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Peticao Inicial_alimentos avos

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AO JUÍZO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E REGISTRO CIVIL DA COMARCA DE RECIFE - PE
	MERCIANA, brasileira, menor impúbere, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE (doc. 02), neste ato representado por sua genitora, MÉRCIA, [estado civil], professora, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: mercia@abc.com.br, telefone celular: (81) 99999-XXXX, ambos residentes no [endereço], nº xxxx, xxxxxxx, Olinda – PE, CEP nº xx.xxx-xxx (doc. 03), representado por seu advogado, regularmente constituído, conforme instrumento de procuração em anexo (doc. 01), propõe, com fulcro na Lei 10.406/2002, e Lei nº 5.478/1968, a presente AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM TUTELA DE URGÊNCIA, em face dos seus avós paternos, LÚCIO..., Aposentado, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail:lúcio@abc.com.br, telefone celular: (81) 99999-XXXX, residente no [endereço], nº xxxx, xxxxxxx, Recife – PE, CEP nº xx.xxx-xxx e OTAVIANA..., Aposentada, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: otaviana@abc.com.br, residente no [endereço], nº xxxx, xxxxxxx, Olinda – PE, CEP nº xx.xxx-xxx, ambos brasileiros, maiores, capazes , pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
	Imperioso que se destaque a necessidade da concessão da Justiça Gratuita a Autora, já que não possui condições de arcar com as custas processuais, por ser absolutamente incapaz, sendo a declaração de hipossuficiência ora anexada (doc. 09) de sua representante legal, amparada que fica pelo art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e art. 98 e seguintes, do Código de Processo Civil.
II – DOS FATOS
	A Requerente, é menor impúbere, neste ato representado pela sua genitora; MÉRCIA. Fruto do relacionamento entre MÉRCIA... e OTAVIANO... que foram casados por XX anos; quando então o genitor da menor abandonou o lar antes do seu nascimento, quando sua mãe ainda estava com 7 (sete) meses de gravidez. 
	Após o nascimento da menor em 04/04/2004. Na data de xx/xx/xxxx o seu genitor ficou obrigado a pagar pensão alimentícia em favor da filha, no valor de 4 (quatro) salários mínimos, após sentença proferida pela Execução de Alimentos que tramitou na xxª Vara de Família e Registro Civil da Comarca de Recife, processo nº 1234567.00.2004.1.01.1234. Ocorre que no ano de 2015, o seu genitor sem qualquer explicação interrompeu o pagamento da pensão alimentícia de sua filha. 
	Em xx/xx/xxxx, através de nova Ação de Execução de Alimentos que tramitou na 10ª Vara de Família e Registro Civil da Comarca de Recife, processo nº 1234567.00.2018.1.01.1234, seu genitor foi novamente condenado a pagar novamente os alimentos com o mesmo montante de 4 (quatro) salário. Mesmo assim, Otaviano teve sua prisão decretada, pois não cumpriu com a sentença. E logo foi solto após o pagamento em 3 (três) dias do montante acumulado nos últimos 3 (três) meses. E dessa forma contumaz, o genitor da menor continua sem efetuar o pagamento dos alimentos, até a data atual. 
	Muito importante destacar, que o genitor da menor encontra-se fora do país, cuja localização é indefinida. Quando ainda estava em solo pátrio, o genitor sempre alegava não ter condições financeiras para cumprir com o dever de prestar alimentos.
	A genitora, ora representante do menor Requerente faz e fez tudo que estava ao seu alcance para alimentar a menor, com ajuda de familiares de forma esporádica; porém não é suficiente para suprir todas as necessidades da menor.
	A Requerente é portadora de necessidades especiais e carece de alimento (comida), inúmeros medicamentos, roupas, necessita do devido suprimento de suas necessidades básicas que toda criança precisa para ter uma vida minimamente digna. A genitora quer o melhor para sua filha, mas não dispõe de recursos financeiros para lhe fornecer uma vida mais digna principalmente em virtude de sua condição física e psíquica. A genitora só tem conseguido suprir de forma regrada as necessidades mínimas da menor; as demais necessidades que dizem respeito principalmente a tratamentos médicos que podem influenciar bastante na vida da menor durante o seu crescimento. Não estão sendo efetuadas por falta de condições financeiras.
	Portanto, podemos sintetizar de que o genitor do Requerente nunca supriu os alimentos necessários para a menor, quando a genitora da Requerida tentou na justiça garantir os alimentos da menor, seu genitor do Requerente saiu do país, restando ao menor Requerente buscar alimentos dos Avós paternos que percebem renda suficiente para pagar alimentos ao necessitado. O Avô é aposentado percebe pelo menos 3 salários-mínimos, a Avó também é aposentada, que percebe pelo menos 2 (dois) salários mínimos, não possuem outras pessoas em sua dependência, podendo pagar de forma tranquila os alimentos requeridos pela menor.
 	Diante de todo exposto requeremos que seja determinado o pagamento de alimentos provisórios liminarmente, pois a menor Requerente encontra-se em extrema necessidade, sendo a melhor expressão de Justiça!
III – DO DIREITO
	Acerca das disposições da obrigação de prestar alimentos relacionadas ao presente caso, o nosso diploma cível (Lei 10.406/02) assim dispõe os artigos 1.694; 1.696 e 1.698; com os referidos destaques: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos(...)” e “O direito à prestação de alimentos é recíproco (...) e extensivo a todos os ascendentes(...)”.
	O pergaminho legal ora citado, deixa evidente o dever de prestar alimentos, inclusive, podendo ser requerido aos avós paternos. O genitor do menor, este que tem o dever de prestar alimentos, está fora do país em lugar incerto e a genitora do menor não possui qualquer conato; só restou ao menor Requerente buscar dos avós paternos, que percebem renda fixa mensal, o cumprimento de pagar alimentos a este necessitado.
	O que não pode ocorrer é a menor continuar sem a prestação de alimentos; prejudicando além de tudo, sua formação física e psíquica que precisa de atenção redobrada. Sendo plenamente adequado este douto juízo impor sobre os requeridos a obrigação de prestar alimentos provisórios, que deverão posteriormente serem convertidos em alimentos definitivos.
IV – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
	Por sua vez, o diploma legal que trata especificamente da ação de alimentos, a Lei 5.478/68, assim dispõe acerca de tal questão (destaques acrescidos):
“Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita”.
	Como muito bem se pode concluir a partir da leitura das disposições acima transcritas, assiste pleno direito a Requerente pleitear a percepção de alimentos, o que é, na verdade, totalmente imprescindível às necessidades de manutenção da vida da menor Requerente, porquanto o valor da referida pensão é da maior importância para que este tenha uma vida digna.
	Sem receber tais valores, está em iminente risco de prejuízo à continuidade de várias atividades educacionais e de cunho semelhante que dependem totalmente dos alimentos. Note Excelência que o valor requerido pelos alimentos, não irá proporcionar uma vida de “mimos” ao menor, apenas, custeia o mínimo necessário para vida do menor.
	Assim em cumprimento ao dispositivo legal, este douto julgador deverá Deferir o pagamento de alimentos provisórios, sendo a redação do Art. 40 da Lei 5.478/68 no importe de R$ 900,00 (novecentos reais).
V – DA TUTELA DE URGÊNCIA
	A Tutela de Urgência, instituto inserido em nosso pergaminho processual, através do artigo 300, do NCPC; tem o objetivo de, antecipando os efeitos de uma decisão favorável a autora, evitar que a mesma venha a sofrer danos irreparáveis, ou de difícil reparação, pela demora no atendimento do pleito.
	No presente caso, resta mais do que provada a satisfação dos requisitos fumus boni iuris e periculum in mora em relação a Requerente, uma vez que mostra-se mais do que evidente a pertinência de sua pretensão fundada em direito material em razão de sua condiçãode menor impúbere necessitado, além de ser patente o gravíssimo risco de delonga no atendimento da sua pretensão, pois, o bom andamento da sua rotina educacional e social depende dos alimentos requeridos.
	Cumpre destacar o fato de que a não satisfação imediata na concessão imposição da transmissão da obrigação alimentar constitui grave risco ao próprio sustento e à manutenção da qualidade de vida que possui.
	Portanto, mostra-se plenamente cabível e necessária a concessão de uma medida liminar no sentido de estabelecer alimentos provisórios imediatamente e sob o caráter inaudita altera pars, isso em face dos avós paternos, Requeridos. Tal requerimento encontra amparo legal, como já demonstrado. Assim, reiteramos a previsão do Art. 40 da Lei 5.478/68, no tocante aos alimentos provisórios. 
	Em sede de Tutela de Urgência o Requente suplica a este Douto Juízo que em cumprimento ao dispositivo legal, este douto julgador possa Deferir o pagamento de alimentos provisórios, com amparo no Art. 300, do NCPC e a redação do Art. 40 da Lei 5.478/68, alimentos no importe de R$ 900,00 (novecentos reais) inaudita altera pars em favor do Requerente.
VI – DO PEDIDO
	Ante o exposto, requer à Vossa Excelência as seguintes providências:
	a) 	A concessão dos benefícios da Gratuita da Justiça, nos termos fixados no Art. 98, e seguintes do NCPC e pela Lei 1.060/50;
	b)	Que todos as intimações porventura endereçadas à parte Autora sejam destinadas ao endereço do patrono da causa, constante no instrumento procuratório acostado, bem como no rodapé desta exordial.
	c)	O deferimento do pedido de Tutela de inaudita altera pars, para que seja concedida em caráter liminar a fixação de alimentos provisionais até sentença, no importe de R$ 900,00 (novecentos reais) a ser depositado mensalmente em conta bancária sob responsabilidade da representante da Requerente, segundo os dados a seguir, constantes Banco: xxxxxx Conta Corrente: xxxxx Agência:xxxxx Titularidade: xxxxxxxx;
	d)	A citação dos Requeridos para que venham compor o polo passivo da presente demanda e, querendo, oferecer contestação aos fatos narrados e articulados na presente petição, sob pena de incorrer nos efeitos da Revelia; Que Vossa Excelência determine que os Requeridos forneçam ao Oficial de Justiça os seus documentos pessoais, assim constem no Mandado de Citação;
	e)	Que seja julgada procedente a presente demanda, acolhido todos os pedidos formulados e ao final, seja confirmada a Tutela de Urgência, mediante decisão de mérito para definitivamente estabelecer a obrigação do pagamento de alimentos em definitivo pelos Requeridos no importe de R$ 900,00 (novecentos reais), devendo ser atualizado de acordo com o índice do salário mínimo;
	f)	Que seja intimado o ilustre representante do MP para atuar no feito;
	g)	Que sejam os Requeridos condenados ao pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais na ordem de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa. a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes, do Código de Processo Civil e art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.478/68;
	Pretendem o requerente provar suas argumentações fáticas, documentalmente, apresentando desde já os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso do pedido.
Dá-se à causa o valor de R$ 10.800,00 (dez mil e oitocentos reais).
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Recife – PE, 05 de novembro de 2021
	Hugo José de Paula Maranhão
OAB/PE – NJUR75-6

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