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1 Marcos Santiago – 4º semestre – Módulo XII – Problema 4 Síndrome pré-menstrual e transtorno disfórico pré-menstrual Objetivo 3 – Explicar cerca da TPM e TDPM (etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento). Síndrome pré-menstrual – É um distúrbio que ocorre durante a fase lútea do ciclo menstrual e desaparece após o início da menstruação. • Também chamado de tensão pré-menstrual; • Caracterizado por sintomas físicos, psicológicos e emocional; Transtorno disfórico pré-menstrual – é quando os sintomas são tão intensos, que acabam interferindo nas atividades diárias, produtividade e qualidade de vida. Epidemiologia: • 90% das mulheres apresentam a percepção de sintomas pré-menstruais; • 20 a 40% sofrem de SPM; • 3 a 8% apresentam sintomas intensos – TDPM; • Geralmente as mulheres procuram assistência aos 30 anos, relando sofrer com os sintomas; • Estudos feitos, relataram sintomas de ansiedade e alterações de humor. Quadro clínico: • Sintomas psicológicos – alterações de humor*, ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, hipersonia ou insônia, diminuição da memória, confusão, diminuição da concentração e distração; • Sintomas físicos – distensão abdominal, sensação de fadiga, cefaleia tensional, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento de peso, tonturas, náuseas e palpitações; • Sintomas comportamentais – alteração de hábitos alimentares, aumento de apetite, desejo por alimentos específicos, isolamento das atividades sociais ou profissionais, aumento de consumo de álcool e libido. Etiologia: • É desconhecida, porém há um consenso de que seja secundaria à atividade cíclica ovariana; • A menstruação não é um fator, pois mesmo após a histerectomia continuam os sintomas; • Possui uma interação entre hormônios esteroides ovarianos, peptídeos opioides endógenos, neurotransmissores centrais, prostaglandinas e sistema autônomo periférico e endócrino; Fatores inflamatórios podem estar envolvido na etiologia da SPM: • A fase lútea está relacionada com o aumento da produção de fatores pró-inflamatórios (interleucinas e fator de necrose tumoral alfa), quando comparados a fase folicular. A queda rápida da progesterona é o fator envolvido na etiologia da TDPM: • Os níveis são baixos durante a menstruação e na fase folicular (com isso, são metabolizados no neuroesteroide – alopregnanolona “ALLO”); • Os níveis aumentam durante na fase lútea e retornam a cair rapidamente com a menstruação; O ALLO – é um modulador positivo dos receptores GABA, similar ao álcool e aos benzodiazepínicos, com propriedades sedativas, ansiolíticas e anestésicas. Onde em mulheres com TDPM possuem resistência. 2 Marcos Santiago – 4º semestre – Módulo XII – Problema 4 Diagnostico: Diagnostico da SPM: Avalia os sintomas físicos, emocionais, e comportamentais em relação ao tempo de duração, intensidade e frequência. Com isso, é feito uma anamnese e um exame físico da paciente, podendo também ser pedido exames complementares para descartar outras causas. Possui o critério do colégio americano de ginecologia e obstetrícia (ACOG), em que utiliza como base a presença de um ou mais sintomas físicos ou emocionais durante os 5 dias antes do ciclo menstrual ou durante a fase lútea. Sendo definido em estágios de intensidade: ✓ Estágio leve – quando apresenta até 3 dos sintomas; ✓ Moderado – quando apresenta até 4 sintomas; É necessário, que as mulheres façam controle dos sintomas. Pois, como cada ciclo é diferente do outro, é preciso que os sintomas sejam apresentados em pelo menos 2 ou 3 ciclos consecutivos para definição de portadoras da síndrome. Diagnostico TDPM: Para o diagnóstico é necessário que 5 ou mais sintomas estejam presentes na maioria dos ciclos menstruais durante a última fase lútea, e começam a cessar após o início da fase folicular. Sintomas estes: • Falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos; • Ansiedade • Instabilidade afetiva • Irritabilidade • Diminuição dos interesses pelas atividades habituais • Hipersonia ou insônia • Sensibilidade das mamas • Cefaleia • Dor articular ou muscular • Ganho de peso Para confirmação do diagnostico: • É preciso ter presente pelo menos 1 dos 4 primeiros, associados a outros deles; • Sintomas devem interferem na escola, trabalho, atividades usuais ou relacionamentos; • Confirmar por meio de um diário de sintomas dos ciclos menstruais. Escalas de diagnóstico da SPM: • Registro diário da intensidade dos problemas (DRSP) – aplicabilidade limitada ao dia a dia de atendimento; • Manual Diagnostico e estatístico de transtornos mentais (PSST/DSM 5º) – escala com graus variados de gravidade, sendo mais rápido e fácil aplicabilidade. Resumindo a SPM – o diagnóstico é feito pela presença dos sintomas, em pelo menos 5 dias antes da menstruação e por pelo menos 2 a 3 ciclos consecutivos, variando a intensidade em leve ou moderada. Resumindo a TDPM – o diagnóstico é feito pela presença de pelo menos 5 dos sintomas, sendo 1 dos 4 primeiros. É considerado a forma grave da SPM. Tratamento: Manejo inicial: • Educação e orientação das características da SPM; • Intervenções no estilo de vida e dieta; • Modificação dietética – alimentação equilibrada (proteínas, fibras, carboidratos e baixa ingesta de gordura saturadas); 3 Marcos Santiago – 4º semestre – Módulo XII – Problema 4 • Bebidas como café, chá, e a base de cola podem agravar a irritabilidade, tensão e insônia; • Realização de atividades físicas – exercícios aeróbicos (elevam nível de endorfina e com isso melhora o humor); Terapia complementar: • Vitamina B6 • Suplemento com cálcio; • Terapia cognitivo-comportamental • Acupuntura Tratamento farmacológico: Agentes psicotrópicos – influencia o SNC (moduladores do neurotransmissor serotonina): Antidepressivos serotoninérgicos: • São fármacos de primeira linha, eficazes; • Medicamentos utilizados: ✓ Citalopam ✓ Fluoxetina ✓ Sertralina ✓ Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina – venlafaxina • Podem ser usados de forma contínua (mais efetivo) ou intermitente, a partir do 15º dia do ciclo; • Contínuo (quadro depressivo) e intermitente (sintomas de irritabilidade e labilidade emocional); Benzodiazepínicos: • Sedativos (como alprazolam) possui eficácia, porém tem riscos de dependência; • Indicados em casos de extrema ansiedade; Supressão de ovulação: Anticoncepcionais orais combinados: • Eliminam a ciclicidade ovariana e pode ter eficácia para mulheres com dismenorreia e mastalgia PM • Fazer uso contínuo; • ACO, em: Combinação de etinilestradiol e drospirenona ou levonorgestrel; • Drospirenona pode ser utilizado como primeira escolha; • Pode ter eficácia para sintomas, como – edema, ganho de peso e mastalgia; • Pode ser utilizado para tratamento do TDPM (sintomas emocionais e físicos). Danazol: • É um análogo androgênico, que inibe as gonadotrofinas; • Pode ser utilizado para reduzir sintomas da SPM (mastalgia); • Uso prolongado pode provocar masculinização. Agonista do hormônio liberador de gonadotrofina: • Os sintomas melhoram, porém, necessita de uso prolongado; • Pode provocar risco de osteoporose.
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