • Facilidade na administração e armazenamento • Reduzir percepção de sabores e odores desagradáveis • Possibilidade de introduzir revestimentos • Possibilidade de controlar liberação de fármacos Comprimidos de liberação prolongada Modulação da liberação do fármaco, alterando a velocidade de absorção – alterando o início e a duração do efeito. Objetivos: prolongar o efeito farmacológico, reduzir picos de concentração, reduzir frequência de administração (traz comodidade para o paciente). Janela terapêutica: limite de segurança para a administração de um fármaco, evitando doses acima do pico de concentração e repondo antes de passar da concentração terapêutica mínima. Comprimidos de liberação entérica (gastrorresistente) Objetivos: Evitar degradação do fármaco, evitar agressão ao estômago É correto partir comprimidos? • Somente comprimidos SULCADOS podem ser partidos. Ao partir um comprimido no sulco, garantimos que o mesmo que tem de um lado tem do outro, pois tem uma distribuição homogênea, nenhum tipo de revestimento. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração • Comprimidos de liberação controlada ou revestidos sem sulco não devem ser triturados, quebrados ou divididos. • Misturas homogêneas de duas ou mais substâncias, resultando em um produto final com uma única fase, de aspecto límpido. • Oral, Injetável, Otológico, Nasal, Oftálmico. • Se a solução estiver turva significa que está contaminada. Vantagens: • Rapidez de absorção no trato gastrointestinal (em relação às cápsulas e comprimidos); • Facilidade de deglutição (adequado para idosos e crianças); • Homogeneidade na dose (melhor que suspensão) • Flexibilidade de doses Desvantagens: • Apresentam menor estabilidade físico- química e microbiológica do que as formas sólidas; • Solubilização realça o sabor do fármaco • Sistema de medida de volumepode ser pouco uniforme = variação na dose Soluções VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Uma paciente de 18 anos é trazida ao setor de emergência devido à dosagem excessiva (overdose) de droga. Qual das seguintes vias de administração é a melhor para aplicar o antídoto contra a overdose? Justifique. A. Intramuscular B. Transdérmica C. Oral D. Intravenosa R: Intravenosa, pois não passa pela etapa de absorção. Escolha da via de administração: Paciente – condições clínicas Objetivo terapêutico – local ou sistêmico Característica do fármaco – nem todos podem ser administrados em todas as vias • A absorção ocorre predominantemente no intestino e normalmente envolve difusão passiva Absorção = é a passagem do local onde o fármaco foi administrado para a circulação sistêmica. • Antes de chegar na circulação sistêmica, passam pela circulação portal = metabolismo de primeira passagem • Produção de efeitos sistêmicos Metabolismo de primeira passagem ou metabolização pré-sistêmica Via Oral ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Ocorre quando o fármaco tem sua metabolização no fígado ocorrendo antes de chegar na circulação sistêmica. • As únicas vias que possuem metabolismo de primeira passagem são oral e retal. Essa metabolização inicial pode reduzir a concentração do fármaco, por isso, ao produzir um medicamento, a indústria farmacêutica já calcula a perca inicial do metabolismo de primeira passagem. Pró-fármaco é um fármaco que não tem atividade farmacológica. Ele precisa passar pelo metabolismo de primeira passagem para ser metabolizado e convertido na substância que terá efeitos farmacológicos. Exemplo: Prednisona e prednisolona – são dois anti-inflamatórios corticoide – a prednisona é um pró-fármaco que vai ser convertido em prednisolona, que é a molécula ativa. Desafios da via oral: • Vencer barreiras epiteliais • Resistir à ação enzimática na parede do intestino e do fígado (principalmente) Principais fatores que influenciam na absorção após a administração pela via oral: • Lipossolubilidade (capacidade de atravessar barreiras) e grau de ionização (pH e pKa) – de acordo com o pH e o pKa da molécula alteram-se as características de lipossolubilidade, que afeta o processo de absorção, de distribuição e de excreção. • Conteúdo intestinal (alimentado ou em jejum) – na maioria dos casos, o fato de estar alimentado interfere na absorção; também pode ocorrer algumas interações entre fármacos e alimentos. • Motilidade gastrointestinal • Fluxo sanguíneo esplâncnico – quanto maior o fluxo sanguíneo no local favorece a absorção • Tamanho da partícula e formulação • Interações medicamentosas e alimentares • Variabilidade individual – polimorfismos genéticos ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Vantagens • Via de administração mais segura e comum, conveniente e econômica, comparado com às injetáveis. • Fármacos são facilmente autoadministrados • Dosagem excessiva pode ser neutralizada com carvão ativado Desvantagens • Inativação de alguns fármacos no estômago (uso de revestimento entérico é uma alternativa) • Absorção limitada de alguns fármacos • Alimentos podem interferir na absorção Difusão pela rede capilar = entra diretamente na circulação sistêmica – NÃO PASSA PELO FÍGADO! Vantagens: • Facilidade de administração • Rápida absorção (perfil variável entre os fármacos) • Escape do metabolismo de primeira passagem Desvantagens: • Fármaco deve ser utilizado em baixas doses • Parte do fármaco se perde se for deglutido • Pode ocorrer um pico de concentração. Usada principalmente para obtenção de efeitos locais (ex: colite ulcerativa). Vantagens: • Ideal se o fármaco provoca êmese, se o paciente já se encontra vomitando ou está inconsciente. • Útil para fármacos instáveis ou irritantes no TGI. • Útil quando é difícil estabelecer um acesso venoso. • Como 50% da drenagem da região retal não passa pela circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada. Via Sublingual Via Retal ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Desvantagens: • Com frequência, a absorção retal é errática e incompleta • Vários fármacos irritam a mucosa retal • Via com baixa adesão • Fármacos que são pouco absorvidos no TGI (ex: heparina) • Fármacos instáveis no TGI (ex: insulina) • Paciente impossibilitado de utilizar medicação oral • Quando é necessário um rápido início de ação Vantagem: Maior grau de controle da dose administrada Desvantagem: Podem causar dor, lesão tecidual e infecções Intravenosa • Via parenteral mais comum • Rápido efeito • 100% biodisponibilidade (é quanto do fármaco estará disponível na circulação sistêmica após a sua absorção). Como essa via pula o processo de absorção, é a única com 100% de biodisponibilidade. • Administração em Bolus (tem que tomar cuidado com o pico de concentração) ou infusão (bom para administrar grandes volumes) Vantagens: • Pode ter efeitos imediatos • Ideal para dosagens de altos volumes • Valiosa para situações de emergência • Ideal para fármacos proteicos e peptídeos, que são degradados no estômago. Desvantagens: • Pode precipitar constituintes do sangue, causar hemólise ou outras reações adversas. • Imprópria para substâncias oleosas • Necessita de técnicas de assepsia Via Parenteral ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Intramuscular Podem estar em soluções aquosas ou em preparações especializadas de depósito Vantagens: • Adequada para volumes moderados • Administração de veículos oleosos Desvantagens: • Pode ser dolorosa • Pode causar lesões musculares Subcutânea • Absorção por difusão simples e é mais lenta do que a via IV • Minimiza os riscos de hemólise ou trombose associados à injeção IV • Pode proporcionar efeitos lentos e constantes (formulações de depósito) Exemplos: insulina e heparina Desvantagens: • Dor e necrose se fármaco for irritante • Administração de pequenos volumes • Aplicação diretamente na pele e mucosas. • Obtenção de efeitos locais: -• Cutânea -• Ocular -• Nasal -• Auricular -• Bucal -• Vaginal Via Tópica ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração • Asseguram a rápida oferta do fármaco através da ampla superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar • Os efeitos dos fármacos são quase tão rápidos como os da injeção IV em bolus • Aplicação oral e nasal Vantagens: • Rápida absorção • Eficaz em pacientes com problemas respiratórios (como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica) • Útil para fármacos que são gases (p. ex., alguns anestésicos voláteis) • Se o efeito deve ser nos pulmões, podem ser utilizadas doses menores (em comparação com outras vias) • Minimizaos efeitos sistêmicos Desvantagens: • Pacientes podem ter dificuldade em regular a dose com o uso de inaladores • Proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele, em geral, por meio de um adesivo cutâneo. • Velocidade de absorção variável • Uso: ação prolongada de fármacos (ex: nicotina, reposição hormonal) • Principal característica: lipossolubilidade Vantagens: • Evita efeito de primeira passagem • Conveniente e indolor • Ideal para fármacos lipofílicos e que apresentam baixa biodisponibilidade oral • Ideal para fármacos que são rapidamente eliminados – tempo de meia-vida Via Inalatória Via Transdérmica ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Desvantagens: • Pode ocorrer irritação local (alergia ao adesivo) • Fármaco deve ser muito lipofílico • Limitado a fármacos que necessitam de baixas doses diárias (não pode ser utilizada para um quadro agudo). Biodisponibilidade Biodisponibilidade é a fração (F) de uma dose de um fármaco que tem acesso à circulação sistêmica (qualquer que seja a via, exceto a IV). Baixa biodisponibilidade significa obtenção de um menor efeito terapêutico. F (fração) é medida determinando-se a concentração plasmática versus curvas de evolução temporal em um grupo de indivíduos saudáveis após administração oral e intravenosa. Biodisponibilidade e Bioequivalência ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração A ASC (área sobre a curva) reflete a extensão da absorção do fármaco Equivalência x Bioequivalência Equivalência farmacêutica: Duas formulações que apresentam o mesmo fármaco, mesma dosagem, mesma forma farmacêutica e são indicadas pela mesma via de administração. Bioequivalência (ou equivalência terapêutica): Dois equivalentes farmacêuticos que apresentam biodisponibilidade comparável, mesmo perfil de eficácia e segurança. Medicamento referência: - É o produto inovador, patenteado. - Eficácia e segurança comprovados na ocasião do registro. - Possui nome comercial (fantasia). Medicamento genérico: - É aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, podendo, com este, ser intercambiável. Estudos de equivalência farmacêutica e de bioequivalência. Referência x Genérico x Similar ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 4º Semestre – Farmacologia Formas Farmacêuticas e Vias de Administração Medicamento similar: - Pode diferir do medicamento de referência somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. RDC 143/2003 - critérios para a adequação dos medicamentos similares já registrados e comercializados – obrigatoriedade do teste de bioequivalência. RDC 58/2014 - intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência – Lista de medicamentos que passaram pelos testes de bioequivalência. “MEDICAMENTO SIMILAR EQUIVALENTE AO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA” escrito na bula.
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