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Thais Alves Fagundes MALÁRIA PROTOZOÁRIOS • Malária é causada por um protozoário (Plasmodium). • Protozoários são organismos eucariotos unicelulares desprovidos de parede celular, incolores e móveis. o Núcleo: alguns possuem um único núcleo, outros tem dois ou mais. o Aparelho de Golgi: síntese de carboidratos e condensação da síntese proteica. o REL: síntese de esteroides. o RER: síntese de proteínas. o Mitocôndria: produção de energia. o Cinetoplasto: mitocôndria especializada rica em DNA (diferencia protozoários dos outros eucariotos). o Lisossoma: digestão de partículas. o Microtúbulos: formam o citoesqueleto. o Flagelos, cílios e pseudópodos: locomoção e nutrição. o Axonema: eixo do flagelo. o Citóstoma: ingestão de partículas. HISTÓRICO • Hipócrates / Era pré-Cristã: o Conhecida como Paludismo Maleita ou sezão • Italianos acreditavam que era causada pela inalação de vapores dos pântanos tiberianos: mal aria • Grassi, Bastianelli e Bignami / 1898: o Esclarecem o ciclo biológico do Plasmodium e demonstram a transmissão da malária humana pela picada de fêmeas infectadas de mosquitos do gênero Anopheles sp. AGENTE ETIOLÓGICO • Filo: Apicomplexa • Classe: Sporozoea • Ordem: Eucoccidia • Família: Plasmodiidae • Gênero: Plasmodium • Espécies: mais de 150 espécies (sp) em diferentes hospedeiros vertebrados. o P. falciparum (febre terça maligna – 36 a 48h) o P. vivax (febre terça benigna – 48h) o P. malariae (febre quartã – 72h) o P. ovale (48h) ▪ Sintomas característicos (ciclo com sintomas) da malária a cada X horas. Thais Alves Fagundes VETOR • Filo: Arthropoda • Classe: Insecta • Ordem: Nematocera • Família: Culicidae • Gênero: Anopheles • Espécies: o A. darlingi o A. aquasalis o A. cruzi o A. Bellator CICLO BIOLÓGICO CICLO PRÉ-ERITROCÍTICO Esporozoítos → Esquizontes → Merozoítos: • Esporozoítos inoculados: o São inoculados durante o repasto sanguíneo por fêmeas de Anopheles. o Migram para a corrente sanguínea. o Podem também entrar no sistema linfático. • Esporozoítos no fígado: o Alcançam o fígado e penetram nos hepatócitos. o Dissipam-se para outros hepatócitos, parando em um deles. o Esporozoíto sofre esquizogonia (reprodução assexuada). ▪ Núcleo divide-se sem ocorrer divisão da membrana. o Originando o esquizonte (ou criptozoíta). o Formado por milhares de merozoítos. • Esquizonte libera merozoítos na corrente sanguínea: o Merozoítos liberados na corrente sanguínea. o Liberação ocorre pela formação de vesículas chamadas merossomos que brotam do hepatócito. • Merozoítos invadem hemácias. Esporozoítos → Hipnozoítos: • Desenvolvimento nas células do fígado: O Plasmodium falciparum e P. vivax → 1 semana O Plasmodium malariae → 2 semanas • Plasmodium vivax e Plasmodium ovale: O Capacidade de se tornar hipnozoítos (esporozoítos latentes) nos hepatócitos, podendo haver recidivas Thais Alves Fagundes CICLO ERITROCÍTICO Merozoítos → Trofozoítos → Esquizonte sanguíneo → Merozoítos: • Merozoítos invadem hemácias: o Condições internas dos eritrócitos permite a transformação do merozoíto em trofozoíto. o Merozoítos apresentam: ▪ Formato oval; 1 - 1,5 μm; 2 membranas ▪ Roptrias e micronemas: prot. para penetração • Desenvolvimento intra-eritrocítico do trofozoíto: o Ocorre por esquizogonia (reprodução assexuada). o Originando o esquizonte. o Formado por milhares de merozoítos. o Trofozoítos: ▪ Nutrição dos trofozoítos e esquizontes sanguíneos: • Ocorre pela hemoglobina e outros compostos. • Glicose, metionina, biotina, purinas e pirimidinas fosfato e PABA. ▪ Nutrição ocorre pelo citóstoma. ▪ Digestão ocorre dentro de um vacúolo digestivo. • Formando pigmento malárico, ou hemozoína. • Ruptura dos eritrócitos (SINTOMAS): o Liberação de merozoítos na corrente sanguínea. o Merozoítos invadirão outros eritrócitos. ▪ Sintomas típicos do ataque paroxístico observado na malária. Esquizogonia: • Tipo de reprodução assexuada em que ocorrem várias mitoses. • Origina uma célula com vários núcleos (multinucleada). • Multiplicação das organelas e núcleo ocorre a citocinese, originando merozoítas. Gametócitos → Anopheles: • Merozoítos diferenciam-se em gametócitos: O Estímulo para diferenciação é desconhecido. O Formação dos gametócitos masculino e feminino. • Anopheles suga gametócitos: O Durante o repasto sanguíneo da pessoa contaminada. CICLO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Gametócitos → Esporozoítos: • Gametócitos adquiridos: o Transformam-se em gametas (reprodução sexuada): o Originam o oocineto e, posteriormente, ao ovócito. o Formam esporozoítos que serão inoculados no repasto sanguíneo. • Esporozoítos: o Forma infectante do Plasmodium – introduzida no repasto sanguíneo. ▪ Liberados pelo corpo do inseto. ▪ Através da hemolinfa até atingir as glândulas salivares. ▪ Atingem o canal central da glândula e entram no ducto salivar. Thais Alves Fagundes Mosquito vetor: Anopheles • Hospedeiro invertebrado e definitivo • Mosquitos fêmeas fazem o repasto sanguíneo e inoculam esporozoítos. • Outras formas de transmissão (menos frequentes): o Acidentes de laboratório o Compartilhamento de seringas contaminadas o Transmissão sanguínea o Infecção congênita: rara PATOGENIA Manifestações clínicas e patologia da malária: • Ciclo pré-eritrocítico: o Passagem do parasita pelo fígado não é patogênica e não determina sintomas. • Ciclo eritrocítico: o Destruição dos eritrócitos causam sintomas. o Febre: liberação de pirogênio endógeno pelos monócitos e macrófagos, ativados por produtos do parasito. Quadro clínico: • Período de incubação varia conforme espécie de Plasmodium. • Fase sintomática inicial precede a febre clássica: mal estar, cefaleia, cansaço, mialgia. • Ataque paroxístico agudo ou acesso malárico: o Ruptura das hemácias o Duração de 15 minutos a 1h: calafrios e sudorese, seguido por febre, que pode atingir 41 °C. o Após 2 a 6h: diminuição febre e ocorre sudorese e fraqueza. o Algumas horas após: melhora dos sintomas o Sintomas se repetem, após terminar o ciclo eritrocítico novamente (horas dependem da espécie). Thais Alves Fagundes EPIDEMIOLOGIA • OMS: o Malária é endêmica em 102 países. o 2 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco. • Brasil: 349.896 casos da doença foram em 2002. o 99,8% dos casos na Amazônia Legal: ▪ Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. ▪ 77% forma causados por Plasmodium vivax ▪ 23% Plasmodium falciparum. DIAGNÓSTICO Quantificar a intensidade do parasitismo: • Esfregaço delgado (distendido): o Fixação por álcool metílico e corado pelo Giemsa o Distribuição da gota de sangue ao longo de toda a extensão da lâmina. • Esfregaço espesso (gota espessa): o Corada pela técnica de Walker (azul de metileno e Giemsa) o Distribuição da gota de sangue em um espaço circunscrito no centro da lâmica. • Quantifica parasitismo: o 100 campos microscópicos – 0,25 μL sangue o + = 1-10 parasitos por 100 campos de gota espessa o ++ = 11-100 parasitos por 100 campos de gota espessa o +++ = 1-10 por campo de gota espessa o ++++ = mais de 10 parasitos por campo de gota espessa Punção digital para coleta de sangue – gota espessa: • Segurar o dedo a ser puncionado entre o polegar e o indicador da mão do operador e puncionar. • Remover a primeira gota. • Comprimir o dedo suavemente para obter outra gota de sangue. • Aproximar a lâmina e colocar a gota, cuidando para que não haja contato da pele com a lâmina. • Espalhar o sangue com a outra lâmina: com o canto e os primeiros 5mm da borda maior espalhar o sangue formando um retângulo de tamanho aproximadamente 1,2 cm2 Thais Alves Fagundes Punção digital para coleta de sangue – esfregaço delgado: • Segurar o dedo a ser puncionado entreo polegar e o indicador da mão do operador e puncionar. • Remover a primeira gota. • Comprimir o dedo suavemente para obter outra gota de sangue. • Aproximar a lâmina e colocar a gota, cuidando para que não haja contato da pele com a lâmina. • Espalhar o sangue com a outra lâmina: com a borda estreita da lâmina, formar um ângulo de 50°, espalhar o sangue com movimento rápido para formar uma camada delgada. Gota espessa X esfregaço delgado: • Gota espessa: alta sensibilidade • Esfregaço sanguíneo: alta especificidade MORFOLOGIA Plasmodium falciparum: • Trofozoíto: o Formato de anel com estrutura de cor mais escura em uma extremidade. o Eritrócito não altera de tamanho, comparado com o eritrócito não infectado. • Gametócito: o Formato de banana. Thais Alves Fagundes Plasmodium vivax: • Trofozoíto: o Formato de anel com estrutura de cor mais escura em uma extremidade. o Eritrócito adquire tamanho maior, comparado com o eritrócito não infectado. • Gametócito: o Formato de arredondado com aspecto granular. Plasmodium malarie: • Trofozoíto: o Formato de anel com estrutura de cor mais escura em uma extremidade. o Eritrócito adquire tamanho menor, comparado com o eritrócito não infectado. MICROSCOPIA Microscopia direta: Thais Alves Fagundes Trofozoíto: • Forma de pequeno anel ou as vezes aberto. • Formando vírgulas, regulares, ligadas a uma, duas ou até três pequenas massas de cromatina. • Ausência de pigmento malárico. Esquizonte: • Ocupa quase que todo o eritrócito. • Redondo e de tamanho variado. • Apresenta duas ou mais massas de cromatina e massa única de pigmento malárico. • Comumente, não é visto em amostra de sangue periférico. • Pode aparecer em infecções graves por esta espécie, assim como em pacientes esplenectomizados. • Cada esquizonte pode apresentar de 8 a 40 merozoítos (cromatinas), usualmente de 16 a 24, assimetricamente arranjados. Gametócitos: • P. falciparum apresenta forma de banana, entretanto pode ficar arredondado quando a secagem da lâmina for demorada. • Aparecem por volta da segunda semana de parasitemia assexuada e podem permanecer no sangue periférico de 5 a 7 semanas. Thais Alves Fagundes Granulações de Schuffner: • Grânulos cor de rosa nas hemácias parasitadas com P. vivax e P. ovale quando corados pelos corantes Romanowski, segundo os métodos de Giemsa, Walker/Giemsa, Wright, Maygrunwald/Giemsa e Romanowiski modificado.
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