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SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL AULA 6 – GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Antigamente conhecida como tensão pré-menstrual. É um conjunto de sinais e sintomas. ♥ É um distúrbio crônico que ocorre na fase lútea do ciclo menstrual e desaparece após o início da menstruação, caracteriza-se por uma combinação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais que interferem de forma negativa nas relações interpessoais da mulher. ♥ É uma patologia endocrinoginecológica de causa incerta e não proveniente de imaginação da mulher. EPIDEMIOLOGIA: → 90% das mulheres apresentam sintomas pré- menstruais; → 20% a 40% das mulheres sofrem de spm; → 3% a 8% apresentam tdpm (transtorno disfórico pré-menstrual); → Acomete 18% das jovens entre 13 a 15 anos; QUADRO CLÍNICO: Sintomas psicológicos: labilidade de humor, ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento de sonolência, diminuição da memória, confusão, concentração diminuída e distração. Sintomas físicos: aumento do volume abdominal, sensação de fadiga, cefaleia tensional, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento de peso, fogachos, tonturas, náuseas e palpitações. Sintomas comportamentais: mudanças nos hábitos alimentares, aumento de apetite, avidez por alimentos específicos, não participação em atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento de consumo de álcool, diminuição ou aumento da libido. ETIOLOGIA: Consequência de uma interação complexa e pouco compreendida entre hormônios esteróides ovarianos, peptídeos opióides endógeno ( ↓ ) , neurotransmissores centrais, prostaglandinas ( ↓ ) , sistemas autonômicos periféricos e endócrinos; A menstruação em si não é fundamental visto que os sintomas se mantém em mulheres histerectomizadas; Não há alteração na dosagem sérica dos hormônios sexuais das mulheres com spm quando comparadas às mulheres normais. Se retirar os ovários, a sintomatologia diminui. DIAGNÓSTICO DE SPM: Presença de 1 ou mais sintomas afetivos ou somáticos durante os 5 dias antes da menstruação em cada 1 de 3 ciclos menstruais prévios; Esses sintomas são aliviados em 4 dias a partir do início da menstruação, sem recorrências até pelo menos o 13º dia do ciclo Sintomas presentes na ausência de qualquer terapia farmacológica, consumo de hormônios ou abuso de drogas ou de álcool; Sintomas ocorrem reprodutivamente durante 2 ciclos de registro prospectivos; Presença de disfunção identificável do desempenho social e econômico; por isso, é um problema de saúde publica por isso tem que interferir. A anamnese deve ser detalhada com enfoque nos ciclos, correlacionar os sintomas com a fase do ciclo menstrual, descrevendo a recorrência e intercorrência nas atividades diárias. DIAGNÓSTICO DE TDPM: É uma síndrome menstrual mais grave, com alterações mais exacerbadas. Pelo menos 5 dos seguintes sintomas presentes na maior parte do tempo durante a fase lútea e que começam a desaparecer após a menstruação; pelo menos 1 sintoma dos 4 iniciais: → Humor deprimido, baixa autoestima, desesperança; → Ansiedade, tensão, nervosismo; → Labilidade emocional extrema; → Raiva, irritabilidade persistente ou aumento dos conflitos interpessoais; → Diminuição do interesse nas atividades habituais; → Dificuldade de concentração; → Letargia, cansaço, falta de energia; → Mudança do apetite; → Hipersonia ou insônia; → Estar “fora do controle”; → Sintomas físicos: edema, mastalgia, cefaléia, mialgia, artralgia, ganho de peso; Sintomas graves a ponto de interferir nas atividades habituais; Diferenciar de depressão, se a paciente parou de tomar remédio. Lembrar que o TDPM está relacionado com a fase lútea do ciclo, assim é possível diferenciar da depressão. Não consiste na exacerbação de sintomas pré existentes; Os critérios são confirmados prospectivamente com registros diários por pelo menos 2 ciclos; TRATAMENTO: Não existe tratamento certo; nenhum tratamento alivia os sintomas por igual. Avaliar a paciente de forma individualizada. Mudanças no estilo de vida: para sintomas mais leves. → Modificações dietéticas (alimentação equilibrada; baixa ingestão de gorduras saturadas; baixa ingestão de sal (diminuição hídrica – inchaço); evitar café, chá mate, terere, chá e à base de cola – estimulantes; evitar o álcool); abacaxi é diurético. → Exercícios aeróbicos (aumentam o nível de endorfinas); Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (isrs) – primeira linha para o tratamento da spm e do tdpm. Quando não são melhorados apenas com mudanças só estilo de vida; mas sempre associar com estilo de vida. Inibição de serotonina: diminui drasticamente a libido. → Citalopram (20-40 mg/dia), fluoxetina (20-60 mg/dia), paroxetina (20-30 mg/dia), sertralina (50- 150 mg/dia); → Uso contínuo ou intermitente a partir do 15º dia do ciclo menstruais (fase lútea) até quando descer a menstruação. Essas medicações podem causar efeitos adversos que faz com que elas abandonem, quando o uso é intermitente é mais tolerável. Inibidor da recaptação de noradrenalina: → Venlafaxina (50-200 mg/dia); - não afeta muito libido → Sedativos como benzodiazepínicos na fase lútea (ex. Alprazolam 0,25 mg 2 vezes ao dia); pra dormir → Agonistas do hormônio liberador de gonadotrofinas (gnrh): aumento do risco de osteoporose; - podem apresentar sintomas da menopausa – climatério. Anticoncepcionais orais combinados: 20 microgramas de etinilestradiol + 3 mg de drospirenona (é derivada da espirolactona – diurético que melhora o edema, mastalgia, inchaço abdominal) no regime 24/4 até 3 ciclos seguidos; Diu mirena: não tem efeito sistêmico. So tem progesterona. So regulariza a menstruação excessiva. Para efeito de SPM, não adianta. Diuréticos (espironolactona 50-100 mg/dia): usado em mulheres com queixas de aumento do volume abdominal e edema periférico pré-menstrual; Anti-inflamatórios não hormonais (aines) – ácido mefenâmico, naproxeno – dismenorréia; Danazol - durante a fase lútea – mastalgia; Terapia complementar – vitamina b12, suplementos de cálcio, castanha da índia, óleo de prímula - ?? não sabe se tem muito efeito.
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