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Código de Defesa do Consumidor Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Código de Defesa do Consumidor Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivo ........................................................................................... 05 1. Código de Defesa do Consumidor ........................................... 06 Considerações Finais .......................................................................... 11 Leitura Complementar ........................................................................ 12 Referências ....................................................................................... 13 4 Odontologia Legal Para início de conversa… Para fins legais, administrativos e clínicos, o cirurgião-dentista deve registrar as atividades realizadas em um paciente através da documentação odontológica. Essa documentação deverá conter todos os atos realizados no atendimento do paciente, planos de tratamento, além de outras informações necessárias ao bom andamento do tratamento. A documentação odontológica possui grande importância nas relações de consumo, pois comprova como se deu a relação fornecedor (cirurgião-dentista) e consumidor (paciente), regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Além disso, comprova os atos éticos praticados pelo cirurgião-dentista. 5Odontologia Legal Objetivo Conhecer informações relevantes sobre o Código do Consumidor, no que diz respeito a sua prática profissional da saúde. 6 Odontologia Legal 1. Código de Defesa do Consumidor O Código de Defesa do Consumidor foi estabelecido pela Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, entrando em vigor em 11 de março de 1991 e foi baseado nos códigos de primeiro mundo, como a Alemanha, a Suécia e os Estados Unidos. As profissões da área da saúde, incluindo a Odontologia, apresentam um estreito relacionamento com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), visto que o consumidor é “toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário final”. É bom lembrar que de acordo com o artigo 4º do CDC, na relação existente entre o consumidor e o fornecedor, o paciente é a parte vulnerável no mercado de consumo, ou seja, o paciente (consumidor) é mais fácil de ser lesado do que o cirurgião-dentista (fornecedor). Isto não que dizer que o consumidor é economicamente mais fraco que o fornecedor. Já o fornecedor, segundo o art. 3º do CDC, “é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. Produto, segundo o art. 3º, § 1° CDC “é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial”. Serviço, segundo o art. 3º, § 2º CDC “é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo mediante 7Odontologia Legal remuneração”. O cirurgião-dentista é um fornecedor de serviços e produtos, e o paciente é um consumidor, o qual está em busca de um tratamento (serviço) ou de um produto (aparelho protético, ortodôntico, etc.) onde o serviço prestado pelo cirurgião-dentista, enquadra-se, via de regra, nos preceitos do CDC. Para o CDC, o cirurgião-dentista é visto como fornecedor quando vende produtos (aparelhos ortodônticos, próteses, restaurações, implantes) ou presta serviços (exames de diagnóstico, plano de tratamento, acompanhamento, manutenção). Há entre o cirurgião-dentista e seu paciente uma relação de deveres e obrigações. Na prestação de serviços odontológicos, o profissional se vincula a prestar o atendimento e tem responsabilidade sobre este. Com a implementação do Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei nº 8.078 de 11/09/1990, um número progressivo de ações de responsabilidade civil contra cirurgiões-dentistas vem ocorrendo devido a maior conscientização do paciente frente a seus direitos como consumidor. A responsabilidade civil gira em torno de duas teorias: a subjetiva e a objetiva. A teoria subjetiva tem na culpa seu fundamento basilar. No âmbito das questões civis, a expressão culpa tem um sentido muito amplo. 8 Odontologia Legal Vai desde a culpa stricto sensu ao dolo. É o elemento do ato ilícito, em torno do qual a ação ou omissão levem à existência de um dano. Não é sinônimo, portanto, de dano. É claro que só existirá culpa se dela resultar um prejuízo. Neste caso, se caracteriza a responsabilidade do autor quando existem culpa, o dano e o nexo causal. No entanto, atualmente, essa teoria começa a ser contestada por várias razões, principalmente pela imprecisão do conceito de culpa e o surgimento da responsabilidade sem culpa. Assim o conceito de culpa vai se materializando, surgindo a teoria objetiva da responsabilidade, que tem no risco sua viga mestra. O responsável pelo dano indenizará simplesmente por existir um prejuízo, não se cogitando da existência de sua culpabilidade, bastando a causalidade entre o ato e o dano para obrigar a reparação. O nexo causal consiste no fato de o dano ter surgido de um ato ou de sua omissão. 9Odontologia Legal O CDC no seu Art. 14 estabelece que “o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. Pelo que se revela, a visão dos tribunais está se voltando para a reparação do dano, pouco importando que o resultado seja demonstrado por uma falha instrumental ou da ciência, quando a culpa do profissional não chegou a ser comprovada. Esta responsabilidade está presa pelo aspecto contratual (contrato de prestação de serviços). Segundo o art. 40 do CDC o fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. Desta forma, fica evidente que a documentação odontológica ou prontuário, que compreende toda a documentação produzida durante a realização do atendimento do paciente (fichas clínicas, exames, radiografias, perfeito fotografias, modelos), elaborada pelo cirurgião-dentista, constitui elemento de prova nos processos judiciais movidos contra este, além de sua importância em processos de identificação humana. O prontuário odontológico é um “documento singular para o conhecimento, a qualquer tempo, do diagnóstico e tratamento realizados, assim como do prognóstico e eventuais intercorrências”, sendo o “único e mais perfeito instrumento de defesa” nas demandas judiciais promovidas contra profissionais da área. No que tange ao tempo de guarda do prontuário, o Código de Defesa do Consumidor estabelece no art. 26 que: o direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: ▪ I - 30 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não-duráveis; ▪ II - 90 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis. 10 Odontologia Legal ▪ §1º: Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produtoou do término da execução dos serviços. ▪ * Começamos a contar este prazo através da alta do paciente, que deverá ser por escrito e assinada pelo mesmo para efeito legal. ▪ § 3°: Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. ▪ O art. 27 do referido código estabelece que prescreve em 5 anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Ainda com referência ao tempo de guarda da documentação o Conselho Federal de Odontologia, Parecer CFO 125/92 define que o tempo de guarda é de 10 anos após o último comparecimento do paciente, ou se o paciente for menor de 18 anos nesse momento, 10 anos a partir da data em que fizer 18 anos de idade. Segundo o Código Civil, Art. 206. §3...prescrevem em 3 anos as ações para reparação civil. Já o Código de Processo Ético Odontológico, no seu Art. 56. estabelece que prescrevem em 5 anos as infrações éticas. Diante do exposto alguns profissionais sugerem que a guarda da documentação odontológica deverá ser por tempo indeterminado permitindo que, em qualquer momento, todas as fases do atendimento odontológico do consumidor sejam, caso necessário, reveladas. 11Odontologia Legal Considerações Finais As profissões da área da saúde, incluindo a Odontologia, apresentam um estreito relacionamento com o CDC, visto que o consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário final. Há entre o cirurgião-dentista e seu paciente uma relação de deveres e obrigações. Na prestação de serviços odontológicos, o profissional se vincula a prestar o atendimento e tem responsabilidade sobre este. Com a implementação do Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei nº 8.078 de 11/09/1990, um número progressivo de ações de responsabilidade civil contra cirurgiões-dentistas vem ocorrendo devido a maior conscientização do paciente frente a seus direitos como consumidor. Assim, o profissional deve atentar para a necessidade de elaboração cuidadosa do prontuário, guardando-o por tempo indeterminado. 12 Odontologia Legal Leitura Complementar Faça a leitura do artigo: Silva RF, et. al. Importância das informações prestadas ao paciente antes, durante e depois do tratamento endodôntico: abordagem à luz do Código de Defesa do Consumidor. Rev Sul-Bras Odontol. 2010;7(4):481-7. Disponível em: ttp://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1984-568520100004000 16&lng=es&nrm=iso 13Odontologia Legal Referências VANRELL, Jorge Paulete. Odontologia legal & antropologia forense. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. SILVA, Ricardo Henrique Alves da. Orientação profissional para o Cirurgião-Dentista. São Paulo: Santos Editora, 2010. Título da Unidade Objetivos Introdução Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal e Documentos Odontolegais 1. Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal 1.1 A Especialidade Odontologia Legal: Competências e Organização 1.2 Recomendações e Perfil para Atuação em Odontologia Legal 2. Documentos Odontolegais Referências A resposabilidade profissional e seus impactos nas perícias odontolegais Para início de conversa… 1. A responsabilidade civil na odontologia 2. Conselho Federal de Odontologia e os Conselhos Regionais 3. Cuidados legais na prestação de serviços 4. Regulação da prática de Perícias Odontolegais 5. Definição do trabalho do perito 6. Áreas de atuação da perícia odontolegal Sintese Referências _GoBack Traumatologia Forense I e II Para início de conversa… 1. Energias Lesivas Considerações Finais Referências Traumatologia Forense III e IV Para início de conversa… 1. Lesões por Arma Branca Considerações Finais Referências Identidade e Identificação Odontolegal Para início de conversa… 1. Identificação Referências Antropologia Forense l e ll Para início de conversa… 1. Bases Antropológicas na Odontologia Legal Considerações Finais Referências Tanatologia Forense Para início de conversa… 1. Fenômenos cadavéricos: abióticos e transformativos 1.1 Fenômenos abióticos 1.1.1 Fenômenos Abióticos Imediatos 1.1.2 Fenômenos Abióticos Mediatos ou Consecutivos 2 Fenômenos Transformativos do Cadáver: destrutivos e conservadores 2.1 Fenômenos destrutivos do cadáver 2.2 Fenômenos Conservadores do Cadáver Referências Código de Defesa do Consumidor Para início de conversa… Objetivo 1. Código de Defesa do Consumidor Considerações Finais Leitura Complementar Referências
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