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Abordagem clínica do câncer de colo uterino ● Epidemiologia: - É o 4º câncer mais comum em mulheres no mundo - 85% dos casos ocorre em países em desenvolvimento > Provavelmente por ser um câncer evitável, que consegue ser prevenido → se perde essa prevenção tem uma maior prevalência - No Brasil: > 3º tumor mais frequente na população feminina, perdendo em prevalência apenas para o CA de mama e colorretal. > 3ª causa de morte de mulheres por câncer ● Anatomia do colo uterino: - Colo uterino é a porção fibromuscular inferior do útero, mede 3-4 cm de comprimento. - Varia de tamanho e forma dependendo da idade, paridade e estado menstrual da paciente. - Quando passa o espéculo, no fundo da vagina se observa o colo do útero (orifício externo) - O orifício puntiforme geralmente é observado em mulheres que nunca tiveram parto vaginal - O colo tem 2 tipos de tecido que fazem parte dele: > A ectocérvice é a porção mais facilmente visível do colo uterino; (externo) ● Está para fora da vagina ● Precisa ser um epitélio resistente devido ao pH ácido da vagina → Epitélio escamoso estratificado, consistindo de várias camadas de células > A endocérvice é revestida por epitélio colunar avermelhado com uma única camada de células > A transição é a JEC (junção escamo colunar) - JEC: > A Junção escamo colunar apresenta-se como uma linha bem definida com um degrau, devido à diferença de altura dos epitélios escamoso e colunar. > A localização da JEC com relação ao orifício cervical externo é variável durante a vida da mulher e depende de fatores como idade, ACO, gestação, menopausa. > A JEC visível até o início do período reprodutivo é denominada de JEC original, formada durante a embriogênese. (imagem 1) > Na infância e perimenarca, a junção escamocolunar original está localizada no, ou muito próxima, ao orifício cervical externo (imagem 2) > Estrogênio: o colo uterino aumenta e canal endocervical se alonga → Eversão do epitélio colunar da parte inferior do canal endocervical próximo à ectocervix: Ectopia (imagem 3) ● Na menopausa faz uma inversão - ECTOPIA: > Presença de epitélio colunar endocervical evertido na ectocérvix > Apresenta-se como uma grande área avermelhada na ectocérvix ao redor do orifício cervical externo - METAPLASIA ESCAMOSA: > A substituição fisiológica do epitélio colunar evertido por um epitélio escamoso recém-formado. (que é o da ectocérvix) ● OBS: Se muda o tecido consequentemente vai ter uma nova JEC, entre o tecido escamoso e o resto do colunar ● Então fez a eversão, fez a ectopia, e o tecido da endocérvix saiu, e começou a se transformar em tecido estratificado → Gerando 2 JECs > OBS: Metaplasia é um processo irreversível!! (PROVA!) > O meio vaginal é ácido durante os anos reprodutivos e gravidez. → Acredita-se que a acidez desempenha uma função na metaplasia escamosa - ZONA DE TRANSFORMAÇÃO (ZT): > A região do colo onde o epitélio colunar está sendo substituído pelo novo epitélio escamoso metaplásico. > Corresponde à área do colo uterino unida pela junção escamocolunar original e a nova JEC > Nas mulheres na pré-menopausa, a zona de transformação está totalmente localizada na ectocérvix > ZT é a área entre a JEC antiga e nova > ZT é o local mais comum de neoplasia LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI ● Abordagem clínica do CA de Colo Uterino: - FATOR DE RISCO: > Principal fator de risco: HPV! ● HPV: - OBS: verruga quer dizer HPV, porém não está relacionado ao colo de útero - É feito um rastreio universal devido a alta prevalência na população sexualmente ativa - A infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano) de alto risco persistente está associada ao câncer de colo uterino, por resposta imune do hospedeiro inadequada e interferência no ciclo celular - Incidência de 80% até 50 anos. > Maioria no início da vida sexual → Por isso vacina as meninas com 9/10 anos → Pois quer vacinar antes da 1ª relação sexual → Para ajudar na prevenção mais eficaz - Transmissão: Contato sexual (não apenas o coito!) - Infecção comum e transitória > Risco geral estimado para a exposição : 15% a 25% a cada nova parceria sexual → por isso o comportamento sexual ajuda a ter maior e menor risco - Maior incidência entre jovens: 90% eliminam vírus em média de 2 anos - Predileção por células imaturas em divisão celular → Por isso acontece em zona de transformação, pois é onde está se modificando → Ex: camada basal, reparativas, JEC - Quem tem relação sexual, trata como se tivesse entrado em contado com HPV → Por isso colhe citologia de todo mundo - OBS: Em mulheres com relação com outras mulheres, tem que saber se houve penetração de outras formas, e se rompeu o hímem → Se sim tem que colher citologia - O HPV é um vírus oncogênico > Acelera a velocidade das mitoses celulares > Possui proteínas que interagem com os genes supressores de tumor p53 e pR → por isso causa câncer - 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV - A maioria das infecções é transitória, sendo combatida pelo sistema imune → O problema é quando ele persiste → levando a evolução de doença > O HPV não é o problema, o problema é a lesão causada pelo HPV - Evolução da infecção por HPV: > Maioria vai para regressão > É uma doença de prevenção lenta (CA de colo de útero) - Fatores de risco para HPV: ● Número de parceiros sexuais, Parceiro sexual de risco, Sexarca precoce (comum no Brasil), DST, Multiparidade, Tabagismo, Uso ACO, Idade baixa, Desnutrição, HIV/ Imunossupressão, Exposição sexual, Fator do hospedeiro → Imunidade - SUBTIPOS DE HPV: > Tem mais de um tipo de HPV > Alto risco (oncogênico) → 16 e 18 > Baixo risco (não oncogênico) → 6 e 11 ● Causa verrugas - Manifestações clínicas do HPV no trato genital inferior feminino: > Condilomas acuminado (verruga) ● Pode está na Vulva, vagina, cérvix e áreas extra-genitais: região anal e uretra ● Por isso o exame físico é tão importante > Lesões intra-epiteliais: ● São lesões precursoras do câncer do colo do útero, ● Evolução lenta para invasão ● Alto potencial de prevenção e de cura- 100% quando diagnosticado precocemente a lesão precursora ● Colo do útero (NIC), vulva (NIV), vagina (NIVA) e ânus (NIA), até carcinomas invasores ● NIC (Classificação de acordo com o acometimento do epitélio) > Membrana basal para epitélio superficial > É uma lesão precursora e não câncer LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI - Associação do HPV com diferentes sítios: ● Diagnóstico de CA de colo uterino: - Anamnese e Exame físico geral e ginecológico ● Precisa examinar a paciente!! - Citopatologia: o diagnóstico precoce pode ser suspeitado em até 90% dos casos ● "Exame de prevenção" → Papanicolau - Colposcopia: realizada em caso de exame citopatológico anormal ou achados anormais em exame físico > É exame de rastreio - Biópsia: deve ser feita ao julgamento do colposcopista ● É um auxílio - Conização: permite diagnóstico definitivo de lesão pré-invasiva ou de microinvasão ● É um exame histológico - Observação: considerar teste de HIV e outras sorologias - DIAGNÓSTICO: TRIPÉ > Citologia + Colposcopia + biópsia > Pode ser feita pesquisa de HPV ● Por captura híbrida ou genotipagem ● Não é disponível pelo SUS - Existem mais de um nome para a mesma lesão precursora: > A mais utilizada é a destacada (+moderna) > LSIL → Alterações de baixo risco > HSIL → Alteração intraepitelial de alto risco ● Obs: "H" = High → alto risco - Existem condutas diferentes de acordo com o resultado da classificação: (NÃO VAI COBRAR CONDUTA NA PROVA!) > Nem todo paciente deverá ser encaminhado para biópsia - OBS: Câncer é um diagnóstico histológico - Técnica de biologia molecular: > É um rastreio de captura híbrida > Detecta a infecção, mas não a lesão ● Ter HPV não significa ter lesão ● Se tiver HPV sem lesão → Não trata ● Clínica de CA de colo uterino: - Sintomas: > Estágios iniciais são geralmente assintomáticos! → Por isso faz rastreio para todo mundo • Corrimento vaginal líquido tinto de sangue • STV intermitente após relação sexual • STV intermenstrual> Doença avançada • Episódios de STV volumoso • Edema de MMII • Dor lombar baixa irradiando-se para região posterior da perna • Hematúria e/ou sintomas de fístula vesicovaginal ou retovagina - Exame físico: > Exame especular: • Lesões exofíticas, endofíticas, massa polipóide, tecido papilar, colo em forma de barril, úlceras ou massa granular, tecido necrótico... • Corrimento liquido, purulento ou sanguinolento > Toque bimanual e Toque retal > Linfadenopatia supraclavicular ou inguinal > Edema de MMII > Ascite > Redução do MV à ausculta pulmonar - DIsseminação: > O CA de colo de útero a disseminação é local, está invadindo a pele > Pode ter disseminação hematogênica em 5% LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI > O câncer de colo uterino espalha-se por extensão direta ao paramétrio, vagina, útero e órgãos adjacentes, bexiga e reto. Dissemina-se também ao longo dos vasos linfáticos para os linfonodos pélvicos e para-aórticos > Metástases a distância para os pulmões, fígado e esqueleto são tardias e normalmente por via hematogênica ● Estadiamento de CA de colo uterino: - NÃO CAI!! - ● Prevenção de CA de colo uterino: - IMPORTANTE!!!! - Abstinência Sexual ● 100% eficaz por ser transmitida sexualmente - Camisinha? ● Preservativo protege : em torno de 60% (Contato da pele) - Vacinação: mais eficaz antes da sexarca ● Calendário Nacional de Vacinação QUADRIVALENTE 6, 11, 16, 18 - Citologia de rastreio > O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o Papanicolau para mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual (BRASIL, 2016). ● Tratamento de CA de colo uterino: - SÓ PARA CONHECER! - CITOPATOLÓGICO ("PREVENÇÃO") > É prevenção/rastreio > Quando tem alteração de citologia deve-se: ● LSIL → Repete com 6 meses → Se persistir: colposcopia ● HSIL → Colposcopia ● Carcinoma → Colposcopia - OBS: Na colposcopia já faz a biópsia - DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: ("BIÓPSIA") > Pode ser: ● NIC 1 → Destrutivo (ATA, eletrocauterização, laser) ● NIC ⅔ → Exerese de ST ou conização ● Carcinoma → Estadiar e tratar ● Sobrevida de CA de colo uterino: - LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI
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