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Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 7° fase Medicina | 2022.2 Radiologia UCXIX Avaliação radiológica das doenças reumatológicas Artrites Osteoartrite é a mais comum - 62% mulheres - ⅓ > 45 anos tem depressão ou ansiedade Limitações no trabalho - agachar, ajoelhar, empurrar objetos 3 ͣ causa relacionada a incapacidade - atrás de diabetes e demência Inflamação / edema de uma ou mais articulações. Sintomas variam - dor e rigidez Métodos de Imagem: RX: Método de escolha para diagnóstico e follow-up de osteoartrite USG: Erosão articular Osteófitos marginais, extrusão meniscal medial, sinovite e derrame articular RM: Avaliação da cartilagem, líquido articular, processos inflamatórios sinoviais, alterações da medular óssea Osteoartrite/osteoartrose Tipo mais comum de doença articular degenerativa; dor articular - rigidez por curto período após repouso (< 30 min) - crepitações articulares. Acomete mais frequentemente: - mãos - joelhos - quadril - coluna cervical - coluna lombar Primária: sem evento prévio ou doença relacionada Envelhecimento: 30-40 anos - articulação acromioclavicular; 40-50 anos - articulação carpometacárpica do primeiro dedo; 40-50 anos - joelho e quadril Secundária: trauma doença inflamatória; sequela lesão repetitiva e excessiva Alterações radiológicas: Redução do espaço articular Formação de osteófitos Irregularidade / esclerose da superfície cortical articular Formação de cistos subcondrais (geodos) Os achados podem ser vistos isolados, mas normalmente existem pelo menos dois deles Erosão óssea não é característica de osteoartrite. Está relacionada a processo inflamatório RX dedo. Posteroanterior. Osteoartrite - osteófito, esclerose subcondral e redução do espaço articular Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina RX dedo. Posteroanterior, Artrite inflamatória - descontinuidade óssea cortical (setas) representando erosão marginal. Extrusão do menisco medial, osteófito na incisura intercondilar do fêmur (seta), osteófitos nos côndilos laterais (cabeça de seta), redução do espaço articular medial com esclerose óssea subcondral Alterações degenerativas - osteófitos, redução do espaço articular, esclerose e irregularidade cortical Cisto subcortical / cisto subcondral / geodo + Osteófitos e redução do espaço articular Cisto subcortical / cisto subcondral / geodo - Edema da medular óssea adjacente Redução dos espaços discais - Osteófitos marginais, irregularidades dos platôs vertebrais Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Redução dos espaços discais com abaulamento dos discos - Osteófitos marginais, irregularidades dos platôs vertebrais Artrite reumatoide Doença inflamatória autoimune sistêmica Mulher de meia idade Comumente acomete as articulações: mãos, punhos e joelhos; sinovite persistente Curso clínico é variado: progressão lenta, manifestações acentuadas com alterações estruturais precoces Diagnóstico - clínico (fadiga, mal estar, Dor e edema articular) - laboratorial - radiológico + poliartrite simétrica Rigidez matinal (duração maior que um hora) A lesão histológica básica da artrite reumatoide é a inflamação da membrana sinovial (sinovite crônica inespecífica). O tecido inflamatório sinovial em proliferação é chamado de “pannus”: espessamento inflamatório (hiperplasia e hipertrofia) da membrana sinovial, abundante em células, citocinas e enzimas ativas Alterações radiológicas: Radiografia negativa em casos precoces papel importante no acompanhamento pesquisar alterações estruturais Ultrassonografia: derrame articular e erosões ósseas tenossinovite Ressonância: sinovite, derrame, alterações da medular óssea (edema) Distribuição poliarticular simétrica; Sinovite - proliferação sinovial; Doença erosiva marginal; Osteopenia periarticular; Subluxações articulares; Tenossinovite; Edema ósseo Erosão óssea marginal (na periferia da linha articular) Ampliação: Diagnosticar as alterações articulares iniciais Redução dos espaços articulares - desvio ulnar dos dedos no nível das metacarpofalangeanas Erosões periarticulares - erosão da clavícula distal com aumento do espaço articular acromioclavicular (*) Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Erosão do acetábulo - protrusão da cabeça femoral na borda acetabular medial Erosão do processo odontoide com afilamento da sua ponta - aumento do espaço atlanto-axial - comprometimento ligamentar Redução simétrica do espaço articular – Osteopenia Dedo em pescoço de cisne - hiperextensão interfalangeana proximal - hiperflexão interfalangeana distal Dedo em botoeira - hiperflexão interfalangeana proximal - hiperextensão interfalangeana distal Erosão óssea marginal - metatarsofalangeana do 5º dedo é mais comumente acometida em fase inicial Seta - derrame articular * - proliferação – pannus Derrame articular e sinovite: Graus de derrame articular e hipertrofia sinovial: 2 ao 3 Modo Doppler colorido mostrando aumento do fluxo vascular intra-articular. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Ultrassonografia articular - metacarpofalangeana - erosão óssea - proliferação sinovial preenchendo o espaço articular (azul) RM - Imagem do Joelho - Sagital - T2W Derrame articular (seta) Proliferação sinovial (cabeças de setas) RM da mão - Coronal - Pós-Contraste - erosão na cabeça do segundo metacarpo - seta - sinovite - cabeças de setas Gota Artrite inflamatória crônica por depósito de cristais - urato monossódico - visualizados por meio de luz polarizada, apresentando birrefringência negativa Frequente em homens adultos (> 40 anos) Monoarticular → Oligo / Poliarticular - comumente a primeira metatarsofalangeana Distribuição assimétrica Fases: acúmulo de cristais - assintomático - crises de gota aguda - castata inflamatória - crônica (tofos) Gota tofácea: infiltrado granulomatoso de células gigantes multinucleadas (corpo estranho) e fibroblastos. O diagnóstico deve ser baseado numa história clínica condizente e elevação dos níveis séricos de urato. Um grande número de crises ocorre em pacientes que apresentam um nível normal ou até mesmo baixo de urato sérico. Alterações radiológicas: Articulações: Mono / oligoarticular; Derrame articular; Preserva o espaço articular - fase inicial; Não há osteopenia periarticular Ossos: Erosões excêntricas com margem esclerótica Lesão óssea em “saca-bocado” Mineralização normal Tecidos adjacentes: Tofo (pode calcificar) Bursites (olécrano e pré-patelar) Edema periarticular Aumento da densidade nodular na topografia da bursa do olécrano. Ausência de derrame articular Aumento da densidade nodular na topografia da infrapatelar (seta) com áreas de tênues calcificações. Derrame suprapatelar (seta). Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Erosão justa-articular na cabeça do primeiro metatarso Aumento de partes moles Aumento da densidade periarticular (tofos - setas) Lesões erosivas periféricas (cabeça de seta) Aumento da densidade periarticular (tofos - setas) X - derrame articular; Seta - focos ecogênicos intra- articulares sugestivos de deposição de cristais Seta - focos ecogênicos intra-articulares - tofo Cabeça de seta – erosões. Erosões no primeiro MTT são mais característicos em GOTA que nas demais artrites inflamatórias. US é mais sensível para erosões que o RX. Tomografia Não é muito utilizada - acrescenta pouco em relação ao US, RX e RM Detecta erosões e os depósitos de cristais (tofo) Doença poliarticular nos metatarsos com erosões intra- articulares e extra-articulares (setas vermelhas). Tecido mole (tofo) lateralmente adjacente à base da 5ª metatarso (seta azul) Grande erosão tofácea da maior tuberosidade(seta vermelha) neste paciente com gota Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Pseudogota Artropatia por depósito de cristais Pirofosfato de cálcio Frequentemente assintomático Não promove erosões Causa comum de condrocalcinose - Osteoartrite pode causar condrocalcinose; RX não diferencia as duas condições - Osteoartrite x Doença de depósito de Pirofosfato de Cálcio Alterações radiológicas: Articulações: Mono / oligoarticular; Derrame articular; Preserva o espaço articular - fase inicial; Não há osteopenia periarticular Ossos: Erosões excêntricas com margem esclerótica; Lesão óssea em “saca-bocado”; Mineralização normal Tecidos adjacentes: Tofo (pode calcificar); Bursites (olécrano e pré-patelar); Edema periarticular Leve redução do espaço articular; Depósito cálcico na topografia dos meniscos Espondilite anquilosante Doença inflamatória soronegativa crônica - Predomínio no esqueleto AXIAL - Comprometimento ascendente - sacroileíte, espondilite e entesite Frequente em homens 3:1 (20 - 40 anos) Clínica: dor lombar (sacroileíte) - mais precoce - quadril e coluna - artrite periférica - assimétrica - mais rara Manifestação extra-articular: uveíte anterior Êntese: É a região de transição entre dois componentes com propriedades mecânicas e estruturais totalmente diferentes, ela funciona como uma ponte transferindo a força da contração muscular, por meio do tendão para o osso Alterações radiológicas: RX: Baixa sensibilidade - 5 anos de sintomas; Erosões ósseas; Neoformação óssea; Anquilose - fusão óssea TC: Maior sensibilidade para alterações ósseas; Erosões ósseas; Neoformação óssea; Anquilose - fusão óssea RM: Identifica alterações precoces; Líquido articular Edema ósseo subcondral Realce articular e periarticular Edema de partes moles; Reconversão medular óssea periarticular Pannus Erosão Esclerose subcondral Alargamento ou redução do espaço articular Anquilose Sacroileíte - Coronal - Asterisco = ossos ilíacos Redução do sinal da gordura periarticular na sequência T1 signal e aumento do sinal de líquido (STIR), devido a edema ósseo bilateralmente. Achados típicos de sacroileíte. Com a progressão da doença o espaço articular aumenta sofre esclerose óssea adjacente; Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Estágio crônico - fusão da articulação bilateral. Esclerose óssea periarticular (predominando nos ossos ilíacos - seta) e irregularidade da superfície articular (seta). Esclerose e fusão parcial da articulação sacroilíaca (seta). T1 - Acúmulo de gordura periarticular (alto sinal) - reconversão da medular óssea (seta) T1 com Saturação de Gordura - Queda do sinal periarticular (seta). Sindesmófito são crescimentos ósseos finos, verticalmente orientados, nas margens dos corpos vertebrais, formando pontes ósseas. Esclerose focal no aspecto anterior do platô inferior do corpo vertebral (shiny corner sign) (seta). Pontes “ósseas” anteriores - sindesmófitos (setas) e fusão das facetas articulares (cabeça de seta). Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina Pontes “osseas” laterais - sindesmófitos (setas) Aspecto de coluna em bambu. Sinal de Romanus - erosão com neoformação óssea na borda anterior do corpo vertebral - “shiny corner”. - esclerose óssea focal no corpo vertebral - Aparência retificada do corpo vertebral Artrite idiopática juvenil Doença reumática mais comum na infância (< 16 anos - 3-6 anos) Artrite crônica mais comum em crianças Diagnóstico clínico, laboratorial e imagem RX: Exclui outras causas; Limitado em alterações precoces; Aumento de partes moles; Osteopenia periarticular; Erosões ósseas; Redução do espaço articular; Anquilose - fusão óssea USG: Sinovite / Pannus Derrame articular Erosão óssea Tenossinovite RM: Sinovite / Pannus Derrame articular Erosões Edema ósseo Resumindo... Artropatia degenerativa: Redução assimétrica do espaço articular Osteofitose, geodos e esclerose óssea Artropatia inflamatória: Erosão óssea Redução uniforme do espaço articular Aumento de partes mole Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 7° fase Medicina
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