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HIV/AIDS: Prevenção, Virologia e Formas Clínicas

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HIV – AIDS 
 
É uma doença causada por um retrovírus que 
possui subpopulações: HIV tipo I (subtipo mais 
comum) e HIV tipo II (mais comum no 
continente africano). Para o subtipo I a evolução 
de HIV para AIDS (na ausência de tratamento) 
demora de 5 a 8 anos. 
PEP 
É uma medida de prevenção de urgência à 
infecção pelo HIV que consiste no uso de 
medicamentos para reduzir o risco de adquirir essa 
infecção. Trata-se de uma urgência médica que 
deve ser iniciada o mais rápido possível – 
preferencialmente nas primeiras duas horas 
após a exposição e no máximo em até 72 horas. 
A PEP tem duração de 28 dias e a pessoa deve ser 
acompanhada pela equipe de saúde. No brasil, a 
coformulação é: 
 Tenovir/lamivudina (1 cp) + atazanavir 
(300mg) + ritonavir (100mg) 
Observação: A PrEP é um novo método de 
prevenção à infecção pelo HIV, consiste na 
tomada diária de um comprimido que impede que 
o vírus causador da aids infecte o organismo, 
antes de a pessoa ter contato com o vírus. Tem 
efeito após 7 dias de uso para relação anal e 20 
dias de uso para relação vaginal. 
 Podem usar: gays, pessoas trans e 
trabalhadores do sexo 
 Coformulação: tenofovir + entricitabina 
(1cp/dia) 
Virologia 
 
A partícula do HIV-1possui três enzimas virais: 
protease, transcriptase reversa e integrase. A 
enzima transcriptase reversa é responsável pela 
transcrição do RNA genômico viral em uma fita 
dupla de DNA, cuja função é criar uma cópia de 
DNA fita dupla e degradar a fita molde de RNA 
viral. Já a enzima integrase é responsável pela 
integração do cDNA no genoma da célula 
hospedeira. 
No ciclo replicativo, a entrada do vírus na célula 
hospedeira requer a presença de receptores de 
membrana. O HIV infecta células que tenham o 
marcador CD4, principalmente linfócitos T 
auxiliares, mas também macrófagos teciduais e 
células da micróglia do sistema nervoso central. 
 
O ciclo do HIV pode ser dividida em 2 fases: 
 Fase precoce: Começa com o 
reconhecimento da célula alvo pelo vírus 
madura e envolve todos os processos que 
conduzem à integração do cDNA 
genômico no cromossoma da célula 
hospedeira. 
- Nessa fase, as partículas virais ligam-se 
especificamente na célula CD4 através da 
proteína de superfície gp120, essa ligação 
permite que a gp120 se ligue a 
correceptores (CCR5 ou CXCR4). 
- Após a ligação da gp120 na célula CD4, 
a glicoproteína gp41 é incorporada na 
membrana celular, resultando na fusão 
do revestimento viral e da membrana da 
célula alvo, produzindo um poro, através 
do qual o núcleo viral penetra no 
citoplasma da célula. 
- Após a fusão, a transcrição reversa se 
inicia resultando no cDNA que é 
incorporado no genoma da célula 
hospedeira formando o DNA proviral. 
 Fase tardia: A fase tardia começa com a 
expressão do genoma proviral, envolvendo 
todos os processos que incluem a formação 
e maturação de novas partículas virais. 
- O processamento das proteínas virais 
com as proteases virais ocorre, seguido 
pela montagem do novo virion, que é 
liberado através da membrana da célula 
hospedeira por brotamento. 
 
 
 
Alterações Imunológicas 
Lembra-se que o CD4 é uma estrutura presente nos 
linfócitos T predominantemente e a partir da interação 
da gp120 com o CD4 acontece a mudança na 
configuração, acontece a interação com o coreceptor 
CCR5 ou CXCR4. 
 Destruição dos linfócitos T CD4: pois eles 
tão sendo palco da multiplicação virológica, 
então elas são destruídas tanto por ação 
virológica direta quanto por meio da apoptose. 
 Redução da fagocitose dos macrófagos: 
então consequentemente vai haver uma menor 
destruição dos parasitas intracelulares. 
 NK vai perder a citotoxidade + diminuição 
quantitativa 
 Proliferação de linfócitos B (em resposta da 
diminuição dos CD4) e ativação policlonal. 
 
Observação: Materiais biológicos que não 
representam risco de transmissão: fezes, urina e saliva 
(apenas são um risco se houver presença de sangue). 
 
Formas clínicas 
 
1. Síndrome retroviral aguda (se encerra no 
período de quatro semanas) 
2. Infecção crônica assintomática ou 
linfadenopatia crônica 
3. Síndrome pré-aids 
4. AIDS (infecções oportunistas que 
comprometem a vida do paciente) 
 
 
SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA 
 
Características 
o Primeiras semanas de infecção até o 
surgimento de anticorpos ANTI-HIV 
o Autolimitada (3sem-4sem) 
o Manifestação mais prolongada ou intensa 
(progressão mais rápida) 
o 10%-40% são assintomáticos 
o Surgimento de sintomas de 1-4 semanas 
o Quadros grave: meningoencefalite viral; 
pneumocistose. 
o Sintomas surgem antes do soro conversão 
o Carga viral alta 
o CD4 baixo 
o Anticorpos surgem 2sem-6meses 
 
 
 
Observação: Nesse período da síndrome retroviral 
aguda existe a janela imunológica, ou seja, não existem 
ainda anticorpos suficientes para positivar o teste, e o 
que acaba com essa síndrome retroviral aguda é 
exatamente a formação dos anticorpos. 
Síndrome retroviral aguda x Diagnóstico 
diferencial 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO CRÔNICA ASSINTOMÁTICA 
 
o Latência clínica 
o Replicação viral mantida 
o Destruição de linfócitos CD4 
 
LINDAFENOPATIA GENERALIZADA 
PERSISTENTE 
 
Características 
o Persistente em 50-70% dos pacientes 
o Gânglios com características da fase aguda 
o Associado: febre, emagrecimento, sudorese, 
fadiga. 
o Exames: pancitopenia, inversão CD4/CD8 
o Biópsias: linfadenopatia reacional inespecífica 
o Resposta à TARV (terapia retroviral) 
 
Linfadenopatia generalizada persistente x 
diagnóstico diferencial 
 
 
SÍNDROME PRÉ-AIDS 
Características 
o Sinais de baixa imunidade 
o Doenças menos graves 
o Alterações cutâneas: furunculose de repetição 
o Exacerbação de patologias prévias 
(psoríase/dermatite seborreica) 
o Candidíase vulvovaginal de repetição 
o Candidíase oral: marcador de progressão de 
imunodepressão grave 
 
Risco de progressão da doença 
 
 Síndrome retroviral aguda > 2 semanas 
 Infecção transfusional 
 Pessoas > 60 anos de idade 
 Fatores genéticos e desnutrição 
 Co-infecção HBV e HCV 
 Infecção CMV (citomegalovírus) ou herpes 
 
Diferença HIV x AIDS 
 
Ter HIV: Infecção pelo vírus 
AIDS: Ter a síndrome da imunodeficiência 
adquirida 
 
Dois testes + para anticorpos HIV 
+ 
CD4 < 350 cél/milímetros cúbicos 
ou 
Doença definidora de AIDS 
 
Diagnóstico 
 
 Detecção de anticorpos e antígenos do HIV 
 Exames sorológicos 
 ETAPA I: testes imunoenzimáticos (elisa-
ensaio de imunoabsorbância ligado a enzima): 
SEM E ESP 98% 
 ETAPA II: confirmatório (TM ou WESTERN 
BLOT). 
 
 
Casos de infecção recente são mais bem 
utilizados com a utilização de um teste de quarta 
geração como teste inicial e um teste molecular 
como teste complementar. 
Pessoas na fase crônica são identificadas com 
sucesso por meio de qualquer combinação de 
testes iniciais, seguidos por um teste 
complementar (WB, IB, IBR ou TM). 
 
Teste rápido 
Existem vários formatos de TR, e os mais 
frequentemente utilizados são: dispositivos de 
imunocromatografia de fluxo lateral, 
imunocromatografia de duplo percurso e 
imunoconentração. 
 
o Gestante 
o Parturientes 
o Abortamento espontâneo 
o Acidente com material biológico 
o PSF/consultório de rua 
o Violência sexual 
o Diagnostico de tuberculose 
o Pronto-atendimento 
 
Teste da saliva 
Detecta IgG na saliva 
 
 
 
 
Western-Blot 
Detecção de anticorpos contra antígenos do HIV 
Positivo: presença de ao menos 2 bandas das 3 
principais 
 
Quando paciente é positivo? Dois testes rápidos de 
fabricantes diferentes. 
Teste confirmatório: WB-IB/Carga viral RNA; PCR 
Quando tratar? Tratar todos os pacientes com 
diagnóstico de HIV, independente da contagem do 
valor de linfócitos T CD4. 
 
SÍNDROME INFLAMATÓRIA DA 
RECONSTITUIÇÃO IMUNE 
 
o Piora clínica e radiológica após inicio de 
TARV(2meses-2anos) 
o Febre, tosse, emagrecimento. 
o Reconhecimento dos antígenos associados à 
infecção 
o Fatores de risco: CD4 < 100 cél/mm cúbico 
o Carga viral elevada 
o USO de IP 
 
Manifestações da infecção aguda 
 
50 a 70% dos indivíduos infectados pelo HIV 
apresentem uma síndrome clínica aguda (febre, 
erupção cutânea, faringite, mialgia) cerca de 3 a 6 
semanas depois da infecção primária. Em geral os 
sintomas persistem por uma a várias semanas e 
regridem gradativamente à medida que a resposta 
imune ao HIV se desenvolve e os níveis de 
viremia plasmática diminuem. 
 
Latência clínica período assintomático 
 
O intervalo médio para os pacientes não tratados é 
de cerca de 10 anos. Durante o período 
assintomático da infecção, a taxa média de 
declínio das células TCD4 é de cerca de 50/ML. 
Observação: Ao verificar um CD4 elevado, 
podemos pensar em doenças até relacionadas a 
pessoas HIV negativas. Já um CD4 baixo, 
podemos pensar em doenças oportunistas. 
 
Manifestações pulmonares 
 
A doença pulmonar é uma das complicações mais 
frequentes da infecção pelo HIV. A manifestação 
mais comum da doença pulmonar é pneumonia. 
As 3 das 10 doenças mais comuns que definem a 
aids são pneumonias bacterianas recidivantes, 
tuberculose e pneumonia causada pelo fungo 
unicelular P. jiroveci. 
 
 
 
Manifestações gastrointestinais
Embora a acloridria seja um problema comum 
entre os pacientes infectados pelo HIV, os outros 
distúrbios gástricos geralmente são raros. Entre as 
doenças neoplásicas que acometem o estômago, 
destacam-se o SK e o linfoma. 
As principais lesões orais em paciente infectados 
pelo HIV são: candidíase oral, herpes simples, 
leucoplasia pilosa e sarcoma de kaposi. 
 
 
 
Manifestações neurológicas 
 
Doença neurológica é a primeira manifestação da 
AIDS em 7 a 20% dos pacientes, podendo ser a doença 
definidora da AIDS. O achado de pleocitose no LCR 
ajuda a diferenciar as síndromes pelo HIV dos 
transtornos pós-infecciosos. 
 
 
Infecções oportunistas 
 
A profilaxia medicamentosa está sempre indicada 
quando os níveis de CD4 estiverem menores que 
200céls./mm³. Vários patógenos podem causar 
infecções oportunistas nos estágios avançados da 
infecção pelo HIV. 
 
Meningites 
Os sinais e sintomas de apresentação podem ser de 
uma síndrome de hipertensão intracraniana 
com cefaleia de forte intensidade, náuseas e 
vômitos, geralmente de início insidioso, e menos 
frequentemente, como uma síndrome meníngea 
com febre, sinais de irritação meníngea e 
fotofobia. O diagnóstico é feito pelo exame de 
LCR. 
O tratamento deve ser feito com anfotericina B 
(0,7mg/kg/dia – EV0 associada a 5fluorocistosina 
(100mg/kg/dia – VO) durante duas semanas, 
seguido por fluconazol (400 mg/dia – VO) 
durante oito semanas. 
Neurotoxoplasmose 
 
Neurotuberculose 
Tuberculose é, no mundo, a mais comum infecção 
oportunista associada ao HIV. O quadro clinico é 
caracterizado por febre, cefaleia, alteração 
progressiva do nível de consciência e 
comprometimento de pares cranianos. O 
diagnóstico é feito pelo líquor. 
Toxoplasmose cerebral 
Os sinais neurológicos podem caracterizar quadro 
de encefalopatia metabólica (mioclonias e 
tremores), encefalopatia subaguda ou de 
meningoencefalite, manifestandose por sinais 
meníngeos, convulsões, sinais focais, ataxia, 
alteração do nível de consciência, confusão mental 
e coma. O diagnóstico específico é dado pela 
presença do parasita no sedimento do LCR, o que 
é bastante raro, ou em material de biópsia. No 
entanto, o diagnóstico é geralmente feito por 
presunção pela clínica, estudo de imagem e 
resposta ao tratamento. 
 
Profilaxia 
 
 Prevenção da exposição: é uma estratégia 
que reduz o risco do aparecimento de 
infecções oportunistas, consistindo no 
desenvolvimento de atitudes e estilo de 
vida capaz de diminuir o contato com 
patógenos oportunistas e agentes de 
coinfecções. 
 Profilaxia primária: visa evitar o 
desenvolvimento de doenças em pessoas 
com exposição prévia estabelecida ou 
provável. 
 Profilaxia secundária: tem como objetivo 
evitar a recidiva de uma infecção 
oportunista que já tenha ocorrido. 
 
Tratamento 
 
A terapia antirretroviral (TARV) combinada, 
também conhecida como terapia antirretroviral 
altamente ativa (HAART), é a base do tratamento 
dos pacientes infectados pelo HIV. 
Atualmente, os fármacos disponíveis para o 
tratamento da infecção pelo HIV como parte de 
um regime combinado são classificados em quatro 
grupos: inibidores da enzima viral transcriptase 
reversa (inibidores nucleosídeos e nucleotídeos 
da transcriptase reversa; inibidores não 
nucleosídeos da transcriptase reversa); inibidores 
da enzima viral protease (inibidores de 
protease); inibidores da enzima viral integrase 
(inibidores de integrase); e fármacos que 
interferem com o acesso do vírus (inibidores de 
fusão; antagonsitas do CCR5). 
A terapia inicial deve sempre incluir combinações 
de três ARV, sendo dois ITRN/ ITRNt 
associados a uma outra classe de 
antirretrovirais (ITRNN, IP/r ou INI). No 
Brasil, para os casos em início de tratamento, o 
esquema inicial preferencial deve ser a associação 
de dois ITRN/ITRNt – lamivudina (3TC) e 
tenofovir (TDF) – associados ao inibidor de 
integrase (INI) – dolutegravir (DTG). Exceção a 
esse esquema deve ser observada para os casos de 
coinfecção TB-HIV, MVHIV com possibilidade 
de engravidar e gestantes. Como regra, o esquema 
inicial preferencial deve seguir o tratamento 
abaixo:

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