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Gravidez e pré-natal - tut 3

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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 1 
 
Tutorial 3 – mod XIII 
Gravidez e pré-natal 
Diagnóstico Na Gravidez 
- Toda mulher com história de atraso menstrual por 
mais de 15 dias deve ser orientada a realizar o teste 
imunológico de gravidez, um método sensível e 
confiável pois alguns testes urinários têm altas taxas de 
falso negativo, podendo atrasar início do pré-natal. 
- Beta-HCG pode ser detectado no sangue da mulher 
entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis 
aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 
90 dias de gravidez. 
- Níveis maiores que 5mUI/ml são considerados 
negativos e acima de 25mUI/ml são 
considerados positivos 
- Níveis acima de 1.000UI/L asseguram 
presença de gestação em 95% dos casos. 
Quando é inferior, há probabilidade e não uma 
certeza. 
- HCG é um hormônio gonadotrófico, uma glicoproteína 
que previne involução do corpo lúteo, o principal sítio 
de produção da progesterona por 6-7 semanas. 
- Sua produção cresce exponencialmente após o início 
da gestação, dobrando a cada 72h no estágio inicial de 
prenhez. Por isso, é um marcador de atividade 
trofoblásticas. 
- Pico de HCG entre 8-10 semanas ou 12-14 semanas 
(divergência de literatura) 
- A molécula HCG é dividida em subunidade alfa 
(comum a hormônios FSH, LH, TSH) e subunidade beta 
(específica da gonadotrofina coriônica). 
- Sua dosagem pode ser obtida por testes biológico, 
imunológicos (produção de anticorpos contra HCG), 
radioimunológicos e ELISA. 
- Alguns fatores podem alterar os resultados: 
 Falso +: uso de psicotrópicos, ACO, 
hipertireoidismo, fatores reumatoides, 
neoplasias produtoras de HCG. 
 Falso -: urina de baixa densidade, duas duas 
primeiras semanas de atraso menstrual e no 
segundo trimestre. 
Diagnóstico Ultrassonográfico: ecografia obstétrica 
via transabdominal ou transvaginal 
- Se atraso menstrual for superior a 12 semanas, o 
diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame 
clínico e não precisa de TIG. Faz-se através de sinais 
clínicos, sintomas e do exame físico em gestações mais 
avançadas. 
Idade gestacional 
- 11 a 42% das idades gestacionais estimadas pela 
DUM são incorretas, pode-se oferecer à gestante a 
USG, que determina a idade gestacional e auxilia na 
detecção precoce de gestações múltiplas e de 
malformações fetais. 
- Idade: tempo entre o primeiro dia da última 
menstruação e a data da consulta atual. 
- Pode ser medida também pela altura uterina, quando 
DUM incerta ou por ecografia obstétrica. 
Altura uterina/aumento do volume uterino 
 8ª semana: útero o dobro do normal. Na 10ª, 3x 
o tamanho normal 
 12ª semana: ocupa toda a pelve, sendo 
palpável na sínfise púbica 
 16ª semana: no meio entre a sínfise púbica e 
cicatriz umbilical 
 20ª semana: útero atinge cicatriz umbilical 
 40ª semana: atinge o apêndice xifóide 
Data provável do parto 
- Feita pela regra de Nagele 
- Soma 7d ao dia da DUM e subtrai 3 meses da DUM 
(mês depois de março) ou acrescenta 9 (se antes de 
março) 
Sintomas de presunção da gravidez 
 Náuseas e vômitos no 1º trimestre, pirose (azia) 
 Aumento do volume e sensibilidade nas mamas 
 Aumento da frequência urinária: acontece no 
começo por compressão vesical, depois 
diminui pelo crescimento do útero em direção a 
cavidade abdominal. No fim, aumenta pela 
compressão da bexiga. 
 Percepção de movimentos fetais pela pcte 
 Mudanças no apetite (desejos alimentares) 
 Falta de ar e dificuldade para respirar: aumento 
do volume do útero por compressão pulmonar 
e por consequência da ansiedade da gestante. 
 Lombalgia, cefaleia, sangramento nas 
gengivas 
 Câimbras, tontura, fadiga, salivação excessiva 
 Distensão abdominal e constipação: aumento 
da progesterona que reduz motilidade intestinal 
Sinais de presunção de gravidez 
 Atraso menstrual (10-14 dias) 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 2 
 
 Mastalgia, pigmentação das aréolas, 
tubérculos de Montgomery, aparecimento de 
colostro e rede venosa visível 
 Alterações na vulva e na vagina (coloração 
violácea) 
 Alterações no muco cervical (mais muco e sem 
cristalização e padrão arboriforme) 
 Alterações cutâneas (estrias, 
hiperpigmentação) 
Sinais de probabilidade 
 Amolecimento da cérvice uterina, com aumento 
do seu volume 
 Aumento do volume abdominal 
 Paredes vaginais aumentadas, aumento da 
vascularização (pode haver pulsação da artéria 
vaginal) 
 Positividade da fração beta do HCG no soro 
materno a partir do 8º ou 9º dia após fertilização 
Sinais de certeza 
 Presença de batimentos cardíacos fetais 
(BCF), que são detectados pelo sonar a partir 
das 12 semanas 
 Percepção de movimentos fetais (18-20 
semanas) 
 USG: saco gestacional pode ser observado por 
via transvaginal com 4-5 semanas de gestação 
e a atividade cardíaca é a primeira 
manifestação do embrião com 6 semanas de 
gestação. 
Consulta Pré-Natal 
- Passos para o pré-natal de qualidade na atenção 
básica: 
1. Iniciar pré-natal da APS até 12ª semana de 
gestação 
2. Garantir recursos necessários à atenção pré-
natal 
3. Acesso das gestantes aos exames realizados 
4. Promover escuta da gestante e seus 
acompanhantes, com todos os aspectos 
5. Transporte público para atendimento, quando 
necessário 
6. Pré-natal do parceiro 
7. Estimular e informar sobre benefícios do parto 
fisiológico 
8. Acesso a unidade de referência, caso 
necessário 
9. Mulheres devem conhecer e exercer seus 
direitos 
- Consultas deverão ser mensais até 28ª semana, 
quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanas no 
término. 
- Gravidez sem fatores de risco, segundo MS, pelo 
menos 6 consultas: uma no primeiro, duas no segundo 
e três no terceiro trimestre, não devendo ultrapassar 8 
semanas de intervalo entre elas. 
Anamnese + exame físico COMPLETOS 
Exames complementares: 
- Se necessário, citopatológico do colo de útero, exame 
de secreção vaginal, parasitológico de fezes. 
- Se gestante for negra, tiver antecedentes familiares de 
anemia falciforme ou história de anemia crônica, 
solicitar eletroforese de Hb. 
- Prescrever suplementação de sulfato ferroso (40mg 
de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia ou 400?) 
para profilaxia de anemia. 
- Em toda consulta, se atentar as queixas da gestante, 
fazer IMC para ver o ganho de peso, verificar PA. 
 
- Incentivar consumo de cereais na forma mais natural 
(integral) por oferecer mais fibra e auxiliar a regularizar 
o funcionamento intestinal. 
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES 
- Ferro e folato: 40mg/dia de ferro elementar, mantida 
até 3 meses pós-parto. 
- Ácido fólico: protege contra defeitos abertos do tubo 
neural. Deve ser usado pelo menos 2 meses antes e 2 
primeiros meses da gestação. 
- Vit B6: pode ajudar no esmalte dentário, mas não há 
evidências para indica-lo como suplemento. 
- Cálcio: para mulheres em risco de desenvolver HAS 
na gestação e nas que tem baixa ingesta. 
- Zinco: sem efeitos comprovados. 
- Proteínas: parece melhorar crescimento fetal e reduzir 
riscos de morte fetal e neonatal. Evidencias 
insuficientes para apontar outras vantagens. 
- Vit A: acontece na região nordeste e nos municípios 
de Minas Gerais, pois são consideradas áreas 
endêmicas da falta de vit A. a mãe no pós-parto recebe 
uma “super-dose”, garantindo reposição desses níveis 
no corpo dela e do bebê. 
VACINAS 
1. Vacina dupla do tipo adulto (difteria e tétano) 
2. Vacina contra influenza 
3. Vacina contra hepatite B: após 1º trimestre 
Hemograma 
Tipagem sanguínea 
Fator Rh, se -, Coombs 
Glicemia em jejum 
Exame de urina e 
urocultura 
Teste rápido sífilis, VDRL 
Teste rápido anti-HIV 
Anti-HIV 
Toxoplasmose IgG e IgM 
HBsAg 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 3 
 
4. Vacina contra raiva, caso ñ puder evitar 
situação de possível exposição 
5. Vacina contra febre amarela: não deve, apenas 
se for/estiver em local de risco 
EXERCÍCIOFÍSICO 
- Recomenda-se 30 minutos, de 5-7d por semana. 
- Previne ganho excessivo de peso, além de reduzir 
riscos de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e partos 
cesarianas. 
Diabetes mellitus gestacional – artigo Uptodate 
- A gravidez é acompanhada por resistência à insulina, 
por secreção de hormônios diabetogênico. Essas 
alterações garantem ao feto um suprimento de 
nutrientes. 
- DM se desenvolve em gestantes cuja função 
pancreática é insuficiente para superar a resistência à 
insulina. 
- Há um aumento do risco de pré-eclâmpsia, RN grande 
para a idade, parto cesáreo e suas morbidades. 
Exame: teste de tolerância à glicose (oral). Pcte bebe 
solução de glicose e depois coleta o sangue. Pode ser 
feito direto ou então com jejum antes. 
- Feito entre 24 e 28 semanas de gravidez, podendo ser 
feto antes se suspeita ou fatores de risco. 
Hemoglobina glicada (HbA1C): pode rastrear 
diabetes não diagnosticada anteriormente. 
Artigo UptoDate: diabetes mellitus gestacional: 
rastreamento, diagnóstico e prevenção 
Modificações fisiológicas na 
gestação 
- A adaptação é normal para que ocorra uma gravidez 
normal, mesmo que muitas vezes essas modificações 
possam provocar algum desconforto para a gestante. 
- Algumas alterações podem ser minimizadas com 
medidas posturais simples, no comportamento ou estilo 
de vida, uso de medicações ou profissional que oriente 
a gestante. 
- A maioria das alterações fisiológicas na gestação é 
resolvida quase toda após o final da gravidez, sem 
trazer prejuízo para a mulher. 
Aparelho genital e mamas 
ÚTERO 
- Começam no 1º trimestre mas acontece durante toda 
a gestação. 
- No final da gravidez, ele pode ser sua capacidade 
volumétrica aumentada 500-1000x e a presença do feto 
e anexos responde pelo desenvolvimento do útero. 
- No início da gravidez, a parede do útero fica mais 
espessa, sofre afinamento, chegando a 1,5cm (após 37 
semanas). 
- O aumento uterino não é simétrico, mais pronunciado 
na região fúndica do órgão e onde há desenvolvimento 
placentário. 
 No começo, o útero é intrapélvico e piriforme. 
 Na 12ª semana, ganha cavidade abdominal e é 
palpado acima da sínfise púbica. 
 Entre 18 e 20 semanas, o útero fica globoso, 
assumindo forma ovóide após 20ª semana, 
sendo palpado próximo à cicatriz umbilical. 
 Na gravidez a termo, útero tangenciando o 
apêndice xifoide. Esse aumento promove uma 
discreta rotação do órgão para a direita. 
COLO UTERINO 
- Há uma ectopia fisiológica, com hiperplasia e 
hipertrofia das glândulas cervicais que alteram o colo 
com uma eversão do epitélio colunar que fica friável e 
sangrante ao menor traumatismo. 
- O muco cervical torna-se mais espesso e viscoso e 
não se cristaliza quando desidratado. 
- O aumento dos níveis de progesterona determina a 
diminuição das concentrações de sódio nas secreções 
cervicais levando o muco ao padrão arboriforme. 
- O canal cervical é obstruído por tampão mucoso, 
expelido nos dias que antecedem o parto em 
decorrência do afinamento e do encurtamento 
observados no colo. 
TUBAS 
- Há aumento da vascularização e hipertrofia das 
camadas musculares da tuba. 
- Sua localização é alterada pelo crescimento do útero, 
que se desloca em direção à cavidade abdominal. 
- Há diminuição da motilidade por ação da 
progesterona. 
OVÁRIOS 
- A maturação de folículos novo cessa e o corpo lúteo 
mantém-se funcionante por estímulo do hormônio 
gonadotrófico coriônico (hCG), produzido pelo 
sincíciotrofoblasto e responde pela grande produção de 
progesterona observada nas primeiras 6 ou 7 semanas 
de gravidez, ajudando na manutenção da gestação até 
o completo funcionamento placentário. 
VAGINA 
- Aumenta seu comprimento e largura. As fibras do 
colágeno ficam separadas, afrouxando tecido 
conjuntivo. Modificações na musculatura do períneo e 
assoalho pélvico. 
- Secreção vaginal pode estar aumentada pelo aumento 
da vascularização e a maior atividade glandular e 
assume aspecto leitoso por conter grande quantidade 
de células epiteliais descamadas. 
- O ph vaginal é mais ácido em decorrência da ação dos 
lactobacilos sobre o glicogênio acumulado na parede 
da vagina. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 4 
 
- Com a evolução da gravidez, observam-se células da 
camada intermediária e os núcleos desprovidos de 
citoplasma. 
VULVA 
- Coloração violácea. Os grandes e pequenos lábios e 
o meato uretral se hipertrofiam. 
- As ninfas tornam-se túrgidas e proeminentes. O 
tegumento perineal adquire intensa pigmentação. 
MAMAS 
- A partir das 5 ou 6 semanas, as mamas aumentam de 
volume e tornam-se dolorosas e túrgidas, causando 
mastalgia. 
- Hiperplasia dos elementos glandulares com 
proliferação dos canais galactóforos e ramificações dos 
ductos mamários. 
- Há surgimento de veias logo abaixo da pele (Haller) e 
aumento da pigmentação dos mamilos. 
- No 2º trimestre da gestação, a progesterona, 
estrogênios e a prolactina provocam a expansão dos 
alvéolos a partir da árvore ductal. 
- Há a hipersegmentação da auréola primária, 
aparecimento da auréola secundária (sinal Hunter) e 
hipertrofia das glândulas sebáceas periareolares. 
- Após os primeiros meses de gestação, pode-se 
observar a formação do colostro. Com o crescimento 
exagerado da mama, surgem as estrias gravídicas, 
provavelmente uma consequência do estiramento das 
fibras de colágeno e hiperdistensão da pele. 
Componentes hematológicos 
VOLUME PLASMÁTICO 
- Cresce de 40-50% no 2º trimestre, atingindo valores 
máximos em torno de 30-34 semanas. 
- Aumento decorre da ação da aldosterona e outros 
hormônios, levando a hipervolemia e diminuição da 
viscosidade sanguínea. 
- É uma resposta às demandas do útero e compensa a 
queda do retorno venoso por compressão da VCI. 
HEMÁCIAS 
- Aumenta 20-30%, refletindo aumento da demanda 
oxigênio materno-fetal. Aumenta EPO (reticulocitose 
após 20 semanas). 
- Aumenta volume plasmático, mas não muito a massa, 
por isso, hematócrito cai. (Anemia fisiológica da 
gestação) 
- Aumento das necessidades de ferro durante gestação 
e se não repor, há anemia. Suplementação 30-60mg 
por dia no 2º e 3º trimestre da gestação e lactação. 
- Volume globular, Ht e Hb retornam aos níveis normais 
em +- 6 semanas após o parto. 
LEUCÓCITOS 
- Leucocitose 2º e 3º trimestre. Após 38 semanas, leuc 
decresce. 
- Após 2º trimestre, aumenta suscetibilidade a 
processos infecciosos e uma supressão da imunidade 
humoral e celular. 
- Respostas cutâneas e anticorpos estão diminuídas, 
bem como processos celulares de inflamação. 
PLAQUETAS: inalterada 
COAGULAÇÃO 
- Aumento de fatores como 7, 8, 9 e FVW, fibrinogênio 
e pró-coagulantes. 
- Atividade fibrinolítica baixa, voltando 24h após sair 
placenta. 
- Tempo de coagulação, antitrombina, fator 5 e prot C 
não alteram. 
- Essas modificações ajudam a combater risco de 
hemorragia na dequitação da placenta. Porém, produz 
vulnerabilidade à coagulação intravascular, podendo ir 
de tromboembolia até hemorragia. 
Fatores hemodinâmicos 
- Diafragma eleva e desloca coração para esquerda e 
para cima e o ápice é movido lateralmente. 
DÉBITO CARDÍACO 
- Diminuição da PA e RVP, cresce volume sanguíneo, 
peso e metabolismo. Após 10 ou 12 semanas, DC 
aumenta, com máximo em 20-24 semanas, ficando 
constante até o fim. 
- No fim, DC é maior com pcte em decúbito lateral E, 
pois em supina, o útero de maior tamanho comprime 
VCI e dificulta retorno venoso. 
PA 
PA = DC x RVP 
Pressão venosa: aumenta devido a dificuldade do 
retorno venoso pela compressão das Vv pélvica e VCI. 
- Por isso, há edema de MMII, varicosidades vulvares e 
hemorroidas, iniciando no 2º trimestre e frequente na 
gestação avançada. 
Hipotensão supina: em posição supina dificulta 
retorno venoso, reduz DC e provoca queda da PAS. 
Sistema gastrintestinal 
Boca: gengivite gravídica (edema e sangramento) é 
consequência dasaturação gestacional por estrogênio, 
progesterona e hCG. 
ESTÔMAGO E ESÔFAGO 
- Crescimento uterino desloca o estômago, elevando 
seu fundo e provocando uma leve dextrorrotação. 
Aumento da progesterona e diminuição da Motilina são 
fatores bioquímicos que retardam o esvaziamento 
gástrico. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 5 
 
- Isso + redução do tônus esfíncter esofagiano inferior 
e diminuição das ondas peristálticas do esôfago 
facilitam o surgimento de pirose e refluxo 
gastroesofágico. 
Pode haver hiperêmese gravídica, que se não tratada 
pode levar a morbidade. 
INTESTINO DELGADO E GROSSO 
- Progesterona provoca hipotonia na musculatura lisa e 
junto com a compressão das estruturas abdominais, 
retarda o trânsito intestinal. 
- Pode haver ressecamento de fezes e constipação 
(último trimestre). Hemorroida pode surgir decorrente 
da constipação. 
- Relações anatômicas dos intestinos se alteram pela 
ocupação da cavidade abdominal pelo útero. 
FÍGADO: normal? 
VESÍCULA BILIAR 
- Esvaziamento lento por hipotonia muscular 
(progesterona), provocando estase biliar, favorecendo 
formação de cálculos de colesterol. 
PÂNCREAS 
- Pode sofrer hiperplasia das células beta das ilhotas de 
Langerhans, em resposta ao bloqueio da insulina por 
estrogênio e HPL. Isso aumenta insulina plasmática 
libre e facilita as necessidades fetais de carboidratos. 
Sistema urinário 
RINS: aumento de volume dos rins por hipertrofia. Há 
aumento da vascularização e diminuição da resistência 
vascular, com crescimento do fluxo e da TFG, que pode 
levar a aparecimento de glicosúria, proteinúria, 
hipercalcinúria, perda de nutrientes, diminuição na 
ureia, diminui [ ] de creatinina. Se hematúria, investigar. 
URETERES: relaxa musculatura lisa pela progesterona 
que causa hipotonia. Essa, junto com compressão ou 
obstrução do crescimento uterino e congestão do plexo 
venoso do ovário, pode levar a hidronefrose e dilatação 
dos ureteres. 
BEXIGA: altera sua posição, sendo rechaçada para 
frente em direção à cavidade abdominal. Isso provoca 
polaciúria na gestante. Sua mucosa está espessada e 
com aspecto tortuoso. 
Metabolismo 
Ganho ponderal: atribuído ao útero e seu conteúdo, 
crescimento das mamas, volume sanguíneo e líquido 
extravascular, alterações metabólicas e deposição de 
proteínas e gorduras nos tecidos maternos para formar 
as reservas. 
Metabolismo hídrico: retenção de água com a queda 
da osmolaridade. Edema de MMII por aumento da 
pressão venosa. 
Metabolismo proteico: aumento da demanda por 
causa do feto. 
Metabolismo dos carboidratos: metabolismo de 
glicose alterado pelo aumento de estrogênio e 
progesterona que estimulam secreção de insulina e 
melhoram uso de glicose. 
- Na 2ª metade da gestação, hormônios 
contrainsulinares crescem, aumentam ácido graxo livre 
e poupam glicose. Há supressão de resposta ao 
glucagon e redução do consumo periférico, levando ao 
estado diabetogênico da grávida. 
Metabolismo lipídico: colesterol pode crescer 50% e 
TGR pode triplicar. LDL com níveis maiores na 36ª 
semana de gestação, pela progesterona e estradiol 
sobre o fígado. 
Metabolismo eletrolítico 
Sódio: retenção de sódio leva ao crescimento do feto, 
aumento do liquido amniótico e expansão do LEC. O 
aumento da TFG, ação da progesterona na 
vasodilatação podem aumentar excreção de sódio. 
Cálcio e magnésio: diminuem durante a gravidez. Sua 
absorção intestinal dobra pela necessidade fetal de 
cálcio. Excreção também aumenta, eliminando excesso 
de cálcio sérico. 
Ferro: aumento da necessidade pelo feto e pela mãe. 
Iodo: diminuídos por aumento da demanda fetal. Para 
absorver mais, a tireoide da grávida depura 2x o volume 
sanguíneo habitual para manter captação normal 
adequada. 
Metabolismo das vitaminas: diminuição de todas as 
vitaminas, exigindo reforço. 
- Carência de vitamina A pode causar defeitos na 
embriogênese. Deficiência de ácido fólico pode levar a 
distúrbios no crescimento fetal e produzir malformações 
no fechamento do tubo neural. 
Equilíbrio acidobásico: alcalose respiratória por 
hiperventilação. Rim aumenta excreção de bicarbonato, 
provoca queda de ph, aumenta afinidade da Hb 
materna pelo oxigênio (efeito Bohr). 
Sistema respiratório 
- Progesterona age na VAS, aumenta secreção, 
podendo levar a congestão nasal. Estimula centros 
respiratórios cerebrais. 
- Dispneia pode ocorrer pela resposta inadequada da 
musculatura da expansão pulmonar. 
Sistema endócrino 
Hipófise: aumenta 2-3x o tamanho. Níveis de LH, FSH 
e GH estão baixos, prolactina aumenta chegando ao 
máximo no momento do parto. 
- Prolactina vai diminuindo em pulso que é o estímulo 
de sucção mamilar ocorrido na amamentação. Esta na 
gestação vai aumentar n° de receptores de estrogênio 
e prolactina, aumentar células glandulares, incentivar 
produção de outras substâncias. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 6 
 
Tireoide: aumento enquanto a [ ] de iodo diminui. 
Aumento da [ ] de estrogênio reduz hormônios livres da 
tireoide e estimula eixo HHT. 
- TSH reduzida no 1º trimestre, pois o hcg estimula 
liberação de T3 e T4. 
Paratireoide: calcitonina aumenta provavelmente pela 
produção placentária, tireoideana e mamária deste. 
Suprarrenais 
Cortisol: não aumenta produção, diminui depuração. 
ACTH aumenta com progresso da gestação. 
Aldosterona: depois de 16 semanas, aumenta, 
estimulada pela redução da RVP e PA. 
Desoxicorticosterona: aumenta, vindo da conversão da 
progesterona de lugares como rim, pelve e vaso 
sanguíneo. 
Sistema articular 
Postura e marcha 
- Com o peso adicional da gravidez, há uma 
desestabilização do equilíbrio materno ao colocar o 
centro de gravidade para frente. Por isso, para corrigir 
o eixo corporal, a gestante irá assumir uma atitude 
involuntária de lordose lombar, posicionando o tórax 
para trás. 
- Além disso, a gestante amplia a sua base de 
sustentação, afastando um pé do outro. Isso promove 
mudanças em sua marcha: andar oscilante com passos 
curtos e lentos, base de sustentação alargada e maior 
ângulo dos pés. Marcha típica chamada: Anserina. 
- Essas alterações promovem espasmos musculares 
intervertebrais e diminui os espaços entre as vértebras, 
gerando compressões radiculares e lombalgia. 
Sistema articular 
- A gravidez provoca relaxamento dos ligamentos do 
sistema articular, acometendo todas as articulações do 
organismo materno. 
- Nota-se maior mobilidade das articulações 
sacroilíacas e do pube. 
- Disjunção fisiológica da sínfise retorna ao normal após 
3-5 meses do parto. 
- Estrogênio aumento a vascularização e hidratação do 
tecido conectivo dos ligamentos articulares. 
- Progesterona e relaxina diminuem o tônus da 
musculatura responsável pela estabilização dessas 
articulações. 
Pele e cabelo 
Acne e queda de cabelo: hipersecreção de glândulas 
sebáceas decorrentes da progesterona deixam a pele 
oleosa, facilitando queda capilar e acne. 
Alterações pigmentares: aumento de estrogênio e 
progesterona leva a hipertrofia do lobo intermediário 
hipófise. Alteração aumenta de acordo com a exposição 
ao sol. Local mais escuto pode ter pigmentação mais 
escura. 
Linha nigra: pigmentação preto-acastanhado na linha 
média do abdome que resulta da ação sobre os 
melanócito estimulados. 
Cloasma: mancha acastanhada na face. 
Alterações atróficas 
ESTRIAS GRAVÍDICAS 
- Alterações atróficas por estiramento de fibras 
colágenas, com diminuição da hidratação e estiramento 
da pele. 
- Incidem em abdome, glúteos, mamas e coxas. 
- Na gestação são avermelhadas e após o parto são 
brancacentas. Em multíparas, há linhas de tonalidade 
prata, vindas de cicatrizes de gestações anteriores. 
ALTERAÇÕES VASCULARES 
- Consequência da vasodilatação imposta pelo perfil 
hormonal da gestação. 
ARANHAS VASCULARES ou Teleangiectasia ou 
Angioma 
- Surgem em toda superfície palmar como uma 
vermelhidãodifusa, na região tenar e hipotênar. 
- São encontradas em até 70% das gestantes, 
independentemente da etnia. Na maioria, desaparece 
após gravidez. 
ERITEMA PALMAR 
- Vasos pequenos que se ramificam de um corpo 
central. Aparecem como pequenas elevações 
vermelhas na pele, principalmente na face, pescoço, 
parte superior do tórax e braços. 
- Surge em 60% das mulheres brancas e em 10% das 
afro-americanas durante a gravidez. Desaparece na 
maioria depois da gravidez. 
VARIZES 
- Atonia dos vasos e aumento da pressão intravascular 
pelo aumento da circulação de retorno fazem surgir 
varizes em MMII e região perineal. 
Sentidos 
VISÃO 
- Acuidade visual pode estar comprometida por edema 
ou opacificação da córnea durante gestação. 
- Pressão ocular pode estar diminuída por aumento de 
reabsorção do humor aquoso. 
OLFATO 
- Epistaxe é uma queixa frequente de grávida e decorre 
do aumento da vascularização e espessamento da 
mucosa nasal ou ação dos estrogênios e da 
progesterona. 
EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 7 
 
- A rinite vasomotora com obstrução nasal, 
acompanhada de hiposmia ou anosmia é também um 
acontecimento comum. 
AUDIÇÃO 
- Algumas tem zumbidos e vertigens por alterações 
circulatórias. 
- Outras tem diminuição da acuidade visual, 
principalmente para tons altos, decorrente de hiperemia 
na tuba uterina. 
TATO 
- Parestesia das extremidades são comuns, com 
alterações vasomotoras e deficiências metabólicas. 
PALADAR 
- Perversão (alimentos ou substancias exóticas), 
mudanças qualitativas dos hábitos alimentares e baixa 
sensibilidade gustativa não são incomuns. 
- Gestantes preferem degustar alimentos de sabor 
marcante, mais doces, salgados, ácidos ou amargos.

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