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Alterações Circulatórias III – CID e Choque Por: Alessandra Costa Se o sistema fibrinolítico se sobrepõe ao de coagulação = hemorragia Se o sistema de coagulação se sobrepõe ao fibrinolítico = trombose É importante que os dois sistemas atuem de forma equilibrada COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA Distúrbio tromboemorrágico caracterizado pela ativação excessiva da coagulação levando a ativação de trombos e microtrombos na microvasculatura. CAUSAS Complicações de várias condições associadas a ativação sistêmica de trombinas e plaquetas Ativação excessiva e disseminada do mecanismo de coagulação resulta na trombina, que vão dar origem aos microtrombos. Coagulopatia de consumo – microtrombos Associação da ativação do sistema fibrinolítico, que vai degradar a fibrina e pode resultar em hemorragias Formação de microtrombos na circulação levando a uma insuficiência circulatória difusa e disfunção de órgãos (infarto). Infarto – área de necrose e na maioria das vezes de origem isquêmica. O que causa isquemia? Obstrução dos trombos. Mecanismos fibrinolíticos após a formação de microtúbulos ativados e podem sobrepor a formação de coágulos, tendo a fibrinose em alta e como consequência, diátese hemorrágica (hemorragia em vários pontos do organismo). Consequências da Diátese Hemorrágica 1. Trombose difusa na microcirculação 2. Depleção/diminuição dos fatores de coagulação 3. Diminuição/ausência na quantidade de plaquetas Consequências 1. Isquemia (redução do fluxo sanguíneo, necrose (morte celular), falência de órgãos (rim, fígado, pulmão, SNC) 2. Depleção de plaquetas e fatores de coagulação Processo Dinâmico 1ª FASE – ativação do sistema de coagulação exacerbada 2ª FASE – trombina em abundância, que vai gerar formação de microtrombos, causando isquemia 3ª FASE – coagulopatia do consumo, associado a ativação do sistema fibrinolítico. Na hora que acontece a lesão e o sistema de coagulação é ativado, é ativado também o sistema fibrinolítico, mas é como se um corresse a 100km e o outro estivesse a 10km. Isso acontece para que ocorra um equilíbrio, para que quando o plug plaquetário esteja pronto para revestir o local da lesão, o sistema fibrinolítico tire o acesso para que não ocorra impedimento na passagem do fluxo. CAUSAS DA CID Sepsias graves – endotexemias (lesão as células endoteliais e produção de TNF) Lesão tecidual grave e extensa (trauma, queimadura) – liberam pró coagulantes, além disso tem uma redução do fluxo dentro do vaso que pré dispõe a ativação da coagulação Reações complexo antígeno-anticorpo – ativam o sistema complemento, plaquetas e granulócitos Vírus endoteliais: HIC – gostam do endotélio Desidratação Neoplasias malignas (leucemia) Toxinas (venenos de algumas serpentes) MANIFESTAÇÕES CLINICAS DA CID Depende de onde o microtrombo está Obstrução significativa – necrose Consumo dos fatores de coagulação – hemorragia Pulmão – distúrbios respiratórios Rins – insuficiência renal Sistema nervoso – manifestação neurológica A depender da situação, no organismo como todo, pode haver diátese hemorrágica Infarto – pode acontecer em qualquer órgão ou tecido. Ex: infarto cardíaco, infarto coronário, infarto pulmonar... CHOQUE Síndrome da insuficiência vascular periférica aguda. Distúrbio hemodinâmico, agudo, sistêmico e caracterizado pela incapacidade do sistema cardiovascular de manter a pressão arterial (perfusão) em nível suficiente para garantir a homeostase, o que resulta em hipóxia generalizada, alterações no metabolismo celular e essas alterações quando não corrigidas, podem resultar na disfunção de múltiplos órgãos e à morte do animal. No choque ocorre a redução de volume sanguíneo, redução no volume ejetado ou ainda, falha na redistribuição desse sangue. Quando ocorre diminuição do fluxo nos tecidos – lesão celular – falência múltipla de órgãos Pressão Arterial Em condições normais, a quantidade de sangue ejetado na circulação ocupa o compartimento vascular de modo a exercer tensão na parede dos vasos, suficiente para manter a pressão arterial e a perfusão dos tecidos. A manutenção da pressão arterial depende de: 1. bomba cardíaca, que impulsiona o sangue nos vasos; 2. volume de sangue circulante; 3. compartimento vascular A resistência do vaso/fluxo associado ao débito cardíaco vai resultar em frequência cardíaca adequada e distribuição de sangue também adequada. Para manter a pressão arterial: Vasoconstricção – aumentar o fluxo x vasodilatação CHOQUE: CLASSIFICAÇÃO HEMODINÂMICA Desencadeado por hipovolemia, hipotonia vascular, alteração esvaziamento/enchimento do coração – DC 1. redução da volemia (choque hipovolêmico); 2. aumento do compartimento vascular (choque distributivo); 3. falência da bomba cardíaca (choque cardiogênico) ESTÁGIOS E PROGRESSÃO DO CHOQUE 1ª: Não progressivo (adaptativo ou compensado) – identificar e atuar mais tranquilamente 2ª: Progressivo (descompensado*) 3ª: Irreversível Fase não progressiva Ações compensatórias (↓ vol. funcional e ↓ PA) – hipotensão Ativação sistema nervoso simpático Ativação Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Aspectos do choque não progressivo: Taquicardia (↑ FC) Palidez da pele (constrição arteríolas) Oligúria Fase Progressiva Hipotensão e ↓ DC Taquipneia e dispneia (x anóxia, edema) Oligúria (constrição arteríolas e ↓ tx filtração) Acidose (↓ fç renal e pulmonar, glicólise anaeróbica) Fase Irreversível Débito cardíaco muito baixo > enzimas lisossômicas > isquemia renal e pancreática > desequilíbrio eletrolítico, anuria, septicemia > liberação do fator depressor do miocárdio > falência múltipla de órgãos/CID Tipos de Choque 1. Hipovolêmico – volume intravascular diminuído 2. Cardiogênico – capacidade de bombeamento prejudicada 3. Distributivo I. Séptico – focos inflamatórios desencadeando SIRS + febre, hipotermia, pele fria II. Neurogênico – desequilíbrio entre sistema simpático e parassimpático III. Anafilático – reação alérgica exacerbada Choque Hipovolêmico Redução do volume sangue circulante Hemorragia (interna ou externa) Hipovolemia absoluta – perdendo sangue total Hemoconcentração – Hipovolemia relativa – vomito, diarreia, queimadura e desidratação – perda de fração liquido/plasma; relacionada à vasodilatação Choque Cardiogênico Causas: Infartos, miocardites, tamponamentos, hérnias diafragmáticas, efusões pleurais Ex: dilatação cárdica insuficiência, hemopericardio, endocardite Choque Distributivo Caracterizado pela resistência vascular periférica reduzida e acumulo de sangue nos tecidos periféricos; Subdivisão: A. anafilático; B. neurogênico; C. séptico Em todas as situações = VASODILATAÇÃO INTENSA SISTÊMICA (má distribuição) + QUEDA PA e DC = HIPOPERFUSÃO Choque Anafilático Ocorre vasodilatação e recrutamento de mediadores inflamatórios. Ocorre ligação antígeno- anticorpo, mediada por IgE > liberação de subs farmacologias (histamina, ex) > dilatação de vasos na microcirculação > pressão cai e retorno venoso tbm Causas e manifestações: Edema de glote, lábios, língua ou garganta Urticária, pele pálida, fria e úmida Tontura, confusão mental e perda da consciência Pode haver parada cardíaca Choque Neurogênico Desregulação neurogênica que resulta em redução no tônus das artérias e veias > menor resistência vascular periférica > menor retorno venoso ao coração. Ex: trauma encefálico, medo, dor, estresse emocional, anestesia geral profunda Choque Séptico – mais frequente e mais complexo SIRS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica – resposta inflamatória inespecífica e generalizada do organismo a vários tipos de agressão (pancreatite, trauma, infarto agudo do miocárdio...) Sepse = SIRS + Infecção comprovadaChoque Séptico = sepse associada à hipotensão, com infusão volumétrica adequada, acompanhada de hipoperfusão, acidose lática, oligúria e alterações neurológicas abruptas. + comum (distributivos) e + complexo Septicemia ou infecção localizada grave Vasodilatação periférica: Bact ou fungos > liberam med. vasc. e inflamatórios Endotoxina (um complexo de LPS): Gram – (danos ao endotélio) Peptidoglicanos e ác. Lipoteicoicos: Gram + Agentes microbianos liberam endotoxinas LPS, ocorre dano epitelial que vão ativar a fase inflamatória, resultam numa vasodilatação sistêmica (atua como forma de combate) > combate o invasor > atração de moléculas inflamatórias > dano endotelial > aumento perm. Vascular > CID > microtrombos e infartos > fibrinólise > hipotensão + hipoperfusão Manifestações Clinicas Fase hiperdinâmica ou quente: Pele quente e febril – vasodilatação transitória Moderada taquicardia Pressão normal e pulso amplo Fase hipodinâmica ou fria: Com a progressão da resposta inflamatória apresenta um choque profundo como o hipovolêmico Resfriamento das extremidades Ex: Piometra; Septicemias Sinais clínicos de um animal em estado de choque: Temperatura corporal baixa (extremidades: patas e orelhas); Batimentos cardíacos acelerados; Respiração acelerada; Perda de consciência; Palidez de mucosas; Letárgicos (não respondem a estímulos externos); Fraqueza muscular; Queda da pressão sanguínea; Depressão da função renal e da produção de urina MORTE: insuficiência respiratória SNC / Miocárdio / outros órgãos (falência múltipla). Lesões gerais produzidas pelo choque Variadas Resultantes da hipóxia + volemia + hipotensão CORAÇÃO NECROSE E HEMORRAGIA SUBEND. E SUBPERICÁRDICAS PULMÃO EDEMA / PULMÃO DE CHOQUE RIM NECROSE TUBULAR AGUDA ADRENAIS NECROSE DAS CÉLULAS CORTICAIS TGI NECROSES E HEMORRAGIAS EM MUCOSAS FÍGADO NECROSE CENTROLOBULAR E ESTEATOSE CÉREBRO ENCEFALOPATIA E HIPÓXICA
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