Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tanatologia Forense Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Tanatologia Forense Para início de conversa… .................................................................... 04 1. Fenômenos cadavéricos: abióticos e transformativos ................... 07 1.1 Fenômenos abióticos ............................................................. 07 1.1.1 Fenômenos Abióticos Imediatos ............................................... 07 1.1.2 Fenômenos Abióticos Mediatos ou Consecutivos ......................... 07 2 Fenômenos Transformativos do Cadáver: destrutivos e conservadores .................................................................... 08 2.1 Fenômenos destrutivos do cadáver ........................................... 08 2.2 Fenômenos Conservadores do Cadáver ..................................... 09 Referências ......................................................................................... 11 4 Odontologia Legal Para início de conversa… Tanatologia é a parte da Medicina Legal que estuda a morte e as suas conseqüências ou repercussões na esfera jurídico-social. A legislação brasileira aceita como conceito de morte a cessação total e irreversível das funções vitais. Para o Conselho Federal de Medicina a morte é representada pela parada total e irreversível das atividades encefálicas (CFM), sendo definida pelo que se chama de morte encefálica. Definir o momento da morte tem sido a tarefa da classe médica em razão das suas conseqüências legais. É difícil precisar, no entanto, o exato momento da morte porque ela não é um fato instantâneo, e sim uma sequência de fenômenos gradativamente processados nos vários órgãos e sistemas de manutenção da vida. Classificação Odontolegal das Formas de Morte Quanto à realidade: ▪ morte real ▪ morte aparente Morte Real O conceito de morte, interessando a áreas tão diversas das ciências biológicas, jurídicas e sociais, está longe de ter um consenso quanto ao momento real de sua ocorrência. É que a morte, observada do ponto de vista biológico, e atentando-se para o corpo como um todo, não é um fato único 5Odontologia Legal e instantâneo, antes o resultado de uma série de processos, de uma transição gradual. Com efeito, levando-se em consideração a diferente resistência vital das células, tecidos, órgãos e sistemas que integram o corpo à privação de oxigênio, forçoso é admitir que a morte é um verdadeiro “processo incoativo”, que passa por diversos estágios ou etapas no devir do tempo. Cada campo do conhecimento e cada ramo da medicina acabaram por tomar um momento desse processo, adotando-o como critério definidor de morte. A Medicina Legal teve de adotar uma determinada etapa do citado processo como o seu critério de morte e, para tanto, optou pela etapa da morte clínica. Até não há muito tempo, uma das grandes questões era poder determinar se uma pessoa, realmente, estava morta ou se encontrava-se em um estado de morte aparente. Tudo isso visando evitar a inumação precipitada, que seria fatal nessa última situação. O fato assumiu tal importância que chegou a influenciar os legisladores, que acabaram por colocar, na legislação adjetiva civil, prazos mínimos para a implementação de certos procedimentos como a necropsia e o sepultamento. O aparecimento das modernas técnicas de ressuscitação e de manutenção artificial de algumas funções vitais como a respiração - respiradores mecânicos, oxigenadores - e a circulação - bomba de circulação extracorpórea -, mesmo na vigência da perda total e irreversível da atividade encefálica, criou a necessidade de rever e readaptar os critérios de morte. A atividade neurológica é a única das funções vitais que, até o presente momento, não teve condições, em que pesem os avanços tecnológicos, de ser suplementada nem de ter suas funções mantidas por qualquer meio artificial. Daí que os seus prejuízos, sua irrecuperabilidade ou a sua extinção sejam, praticamente, sinônimos da própria extinção da vida. Morte Aparente A morte aparente pode ser definida como um estado transitório em que as funções vitais “aparentemente” estão abolidas, em conseqüência de uma 6 Odontologia Legal doença ou entidade mórbida que simula a morte. Nesses casos, que, também, podem ser provocados por acidentes ou pelo uso abusivo de substâncias depressoras do sistema nervoso central (SNC), a temperatura corporal pode cair sensivelmente, e ocorre um rebaixamento das funções cardiorrespiratórias de tal envergadura que oferecem, ao simples exame clínico, a aparência de morte real. É inconteste que, nesse quadro, a vida continua sem que, contudo, se manifestem sinais externos: os batimentos cardíacos são imperceptíveis, os movimentos respiratórios praticamente não são apreciáveis, ao tempo que inexistem elementos de motricidade e de sensibilidade cutânea, Assim, a denominada tríade de Thoinot define, clinicamente, o estado de morte aparente: imobilidade, ausência aparente da respiração e ausência de circulação. A duração desse estado foi um dos elementos que mais aguçou a curiosidade dos pesquisadores. Historicamente, surgiram opiniões das mais díspares, indo desde alguns minutos até dias de morte aparente. Para se constatar a certeza da morte, é necessária a observação cuidadosa dos fenômenos cadavéricos. Alguns autores dividem esses fenômenos em abióticos e transformativos. 7Odontologia Legal 1. Fenômenos cadavéricos: abióticos e transformativos 1.1 Fenômenos abióticos Os fenômenos abióticos, também chamados de avitais ou vitais negativos se dividem em: imediatos (cessação das funções vitais) e consecutivos (instalação dos fenômenos cadavéricos) 1.1.1 Fenômenos Abióticos Imediatos ▪ Parada cárdio-respiratória; ▪ Inconsciência; ▪ Imobilidade; ▪ Insensibilidade; ▪ Palidez; ▪ Midríase ou dilatação pupilar; ▪ Abolição do tônus muscular. 1.1.2 Fenômenos Abióticos Mediatos ou Consecutivos ▪ Desidratação cadavérica g Bebês = 8g/kg de peso por dia Adultos = 10-18g/kg de peso por dia ▪ Esfriamento do cadáver (ou Algor Mortis) g média de 1,5 ºC por hora. ▪ Livores hipostáticos (ou Livor Mortis) g sugilações que vão se acumulando e acabam formando manchas maiores de sangue nas áreas de maior declive do corpo. Na pele e em órgão internos. ▪ Rigidez cadavérica (ou Rigor Mortis) gse inicia entre 30 minutos e 6 horas após o óbito. 8 Odontologia Legal Segue uma marcha descendente: músculos mandibulares, do pescoço, do tórax, dos membros superiores, do abdome e dos membros inferiores. O processo inverso (resolução da rigidez) ocorre entre 24 e 36 horas seguintes ao óbito, na mesma ordem de seu surgimento. 2 Fenômenos Transformativos do Cadáver: destrutivos e conservadores 2.1 Fenômenos destrutivos do cadáver 1. Autólise: processo autodestrutivo de células e tecidos. 2. Putrefação ▪ Processo de decomposição da matéria orgânica pelas bactérias e pela fauna macroscópica; ▪ Na ação de substâncias antissépticas e em condições térmicas que impeçam a proliferação bacteriana não ocorre a putrefação ▪ Corpos enterrados têm sua decomposição retardada; Períodos da Putrefação: a. Cromático g após 18-24 horas do óbito, durando até 7-12 dias. Inicia-se por mancha esverdeada na região abdominal. b. Enfisematoso g durante a primeira semana, se estendendo por 30dias. Gases infiltram o tecido celular subcutâneo alterando a fisionomia e forma externa do corpo. c. Coliquativo g no fim do primeiro mês, se estendendo por 2 meses e até 3 anos. Há redução dos tecidos, pelo amolecimento e desintegração, que transformam os tecidos em uma massa pastosa, semilíquida, escura e de intensa fetidez, que recebe o nome de putrilagem. d. Esqueletização g é a conseqüência inevitável dos processos acima descritos, que pode levar de alguns meses a alguns anos. 9Odontologia Legal 3. Maceração ▪ Processo de transformação destrutiva durante o qual ocorre o amolecimento dos tecidos e órgãos, quando os mesmos ficam submersos em um meio líquido e nele se embebem; ▪ A pele fica esbranquiçada, friável e corrugada. 2.2 Fenômenos Conservadores do Cadáver 1 Saponificação Pode ocorrer com o cadáver em meio muito úmido e com ausência de ar ou ventilação escassa. Alterações no processo putrefativo levam à formação de adipócera (Trasformação das estruturas moles em sabão de baixa solubilidade), inicialmente branco-amarelada, de consistência mole e cheiro rançoso. 2 Mumificação Com cadáver em ambiente muito seco, temperatura elevada e abundante ventilação. Início nos dedos dos pés e das mãos, lábios e nariz. Perda de água leva a uma coloração entre marrom e preta da pele e à perda de peso (chegando a 5-10kg) 3 Petrificação Há infiltração de sais de cálcio no cadáver, devido à precipitação dos sais em meio às estruturas celulares e teciduais. Mais comum em fetos mortos (Litopédia - criança de pedra) 4 Coreificação Em cadáveres conservados em urnas metálicas hermeticamente seladas (em especial zinco galvanizado) Pele com cor, aspecto e consistência de couro curtido. 10 Odontologia Legal Considerações Finais A morte pode ser compreendida como a cessação de todos os fenômenos vitais de modo definitivo, total e permanente. O exame tanatológico consiste no exame do cadáver e na verificação das circunstâncias que envolveram a morte. Para a função pericial, em casos de necropsia, utilizando as vias de acesso da cabeça e pescoço, o cirurgião-dentista precisa dominar algumas noções de tanatologia, dos fenômenos a ela relacionados e da legislação que lhe é concernente. 11Odontologia Legal Referências VANRELL, Jorge Paulete. Odontologia legal & antropologia forense. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Título da Unidade Objetivos Introdução Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal e Documentos Odontolegais 1. Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal 1.1 A Especialidade Odontologia Legal: Competências e Organização 1.2 Recomendações e Perfil para Atuação em Odontologia Legal 2. Documentos Odontolegais Referências A resposabilidade profissional e seus impactos nas perícias odontolegais Para início de conversa… 1. A responsabilidade civil na odontologia 2. Conselho Federal de Odontologia e os Conselhos Regionais 3. Cuidados legais na prestação de serviços 4. Regulação da prática de Perícias Odontolegais 5. Definição do trabalho do perito 6. Áreas de atuação da perícia odontolegal Sintese Referências _GoBack Traumatologia Forense I e II Para início de conversa… 1. Energias Lesivas Considerações Finais Referências Traumatologia Forense III e IV Para início de conversa… 1. Lesões por Arma Branca Considerações Finais Referências Identidade e Identificação Odontolegal Para início de conversa… 1. Identificação Referências Antropologia Forense l e ll Para início de conversa… 1. Bases Antropológicas na Odontologia Legal Considerações Finais Referências Tanatologia Forense Para início de conversa… 1. Fenômenos cadavéricos: abióticos e transformativos 1.1 Fenômenos abióticos 1.1.1 Fenômenos Abióticos Imediatos 1.1.2 Fenômenos Abióticos Mediatos ou Consecutivos 2 Fenômenos Transformativos do Cadáver: destrutivos e conservadores 2.1 Fenômenos destrutivos do cadáver 2.2 Fenômenos Conservadores do Cadáver Referências
Compartilhar