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Código de Defesa do 
Consumidor
Núcleo de Educação a Distância 
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25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
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Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
1ª Edição
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Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Código de Defesa do Consumidor
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivo ........................................................................................... 05
1. Código de Defesa do Consumidor ........................................... 06
Considerações Finais .......................................................................... 11
Leitura Complementar ........................................................................ 12
Referências ....................................................................................... 13
4 Odontologia Legal
Para início de conversa…
Para fins legais, administrativos e clínicos, o cirurgião-dentista deve 
registrar as atividades realizadas em um paciente através da documentação 
odontológica. Essa documentação deverá conter todos os atos realizados no 
atendimento do paciente, planos de tratamento, além de outras informações 
necessárias ao bom andamento do tratamento.
A documentação odontológica possui grande importância nas 
relações de consumo, pois comprova como se deu a relação fornecedor 
(cirurgião-dentista) e consumidor (paciente), regulamentada pelo Código 
de Defesa do Consumidor (CDC).
Além disso, comprova os atos éticos praticados pelo cirurgião-dentista.
5Odontologia Legal
Objetivo
Conhecer informações relevantes sobre o Código do Consumidor, no 
que diz respeito a sua prática profissional da saúde.
6 Odontologia Legal
1. Código de Defesa do Consumidor
O Código de Defesa do Consumidor foi estabelecido pela Lei 8.078, 
de 11 de setembro de 1990, entrando em vigor em 11 de março de 1991 e 
foi baseado nos códigos de primeiro mundo, como a Alemanha, a Suécia e os 
Estados Unidos.
As profissões da área da saúde, incluindo a Odontologia, apresentam 
um estreito relacionamento com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), 
visto que o consumidor é “toda pessoa física ou jurídica que adquire produto 
ou serviço como destinatário final”.
É bom lembrar que de acordo com o artigo 4º do CDC, na relação 
existente entre o consumidor e o fornecedor, o paciente é a parte vulnerável 
no mercado de consumo, ou seja, o paciente (consumidor) é mais fácil de 
ser lesado do que o cirurgião-dentista (fornecedor). Isto não que dizer que o 
consumidor é economicamente mais fraco que o fornecedor.
Já o fornecedor, segundo o art. 3º do CDC, “é toda pessoa física 
ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços”.
Produto, segundo o art. 3º, § 1° CDC “é qualquer bem, móvel 
ou imóvel, material ou imaterial”. Serviço, segundo o art. 3º, § 2º CDC 
“é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo mediante 
7Odontologia Legal
remuneração”. O cirurgião-dentista é um fornecedor de serviços e produtos, 
e o paciente é um consumidor, o qual está em busca de um tratamento 
(serviço) ou de um produto (aparelho protético, ortodôntico, etc.) onde 
o serviço prestado pelo cirurgião-dentista, enquadra-se, via de regra, nos 
preceitos do CDC.
Para o CDC, o cirurgião-dentista é visto como fornecedor 
quando vende produtos (aparelhos ortodônticos, próteses, restaurações, 
implantes) ou presta serviços (exames de diagnóstico, plano de tratamento, 
acompanhamento, manutenção).
Há entre o cirurgião-dentista e seu paciente uma relação de deveres 
e obrigações. Na prestação de serviços odontológicos, o profissional se 
vincula a prestar o atendimento e tem responsabilidade sobre este.
Com a implementação do Código de Defesa do Consumidor, 
instituído pela Lei nº 8.078 de 11/09/1990, um número progressivo de ações 
de responsabilidade civil contra cirurgiões-dentistas vem ocorrendo devido 
a maior conscientização do paciente frente a seus direitos como consumidor.
A responsabilidade civil gira em torno de duas teorias: a subjetiva 
e a objetiva. A teoria subjetiva tem na culpa seu fundamento basilar. No 
âmbito das questões civis, a expressão culpa tem um sentido muito amplo.
8 Odontologia Legal
Vai desde a culpa stricto sensu ao dolo. É o elemento do ato ilícito, 
em torno do qual a ação ou omissão levem à existência de um dano.
Não é sinônimo, portanto, de dano. É claro que só existirá culpa 
se dela resultar um prejuízo. Neste caso, se caracteriza a responsabilidade 
do autor quando existem culpa, o dano e o nexo causal. No entanto, 
atualmente, essa teoria começa a ser contestada por várias razões, 
principalmente pela imprecisão do conceito de culpa e o surgimento da 
responsabilidade sem culpa.
Assim o conceito de culpa vai se materializando, surgindo a teoria 
objetiva da responsabilidade, que tem no risco sua viga mestra.
O responsável pelo dano indenizará simplesmente por existir um 
prejuízo, não se cogitando da existência de sua culpabilidade, bastando a 
causalidade entre o ato e o dano para obrigar a reparação.
O nexo causal consiste no fato de o dano ter surgido de um ato ou 
de sua omissão.
9Odontologia Legal
O CDC no seu Art. 14 estabelece que “o fornecedor de serviços 
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos 
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre 
sua fruição e riscos”.
Pelo que se revela, a visão dos tribunais está se voltando para a 
reparação do dano, pouco importando que o resultado seja demonstrado por 
uma falha instrumental ou da ciência, quando a culpa do profissional não 
chegou a ser comprovada.
Esta responsabilidade está presa pelo aspecto contratual (contrato de 
prestação de serviços). Segundo o art. 40 do CDC o fornecedor de serviço 
será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o 
valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as 
condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
Desta forma, fica evidente que a documentação odontológica ou 
prontuário, que compreende toda a documentação produzida durante a 
realização do atendimento do paciente (fichas clínicas, exames, radiografias, 
perfeito fotografias, modelos), elaborada pelo cirurgião-dentista, constitui 
elemento de prova nos processos judiciais movidos contra este, além de sua 
importância em processos de identificação humana.
O prontuário odontológico é um “documento singular para o 
conhecimento, a qualquer tempo, do diagnóstico e tratamento realizados, 
assim como do prognóstico e eventuais intercorrências”, sendo o “único e 
mais perfeito instrumento de defesa” nas demandas judiciais promovidas 
contra profissionais da área.
No que tange ao tempo de guarda do prontuário, o Código de Defesa 
do Consumidor estabelece no art. 26 que: o direito de reclamar pelos vícios 
aparentes ou de fácil constatação caduca em:
 ▪ I - 30 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de 
produtos não-duráveis;
 ▪ II - 90 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de 
produtos duráveis.
10 Odontologia Legal
 ▪ §1º: Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega 
efetiva do produtoou do término da execução dos serviços.
 ▪ * Começamos a contar este prazo através da alta do paciente, que 
deverá ser por escrito e assinada pelo mesmo para efeito legal.
 ▪ § 3°: Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no 
momento em que ficar evidenciado o defeito.
 ▪ O art. 27 do referido código estabelece que prescreve em 5 anos 
a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto 
ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do 
conhecimento do dano e de sua autoria.
Ainda com referência ao tempo de guarda da documentação o Conselho 
Federal de Odontologia, Parecer CFO 125/92 define que o tempo de guarda 
é de 10 anos após o último comparecimento do paciente, ou se o paciente for 
menor de 18 anos nesse momento, 10 anos a partir da data em que fizer 18 
anos de idade. Segundo o Código Civil, Art. 206. §3...prescrevem em 3 anos 
as ações para reparação civil. Já o Código de Processo Ético Odontológico, no 
seu Art. 56. estabelece que prescrevem em 5 anos as infrações éticas.
Diante do exposto alguns profissionais sugerem que a guarda da 
documentação odontológica deverá ser por tempo indeterminado permitindo 
que, em qualquer momento, todas as fases do atendimento odontológico do 
consumidor sejam, caso necessário, reveladas.
11Odontologia Legal
Considerações Finais
As profissões da área da saúde, incluindo a Odontologia, apresentam 
um estreito relacionamento com o CDC, visto que o consumidor é toda 
pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário 
final. Há entre o cirurgião-dentista e seu paciente uma relação de deveres 
e obrigações. Na prestação de serviços odontológicos, o profissional se 
vincula a prestar o atendimento e tem responsabilidade sobre este. Com a 
implementação do Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei nº 
8.078 de 11/09/1990, um número progressivo de ações de responsabilidade 
civil contra cirurgiões-dentistas vem ocorrendo devido a maior conscientização 
do paciente frente a seus direitos como consumidor. Assim, o profissional 
deve atentar para a necessidade de elaboração cuidadosa do prontuário, 
guardando-o por tempo indeterminado.
12 Odontologia Legal
Leitura Complementar
Faça a leitura do artigo:
Silva RF, et. al. Importância das informações prestadas ao paciente 
antes, durante e depois do tratamento endodôntico: abordagem à luz do 
Código de Defesa do Consumidor. Rev Sul-Bras Odontol. 2010;7(4):481-7.
Disponível em: ttp://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1984-568520100004000 16&lng=es&nrm=iso
13Odontologia Legal
Referências
VANRELL, Jorge Paulete. Odontologia legal & antropologia forense. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
SILVA, Ricardo Henrique Alves da. Orientação profissional para o 
Cirurgião-Dentista. São Paulo: Santos Editora, 2010.
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	Histórico 
	e Desenvolvimento 
	da Odontologia Legal 
	e Documentos Odontolegais
	1.	Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal 
	1.1 	A Especialidade Odontologia Legal: Competências e Organização 
	1.2 	Recomendações e Perfil para Atuação em Odontologia Legal 
	2. 	Documentos Odontolegais
	Referências
	A resposabilidade profissional e seus impactos nas perícias odontolegais 
	Para início de conversa…
	1.	A responsabilidade civil na odontologia 
	2.	Conselho Federal de Odontologia e os Conselhos Regionais 
	3.	Cuidados legais na prestação de serviços
	4.	Regulação da prática de Perícias Odontolegais
	5.	Definição do trabalho do perito
	6.	Áreas de atuação da perícia odontolegal 
	Sintese
	Referências
	_GoBack
	Traumatologia Forense I e II
	Para início de conversa…
	1.	Energias Lesivas
	Considerações Finais
	Referências
	Traumatologia Forense III e IV
	Para início de conversa…
	1.	Lesões por Arma Branca
	Considerações Finais
	Referências
	Identidade e Identificação Odontolegal 
	Para início de conversa…
	1.	Identificação
	Referências
	Antropologia Forense l e ll
	Para início de conversa…
	1.	Bases Antropológicas na Odontologia Legal
	Considerações Finais
	Referências
	Tanatologia Forense
	Para início de conversa…
	1.	Fenômenos cadavéricos: abióticos e transformativos
	1.1	Fenômenos abióticos
	1.1.1	Fenômenos Abióticos Imediatos
	1.1.2	Fenômenos Abióticos Mediatos ou Consecutivos
	2	Fenômenos Transformativos do Cadáver: destrutivos e conservadores
	2.1	Fenômenos destrutivos do cadáver
	2.2	Fenômenos Conservadores do Cadáver
	Referências
	Código de Defesa do Consumidor
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Código de Defesa do Consumidor
	Considerações Finais
	Leitura Complementar
	Referências

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