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Thais Alves Fagundes AIDS - SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA FISIOPATOLOGIA HIV penetra no organismo do hospedeiro: • Penetração através da mucosa genital. • Glicoproteína (GP-120) liga-se às células dendríticas através dos receptores CD4 presentes no epitélio. o Molécula CD4: glicoproteína detectada na superfície de linfócitos T, monócitos, macrófagos, eosinófilos; células dendríticas, células da micróglia do sistema nervoso central. o Ligação da GP-120 ao CD4: crucial para a entrada do vírus na célula. o Desde o momento da aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor. Alterações causadas pelo HIV nas células efetoras da imunidade: • Macrófagos: vírus se multiplicam, servindo de reservatório, com produção viral contínua. o Perdem funções fagocíticas, quimiotaxia e os mecanismos de lise dos parasitos intracelulares. o Aumentam a produção de citocinas pró e anti-inflamatórias. o Podem ser destruídos por necrose. • Monócitos diminuem a capacidade de migração a determinados estímulos. • Células NK perdem parte da sua citotoxicidade direta e dependente de anticorpos. Replicação viral: • HIV entra nas células T. • No citoplasma ocorre a conversão do RNA viral em DNA viral, mediada pela enzima viral transcriptase reversa. • DNA viral transportado do citoplasma para o núcleo da célula. • DNA viral - no núcleo -, é integrado pela integrasse ao genoma / DNA da célula do hospedeiro. • DNA viral - no genoma -, ocorre: o Ativação da replicação viral. o Síntese de proteínas para geração de novas partículas virais, pela ação de proteases. • Novo HIV-1 RNA é formado. Período de incubação: tempo entre a infecção pelo HIV e os sinais e sintomas da fase aguda é de 1 a 3 semanas. Disseminação viral: • Células infectadas com o HIV se fundem com linfócitos CD4 e disseminam o vírus pelo organismo. o Detectado nos linfonodos regionais dentro de 2 dias da exposição. o Detectado no plasma surgem em mais 3 dias da exposição. o Outros órgãos são também infectados pelo HIV, como cérebro, baço e demais linfonodos. Manifestações clínicas (síndrome da infecção aguda pelo HIV): • Organismo ainda não desenvolveu qualquer resposta imune. • Carga viral com níveis significativamente elevados. • Manifestações clínicas de infecção aguda viral (sintomas semelhantes às da mononucleose infecciosa). Resposta inata: • Infecção pelo HIV estimula inicialmente a resposta inata. • Células reconhecem o patógeno e respondem de maneira imediata com a produção de citocinas. • Citocinas ativam a resposta imune adaptativa (células NK e linfócitos T). Thais Alves Fagundes Resposta imune adaptativa / Soroconversão: • Anticorpos específicos contra o HIV são sintetizados 1 ou 2 semanas após a infecção. o Mediada pela atividade citotóxica dos linfócitos CD8. o Carga viral cai para níveis mais baixos. • Apesar de presentes, anticorpos neutralizantes são produzidos em níveis insuficientes. Manifestações clínicas: • Sintomas da fase da síndrome retroviral aguda desaparecem. • Quanto menor for a carga viral após essa fase: o Mais tempo o indivíduo permanecerá com contagem de linfócitos CD4 elevada. o Mais tempo o indivíduo levará para desenvolver aids nas formas avançadas. ▪ O contrário irá ocorrer nos pacientes que estabilizam sua carga viral em níveis elevados. Latência clínica • Após a fase aguda, ocorre o estado de latência clínica, ficando assintomático por 5 a 10 anos em média. • Período de latência clínica, com replicação viral (não é latência virológica). • Em decorrência da atividade citotóxica dos linfócitos CD8. • Depleção das células T CD4+ começa a comprometer a resposta imunológica e a replicação viral aumenta. Fases avançadas da doença: • Evoluir da replicação viral. • Sinais clínicos da imunodeficiência causada pela ação do vírus, em especial nos linfócitos CD4. Desregulação das células T: • Proliferação de células B. • Com ativação policlonal e hipergamaglobulinemia induzida por proteínas virais e citocinas. • Entre as imunoglobulinas liberadas por células B estão os autoanticorpos. • Estando o HIV associado a várias alterações autoimunes. FORMAS DE TRANSMISSÃO • Relação sexual desprotegidas (heterossexual ou homossexual). • Sangue. • Aleitamento materno. • Vertical, da mãe infectada para o feto durante a gestação ou durante o trabalho de parto. o Recepção de órgãos ou sêmen de doadores não testados. o Reutilização e compartilhamento de seringas e agulhas. o Acidente ocupacional - instrumentos perfurocortantes contaminados com sangue ou secreções. Suscetibilidade: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), mulheres profissionais do sexo, usuários de drogas. Formas de prevenção: • Uso de camisinha nas relações sexuais. • Prevenção da transmissão vertical com AZT e outros antirretrovirais na gestação e no parto. • Evitar que mães HIV positivas amamentem seus filhos. • Não usar sangue e hemoderivados testados e positivos para o HIV. Thais Alves Fagundes MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA INFECÇÃO AGUDA (síndrome retroviral aguda) Fase aguda sintomática: período de 1 a 4 semanas. • Paciente poderá ou não (40%) apresentar manifestações clínicas. • Precede a elevação dos anticorpos. • Sinais e sintomas mediados por células e produção de citocinas pró-inflamatórias. • Evolução autolimitada, paciente se recupera e permanece assintomático. Síndrome febril inespecífica: febre elevada ou moderada, cefaleia, dor retro-orbitária, sudorese noturna, mialgia e artralgia, odinofagia Sintomatologia mais intensa: (resposta inflamatória com grande produção de citocinas) vômitos e diarreia, hepatite subclínica, gengivites, candidíase oral, ulcerações de boca, esôfago, anus e vagina, adenomegalia nas cadeias cervicais e axilares, exantema macular não pruriginoso, de início em face e tronco e, depois, nos membros. Exames de laboratório: • Intensa replicação viral (mais de 1.000.000 de vírus/mL de sangue). • Intensa depleção de células T CD4+. • Aumento de células T CD8. Diagnóstico diferencial: mononucleose por vírus Epstein-Barr (monoteste negativo), citomegalovírus e toxoplasma, sífilis secundária, dengue, infecção gonocócica disseminada, tuberculose ganglionar e leucemias e linfomas. INFECÇÃO CRÔNICA ASSINTOMÁTICA (latência clínica) Replicação viral lenta e persistente, eliminando células T CD4+ por citotoxicidade direta ou apoptose indireta. Sinais e sintomas: • Linfadenopatia generalizada persistente: o Replicação viral nos linfonodos, que passam a ser o maior reservatório do HIV. o Modificação da função imunológica dos linfonodos, por destruição da sua arquitetura e dos centros germinativos. • Longos períodos de febre, de 38ºC a 39ºC, intermitente ou contínua • Emagrecimento • Fadiga • Sudorese noturna • Diarreia Diagnóstico diferencial: sarcoidose, linfomas, tuberculose ganglionar, sífilis secundária, toxoplasmose. Thais Alves Fagundes SÍNDROME PRÉ-AIDS Primeiros sinais de baixa imunidade são doenças menos graves: • Candidíase oral de repetição • Herpes zoster em pacientes com menos de 60 anos • Gengivite e úlceras recorrentes na boca • Infecção respiratória alta de repetição • Candidíase vulvovaginal persistente ou resistente Sintomas mais graves se sucedem: • Febre intermitente com ou sem calafrios, de 38ºC a 39ºC por mais de 30 dias • Emagrecimento progressivo de até 10% do peso corporal • Ansiedade, depressão, astenia, anorexia • Diarreias prolongadas, sem pus ou sangue e sem tenesmo • Anemia, plaquetopenia e neutropenia inexplicáveis Diagnóstico diferencial: síndromes consumptivas, anemias graves, diabetes descompensados, gastrenterites crônicas. AIDS Portador de aids: • Dois testes de triagem para detecção de anticorpos anti-HIV e um teste confirmatório reagentes. • Contagem de T CD4 no sangueabaixo de 350/mm3. • Apresente doença definidora de aids com qualquer nível de T CD4. Existem três tipos de progressão em infectados não tratados: • Progressores rápidos: evoluem para aids em menos de 3 a 5 anos, às vezes meses (4 a 10%) • Progressores médios: evoluem para a aids no tempo médio de 8 a 11 anos (55% a 80%) • Não progressores lentos: permanecem na latência por > 10 anos, controle da multiplicação viral (10% - 15%) o Controladores de elite: viremia persistentemente baixa, menos de 50 cópias/mL (1%) Critérios para a definição de caso de aids em indivíduos com 13 anos ou mais (Ministério da Saúde): Thais Alves Fagundes Infecções oportunistas: • Causadas, geralmente, por agentes etiológicos de baixa patogenicidade, sendo dificilmente erradicadas. • Aproveitam a imunodeficiência para promover infecções disseminadas. • Requerem o uso de medicações profiláticas até o restabelecimento da imunidade. • Órgãos mais atingidos: sistema nervoso central, trato gastrintestinal e pulmões. o Leucoplasia pilosa: lesão específica da mucosa oral. o Candidíase: comuns nas mucosas na fase pré-aids (orofaringe). o Tuberculose: HIV facilita a infecção primária e a reativação da infecção latente. o Leucoencefalopatia multifocal progressiva: doença desmielinizante. o Pneumocistose o Toxoplasmose: entre as infecções oportunistas do SNC, toxoplasmose cerebral é a mais frequente. Síndrome consumptiva: indicador de progressão para aids, que consiste na perda inexplicável de mais de 10% do peso corpóreo, acompanhada de febre e diarreia, não atribuíveis a outras condições associadas à aids, como as infecções oportunistas. Trata-se de estado complexo multifatorial, resultante de anorexia, vômitos, aumento de metabolismo, interação de citocinas, má absorção dos nutrientes devido à inflamação do intestino e distúrbios psicológicos. Alterações dermatológicas na infecção por HIV: presentes em todas as fases. Três tipos de alterações mais frequentes: infecções causadas por bactérias, vírus, fungos e parasitas, infecções tumorais e infecções iatrogênicas. Outras lesões por recrudescimento de doenças prévias à medida que a imunidade baixa (psoríase, dermatite seborreica, escabiose). Alterações do sistema nervoso: ocorrem na fase aguda e predominam nas fases tardias. Citocinas liberadas por macrófagos infectados alteram a permeabilidade vascular e são nocivas para neurônios. Discretas alterações de comportamento, graves plegias, incoordenações motoras e demência. Sistema nervoso autônomo: sudorese noturna, hipotensão postural, impotência sexual, paradas cardiorrespiratórias. Distúrbios psiquiátricos: ansiedade, depressão, perda da autoestima, culpa irracional, delirium. Alterações do sistema digestório: enteropatia atinge todas as pessoas infectadas e caracteriza-se por alterações da permeabilidade das células intestinais, pela perda da resposta imunológica (facilita infecções oportunistas). Alterações pulmonares: tuberculose, hipertensão pulmonar, carcinomas broncogênicos, síndrome da reconstituição imunológica. Lesões sistêmicas causadas pelo HIV: • Anemia: diminuição da produção de hemácias e aumento da sua destruição. • Leucopenia: depleção celular. • Plaquetopenia: diminuição da vida média das plaquetas e formação de anticorpos contra as mesmas. • Tromboses venosas profundas. Tumores associados à aids: ocorre devido a alterações causadas por HIV no sistema imunológico. Supressão imunológica impede devida vigilância da replicação celular e aumento das células transformadas. Thais Alves Fagundes EXAMES PARA O DIAGNÓSTICO ETAPA I: Testes de triagem (sorológicos): anticorpos • Teste padrão: o ELISA 4ª geração: detecta antígeno p24 e anticorpo simultaneamente. Positivando 5 a 10 dias antes de surgir anticorpos anti-HIV, reduzem a janela imunológica. • Resultado reagente: presença de anticorpos anti-HIV, indicando a infecção. Submeter à etapa II. • Resultado não reagente: não há infecção pelo HIV. o Resultado falso-negativo: ▪ Realização do exame durante a “janela imunológica” (14 a 21 dias). ▪ Fase de imunodeficiência celular e humoral muito grave. • Resultado “indeterminado”: reatividade em apenas um dos métodos. Repetir exames após 30 dias. Etapa II Testes confirmatórios (sorológicos): anticorpos (Imunofluorescência indireta; Imunoblot; Western blot). • Resultado negativo: ausência de bandas. • Resultado positivo: pelo menos duas das três principais proteínas virais (p24, gp41 e gp120/160). • Resultado indeterminado: qualquer padrão de bandas que não corresponda aos critérios para positividade. Resultados reagentes nas etapas I e II: liberar laudo como “amostra reagente para HIV”. Solicitar a coleta de uma segunda amostra para a comprovação do resultado da primeira. DETECÇÃO DE ANTÍGENOS DO HIV Testes de biologia molecular: • Infecção pelo HIV diagnosticada por meio da detecção do: antígeno viral p24; DNA viral por PCR; RNA do HIV. • Não substituem a sorologia como método diagnóstico. • Indicados em situações específicas: o Avaliação de pacientes com resultados de sorologias contraditórios ou indeterminados. o Pacientes com agamaglobulinemia. o Infecção retroviral aguda. o Infecção neonatal. ▪ Anticorpos anti-HIV em crianças com menos de 18 meses de idade não caracteriza infecção. ▪ Podendo ser atribuída à transferência de anticorpos maternos pela placenta. ▪ Realização de teste molecular (antígeno) para o diagnóstico da infecção pelo HIV. o Período de janela imunológica após a exposição ao vírus. OUTROS TESTES Teste rápido Anti-HIV: • Reagente: resultado deve ser confirmado pela sorologia padrão. • Não reagente: não necessita realizar teste adicional. Repetir em 30 dias se persistir suspeita de infecção. Thais Alves Fagundes EXAMES PARA A AVALIAÇÃO E O ACOMPANHAMENTO Contagem de linfócitos CD4+: Contagem de linfócitos CD4+: • Estadiamento e prognóstico da doença. Aids: inferior a 200 células/mm³, mesmo em pacientes assintomáticos. • Decisões quanto ao início do tratamento antirretroviral (TARV). • Monitoração do tratamento. • Definir instituição ou suspensão de profilaxias para infecções oportunistas. Avaliação do percentual de células CD4+: correspondência entre esse percentual e o valor absoluto de CD4+. Frequência de realização da contagem de linfócitos CD4+: 3-6 meses Quantificação do RNA do HIV plasmático (carga viral do HIV): Carga viral: concentração do HIV no plasma (linfócitos infectados), expresso em número de cópias/mL. • Avaliar o prognóstico da infecção: o Infecção aguda: > 500.000 cópias/mL (intensa multiplicação viral). o Latência: queda da carga viral, que se mantém relativamente estável ao longo do tempo. • Monitorar resposta ao tratamento: efeito máximo da TARV atingido após 4 a 6 meses de tratamento. • Avaliar o risco de transmissão vertical e definir o tipo de parto (cesariana eletiva se a CV > 1.000 cópias/mL). • Utilizado antes da soroconversão (janela imunológia), enquanto a sorologia está negativa ou inconclusiva. Frequência de realização da carga viral: 4 a 6 meses. EXAMES INESPECÍFICOS PARA A AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO Hemograma: realizados na avaliação inicial. Repetido em 3-6 meses. Anemia, leucopenia e plaquetopenia. Bioquímica do sangue: TGO, FA, gama-GT, bilirrubina, ureia, creatinina, glicemia, TG, CT e frações, desidrogenase lática (identificar doenças com envolvimento multissistêmico e efeitos de medicamentos potencialmente tóxicos). Sorologias: sífilis (VDRL anualmente), toxoplasmose (identificar suscetíveis que devem receber profilaxia primária), hepatite A (identifica os suscetíveis, que devem ser vacinados), hepatite B (identifica os portadores crônicos e suscetíveis, que devem ser vacinados, Anti-HBs confirma imunidade após vacinação), hepatite C (identifica os portadores) → realizar todos na avaliação inicial do paciente.Radiografia de tórax: realizada na avaliação inicial para detecção de tuberculose assintomática. PPD: realizada na avaliação inicial, avalia quimioprofilaxia para tuberculose. Repetido anualmente, se for negativo. Quimioprofilaxia para tuberculose, se reator. Exame de urina: realizado na avaliação inicial, para detectar alterações renais. Repetido para monitorar efeitos colaterais de medicamentos utilizados na infecção pelo HIV. Exame parasitológico de fezes: realizado na avaliação inicial, para identificar parasitoses, que devem ser tratadas. Repetido de acordo com as alterações clínicas (ocorrência de diarreia). Exame ginecológico com colpocitologia pelo papanicolaou: realizado na avaliação inicial da paciente. Repetido após 6 meses e, a seguir, anualmente. Thais Alves Fagundes TRATAMENTO TERAPIA ANTIRRETROVIRAL Início da terapia antirretroviral: início da terapia antirretroviral nunca é uma emergência. Não iniciar antes que se complete a avaliação clínica e laboratorial. Exceção relativa a estas considerações é a gravidez. Avaliar a terapia: melhora clínica (caso sintomático), recuperação na contagem de linfócitos CD4+, indetecção da carga viral plasmática, correção de parâmetros hematológicos porventura alterados. DROGAS ANTIRRETROVIRAIS Drogas antirretrovirais distribuem-se por cinco grupos: • Inibidores da transcriptase reversa: impede transcrição do RNA viral presente no citoplasma para DNA celular. o Análogos de nucleosídeos (INTR): ▪ Inibição competitiva do sítio enzimático de ligação aos nucleosídeos. ▪ Principalmente da transcriptase reversa. o Não análogos de nucleosídeos (INNTR): ▪ Ligam-se de modo reversível à transcriptase reversa. ▪ Em local diferente ao de ligação do nucleosídio, alterando a conformação espacial. • Inibidores da protease (IP): inibe a atividade da protease evitando a formação de novo vírus. • Inibidores da fusão (IF): impede a fusão da membrana viral com a membrana celular, evitando que o vírus entre na célula do hospedeiro. • Inibidores da transferência de cadeira pela integrasse (ICNIn): impede que o DNA viral seja incorporado ao núcleo da célula e integrado ao genoma do hospedeiro. Terapia inicial: combinações de três drogas. • Esquema preferencial: dois INTR + INNTR → inibidores da transcriptase reversa o Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Efavirenz (EFV) • Esquema alternativo: dois INTR + Inibidor da integrase o Dolutegravir (DTG) Thais Alves Fagundes PROFILAXIA Quimioprofilaxia para o HIV: • Profilaxia pós-exposição iniciada o mais rápido possível, de 2 horas após exposição até no máximo 72 horas. • Duração: 28 dias. • Esquemas preferenciais: 2 fármacos (esquema básico) ou 3 fármacos (esquema expandido). o Esquema básico preferencial e alternativo: ▪ Zidovudina (AZT) 300 mg + lamivudina (3TC) 150 mg, de 12/12 h. ▪ Tenofovir (TDF) 300 mg + lamivudina (3TC) 150 mg, de 12/12 h. o Esquema expandido: alto risco de transmissão do HIV e possibilidade de vírus resistentes. ▪ Zidovudina (AZT) + lamivudina (3TC) + Lopinavir/r (400 mg + 100 mg), de 12/12 h. Prevenção da transmissão materno-infantil do HIV: Conduta diante da gestante HIV-positivo: teste sorológico oferecido a todas as gestantes, no início da gestação. • Avaliação clínica e laboratorial, com quantificação de linfócitos CD4+ e da carga viral. • Início da terapia antirretroviral para todas as gestantes infectadas pelo HIV. • TARV objetiva menor carga viral possível, indetectável ou < 1.000 cópias/mL no momento do parto. • Esquema antirretroviral: o Dois inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (ITRN) + ▪ Zidovudina + lamivudia AZT + 3TC o Um inibidor da protease (IP) ou da transcriptase reversa não nucleosídeo (ITRNN). ▪ Lopinavir (LPVr) ou nevirapina (NVP - potencial teratogênico do efavirenz) Gestante em trabalho de parto: toda grávida infectada pelo HIV deve receber AZT desde o início do trabalho de parto até o nascimento do bebê e o clampeamento do cordão umbilical, de preferência por via intravenosa. Gestante que não foi testada durante a gravidez ou que não recebeu antirretroviral profilático: teste rápido. Se positivo, considerar infectada e receber AZT venoso, infecção deve ser confirmada pelos métodos habituais. Decisão quanto ao tipo de parto: • Definição da via de parto baseada na carga viral materna na 34ª semana de gestação: o Carga viral > 1.000 cópias/mL ou com carga viral desconhecida: ▪ Cesariana eletiva, agendada para a 38ª semana de gestação. o Carga viral = ou < 1.000 cópias/mL: ▪ Permitido o parto normal, desde que se sigam as orientações quanto ao manejo do parto. ▪ Cordão umbilical deve ser clampeado imediatamente. ▪ Bebê imediatamente lavado com água e sabão para remoção das secreções maternas. ▪ Orofaringe do bebê deve ser aspirada para retirada das secreções maternas Criança exposta: • Infectado: dois resultados de carga viral detectáveis, ou sorologia reagente após os 18 meses de vida. • Não infectado: dois resultados de carga viral indetectáveis, ou sorologia não reagente aos 18 meses de vida. • Indeterminado: resultados laboratoriais não conclusivos. NOTIFICAÇÃO • Infecção pelo HIV está incluída na lista nacional de doenças de notificação compulsória. • Obrigatória aos médicos e outros profissionais de saúde que atuam na assistência ao paciente.
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