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SEC - Historia da Educacao [2022]v2t

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Curso Técnico em 
Secretaria Escolar 
 
História da Educação 
Marcia Justino da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Técnico em 
Secretaria Escolar 
 
História da Educação 
Marcia Justino da Silva 
Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Educação a Distância 
 
Recife 
 
2.ed. | Agosto 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação e Normalização 
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
Diagramação 
Jailson Miranda 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
Renata Marques de Otero 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação Geral 
Maria de Araújo Medeiros Souza 
Maria de Lourdes Cordeiro Marques 
 
Secretaria Executiva de 
Educação Integral e Profissional 
 
Escola Técnica Estadual 
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Gerência de Educação a distância 
 
 
Professor Autor 
Marcia Justino da Silva 
 
Revisão 
Eduardo Augusto de Santana 
 
Coordenação de Curso 
Iracema Cristina Batista da Silva 
 
Coordenação Design Educacional 
Deisiane Gomes Bazante 
 
Design Educacional 
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger 
Helisangela Maria Andrade Ferreira 
Izabela Pereira Cavalcanti 
Jailson Miranda 
Roberto de Freitas Morais Sobrinho 
 
Descrição de imagens 
Sunnye Rose Carlos Gomes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução .................................................................................................................................... 6 
1.Competência 01 | Distinguir o que Caracteriza os Regimes Políticos do Contexto Histórico 
Brasileiro ....................................................................................................................................... 8 
1.1 História do Brasil: da educação indígena a redemocratização .................................................................. 8 
1.2 Brasil Colonial .......................................................................................................................................... 12 
1.2.1 O Ciclo do Ouro no século XVIII ........................................................................................................... 18 
1.3 Brasil Imperial .......................................................................................................................................... 21 
1.4 Brasil República ....................................................................................................................................... 25 
1.4.1 Primeira República ............................................................................................................................... 27 
1.4.2 Era Vargas ............................................................................................................................................. 28 
1.4.3 O Regime Liberal Populista ................................................................................................................... 30 
1.4.4 Ditadura Militar .................................................................................................................................... 34 
1.4.5 Redemocratização ................................................................................................................................ 35 
2.Competência 02 | Reconhecer a importância dos principais fatos históricos do Brasil e suas 
consequências na Educação Brasileira ......................................................................................... 39 
2.1 Período Colonial: a chegada dos Jesuítas ................................................................................................ 40 
2.1.1 Reforma Pombalina .............................................................................................................................. 44 
2.2 Período Imperial ...................................................................................................................................... 45 
2.3 Período Republicano ............................................................................................................................... 49 
2.3.1 Primeira República ............................................................................................................................... 49 
2.3.2 A Era Vargas ......................................................................................................................................... 51 
2.3.3 República Populista .............................................................................................................................. 53 
2.3.4 Regime Militar ...................................................................................................................................... 56 
2.3.5 Redemocratização ................................................................................................................................ 58 
3.Competência 03 | Refletir Sobre as Teorias Educacionais que Orientaram o Processo Educacional 
do Século XX, no Brasil ................................................................................................................ 64 
3.1 Contextualizando as Teorias Pedagógicas ............................................................................................... 64 
3.2 Pedagogia Tradicional Religiosa (1549-1759) .......................................................................................... 68 
3.3 Coexistência de Concepções Pedagógicas Tradicionais Religiosa e Leiga (1759-1932) .......................... 69 
3.3.1 Período Pombalino ............................................................................................................................... 69 
3.3.2 Período Imperial (1808 – 1889) ............................................................................................................ 71 
3.3.3 Período Republicano ............................................................................................................................ 72 
3.3.3.1 Primeira República (1889-1930) ........................................................................................................ 73 
3.4 A Era Vargas (1930-1945): Emergência e predominância da Concepção Pedagógica Renovada ............ 74 
3.4.1 República Nova (1946-1964) ................................................................................................................ 75 
3.5 Ditadura Militar (1964-1985): Emergência e Predominância da Concepção Pedagógica Tecnicista e a 
Produtivista ................................................................................................................................................... 77 
3.5.1 Redemocratização ( 1985 até os dias atuais) ...................................................................................... 79 
4.Competência 04 | Compreender a Consolidação da Educação em Pernambuco ........................ 82 
 
 
 
 
 
 
4.1 Faculdade de Direito de Pernambuco ..................................................................................................... 82 
4.2 Primeiras letras entre "as comunidades inferiores" ............................................................................... 84 
4.3 A Educação na Primeira República .......................................................................................................... 86 
4.4 Estado Novo e a Educação em Pernambuco ........................................................................................... 90 
4.5 A Educação no Governo de Miguel Arraes .............................................................................................. 92 
4.6 Últimos anos do século XX e início do século XXI .................................................................................... 96 
5.Competência 05 | Conhecer a estrutura da Educação Básica em Pernambuco .......................... 99 
5.1 Refletindo sobre a Educação ea Estruturação da Rede de Ensino em Pernambuco .............................. 99 
5.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional .................................................................................... 103 
5.3 A estrutura da Educação Pernambucana .............................................................................................. 106 
Conclusão .................................................................................................................................. 110 
Referências ............................................................................................................................... 111 
Minicurrículo do Professor ........................................................................................................ 116 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Introdução 
Caro Estudante, seja muito bem-vindo (a) o Disciplina História da Educação. 
De acordo com o historiador e geógrafo grego da antiguidade, Heródoto (485 a.C a 425 a.C.), 
para que possamos compreender o presente e idealizar o futuro, temos que conhecer o passado. 
Entender as causas e consequências dos fatos históricos nos proporciona o entendimento dos dias 
atuais. Em educação isto não é diferente. Para que nos apropriemos das concepções, abordagens e 
teorias educacionais, é necessário que conheçamos o contexto em que foram concebidos e como se 
encaixam no contexto educacional e em nossas práticas educacionais. 
Portanto convido, você estudante, para viajar um pouco no tempo e relembrar alguns fatos 
históricos relevantes e como a educação os acompanhou, atendendo as demandas sociais, 
econômicas e políticas. 
Assim, neste e-book iremos, na primeira competência fazer uma síntese sobre a História do 
Brasil, distinguindo as características sociais e políticas, que influenciaram a educação. 
Na segunda competência vamos fazer uma contextualização desses fatos históricos e suas 
consequências educacionais. 
A seguir, na terceira competência refletiremos sobre as teorias educacionais que orientam o 
processo educacional do século XX e XXI no Brasil. 
A quarta competência nos traz, especificamente, a compreensão da trajetória da educação 
pernambucana. Por fim, na quinta competência trataremos especificamente da Educação Básica em 
Pernambuco. 
Você deve estar se perguntando: Por que o(a) secretário(a) escolar precisa entender estes 
aspectos históricos da educação nacional? 
O estudo da história da educação brasileira é importante porque faz-nos refletir sobre as 
diversas concepções e ações educacionais realizadas desde a colonização até os dias atuais, a fim de 
que tenhamos uma visão holística do sistema educacional e o desenvolvimento das instituições 
educacionais ao longo dos tempos. 
 
Uma nova concepção da história e de sua importância nos permite compreender, além das 
datas, fatos e nomes, o desenvolvimento social, econômico e cultural, entre outros tantos elementos. 
Fique certo(a) que estaremos juntos nessa viagem pela história, construindo conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
7 
Então, aperte o cinto e boa viagem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
1.Competência 01 | Distinguir o que Caracteriza os Regimes Políticos do 
Contexto Histórico Brasileiro 
Caro(a) estudante, 
Nesta competência será feita uma síntese de mais de 500 anos de história do Brasil, de uma 
época em que ainda não havia uma nação, no sentido como entendemos hoje, formada. Teremos a 
oportunidade de discutir como se deu a construção social, política e econômica, que influenciaram a 
História da Educação. 
Portanto, a intenção desta obra é discutir e problematizar os períodos que constituem nossa 
história para que você possa, posteriormente, compreender o cenário educacional em cada um deles 
até os dias atuais. 
Espero que aproveite esta retrospectiva. 
Vamos lá! 
 
1.1 História do Brasil: da educação indígena a redemocratização 
 
Figura 1 - Chegada dos Portugueses ao Brasil 
Fonte: https://pt.quizur.com/trivia/chegada-dos-portugueses-ao-brasil-6eID 
Antes de começar escute o Podcast desta competência e fique por dentro do 
que veremos. 
 
 
 
 
 
 
9 
Audiodescrição da figura: Quadro reproduzindo o desembarque dos portugueses no litoral brasileiro, sendo vistos por 
indígenas. 
 
Por muito tempo, fomos ensinados a acreditar, através de livros didáticos acríticos a respeito 
da História do Brasil, que fomos “descobertos” pelos portugueses em 22 de abril de 1500. Não é 
verdade? Contudo, a nova historiografia, sobretudo após o advento da História Sociocultural 
(PESAVENTO, 2014) a esse respeito nos traz outros entendimentos a respeito de nossa história. Essa 
releitura do passado demonstra que não se pode falar em “descobrimento” em um território que já 
estava habitado por centenas de nações indígenas diferentes, onde cada um desses grupos tinha as 
suas próprias práticas religiosas, culturais, língua, costumes e habitavam áreas específicas dentro 
deste território supostamente “descoberto”. Assim, não houve um “descobrimento”, mas a invasão 
e a imposição de uma colonização por parte dos portugueses que se apropriaram das terras e das 
riquezas desses povos nativos. Essa ação, segundo Santana (2021 p. 88-96) foi seguida por uma 
violenta imposição cultural que acarretou na escravização e, pior, no genocídio de centenas de 
milhares de seres humanos– homens, velhos, mulheres e crianças -ao longo das primeiras décadas 
de invasão e usurpação das riquezas dos seus territórios pelos portugueses e outros povos europeus 
como os franceses, ingleses, espanhóis e holandeses. 
Sabe-se que, de acordo com os arqueólogos, antropólogos e historiadores, especialistas em 
Brasil colonial, que antes chegada dos invasores portugueses a este território no passado, já havia em 
nossas terras centenas de povos nativos que, por sua vez, possuíam uma cultura vasta, com idiomas, 
festas, construções, comércio e atividades econômicas. Estes povos foram denominados de 
indígenas, que significa, de acordo com a etimologia, “originário de determinado país; nativo”, sendo 
mais abrangente do que a expressão “índio”. Sendo, portanto, a cultura dos povos nativos uma das 
bases formadoras, que juntamente com a cultura dos povos africanos e europeus, deu origem a 
formação do povo e da cultura brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Segundo Brandão (2007) nas aldeias indígenas a educação se dava através da prática e da 
observação. Estas sociedades eram organizadas, havendo a transmissão dos conhecimentos, cuja 
responsabilidade era de toda a tribo ou, muitas vezes, pelos mais velhos para os mais novos. 
 
A historiografia convencionalmente divide a história do Brasil em três períodos: 
Período Colonial, Período Imperial e Período Republicano. No entanto, sabe-se que antes da efetiva 
colonização do território houve um contato entre os indígenas e os portugueses. Este período é 
denominado Pré-Colonial, quando a intenção dos portugueses não era colonizar o território e, sim, 
explorá-lo. O produto encontrado foi o pau–brasil, madeira cobiçada na Europa, pois se extraía uma 
tinta vermelha para o tíngimento de tecido dando um tom bastante apreciado pela aristocracia 
europeia daquela época. Tendo sido, a primeira atividade econômica empregada no território recém 
invadido pelos portugueses naquela época. Sendo o que se convencionou chamar de primeiro ciclo 
econômico brasileiro e que ficou conhecido como Ciclo do Pau-Brasil. 
 
SAIBA MAIS 
Você conhece palavras de origem indígena que usamos? 
Acesse o site abaixo e saiba mais sobre a origem de algumas 
palavras:https://canaldoensino.com.br/blog/9-palavras-indigenas-que-
constam-no-dicionario-portugues 
Você já havia parado para pensar sobre isso? Já havia refletido que antes dos 
portugueses já havia um modelo educacional praticado pelos povos nativos e 
que dialoga com a sua própria cultura e cosmo visão de mundo? 
Para saber mais sobre esse tema acesse o site: 
https://sites.google.com/site/historiadaeducacaonobr/educacao-indigena-antes-dos-portugueses 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura 02 - Brasil de 1556, onde a Mata Úmida de Pernambuco está representa pela menção ao Cabo de 
Santo Agostinho - Adaptação do autor / revsor. 
Fonte: SANTANA, 2014, p. 47. 
Descrição de imagem: Representação da exploração dos povos nativos através da retirada de madeiras 
nobres, entre elas o pau Brasil, na costa da América portuguesa onde a consta capitania de Pernambuco 
está marcada por um círculo para abastecer as naus portuguesas. 
 
Todo trabalho era executado pelos indígenas, que ludibriados pelos invasores portugueses 
ganhavam em troca quinquilharias, coisas sem valor, além do machado que usavam no corte das 
árvores e depois o usavam como arma. Troca esta que é denominada de escambo.Nesta época o 
Brasil não era muito atrativo, pois a rota comercial e os produtos comercializados que davam lucro 
estavam nas Índias, por isso quando os portugueses chegaram aqui e não encontraram o que tanto 
queriam (ouro, prata e pedras preciosas) sentiram-se um pouco frustrados. 
 
 
VOCÊ SABIA? 
A origem do escambo: De acordo com historiadores e arqueólogos, a prática de 
escambo surgiu na Pré-História, durante o período Neolítico (a cerca de 10 mil 
anos). Foi o surgimento da agricultura e da criação de gado, que favoreceu a 
troca de trabalho por produtos neste período. Para saber mais, 
acesse:https://www.suapesquisa.com/o_que_e/escambo.htm 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
Interessante, não é? Agora veja como aconteceu o início efetivo da colonização do Brasil, com 
a chegada dos Jesuítas. 
Sigamos! 
1.2 Brasil Colonial 
 
SE LIGA! 
Antes de chegada da esquadra de Cabral em 1º de 1500, os portugueses já 
sabiam da existência desse território, inclusive a histografia contemporânea 
defende que outros povos europeus já tinham chegado aqui antes dos 
portugueses. Na verdade o que eles, os portugueses, fizeram em 1500 foi 
tomar posse de um território cuja existência já tinha conhecimento prévio. 
Após tomarem posse e de certa forma garantir a posse oficial seguiram viagem 
para a índia. Dessa forma, é totalmente equivocada a tese de que eles 
chegaram aqui enganados, pensando estar na Índia. Quer saber sobre isso? 
Então acessa o link abaixo: 
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/grande-segredo-
portugues-brasil-descoberto-antes-de-1500.phtml 
VEJA O VÍDEO 
Seria interessante que antes de continuar lendo o e-book, assista o vídeo 
sobre “Os Indígenas – Raízes do Brasil. 
Disponível em:https://youtu.be/cQkA5PDow2s 
 
 
 
 
 
 
13 
Figura 3 - Brasil Colonial 
Fonte:https://escolaeducacao.com.br/brasil-colonia/ 
Audiodescrição da figura:quadro reproduzindo uma propriedade com a casa grande e trabalhadores escravizados 
trabalhando. 
 
Caro(a) estudante, você viu no item anterior que aCoroa Portuguesa, no início, não tinha a 
intenção de colonizar o Brasil. Contudo isso se tornou um problema, pois outros países como a França, 
a Inglaterra e a Holanda, não aceitavam o Tratado de Tordesilhas (1494) que, de acordo com Santana 
(2014, p. 71-72) estabelecida adivisão das terras a serem descobertas se daria apenas entre as coroas 
da Espanha e Portugal. Sendo assim, os portugueses se viram obrigados a efetivar a colonização, haja 
vista que estes países começaram a fazer incursões ao território brasileiro. O período Colonial foi 
muito extenso, compreendendo os anos de 1530 a 1815, onde o Brasil deixar de ser uma colônia e 
galga o status de Reino Unido a Portugal e Algarves. Culminando, após isso na sua “Independência” 
política em 1822. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Figura 4 - As capitanias do Brasil em uma ilustração feita por Luiz Teixeira, c. 1585-1590 -Adaptação do autor/revisor: 
Audiodescrição da figura:As capitanias do Brasil e o litoral da América do Sul entre a foz do Amazonas e a Terra do 
Fogo, incluído no Roteiro de todos os sinaes...que há na costa do Brasil...Luiz de Teixeira, c. 1585-1590. 
. 
 
ATENÇÃO! 
É importante lembrar, que a História do Brasil foi dividida não só em períodos: 
pré-colonial, colonial, imperial e republicano: mas, também, marcada pelos 
ciclos econômicos. Inicialmente, vimos o ciclo do pau–brasil e o próximo é o 
ciclo da cana de açúcar, que tem tudo a ver com a constituição das Capitanias 
Hereditárias. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Esse período deu muito lucro a Portugal, sendo introduzida a escravidão de negros oriundos 
da África no Brasil. Já foi mencionado que no ciclo do pau-brasil, era praticado o escambo, só que 
depois que os índios receberam as armas (a exemplo do machado), não queriam mais fazer o 
trabalho, pois em sua cultura só tiravam da natureza o suficiente para garantir a sua subsistência. 
Desta forma, não havia a ideia de produção de excedentes. Até mesmo por que as atividades de 
subsistência não objetivam o lucro material, tal como o invasor europeu concebia em sua própria 
cultura. Outro fator é que os nativos tinham um conhecimento profundo do território e isso facilitava 
a sua fuga para regiões distantes que ainda não tinham caído sob o domínio dos portugueses. Outro 
elemento importante é que a acelerada baixa no número de nativos acarretada, sobretudo, pelas 
doenças trazidas pelos europeus e as guerras de conquista ceifaram a vida de centenas de milhares 
nativos. Tornando, assim, o acesso a sua mão de obra cada vez mais difícil. (ABREU, 1988). 
Ainda de acordo com Santana (2014, p. 62-67), como os portugueses e, também os espanhóis, 
estavam fazendo fortuna na África através do tráfico negreiro, um comércio extremamente lucrativo 
que contava com o financiamento de bancos, investidores particulares, grandes comerciantes, 
armadores e companhias daquela época, a coroa portuguesa e os grandes mercadores resolveram 
viabilizar a comercialização de africanos na América portuguesa. Foi também uma forma encontrada 
para aumentar o lucro dos grupos que investigam neste infame comércio. Além de encontrar um 
meio de incentivar a produção de açúcar, gênero de luxo naquele período e também conhecido como 
o “ouro branco” e, por fim, garantir um fornecimento contínuo de mão de obra para o 
desenvolvimento das lavouras de cana e aumentar a produção de açúcar (FERLINI, 2002, p. 21-34). 
Viabilizando, assim, a efetiva colonização e exploração do território do meio do fomento da 
escravidão negra. Além da economia na mão de obra, foi estabelecido um rico comércio entre 
Portugal, Brasil e África: o chamado Pacto Colonial. 
SAIBA MAIS 
Você se lembra o que foram as Capitanias Hereditárias? Quer saber mais? 
Acesse: Acesse: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/capitanias-
hereditarias.htm 
 
 
 
 
 
 
16 
Nesse período açucareiro, apesar do crescimento econômico, a colônia ou a América 
portuguesa, pois ainda naquele período não se poderia falar em Brasil, no sentido de país ou nação, 
tal como se concebe no tempo presente, passou por momentos muito conturbados. A União Ibérica 
(1580–1640) foi um momento em que, com o marte do Rei de Portugal sem deixar herdeiros, o rei 
espanhol, Felipe II, que estava na linha de sucessão ao trono português venceu as disputas pelo trono 
e acabou sendo coroado rei de Portugal. E com isso, Portugal e suas colônias no ultramar passaram a 
fazer parte do império espanhol. Um dos maiores império do mundo naquele período. 
 
 
Figura 5 - Mapa Mundi do Território sob domínio de Felipe II 
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/559853797431747417/ 
Audiodescrição da figura: Mapa Mundi, mostrando o território que fazia parte da coroa portuguesa nos séculos XVI e 
XVII tendo o Centro a África. 
 
De acordo com Mello (1987), os holandeses, em sua segunda tentativa de invasão, obtiveram 
sucesso em 1630. Foi um importante acontecimento na história do Brasil, durante o ciclo da cana de 
açúcar. Esta invasão aconteceu no final da União Ibérica. O rei espanhol estava em guerra com a 
Holanda, uma vez que as províncias holandesas eram antigas possessões da coroa espanholae 
estavam lutando por sua independência frente a coroa espanhola. E como realização por esta 
insurreição, o rei da Espanha, ao assumir o trono de Portugal, proibiu o comércio entre Portugal e 
Holanda. Sendo assim a Holanda resolveu invadir as maiores zonas produtoras de açúcar da América 
portuguesa, uma vez que os investidores holandeses haviam investido muito capital no 
financiamento de instalação de fazendas de cana de açúcar, instalação de engenhos de açúcar e no 
 
 
 
 
 
 
17 
fornecimento de escravizados africanos aos produtores. Desta forma, não queriam perder os 
investimentos feitos, segundo o entendimento de Boxer (2004). 
Esta invasão nos trouxe malefícios, mas também alguns benefícios. Os holandeses trouxeram 
desenvolvimento econômico, concederam empréstimos para os senhores de engenho, o que acabou 
agradando a todos, contribuindo, ainda, para a urbanização e revitalização de Recife e Olinda, bem 
como a liberdade de culto, dentre outras providências. Esta expansão aconteceu de 1630 a 1637, 
chegando ao Sergipe e Paraíba. 
 
 
O declínio do ciclo açucareiro ocorreu por diversos fatores, dentre eles: 
 
• Em 1580, Portugal passou para o domínio da Espanha; 
• A Espanha estava em guerra com a Holanda; 
• No início do século XVII, os holandeses controlavam o comércio marítimo dos países 
europeus; 
• Portugal perdeu para a Holanda a melhor parte de sua colônia, que eram as terras já 
cultivadas e prósperas de Pernambuco; 
• A cobrança dos impostos por parte da companhia das Índias Orientais causou um mal-estar 
dentre as pessoas da elite do que hoje chamamos de Nordeste, fazendo com que se 
reunissem para expulsar os holandeses, deflagrando, então, as Batalhas dos Guararapes 
(abril de 1648 e fevereiro de 1649). Lembra-se de Jaboatão dos Guararapes, a cidade? Pois 
bem, foi travada a batalha decisiva lá no Monte com o mesmo nome. 
• O mercado de açúcar, para Portugal, desorganizou-se e a produção começou a cair. 
SAIBA MAIS 
Você sabia que o Maurício de Nassau um conde e militar germânico ficou 
conhecido por ter sido enviado pelos holandeses para administrar a região de 
Pernambuco? Quer saber mais? Acesse: 
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/mauricio-de-
nassau.htm#:~:text=Maur%C3%ADcio%20de%20Nassau%20foi%20um,os%20h
olandeses%20dominaram%20a%20regi%C3%A3o. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Figura 6 - Batalha dos Guararapes 
Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/guerras/batalhas-dos-guararapes-1648-
1649.htm#:~:text=As%20Batalhas%20dos%20Guararapes%20foram,sa%C3%ADda%20dos%20flamengos%20em%20165
4. 
Audiodescrição da figura: quadro representando batalhas entre vários grupos sociais desse período, entre esses: índios, 
negros e portugueses. 
 
Passe, então, para o próximo ciclo econômico: o ouro. 
 
1.2.1 O Ciclo do Ouro no século XVIII 
 
Figura 7 - Ciclo do Ouro 
Fonte: https://sites.google.com/site/ociclodoour/ 
Audiodescrição da figura: quadro reproduzindo o trabalho escravo na mineração de ouro. 
 
Caro, estudante, vale a pena salientar que a economia açucareira não se 
extinguiu com a crise. Simplesmente o açúcar não era mais o produto 
principal. Com a interiorização da colonização, veio a atividade mineradora e o 
desenvolvimento da atividade pecuária. 
 
 
 
 
 
 
19 
Este período é marcado por importantes mudanças em diversas áreas no Brasil, embora ainda 
continuássemos colônia de Portugal. A busca pelo ouro promoveu o surgimento de cidades que se 
localizavam aos arredores das minas, provocando um processo de urbanização. As Entradas e 
Bandeiras tiveram um papel importante para a interiorização e mudanças significativas sociais e 
econômicas. 
As Entradas, como você deve se lembrar das aulas de história, eram expedições oficiais 
organizadas pela coroa portuguesa que saiam do litoral em direção ao interior do Brasil. 
As Bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, principalmente pelos 
paulistas. Elas, inicialmente, partiam de São Paulo e São Vicente principalmente, rumo às regiões 
centro-oeste e sul do Brasil. Eram dadas concessões aos colonos para explorarem as minas, trazendo 
um crescimento demográfico, inclusive com trabalho de pessoas escravizadas. 
 
 
 
 
 
O ouro extraído fortaleceria a o mercado externo de Portugal, mas contribuiria também para 
o fortalecimento do mercado interno. Houve, ainda, o surgimento da elite da sociedade brasileira 
formada pela população nativa formada, sobretudo por homens brancos, católicos e senhores de 
seres humanos reduzidos a condição de escravizados. Aliás, a riqueza na verdade era advinda da 
exploração desses grupos formados por negros e indígenas livres e, sobretudo escravizados. Eram 
eles que faziam todo o trabalho, no entanto, por serem consideradas propriedades de outro, ou 
mesmo pessoas sem valor algum, não tinha acesso riqueza que eles produziam. 
Portanto, a descoberta de grandes quantidades de ouro no Brasil, trouxe esperanças de 
enriquecimento e estabilidade econômica para os portugueses. 
VEJA O VÍDEO 
Para relembrar as Entradas, Bandeiras e Moções, sugiro que assista o vídeo 
disponível em:https://youtu.be/7A1-1WfJt6U 
 
 
 
 
 
 
20 
Veja, querido(a) estudante, tais esperanças dos portugueses de estabilidade econômica se 
deram em grande parte pela descoberta de grandes jazidas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, 
onde foram divididas em lotes auríferos para exploração. 
Este ciclo teve seu auge no século XVIII, gerando um grande fluxo de pessoas e mercadorias 
nas regiões já mencionadas. Houve um desenvolvimento intelectual, através das ideias iluministas 
trazidas pela elite emergente, o fortalecimento econômico com a produção alimentar para 
subsistência e pequenas manufaturas. 
Embora tenha sido um período considerado próspero, o ciclo do ouro foi marcado por um 
abuso da dominação do Brasil, não só por Portugal, mas por alguns países europeus. Portugal cobrava 
altas taxas de imposto e tributos sobre o minério extraído. A desigualdade social se acentuou sobre 
maneira, trazendo grandes insatisfações à população, que geraram conflitos e revoltas. Um dos 
movimentos de revolta separatista, que acabou sendo um verdadeiro fiasco político, foi a 
Inconfidência Mineira (1789- 1792) lideradas por homens brancos, ricos e influentes daquela 
sociedade, mas que não queriam continuar a perder receita para a coroa portuguesa. Essas pessoas, 
não queriam mudanças na estrutura social, ou acabar com a escravidão e colocar fim às 
desigualdades, mas apenas gerir seus próprios negócios e aumentar a sua margem de lucro. 
Outros movimentos de constatação as ordens advindas de Portugal, também aconteceram 
neste período, como: Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mascates, a Revolta de 
Filipe dos Santos e a Conjuração Baiana. E que tem em comum o fato de terem sido encabeçados pela 
elite local que disputavam com os portugueses aqui radicados e a própria coroa portuguesa a divisão 
dos lucros da exploração colonial. Diga-se de passagem, que não foram movimentos que se opunha 
a opressão social imposta aos menos favorecidos daquela sociedade ou que mereçam receber a 
alcunha de revolução, pois não tencionavam derrubar a ordem social estabelecida (ARENZ; 
CHAMBOULEYRON, 2014). 
Após este período, o Brasil permaneceu como simples exportador de produtos primários, 
absorvido em um verdadeiro ciclo vicioso e sem conseguir promover o seu desenvolvimento 
econômico. 
Bem, é neste cenário que a família real portuguesa chega ao Brasil, em 1808. 
É o que você verá a seguir. 
Vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
21 
 
1.3 Brasil Imperial 
 
 
Figura 8 - Chegada da Família Real ao Brasil 
Fonte:https://www.institutoclaro.org.br/educacao/para-ensinar/planos-de-aula/periodo-joanino-a-vinda-da-familia-
real-portuguesa-para-o-brasil/ 
Audiodescrição da figura: pintura mostrando a chegada da família real portuguesa ao Brasil no século XIX e uma 
multidão que a seguia. 
 
Caro (a)estudante, para que você compreenda como e porque a família real portuguesa 
desembarca no Brasil, é preciso que entenda o que estava acontecendo na Europa. Com a virada do 
século XVII para o século XVIII as relações diplomáticas entre Portugal e França ficaram bastante 
tensas, causando um rompimento entre estes países. A partir de 1789, com a Revolução Francesa e 
seus ideais iluministas, de liberdade colocaram em risco a monarquia absolutista não só na França, 
mas em toda Europa. Assim, alianças se formaram para tentar barrar o movimento revolucionário e 
restaurar o status quo. 
A revolução durou dez anos, surgindo um nome, que se tornaria bastante conhecido e 
importante na história, o General Napoleão Bonaparte, que através de um golpe militar, denominado 
Golpe de 18 de Brumário, assumiu o trono da França. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 9 - Revolução Francesa 
Fonte:https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-francesa.htm 
Audiodescrição da figura:pintura de EugéneDelacroix de uma mulher destacando-se na multidão, com a bandeira com 
as cores da França (vermelho, branco e azul) em punho, simbolizando a liberdade guiando o povo. 
 
A ascensão de Bonaparte ao trono francês, não contribuiu para uma boa relação entre França 
e Inglaterra, fortalecendo a aliança dos ingleses e portugueses. Napoleão almejava expandir seu 
território de dominação pela Europa, isto não agradava aos ingleses. 
Os planos ambiciosos de Napoleão Bonaparte ocasionaram uma série de conflitos e guerras, 
contra as alianças das nações europeias. Em 1806, Napoleão adotou o Bloqueio Continental, que 
consistia em uma medida imposta pelos franceses que proibia todas as nações europeias de 
comercializar com os ingleses. 
Com esse decreto, o regente de Portugal, D. João VI, não se sentindo confortável com a 
situação e influenciado pelos ingleses e seus interesses, começou a cogitar a possibilidade de se 
mudar para o Brasil, haja vista que os portugueses tinham boas relações com os ingleses e não 
estavam dispostos a abrir mão disso, até mesmo por que o regente sabia que contraria os interesses 
da coroa Britânica então tão perigoso para Portugal quanto contraria os interesses da França. Os 
portugueses tentaram resistir o quanto puderam as investidas dos franceses, e a pressão inglesa, no 
entanto não tendo mais o que fazer resolveu-se no final de 1807, D. João VI a sua corte e todo o 
governo de Portugal seria transladado para sua principal colonial, ou seja, o Brasil (HERMAN, 2007, 
p. 24-25). 
 
 
 
 
 
 
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A comitiva portuguesa chegou ao Brasil no dia 22 de janeiro de 1808, desembarcando 
em Salvador, ficando alguns dias e partiu para o Rio de Janeiro, sendo o desembarque em 8 de março 
de 1808. 
A instalação da corte no Brasil trouxe muitas consequências, sendo uma delas a imediata 
abertura dos portos do Brasil para a Inglaterra, considerada uma nação “amiga”, pois Portugal, devido 
a invasão francesa, não podia manter a comercialização com a Inglaterra. 
 Você se lembra do surgimento de uma elite nativa no Brasil? Pois bem, esta elite começou a 
pressionar o governo para que fosse feita uma reforma política e econômica, favorecendo-a e dando-
lhe os mesmos privilégios desfrutados pelos grandes comerciantes e nobres portugueses. Portugal 
não queria perder a sua colônia tão produtiva. De acordo com Hernan (2007, p. 25), o Brasil foi 
elevado a Reino Unido de Portugal, em 1815, deixando oficialmente de ser uma colonial. Ascendendo 
aostatus de reino unido a Portugal e Algarves. 
Contudo, isto não diminuiu as tensões. Muitos conflitos e revoltas aconteceram. Em 1820 
Portugal passa por uma revolução e os portugueses exigem a volta da corte, que acontece em 1821. 
Todos estes fatos levaram à Independência do Brasil em 1822, proclamada por D. Pedro I, que foi 
deixado pelo pai – D. João VI- para garantir o reino para Portugal. 
Começa, então, o Primeiro Reinado (1822 – 1831), que foi marcado por grande turbulência 
política. Portugal insistia, pressionando D. Pedro I a retornar. Assim, em 1831 o Imperador do Brasil 
abdica do trono a favor de seu filho D. Pedro II, com apenas 5 anos, e retorna para Portugal. 
Inicia-se o período Regencial (1831-1840), marcado por instabilidade política, sendo uma das 
principais características desse período a descentralização do poder. Faltava uma figura que pudesse 
unir todo o Brasil, favorecendo o Golpe da Maior Idade, quando houve a antecipação da maior idade 
de D. Pedro II, de 18 para 14 anos. 
No Segundo Reinado (1840 – 1889), continuou a instabilidade política, agravada por revoltas 
liberais e participação em Guerras. Contudo, houve um desenvolvimento econômico e estrutural, 
concretizado por D. Pedro II, que teve o maior governo da nossa história. 
Um ano após a assinatura da Lei Áurea (1888), deu-se o fim do Brasil Império, com o exílio de 
D. Pedro II e sua família para Portugal. Por um golpe militar é proclamada a República. 
É importante destacar que em todos esses movimentos, mesmo que contando com o apoio 
conveniente da massa da população, o povo foi alijado dos processos decisórios, pois não interessava 
 
 
 
 
 
 
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aos grupos dominantes que essas pessoas tomassem consciência da força que possuíam. Sendo 
assim, seja no processo que levou a proclamação da Independência em 1822, ao Golpe da maioridade 
em 1840, ou mesmo, ao Golpe de 1889 que instalou a Republica no Brasil, o grosso da população 
composta por negros, índios, mulheres, brancos pobres e a imensa massa de mestiços não tiveram 
os seus anseios políticos, econômicos e sociais levados em consideração (COSTA, 1999). 
Desta forma, o Brasil se caracterizou como um Estado-nação cujas estruturas herdadas do 
período colonial foram mantidas, algumas das quais se mantém até os dias de hoje, para beneficiar 
uma minoria de brancos cuja riqueza fora forjada através do genocídio dos povos nativos, da 
exploração desenfreada das suas riquezas e, sobretudo, graças a escravização de negros e índios cujo 
trabalho forçado construiu a riqueza deste imenso e desigual país. 
É o que você verá a seguir. 
 
Então, a videoaula colaborou para ratificar tudo o que você viu até agora aqui no e-book? 
Aconselho que faça um resumo ou um mapa conceitual, pois são técnicas de estudo que contribuem 
para associação de informações, fatos ou ideias principais do texto original. 
Experimente! Você verá como isto será valioso quando necessitar relembrar. 
Então vamos continuar nossa viagem pela história? 
Continuemos! 
 
VIDEOAULA 
Caro (a) estudante, o(a) convido para dar uma pausa em sua leitura e assistir a 
primeira parte da videoaula dessa competência. Vamos lá! 
1ª PARTE DA VIDEOAULA - COMPETÊNCIA 1 
 
 
 
 
 
 
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1.4 Brasil República 
 
Figura 10 - Bandeira Provisória da República ( 1889) 
Fonte:https://www.hipercultura.com/evolucao-bandeira-do-brasil/ 
Audiodescrição da figura: Bandeira com listras verdes e amarelas e no canto esquerdo superior um quadro com fundo 
azul escuro e as estrelas representado os estados brasileiros. 
 
O Golpe Militar de 15 de novembro 1889, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca 
derrubou a monarquia e obrigou D. Pedro II e sua família voltar para Portugal. Cabe ressaltar que 
Deodoro da Fonseca defendia a monarquia e declarava-se súdito fiel do Imperador. Poucos dias antes 
da Proclamação da República, influenciado pelas ideias de Benjamin Constant e Quintino Bocaiúva, 
mudou de lado. 
 
SAIBA MAIS 
Entenda o que levou à Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. 
Acesse:https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/11/entenda-o-que-levou-
a-proclamacao-da-republica-em-1889.shtml 
 
 
 
 
 
 
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Você percebeu como vários fatores contribuíram para o chamado “Golpe Republicano”? 
Então, havia uma insatisfação por parte dos militares, pois exigiam maior reconhecimento pelo 
Imperador após a vitória na Guerra do Paraguai, o que não aconteceu. A eliteemergente 
(empresários, comerciantes, profissionais liberais, dentre outros) não possuía uma representação 
política expressiva. A condução da abolição da escravatura não agradou grande parte dos envolvidos, 
o que causou um enfraquecimento da corte. Havia, ainda, a influência dos ideais positivistas, que 
valorizava a racionalidade no lugar da tradição. E a monarquia, nessa altura, era considerada o pilar 
da tradição. 
 
Figura 11 - Marechal Deodoro da Fonseca 
Fonte:https://memoria.ebc.com.br/infantil/verde-amarelo/2012/11/quem-foi-marechal-deodoro-da-fonseca 
Audiodescrição da figura: Retrato do Marechal Deodoro da Fonseca, com traje de gala, com várias condecorações. 
 
VOCÊ SABIA? 
Que os dizeres em nossa bandeira “Ordem e Progresso” possuem influência da 
corrente teórica denominada Positivismo? Quer saber mais sobre o 
Positivismo e como influenciou a política brasileira no período da Primeira 
República? Então acesse: 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm#:~:text=Positivism
o%20no%20Brasil%20%2D%20%E2%80%9COrdem%20e,teoria%20formulada%
20por%20Auguste%20Comte 
 
 
 
 
 
 
27 
1.4.1 Primeira República 
A Primeira República ou República Velha, foi o período histórico que é compreendido entre a 
Proclamação da República em 1889 e a Revolução de 1930. Inicialmente ela foi caracterizada pela 
presidência de dois marechais do exército, o que lhe garantiu, também, o nome de República da 
Espada. 
Após esses dois mandatos, a elite rural paulista e mineira, que contou com o apoio das mais 
poderosas oligarquias do País como a de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e a do Pará, passou a 
deter o poder, quando os presidentes da República se alternaram entre São Paulo e Minas Gerais. 
Este movimento ficou conhecido como a Política do Café com Leite. Isto garantia o poder da 
oligarquia agrária, esse período foi chamado, então, de República Oligárquica (VARES, 2012). 
 
Figura 12- Coronelismo e o Voto de Cabresto 
Fonte: https://pt.slideshare.net/PryssonNogueira/poltica-do-caf-com-leite 
Audiodescrição da figura: Acima da imagem escrita a palavra coronelismo. Abaixo, a esquerda imagem de um homem 
trajando casaca, puxando outro homem com a cabeça de burro. Do lado direito os seguintes dizeres: Eram em geral os 
grandes proprietários de terras; exerciam o poder local desde o período colonial; dominavam o eleitor por meio do voto 
de cabresto. 
 
Este período também foi marcado por várias revoltas urbanas e rurais oriundas das mudanças 
sociais e políticas no país. Podemos destacar dentre os conflitos da época a Guerra de Canudos, 
(1896-1897), e a Revolta da Vacina (1904). 
Apesar da turbulência do período o Brasil, mesmo que de forma ainda bastante incipiente, 
iniciou sua industrialização. A paisagem urbana de algumas cidades sofreu modificações, bem como 
se iniciou a formação de uma classe operária. 
 
 
 
 
 
 
28 
Tais mudanças resultaram em novas pressões políticas e sociais, que contando com o apoio 
de algumas dissidências das oligarquias tradicionais e com a ascendente classe média urbana, as quais 
as oligarquias paulistas e mineiras não conseguiriam mais controlar. O ápice desse processo resultou 
na Revolução de 1930, sendo seguido de um período denominado Era Vargas onde de fato se lançou 
as bases para a modernização da econômica, da sociedade e das instituições brasileiras (FILHO, 2013). 
 
1.4.2 Era Vargas 
 
Figura 13 - Getúlio Vargas 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas 
Audiodescrição da figura: Retrato de Getúlio Vargas em 1930. 
 
A Revolução de 1930 conduziu Getúlio Vargas ao poder, permanecendo como presidente até 
1945, retornando de 1951-1954, o que você verá posteriormente. Foi o mandato presidencial mais 
longo da história do Brasil. 
Um dos motivos que levaram a revolução foi quando Washington Luís que era o presidente e 
deveria indicar alguém de Minas Gerais, quebrou o acordo da política do café com leite e indicou um 
paulista, Júlio Prestes. 
Os mineiros insatisfeitos arquitetaram uma forma de chegar ao poder, criando a Aliança 
Liberal, em agosto de 1929. Este acordo foi selado entre os líderes políticos de Minas Gerais e Rio 
Grande do Sul, tendo como objetivo apoiar a candidatura de Getúlio Vargas para presidente, tendo 
como seu vice João Pessoa, para as eleições de 1930, em oposição a Júlio Prestes, candidato do 
presidente em exercício, Washington Luís. 
 
 
 
 
 
 
29 
Assim, mesmo o candidato de Washington Luís ganhando as eleições, não conseguiu assumir, 
porque a aliança estabelecida evidenciava a insatisfação dos paulistas com a tomada do poder 
presidencial. E quem você imagina que tenha sido indicado para ser o novo Presidente da República? 
Acertou se respondeu, o gaúcho,advogado, militar e político Getúlio Vargas, que apoiava a Aliança 
Liberal. O vice de Vargas, como já foi dito, seria João Pessoa, um político influente da Paraíba e de 
uma família tradicional de grandes latifundiários e políticos. O João Pessoal, no entanto, foi 
assassinado, a mando de opositores políticos, no centro do Recife quando estava transitando pelas 
imediações da Sede do Diário de Pernambuco. 
Getúlio, um hábil político usou a morte do João Pessoal para garantir de vez o apoio das elites 
tradicionais do Norte do País. Além disso, fez vários acordos, dentre elescom a igreja católica, 
militares, trabalhadores. Você não pode esquecer que, na intenção de diminuir o poder político da 
elite, Vargas implantou o voto secreto, o sufrágiouniversal, quando a mulher pôde votar. 
Durante o Governo Provisório (1930-1934), Vargas conseguiu contornar os conflitos entre as 
elites nacionais, principalmente com a vitória sobre a oligarquia e burguesia industrial paulista 
durante a Revolução Constitucionalista de 1932. 
Com a promulgação da Constituição em 1934 e a abertura de um processo democrático, foi 
selado um acordo entre os vários setores da classe dominante nacional. Porém, não puderam conter 
a insatisfação dos setores populares. Nesse cenário surge o Partido Comunista Brasileiro tendo como 
objetivo derrubar o governo de Vargas, através do que ficou conhecido como Intentona Comunista 
de 1935, liderada por Luís Carlos Prestes. 
É claro que a tentativa de depô-lo serviu de pretexto para Vargas dar um golpe de Estado em 
1937, dando fim ao período constitucional e inaugurando o Estado Novo. Mesmo contendo as forças 
do integralismo, o Estado Novo marcou mais um período de extremo autoritarismo do Estado 
Brasileiro. 
Uma nova Constituição, conhecida como “A Polaca” foi adotada e o Congresso foi fechado. 
Como forma de conter a insatisfação popular e conseguir aumentar o poder de consumo do mercado 
interno. 
Vargas promulgou uma série de leis que garantia alguns direitos à classe trabalhadora urbana, 
consolidando as Leis Trabalhistas, criou o departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e além de 
proporcionar um nível de renda que impulsionasse o esforço de industrialização. 
 
 
 
 
 
 
30 
Contudo, caro (a) estudante, não podemos esquecer que o mundo passava por um momento 
muito difícil e delicado, a 2ª Guerra Mundial. Getúlio Vargas, embora não tivesse um perfil 
democrata apoiou os EUA, país que representava uma política liberal e democrática. 
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Vargas estava enfraquecido. Nessa ocasião uma 
parte expressiva da elite intelectual brasileira, junto com vários outros segmentos da sociedade, 
passou a pressionar o governo para que houvesse eleições.Diante desse contexto, a alta cúpula do 
exército brasileiro que contava com o apoio de grandes empresários, políticos influentes e do capital 
estrangeiro, leia-se norte americano, desferiu um golpe comandado pelo general Eurico Gaspar Dutra 
e o retirou do poder em 1945. Getúlio só voltou ao poder em 1951, por meio de eleições 
democráticas, mas supostamente cometeu suicídio em 1954, entrando para a história como o maior 
estadista emelhor presidente que o Brasil já teve. 
Agora você verá um período bastante peculiar de nossa história que fica entre dois períodos 
ditatoriais, o Estado Novo (1937–1945) e a Ditadura Militar (1964–1985).Você vai perceber, 
posteriormente, uma mudança radical no sistema educacional a fim de atender às orientações 
mercadológicas. Por isso esse período acabou sendo um divisor de águas para a Educação. 
 Vamos em frente! 
 
1.4.3 O Regime Liberal Populista 
 
Figura 14 - Juscelino Kubitschek 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek 
Audiodescrição da figura: Retrato do Presidente Juscelino Kubitschek. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Caro (a) estudante, antes de termos momentos de uma relativa tranquilidade no cenário 
político brasileiro, passamos por momentos de grande agitação e tensão. Este período, não foi 
diferente, pois havia muita instabilidade política. A Constituição de 1946 garantiu as eleições diretas 
para presidente da República e para os governos dos estados. O Congresso Nacional voltou a 
funcionar, havendo alternância no poder. 
A elite conservadora não estava satisfeita com as mudanças sociais decorrentes da 
urbanização e da industrialização, que projetavam novas forças políticas que pretendiam aprofundar 
o processo de modernização da sociedade e do Estado brasileiro. Pode-se notar, que este período foi 
marcado por várias tentativas de golpe de Estado, levando inclusive ao suicídio de Getúlio Vargas, em 
1954, como já foi mencionado. 
Embora as turbulências e conturbações do período em questão, experimentamos uma 
reestruturação do regime democrático. O povo brasileiro voltou às urnas, houve uma mudança 
significativa na economia do país com o estabelecimento de uma elite industrial em detrimento da 
elite cafeeira do começo do século XX. Na política, além de uma pluralidade partidária e um discurso 
populista forte tendo como características o otimismo, gerando certo movimento de inclusão social. 
Tivemos vários presidentes nesse período, mas serão vistos os mais famosos. Primeiro Vargas 
de 1951–1954, que voltou ao poder com o voto popular. Contudo, para governar, tentou fazer aliança 
com as duas forças políticas da época: o nacionalismo, que defendia a economia brasileira, e os 
liberais que queriam uma maior presença do capital estrangeiro em nossa economia. 
Na contramão dos liberais, Vargas criou duas empresas estatais: uma foi a Petrobrás e a outra, 
a Eletrobrás. João Goulart, seu ministro do trabalho, deu 100% de reajuste salarial. Tais medidas 
ocasionaram uma pressão por parte da elite industrial e militares que viram essas medidas como uma 
aproximação com o comunismo.Vargas recusou–se a renunciar e cometeu suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Figura 15 - Foto do suicídio de Getúlio 
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=l4qKTh8mLnM 
Audiodescrição da figura: Manchete do Jornal O Dia ( RJ) com os dizeres: “ Lamenta o País a morte do presidente 
Vargas”. 
 
O Presidente da República em seguida, foi Juscelino Kubitschek (1955–1960). Seu governo foi 
considerado próspero, tendo em vista que conseguiu acelerar o desenvolvimento industrial. 
Entretanto, por não ter tido força a política para emplacar um projeto contra a concentração de renda 
nas classes sociais historicamente favorecidas, não obteve êxito em resolveu o problema da exclusão 
social tanto na cidade quanto no campo. Desta forma, o êxodo rural e o inchaço dos grandes centros 
urbanos com a consequente multiplicação das favelas e habitações precárias continuou se agravando 
por décadas no Brasil. 
 
 
 
 
ATENÇÃO 
Um dos marcos do governo de JK foi a construção de Brasília. Além desse feito, 
ele também impulsionou a economia através da indústria, sobretudo a 
automobilística. Lançou imediatamente o seu Plano de Meta, que tinha como 
lema: 50 anos em 5. Ao contrário de Vargas, JK se utilizou do capital 
estrangeiro para bater suas metas, seu governo chegou ao fim com a 
inauguração de Brasília em 1960. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
A seguir temos Jânio Quadros como Presidente da República. Seu governo foi meteórico, 
começando e terminando em 1961. Sendo muito polêmico, seu governo foi marcado por grandes 
contradições e autoritarismo, tendo como característica o conservadorismo. 
O auge da crise aconteceu quando Carlos Lacerda, jornalista e político, divulgou em rede 
nacional um suposto plano do presidente para um golpe de Estado. Jânio, então, escreveu uma carta 
ao Senado com sua renúncia, alegando que “forças terríveis” o levaram a isso. 
João Goulart assumiu a presidência em 8 de setembro de 1961, e Tancredo Neves foi indicado 
como primeiro-ministro. Foi a época de polarização mundial, e “Jango”, como era chamado, escolheu 
o lado liderado pela antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Em um plebiscito em 
1963, a população votou contra o parlamentarismo, e Jango ganhou mais poderes. Entretanto, seu 
governo tomou um caminho oposto do desejo da população que sua maioria estava sob forte 
influencia do discurso anticomunista veiculado pelas instituições conservadores e reacionários, que 
financiadas ou simpatizantes com os interesses dos Estados Unidos, não viam com bons olhos os 
rumos sociais que o governo estava tomando. 
A população revoltada e temendo uma guerra civil, organizou, então, uma grande 
manifestação denominada Marcha da Família com Deus para a Liberdade, exigindo a saída do 
presidente. Assim, aconteceu a sua saída da presidência, apoiada pelo Congresso e por toda a opinião 
pública. ”Jango” se refugiou no Sul do país, e os militares assumiram a presidência em 31 de março 
de 1964. Era o fim do regime liberal populista e início do militar. 
Assim, caro estudante, note que as mudanças propostas por alguns desses lideres, como 
Getúlio Vargas, Juscelino e o João Goulart, indicavam que o Brasil caminhava para solução de 
demandas antigas, como a reforma agrária e a reforma universitária, por exemplo. No entanto, como 
sempre foi rotineiro em nossa história, as classes dominantes, sentindo ameaçados seus interesses 
econômicos e políticos, mais uma vez orquestraram um golpe de Estado, com a deposição pelo 
SAIBA MAIS 
Você conhece palavras de origem indígena que usamos? 
Acesse o site abaixo e saiba mais sobre a origem de algumas 
palavras:https://canaldoensino.com.br/blog/9-palavras-indigenas-que-
constam-no-dicionario-portugues 
 
 
 
 
 
 
34 
exército de João Goulart, em 1964, que por sua vez contou com o apoio de setores da Igreja Católica, 
das Igrejas protestantes, de parte expressiva do empresariado, da mídia local, por exemplo, o Jornal 
o Globo e a TV Globo, do capital internacional que tencionava aprofundar a exploração de nossas 
riquezas e todo próprio governo norte americano que financiou política, financeira e militarmente o 
golpe de 1964 (BORGES, 2014). 
 
1.4.4Ditadura Militar 
 
Figura 16 - Golpe Militar de 64 
Fonte:https://blogdoenem.com.br/golpe-militar-de-1964-historia-enem/ 
Audiodescrição da figura: Fotografia de um canhão e alguns militares ao lado. Acima os dizeres: O Golpe Militar de 
1964. 
 
Você, estudante, pode avaliar o quanto foram difíceis os anos que durou o Regime Militar no 
Brasil? Os militares assumiram o poder em meio a uma crise, como você já viu acima. Tal golpe se 
legitimou através do argumento falacioso de que os militares tinham por objetivo evitar a instalação 
de um regime socialista no Brasil. A história, no entanto, nos provou que na verdade o golpe tinha o 
único propósito de evitar a implantação de reformas na sociedade que pudessem vir a colocar em 
riscos os interesses e o status quo das elites tradicionais, bem como evitar que o Brasil saísse do raio 
de influencia dos Estados Unidos. Mantendo assim, o País numa permanente posição de 
subalternidade frente aos interesses do capital internacional. 
Durante a ditadura, período também conhecido como “os anos de chumbo”, a história nos 
relata que foi uma épocamarcada por extrema violência, com a qual eram combatidos os opositores 
do governo. Prisões arbitrárias, torturas, estupros e assassinatos foram realizados pelas forças 
militares e policiais no país. Desde o primeiro momento, direitos políticos foram cassados, 
 
 
 
 
 
 
35 
instaurando ainda uma rígida censura aos diversos meios de comunicação e à expressão literária e 
artística da população (BANDEIRA, 2021. p. 73-97). 
 
Passaram-se 21 anos e foi iniciada a reabertura política, tendo com o último Presidente militar 
João Batista Figueiredo (1979 – 1985). Mesmo de forma indireta um presidente foi eleito, o Tancredo 
Neves, que não chegou a tomar posse, pois ficou doente e acabou morrendo, assumindo em seu lugar 
o seu vice José Sarney um velho que, diga-se de passagem, foi um apoiador do golpe de 1964 e desde 
então se manteve aliado político dos militares durante toda a ditadura militar. 
Vamos ver como se deu o processo de redemocratização no próximo item. 
Sigamos, então! 
 
1.4.5 Redemocratização 
 
Figura 17 - Diretas Já 
Fonte:https://www.politize.com.br/diretas-ja-2016/ 
Audiodescrição da figura: Fotografia da passeata das Diretas Já, com uma faixa, dizendo: Diretas Já! Artistas e 
Intelectuais. 
 
Você já ouviu uma música denominada: Apesar de você? A composição de 
Chico Buarque contra a ditadura militar, pois foi escrita nesse período. Trata-
se de uma crítica indireta ao regime do General Médici. A música foi escrita no 
mesmo ano em que a seleção brasileira de futebol conquistou o 
tricampeonato mundial (1970), sendo censurada e regravada em 1978. Vale a 
pena dar uma olhada! Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=_tsbYtCQsJ0 
 
 
 
 
 
 
36 
Em dezembro de 1979, houve uma grande alteração na legislação partidária e eleitoral e foi 
restabelecido o pluripartidarismo. A antiga Arena se transformou no Partido Democrático Social 
(PDS), e o MDB acrescentou a palavra 'Partido', tornando-se o PMDB. Partidos criados, como o 
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de esquerda, o Partido 
Popular (PP) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de centro-direita. Todavia, alguns partidos, como 
o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), permaneciam proibidos. 
A partir do governo Ernesto Geisel (1974 - 1979), a crise econômica do país e as dificuldades 
do regime militar se agravam muito. Com a alta do petróleo e das taxas de juros internacionais houve 
um desequilíbrio do balanço brasileiro de pagamentos, elevando a inflação. Apesar do alto custo dos 
empréstimos, feitos por financiamentos externos, e do crescimento acelerado da dívida externa, o 
governo continuou com o plano de expansão econômica iniciado nos anos 70, mantendo os 
programas oficiais e os incentivos aos projetos privados. Mesmo assim, o desenvolvimento industrial 
foi afetado e o desemprego aumentava. 
Nesse cenário o apoio da sociedade tornou-se indispensável. Para consegui-lo, presidente 
Geisel anuncia uma "distensão lenta, gradual e segura" do regime autoritário em direção à 
democracia. 
Entre 1980 e 1981, prisões de líderes sindicais da região do ABC paulista, entre eles Luís Inácio 
Lula da Silva presidente do recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT), atentados terroristas na 
sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Centro de Convenções do Rio, no Rio de Janeiro, 
revelam as grandes dificuldades da abertura. 
Ao mesmo tempo, começa a se formar um movimento suprapartidário em favor da aprovação 
da emenda constitucional, proposta pelo deputado federal de Mato Grosso Dante de Oliveira, que 
restabelece a eleição direta para a Presidência da República. A campanha das Diretas se espalhou 
pelo país em grandes comícios e passeatas. 
Em 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé em São Paulo, foi realizado o primeiro comício por 
eleições diretas para presidente. Participaram diversos partidos políticos de oposição, além de 
lideranças sindicais, civis e estudantis. 
O governo militar tentou impedir a repercussão do evento, porém a praça foi lotando, embora 
estivesse um dia chuvoso em São Paulo e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas 
já!". 
 
 
 
 
 
 
37 
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente 
da República pelo Colégio Eleitoral, tendo José Sarney como vice-presidente, como já foi 
mencionado. Tancredo, porém, foi internado em Brasília um dia antes da cerimônia de posse, 
falecendo em 21 de abril de 1985 em São Paulo, capital. Seu vice, José Sarney, assumiu a Presidência 
no dia 15 de março, encerrando, finalmente, 21 anos de ditadura militar no Brasil. Porém a 
redemocratização só se concretizou com a promulgação da Constituição de 1988, a chamada a 
Constituição Cidadã, cuja proclamação coube ao presidente do Congresso Nacional, o grande político 
e constitucionalista Ulisses Guimarães, ainda durante o governo do Presidente eleito indiretamente 
José Sarney (CHAUÍ; NOGUEIRA, 2007). 
 
Figura 18 - Constituição de 1988 
Fonte:http://www.diariodecontagem.com.br/Materia/10576/16/artigo-a-constituicao-de-1988-comunismo-ou-
fascismo-a-brasileira/ 
Audiodescrição da figura: Capa da Constituição de 1988. 
 
Caro (a) Estudante. 
Terminamos nossa Competência 1. E buscamos, como foi dito no começo, resumir ao máximo 
mais de 500 anos de história para que você pudesse ter um panorama de como se deu a construção 
e consolidação das instituições em nosso país. 
Reiteramos a importância dessa “viagem” ao passado para que possamos compreender, 
diante de tantas modificações sociais, política e econômicas, os processos de construção de nosso 
Sistema Educacional, pois ele esta profundamente relacionado com as diversas fases de nossa 
história. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Agora, sim, estamos prontos para que nas próximas competências possamos abordar 
assuntos mais específicos da Educação no Brasil. 
Na próxima competência abordaremos a importância dos principais fatos históricos do 
Brasil e suas consequências na Educação Brasileira. 
Até lá! 
 
Assista, antes de passar para próxima competência a segunda parte da nossa 
videoaula. 
2ª Parte da Videoaula da Competência 1 
 
 
 
 
 
 
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2.Competência 02 | Reconhecer a importância dos principais fatos 
históricos do Brasil e suas consequências na Educação Brasileira 
Caro(a) estudante, 
Seja bem-vindo(a) a nossa segunda competência. 
 
Na competência passada, fizemos um breve relato da História do Brasil, com o objetivo 
de proporcionar uma visão geral do contexto histórico, seus momentos mais marcantes e as 
mudanças sociais, econômicas e políticas até os dias atuais. 
Nesta competência, a partir desta contextualização, iremos analisar cada período, tendo 
como foco o cenário educacional de cada um deles. Segundo Aranha (2006, p24) a educação não está 
isolada dos acontecimentos políticos: 
 
[...] estudar a educação e suas teorias no contexto histórico em que surgiram, para 
observar a concomitância entre suas crises e as do sistema social, não significa, 
porém, que essa sincronia deva ser entendida como simples paralelismo entre fatos 
da educação e fatos políticos e sociais. Na verdade, as questões de educação são 
engendradas nas reações que se estabelecem entre as pessoas nos diversos 
segmentos da comunidade. A educação não é, portanto, um fenômeno neutro, mas 
sofre efeitos do jogo do poder, por estar de fato envolvida na política [...] 
 
 
Portanto, vamos conhecer as situações históricas que influenciaram na construção do 
nosso sistema educacional. É interessante que reflitamos sobre a Educação em cada momento da 
história. Alguns questionamentos, então, podem surgir, como: A Educação sempre foi um direito para 
todos? Quando surgem as políticas educacionais? Será que os cidadãos sempre possuíram direito à 
Educação? Por que até hoje não conseguimos erradicar o analfabetismo em nosso país? 
Espero que estes e outros questionamentos possam serelucidados ao longo de nossos 
estudos. 
Vamos em frente! 
Antes de começar escute o Podcast desta competência e fique por dentro do 
que veremos. 
 
 
 
 
 
 
40 
2.1 PeríodoColonial: a chegada dos Jesuítas 
 
Figura 19 - Jesuítas e crianças indígenas 
Fonte:https://br.pinterest.com/pin/602075043904651262/ 
Audiodescrição da figura: Imagem de jesuítas ensinando crianças indígenas, sentados em bancos. Ao fundo uma casa 
com telhado se sapê. 
 
Bem, você se lembra que vimos na competência anterior que este período foi o mais longo de 
nossa história (1500-1822). Foram mais de três séculos de muitas mudanças políticas, econômicas e 
sociais. Você precisa compreender como os fatos se interligam e interferem direta ou indiretamente 
na concepção de Educação de cada época e como estes desdobramentos aconteceram até chegarmos 
aos dias atuais. 
Lembra-se que por muito tempo a proposta dos portugueses era apenas de exploração e não 
de colonização do Brasil? Pois é, quando foram praticamente obrigados a se posicionar, haja vista 
que outros países europeus estavam interessados em nossas terras, os portugueses iniciaram o 
movimento de colonização, mas continuando com a concepção de explorar ao máximo as riquezas 
naturais que este país oferecia. 
Somente em 1549, foram enviados padres que pertenciam a uma ordem que pregava a 
obediência total à igreja e a Coroa Portuguesa, denominada Companhia de Jesus. Aqueles religiosos, 
chegaram juntos com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa e eram liderados pelo 
Padre Manuel da Nóbrega. O objetivo dos jesuítas era “converter os selvagens”, impondo sua cultura, 
religião e valores ao povo nativo. Buscando com isso, desconstruir a cultura dos povos nativos por 
meio da demonização de sua cultural, dos seus deuses e da sua religiosidade. Favorecendo o processo 
de dominação e exploração da mão de obra daquelas pessoas. Para que conseguissem seu objetivo 
 
 
 
 
 
 
41 
precisavam, antes de tudo, ensinar o português para que pudessem catequizar. Para 
isto, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um 
regime que combinava trabalho e religiosidade “cristã”. 
Toda esta imposição irá se refletir significativamente em nossa realidade educacional, cultural 
e social. Não é à toa que um país continental como o nosso fale o mesmo idioma, não é verdade? 
Muitos autores admitem que os jesuítas foram os precursores de uma educação sistemática 
no Brasil. Quando eles chegaram encontraram muitas dificuldades no convívio com os nativos. A 
alfabetização foi à saída para melhorar esta situação difícil. 
O Padre José de Anchieta se desponta entre os educadores jesuítas, pois fundou diversos 
colégios e era um defensor dos nativos e contra a escravidão imposta aos nativos pelos colonizadores. 
A igreja, inclusive, conseguia convencer os índios a trabalharem de graça em suas tarefas, os colonos 
costumavam usar a força e isso gerou uma batalha no sistema. No entanto, é os Jesuítas também 
tinha hábito alugar a mão de obra dos nativos aos colonos em troca de pagamento. Assim como, 
empregavam o trabalho “voluntário” desses nativos nas mais diversas atividades laborais como na 
lavoura, na criação de animais, na construção de templos, na marcenaria entre outros. Tornavam-se 
verdadeiros servos desses missionários ganhando em troca a “proteção” e a aprendizagem de algum 
ofício que pudessem ser úteis aos próprios religiosos. 
Segundo Souza (2007, p. 34). 
 
A ordem, então, era domesticar, catequizar e “civilizar” os índios. Um dos primeiros 
instrumentos considerados como eficazes para a obtenção desse objetivo, foi o 
projeto de catequese, discutido e elaborado pela Santa Sé durante o Concílio de 
Trento e adotado pela Companhia de Jesus e executado dentro do projeto colonial 
dos lusitanos. Assim, as relações que foram estabelecidas entre europeus e indígenas 
– quer no âmbito político ou religioso – foram baseadas nas relações de dominação 
– sujeição. 
 
 
 
Quer saber mais detalhes sobre a Educação Jesuítica? Assista esse vídeo com o 
resumo sobre o período, acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=PVC4OM5m1zw 
 
 
 
 
 
 
42 
Ao instituírem as escolas, os jesuítas aplicaram o método conhecido como RatioStudiorum, 
que era uma espécie de coletânea de ações e materiais para o exercício da educação, que iam desde 
a organização escolar até a prática cotidiana, tudo muito fundamentado pela fé católica. 
Para que o método de ensino funcionasse, os jesuítas criaram uma organização rígida que era 
replicada em todas as escolas controladas por eles. Contudo, tiveram que fazer algumas adaptações 
para implementá-la no Brasil. 
 
O RatioStudiorum possuía etapas definidas: 
• Letras: estudos de gramática e retórica, além do estudo de história e poesia, que 
era chamado de “humanidades”; 
• Filosofia e Ciências: estudos de lógica, matemática, ética, moral, metafísica, física 
e ciências naturais; 
• Teologia e Ciências Sagradas: formação específica para sacerdotes; 
• Viagem à Europa. 
 
O Plano educacional elaborado pelo Padre Manuel da Nóbrega atendia às várias classes 
sociais, tendo suas especificidades conforme a classe. Consistia em: 
• Aprendizado da Língua Portuguesa; 
• Doutrinação Cristã; 
• Escola de Ler e Escrever; 
• Canto Orfeônico, Música instrumental; 
• Aprendizado Profissional e Agrícola ou Gramática Latina; 
• Viagem à Europa. 
 
Mestres como Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e Antônio Vieira foram 
obrigados pelas circunstâncias a fazer concessões e a ceder em vários 
momentos de suas obras, além de defenderem perante seus superiores as 
vantagens que tais concessões poderiam trazer. Sabiam que deveriam ceder 
diante da ortodoxia. 
(BORTOLOTI et al, 2003, p.8) 
 
 
 
 
 
 
43 
Você, caro(a) estudante, percebeu que o plano de Manuel da Nóbrega é bem mais abrangente? 
E que existe uma diferenciação apenas no aprendizado profissionalizante, pois estaria relacionado ao 
trabalho manual? 
Já a Gramática Latina, por sua vez, direcionava-se ao trabalho intelectual, terminando seus 
estudos na Europa. 
 
 
Neste contexto, não se pode deixar de mencionar que não havia escolaridade formal para 
as meninas. Estas aprendiam boas maneiras e atividades domésticas em casa. 
Os jesuítas foram responsáveis pela educação no Brasil por mais de 200 anos. Contudo 
em 1759, acusados de comércio ilegal e de conspiração contra a Coroa, foram expulsos do Brasil. 
Assim começa a “Era Pombalina”. 
É o que veremos a seguir. 
Preparado (a)? Então, vamos! 
 
SAIBA MAIS 
Se você se Interessa em aprofundar um pouco o conhecimento sobre o 
Método RatioStudiorum, leia o artigo intitulado “Algumas Considerações 
sobre o RatioStudiorum e a Organização da Educação nos Colégios Jesuíticos”, 
disponível em: http://www.uel.br/grupo-
estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/
Comunicacao_Oral/Trabalhos_Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_Montagn
oli_e_Celio_Costa.pdf 
 
 
 
 
 
 
44 
2.1.1 Reforma Pombalina 
 
Figura 20 - Marquês de Pombal 
Fonte:https://www.sohistoria.com.br/biografias/pombal/ 
Audiodescrição da figura: Retrato do Marquês de Pombal, com vestimenta escura, no peito a Cruz de Malta. 
 
Em 1759 os jesuítas são expulsos do Brasil pelo “superministro português” Sebastião José de 
Carvalho, o Marquês de Pombal, que foi responsável por várias reformas e modernização da 
sociedade colonial, inclusive no campo da educação, pois a colônia continuava vivendo dentro dos 
moldes econômicos medievais. 
De acordo com Carvalho (1978) o fato de que esse processo, denominado de “antijesuitismo”, 
representava uma atitude presente em muitos países europeus, não sendo exclusividade de Portugal. 
Os jesuítas representavam um obstáculo às tentativas de implantação da nova filosofia iluminista que 
se difundia rapidamente pela a Europa. Além do mais, eles acumularam muitos bens materiais nacolonial e isso atiçava a cobiça da coroa portuguesa que, buscando se reerguer financeiramente, 
resolveu confiscar os bens dessa ordem religiosa (SANTOS, 2008). 
Pombal estabeleceu um novo modelo e estrutura educacional que se diferenciava do 
RatioStudiorum, conhecido como “Aulas Régias”. Essas aulas eram isoladas e pretendiam continuar 
com os estudos presentes nos seminários, mas não alcançaram bons resultados. Um dos problemas 
consistia na formação dos professores. 
Em 1760 foram realizados os primeiros concursos para professores em Recife e no Rio de 
Janeiro. Entretanto mediante as dificuldades de efetivar as reformas, além da escassez de recursos, 
a primeira nomeação ocorreu apenas em 1765. 
 
 
 
 
 
 
45 
Em 1772 aconteceu a implementação do Ensino Público Oficial no Brasil, através do 
financiamento vindo de um novo imposto, chamado “subsídio literário”, que era cobrado nos 
principais produtos da época. Aos poucos, portanto, vai saindo de cena aquela ideia de vida medieval. 
Cabe ressaltar que a Reforma Pombalina, no que se refere à Educação, foi melhor em Portugal 
do que no Brasil.Tentou-se fazer uma mudança radical do sistema estabelecido pelos jesuítas por 
mais de 200 anos. Vários colégios jesuítas foram fechados, dificultando o acesso à educação formal 
na colônia em um contexto em que já eram raríssimas as instituições de ensino. E que mesmo quando 
havia, o acesso estava circunscrito apenas a certas castas sociais. Ou seja, a maior parte da população 
continuava sem acesso ao ensino. 
Prezado estudante, a partir do período que virá a seguir o Brasil viverá momentos de muita 
tensão e de mudanças políticas, econômicas e sociais, o que influenciarão a construção do sistema e 
das políticas educacionais. 
Vamos verificar! 
 
2.2 Período Imperial 
 
Figura 21 - Chegada da Família Real ao Brasil 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/a-vinda-da-familia-real-para-o-brasil/ 
Audiodescrição da figura: Retrato da chegada da Família Real ao Brasil. D. João VI ao centro, cercado de muitas 
pessoas. Ao fundo, no mar embarcações que os trouxeram. 
 
Na competência anterior você viu como aconteceu o início desse período, com a chegada da 
Família Real no Brasil em 1808 e todas as causas que levaram D. João VI tomar esta atitude. Pode-se, 
 
 
 
 
 
 
46 
então, verificar que este período foi pautado por grande turbulência e mudanças em todas as áreas. 
A Educação sofreu, também, mudanças bastante significativas. Primeiro porque passamos de uma 
política educacional exportada para políticas educacionais internas, voltadas para o desenvolvimento 
local, apoiadas pela elite emergente que defendia a liberdade econômica e política que favorecessem 
aos moradores da Colônia. 
Em 1824 a Educação é contemplada pela Constituição outorgada por D. Pedro I, que 
estabelece as bases da organização político-institucional do país recém independente. No que tange 
a Educação Primária, a referida Constituição estabelece sua gratuidade e o rompimento com o 
modelo jesuítico educacional. 
Mesmo sendo insuficiente, neste período imperial houve certo investimento nessa área, 
como: implantação de cursos de Engenharia da Academia Real da Marinha (1808) e da Academia Real 
Militar (1810), o Curso de Cirurgia da Bahia (1808), de Cirurgia e Anatomia de Rio de Janeiro (1808), 
de Medicina (1809), também no Rio de Janeiro, de Economia (1808), de Agricultura (1812), de 
Química (química industrial, geologia e mineralogia), em 1817, e o Curso de Desenho Técnico (1818) 
e da Faculdade de Direito de Olinda, instalada nas dependências do Mosteiro de São Bento em 1827, 
por meio de decreto do Imperador D. Pedro I. Portanto, os oriundos das classes sociais mais 
abastardas não iriam mais ter que sair do país para alcançar o Ensino Superior (ROMANELI, 2021). 
Você reparou que houve um investimento significativo neste nível de ensino em detrimento do 
ensino básico? 
Três anos após a Constituição, uma lei determinou as diretrizes para o Ensino Elementar. Essa 
lei é o resultado do projeto de Januário de Cunha Barbosa (1826), como podemos verificar em Ribeiro 
(2011, p.30) “[...] em que estavam presentes as ideias da Educação como dever do Estado, da 
distribuição racional por todo território nacional das escolas dos diferentes graus e da necessidade 
graduada do processo educativo[...]”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 22 – Ginásio Pernambucano fundado em 1825. 
Fonte: http://www.ipatrimonio.org/recife-ginasio-pernambucano/#!/map=38329&loc=-8.057902999999985,-
34.87932399999999,17 
Descrição de imagem: Fachada do Ginásio Pernambucano, localizado na Rua da Aurora no centro da cidade do Recife –
PE, é a mais antiga escola em funcionamento da América Látina. 
 
Em 1834, através de um Ato adicional à Constituição, fica estabelecido que a Educação ficaria 
sob responsabilidade das Províncias, causando um obstáculo, infelizmente ainda visto em nossos dias. 
 
Em 1840, aos 15 anos de idade, Dom Pedro II assume o trono. O novo imperador demonstra 
ser um entusiasta da Educação e das tecnologias, tido como um dos notáveis intelectuais da nossa 
história. Entretanto, a Educação ainda não passaria por bons momentos. 
VOCÊ SABIA? 
E que tal conhecer um pouco de uma dos mais gloriosos e importantes 
instituições do Brassil!? Fundado em 1º de set de 1825 e com quase 200 anos 
de existência, o Ginásio Pernambucano é o mais antigo colégio ainda em 
funcionamento na América Latina. 
Quer saber mais? Então Clica nos links abaixo e se inteira um pouco mais a 
respeito de sua história. 
Acesse: http://www.ipatrimonio.org/recife-ginasio-
pernambucano/#!/map=38329&loc=-8.057902999999985,-
34.87932399999999,17 
 
 
 
 
 
 
 
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Com a ingerência do governo, verifica-se um avanço das instituições privadas, oferecendo 
vagas para aqueles que podiam pagar, iniciando a rede particular de ensino que temos instalada até 
hoje. 
Em 1845, os jesuítas voltam ao Brasil para se estabelecerem em uma rede de escolas 
particulares, o que ocorre também com outras ordens religiosas. Algumas destas escolas resistem até 
os dias atuais. 
Em 1859 o Imperador promove uma reforma no “ensino primário”, que passa a ser dividido 
em elementar e superior, tendo as seguintes características: 
 
• Elementar: instrução religiosa e moral, leitura e escrita, gramática, aritmética e 
pesos e medidas. 
• Superior: as mesmas disciplinas eram aprofundadas, passando de cinco para dez 
. 
 Em 1879 há a tentativa de aprovação pelo Legislativo da Reforma Leôncio de Carvalho, que 
vislumbrava mudanças importantes na Educação, como: liberdade de ensino; o exercício do magistério e 
a liberdade de frequência, dentre outras. Contudo, a referida lei não foi aprovada. 
Veremos adiante um novo e importante período para Educação Nacional, trata-se do Período 
Republicano, que perdura até hoje. 
 
Agora, sim, após assistir a videoaula, continue seus estudos. 
Continuamos juntos nessa viagem histórica! 
 
VIDEOAULA 
Antes de prosseguir em sua jornada de conhecimento, convido, você, a assistir 
a primeira parte da videoaula dessa competência. 
videoaula – parte 1 – Competência 2 
 
 
 
 
 
 
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2.3 Período Republicano 
 
Figura 23 - Proclamação da República 
Fonte:http://www.rnnrenascenca.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=317 
Audiodescrição da figura: Ao centro mapa do Brasil, coberto com a bandeira nacional. Lado esquerdo dos dizeres “ 15 
de novembro Proclamação da República”. Do lado direito a figura do Marechal Deodoro da Fonseca. 
 
A Proclamação da República trouxe grandes mudanças estruturais, como já vimos na 
competência passada. Na área educacional, principalmente na Educação Pública, reestruturando o 
sistema educacional brasileiro. Vamos analisar, então, como se deram na Primeira República, na Era 
Vargas, na Ditadura Militar e na Redemocratização. 
Vamos verificar, então! 
 
2.3.1 Primeira República 
 
Figura 24 - Foto do grupo escolar

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