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Avaliação clinicolaboratorial do doente renal

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Conceitos e definições 
➤ Há predominância do sexo feminino nas doenças 
do aparelho geniturinário (2:1), sendo mais prevalente 
entre os 20 e 59 anos de idade; 
Alterações no volume urinário 
➤ Oligúria: volume urinário = ou <400ml/dia, 40ml/h 
ou 0,5ml/kg/h. Acontece em estados hipovolêmicos, 
lesão renal glomerular, tubular ou obstrutiva; 
➤ Poliúria: volume urinário igual ou superior a 
2500ml/dia. Devido a ingestão hídrica excessiva, algum 
soluto em excesso na urina, diabetes mellitus 
descompensado, falta ou redução da produção de 
hormônio antidiurético (ADH); 
➤ Anúria: diurese <50ml/dia. Obstrução bilateral dos 
ureteres ou das artérias renais; 
Alterações na micção 
➤ Disúria: micção acompanhada de dor que, em geral, 
não é localizada pelo paciente sobre a bexiga, mas 
referida no meato uretral. Causado, principalmente, por 
ITU; 
➤ Polaciúria: aumento da frequência miccional, com 
eliminação de pequenos volumes de urina. Ocorre por 
processos inflamatórios e/ou infecciosos da bexiga e 
uretra; 
➤ Urgência miccional: necessidade imperiosa de urinar, 
mesmo que a capacidade da bexiga ainda não tenha se 
completado; 
➤ Nictúria: inversão do ritmo miccional, em que há 
predomínio de diurese no período noturno. Pode 
ocorrer nas fases iniciais da insuficiência renal crônica, 
por HPB, DM, ITU, hepatopatias e ICC; 
➤ Incontinência urinária: perda involuntária de urina. 
Correlaciona-se a incompetência esfincteriana, 
retenção urinária com superdistensão vesical e 
consequente transbordamento; 
➤ Retenção urinária: incapacidade de eliminar urina 
acumulada na bexiga. Ocorre nas afecções 
uretroprostáticas, doenças neurológicas, inflamatórias 
ou infecciosas. O globo vesical pode ser palpável, em 
pacientes magros, pode ser visível. 
➤ Enurese: micção involuntária e inconsciente, não 
devendo ser confundida com a incontinência, que é 
perda e não micção. Pode ser primária, quando 
sempre existiu, ou secundária, quando se instalou após 
um período de controle das micções, característica 
que faz suspeitar de problema emocional. 
➤ Pneumatúria: emissão de gases pelo trato urinário; 
Alterações da característica da urina 
➤ Incolor: hiperidratação, uso de diuréticos; 
➤ Leitosa: piúria maciça, quiluria; 
➤ Vermelha: hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria, 
ingestão de beterraba, drogas (rifampicina, 
fenotiazídico); 
➤ Alaranjada: desidratação, drogas (fenazopiridina, 
sulfassalazina); 
➤ Acastanhada: colúria, porfiria, drogras 
(nitrofurantoína, metronidazol); 
➤ Esverdeada: Azul de metileno 
Alterações inespecíficas da urina 
➤ Dor renal: o parênquima renal é desprovido de 
terminações nervosas, não causando dor quando 
acometido. Todavia, a distensão da cápsula renal 
desencadeia dor, o que pode ser causado por 
obstrução do trato urinário, infarto renal, ruptura de 
cistos renais, necrose tumoral ou pelo edema e 
infiltrado celular que se instala na pielonefrite aguda. É 
diferente da cólica renal, a qual é intermitente, sem 
relação com a movimentação, de maior intensidade e 
irradiação para os flancos, fossas ilíacas, região inguinal, 
testículos ou grandes lábios, relacionada com a 
Avaliação clinicolaboratorial 
do paciente com doença renal 
 
Nefrologia 
 
 
obstrução de um ureter por cálculos urinários ou por 
coágulos; 
Exame Físico 
➤ Fundo de olho: observação dos vasos e da retina 
permite avaliar a repercussão sistêmica e microvascular 
de doenças como a hipertensão arterial e o diabetes. 
Na classificação de Keith-Wegener-Barker, as 
retinopatias hipertensivas foram agrupadas em quatro 
tipos: 
 → Grau I – estreitamento ou esclerose 
arteriolar mínimos; 
 → Grau II – alargamento do reflexo dorsal da 
arteríola. Vasos gradualmente perdem a transparência 
e tornam-se mais visíveis; 
 → Grau III – retinopatia angiopástica, 
caracterizada pelo espasmo arteriolar localizado e 
hemorragias; 
 → Grau IV – grau III + edema de papila (perda 
de nitidez do contorno papilar); 
➤ Exame dos rins: a palpação renal permite verificar 
aumentos anormais do tamanho renal, como nos casos 
de hidronefrose, tumores e doença renal policística. A 
manobra de punho percussão renal é utilizada 
principalmente na hipótese de pielonefrites agudas; 
Urinoanálise 
 
Aspectos físicos da urina 
➤ Densidade urinária: determinada pela concentração 
de solutos na urina, guardando certa relação com a 
osmolidade urinária e sendo utilizada como medida de 
concentração urinária. O valor normal apresenta 
grande intervalo (1003 – 1030), depende do estado de 
hidratação do paciente. 
➤ pH: varia de 4,5 a 8, mas o pH normal está entre 5 
– 6,0 na primeira urina matinal. Urina alcalina (pH > 7), 
sugere infecção urinária ou proliferação de bactérias; 
Exame Químico da Urina 
➤ A presença de glicose ou cetonas na urina é indício 
de descompensação diabética; 
➤ Proteinúria elevada é um marcador importante de 
lesão renal; 
➤ Para evitar coleta de urina 24hs, pode-se utilizar a 
relação de proteína/creatinina em amostra isolada de 
urina; 
➤ Microalbuminúria é um marcador precoce da 
evolução da nefropatia diabética; 
➤ Proteinúrias acima de 150mg/dia representam 
alterações na permeabilidade da membrana basal 
glomerular, e perda de proteínas acima de 3g/dia é 
considerada proteinúria em faixa nefrótica; 
Sedimentoscopia urinária 
➤ Não contribui para avaliação da função renal, 
todavia, pode indicar a presença de lesão renal e, 
muitas vezes, a natureza e extensão das alterações; 
➤ Hematúria: importante se apresentam alteração na 
forma, pois sugerem origem glomerular, uma vez que 
são lesadas durante a passagem na membrana basal 
glomerular. 
➤ Leucocitúria: quando o número de leucócitos é 
muito grande ou apresenta-se na forma de agregados 
associados à bacteriúria, geralmente indica infecção 
urinária. Há a possibilidade de leucócitos serem 
procedentes da vagina ou de glândulas anexas na 
mulher, e da uretra e glândula anexa do homem. 
Geralmente, a leucocitúria de origem glomerular é 
 
 
acompanhada de hematúria, proteinúria, ocorrendo 
ausências de crescimento bacteriano nos meios de 
cultura habituais; 
➤ Cilindros: o cilindro hialino pode ser encontrado em 
pequeno número, no máximo, um por lâmina, nos 
indivíduos normais. Nos casos de proteinúria nefrótica 
ou nefrítica ocorre aumento do número de cilindros 
hialinos. Ou seja, em pequenas quantidades, não há 
repercussão! 
➤ Cristais: o achado de cristais de ácido úrico, fosfato 
ou oxalato de cálcio na urina pode NÃO ter significado 
diagnóstico! A presença maciça desses cristais nos 
túbulos renais, ocasionada pela lise de massas tumorais, 
resulta em obstrução desses segmentos do néfron 
levando à insuficiência renal aguda. Cristais de fosfato 
amoníaco magnesiano (estruvita) podem ser 
encontrados em litíase associada a infecções urinárias 
por bactérias produtoras de urease, como proteus e 
klebsiella 
Filtração glomerular 
➤ O parâmetro mais importante da função renal e da 
progressão da doença renal é o ritmo de filtração 
glomerular (RFG); 
➤ Se trata da mensuração do volume filtrado pelo 
glomérulo; 
➤ Na prática clínica, é descrito como depuração renal 
ou clearance renal; 
➤ A creatinina endógena é a substância utilizada na 
prática clínica para avaliação da função renal; 
➤ A depuração renal como marcador de filtração, C, 
é definido pela seguinte fórmula: 
C = U x V / P 
{sendo P a concentração plasmática do marcador, U a 
concentração urinária e V o fluxo urinário em uma 
unidade de tempo preestabelecida} 
➤ Critérios para ser um marcador de filtração 
glomerular PERFEITO: 
 → Deve ser livremente filtrado pelos 
glomérulos; 
 → Não deve ser secretada ou absorvida pelos 
túbulos renais; 
 → Produção deve ser constante e ter um pico 
de concentração plasmática sem excreção renal 
concomitante; 
 → Não deve haver eliminação ou degradação 
extra renal; 
 → Ensaio bioquímico deve seracessível, de fácil 
realização e de boa acurácia clínica; 
 → Substância não deve sofrer interferência de 
outros compostos. 
 SENDO ASSIM, TEMOS QUE: 
 ✔ Ureia: a elevação da ureia pode sugerir 
disfunção renal, entretanto, esta compõe produtos 
finais do catabolismo proteico, ou seja, se altera. 
 ✔ Creatinina: a concentração plasmática de 
creatinina depende da excreção renal, por isso, pode 
refletir a filtração glomerular. Nos pacientes em 
estágios iniciais de disfunção renal, a creatinina 
plasmática apresenta pouca sensibilidade. Não é um 
marcador IDEAL por causa da secreção tubular em 
estágios avançados de doença renal, mas é um bom 
marcador. 
 ✔ Inulina: é considerada o padrão-ouro dos 
marcadores exógenos da filtração glomerular. É inerte, 
não se liga às proteínas plasmáticas. Inteiramente 
filtrada, não é absorvida ou secretada pelos túbulos 
renais; 
➤ O clearance de Creatinina (ClCr): 
ClCr = Ucr x V / Pcr 
{sendo Ucr a concentração urinária de creatinina em 
mg/dL; Pcr a concentração plasmática de creatinina 
em mg/dL e V o fluxo urinário, ou seja, a razão entre 
o volume de urina e o tempo de coleta em mL/min} 
 → Para realização do ClCr, toda a urina de 24 
horas necessita ser coletada, além de uma amostra de 
sangue ao final da coleta urinária, para dosagem do 
Pcr; 
 → A dosagem de creatinina na amostra pode 
ser comparada à produção endógena diária no homem 
de 20 a 25 mg/kg/dia e na mulher 15 a 20 mg/kg/dia; 
 
 
 → A Cr é secretada pelos túbulos renais e 
filtrada pelos glomérulos, por isso, o ClCr 
consistentemente excede a filtração glomerular; 
 → A cimetidina, o trimetoprim e o probenecid 
inibem a secreção de creatinina pelo túbulo proximal; 
➤ Depuração estimada da creatinina: 
 → Vantagem de poder ser utilizada, sem a 
coleta da urina de 24hs e somente com a dosagem 
plasmática; 
 → A geração de creatinina diminui linearmente 
com o avanço da idade e a redução da massa 
muscular; 
Formula de Cock-croft e Gault > ClCr(estimado) = 
(140-idade) x (peso) / 72 X CrP (mg/dL) 
{idade em anos; peso em kg; creatinina plasmática; 
para o sexo feminino deve-se multiplicar o valor 
encontrado por 0,85; a equação é validade somente 
para pacientes com função estável}

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