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Paulo e João estão casados há mais de 05 anos e resolveram que era o momento de terem um filho. Eles procuraram uma clínica de fertilização para viabilizarem o seu desejo. Após a coleta dos gametas, eles esbarraram em dois problemas: eles não sabiam qual dos dois seria o doador do sêmen e quem seria o útero solidário, uma vez que ninguém na família se ofereceu para assim o fazer. Responda as questões abaixo: a) Quais as alternativas que o casal tem em relação a quem irá gestar a criança, pautados nos princípios éticos da legislação brasileira? b) Após resolver essa questão, discorra sobre quais os testes pré-implantação deverão ser feitos para garantir a viabilidade do embrião. a) Paulo e João podem optar pela FIV (fertilização in vitro), que é quando um embrião manipulado por um casal é inserido no útero de outra mulher. Esse procedimento é autorizado pela legislação em caso de relação homoafetiva masculina, e possui algumas condições para sua realização. Essa gestação em doadora de útero de substituição só é permitida quando a doadora pertence à família da doadora genética até 4° grau de parentesco e também não pode haver ganho financeiro por parte da doadora. Como no caso de Paulo e João, ninguém da família se ofereceu, o caso terá que ser analisado pelo Conselho Federal de Medicina que decidirá o que será feito para resolver o problema de quem fará a gestação de substituição. A futura doadora já deve possuir um filho pelo menos. b) Para identificar determinadas mutações genéticas no embrião é necessário realizar um diagnóstico genético pré-implantacional, também chamado de PGD. É utilizado quando um ou ambos os pais têm alguma mutação específica que pode desencadear uma patologia hereditária. Podemos citar como exemplo a anemia falciforme, que é uma doença hereditária. Para que a doença ocorra é necessário que a pessoa tenha os dois alelos mutantes da anemia falciforme, caso tenha apenas 1 alelo, a doença não aparece entretanto, essa pessoa pode passar esse alelo para a próxima geração. Então, suponhamos que Paulo será o doador do sêmen, e ele e a doadora do óvulo possuem um traço da anemia falciforme, o produto dessa gestação geraria uma criança com a doença trazendo diversas complicações ao longo da vida. No caso, o diagnóstico genético pré-implantacional identificaria esse problema antes dele acontecer, oferecendo a oportunidade de se pensar em outra estratégia que evite o problema, como o doador do sêmen ser o João (que suponhamos que não tenha traços de anemia falciforme) ou até mesmo a escolha de outra doadora. Outro teste que deve ser feito é o Rastreio genético pré-implantacional, PGS, que identifica embriões com alterações aneuplóides, onde o número de cromossomos é diferente de 46, XX ou XY) antes que ele seja transferido para o útero. Garantindo que apenas embriões euploides sejam implantados aumentando as chances de sucesso. E a tipagem do antígeno leucocitário humano que seleciona HLA-compatíveis com algum irmão já afetado pela doença para assim fazer o tratamento com o transplante de células-tronco.
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