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[ AVA 1 ] CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (PD)

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Para falarmos de ciência, tecnologia e sociedade, em relação com os impactos causados ao meio ambiente, precisamos antes esclarecer esses termos.
É comum as pessoas se referirem à tecnologia de informação como significado de tecnologia em si, fazendo uma relação direta com computadores e dispositivos eletrônicos, o quê serve como exemplo de tecnologia, aplicada a manipulação e análise de dados, porém tecnologia é um conceito mais amplo, que compreende o estudo e aprimoramento da técnica, do método ou instrumento, a etimologia da palavra tecnologia nos traz melhor essa percepção uma vez que define a origem do grego antigo “Techne” que significa técnica, junto de “Logos” que pode ser entendido como conhecimento, estudo sobre algo. No entanto, temos a tecnologia como estudo do ato de modificar, transformar para atender as necessidades de quem a aplica.
Fazendo uma observação histórica da tecnologia, podemos afirmar que o homem pré-histórico tinha como tecnologia primitiva os métodos e técnicas para fabricação de ferramentas e utensílios a partir da manipulação de ossos, madeira, pedra etc.
Podemos observar desenvolvimento tecnológico nas pinturas rupestres a partir do momento que desenvolvemos técnicas de pintura para uma possível comunicação visual, na construção de barcos, na percepção e aplicação da roda e nas técnicas de tecelagem ou no manuseio de cerâmica e posteriormente na mesopotâmia a manipulação da informação através da tecnologia da escrita, possibilitando a transmissão e armazenamento da informação sem ruídos, antes a informação era passada oralmente e dependia da memória humana para se manter íntegra, o que não ajudava muito pois nossa memória é falha e a informação se alterava com facilidade na medida que se espalhava.
Se aproximando mais do que diz respeito a sociedade e meio ambiente, é importante falar de ciência, partindo do princípio de que o termo se popularizou como significado de uma certeza de alto grau de confiabilidade, em posição de privilégio frente aos demais tipos de conhecimento comum, acima das teorias, dos métodos, das técnicas e do empirismo, graças ao notável sucesso prático alcançado pela química, pela física, pela biologia e pelas tecnologias. Hoje dizer que um produto passou por um método científico de desenvolvimento ou que uma informação possui ou não aprovação da comunidade científica agrega valor ao discurso, a indústria frequentemente rotulada como "científico" seus testes e processos de produção buscando auto-qualificação, políticos e internautas usam o termo ciência a fim de agregar valor a suas opiniões, passamos por um processo de abstração do significado da palavra ciência, reduzida a um termo de marketing e diversas vezes vendida em forma de pseudo-ciência por religiosos, espiritualistas e terapeutas quânticos, um comportamento até então visto como inofensivo em nome da liberdade das práticas religiosas ou da liberdade de expressão, sua nocividade se revela frente a uma pandemia em 2020 causada pela Covid19 ou SARS-CoV-2, na era da informação, a opinião passa a ter o mesmo peso de dados científicos, favorecendo interesses nefastos de políticos e empresários que ao segregar o direito à vida, negando oxigênio, vacina e distanciamento em benefício do mercado, levam a morte de centenas de milhares de pessoas, nos fazendo refletir sobre as relações de poder e controle no sistema capitalista e suas macroestruturas. 
Corporações que possuem poder econômico superior ao PIB de países emergentes têm seu capital concentrado nas mãos de algumas dezenas de pessoas que exercem grande poder sobre a população e proporcionam uma angustiante sensação de ambivalência do real valor da vida, por um lado não temos controle sobre nosso corpo, não sabemos até onde podemos continuar existindo quando temos uma estimativa de vida que varia de acordo com a nossa capacidade técnica, lugar, grupo ou raça, nos dividimos em castas para atender de forma organizada interesses privados em detrimento do bem estar coletivo, por outro lado temos o valor da existência orientado para alimentar algoritmos de análise em uma sociedade de controle, para então termos os elementos de nossa subjetividade humana convertidos em nichos ou amostras de mercado que nos agrupa esteticamente parametrizando nossos gostos e desgostos aos nossos semelhantes, trazendo uma plástica sensação de pertencimento e utilidade. Essas contradições entram em evidência quando o corporativismo nos coloca frente a nossa descartabilidade, para lutar em uma batalha onde instintivamente partiríamos em defesa do nosso próprio direito à vida e em nome do direito à vida daqueles que compartilham conosco os mesmos espaços, utilizando da melhor forma os recursos científicos e tecnológicos que desenvolvemos para nos auxiliar com nossas necessidades ao longo da história. Fomos então, postos à frente de uma luta em defesa do mercado, o mesmo mercado inventado pelo homem que nos possibilitou a comercialização, a industrialização e a globalização. O mercado, uma ferramenta abstrata que só nos serve enquanto existirmos como espécie.
Ainda mais a diante, nossos algozes nos motivam e estimulam a incendiar e depredar intensivamente o nosso ecossistema, minerar e drenar todo resto de vida existente, o tecno-homem vê seu planeta como recurso a ser consumido, vê o próprio homem como recurso humano de exploração, a tempos estamos obcecados pelo consumo, da fauna, da flora, da diversidade, dos animais e de tudo que entendemos como recurso de valor mercantil em benefício do poder econômico, estamos a beira do fim do mundo, dizem os mais aflitos, para o mercado, economia verde é a nova palavra em marketing, aparentar preocupação ambiental é a nova tendência de mercado. Assim como a pandemia do coronavírus, a volta da varíola, o aquecimento global e os desastres naturais, são consequência do que entendemos por progresso, a conservação do meio ambiente é assunto tratado com ceticismo por políticos ao redor do globo, o surgimento de doenças, o aumento exponencial da temperatura, a concentração de metano e óxido nitroso na atmosfera terrestre pouco nos sensibiliza, toda consequência indesejada é vista como necessária para o desenvolvimento, na caminhada rumo ao horizonte, os donos do poder econômico ainda não dão o devido valor às questões ambientais, entendido como causas naturais ou culpa de algum país rival, a necessidade de reação é realmente distante, uma vez que o oxigênio se torna escasso na atmosfera a engenharia será capaz de nos proporcionar casas ou veículos oxigenados ou tanques portáteis de oxigênio, tecnologia desenvolvida em 1946 pelo engenheiro francês Jacques-Yves Cousteau. Em um cenário distópico, pequenos grupos de cultivo empresariais ou coletivos em ambientes controlados podem alimentar grupos específicos de acordo com seus recursos disponíveis, mantendo as diferenças sociais, do ponto de vista dos magnatas, a classe trabalhadora é recurso renovável, por não terem outra escolha, a maior parte da população fica com a difícil decisão, entre morrer por asfixia em defesa do mercado, ou definhar em fome pela inviabilidade de um modelo seguro e digno de trabalho. Para o filósofo Achille Mbembe a pandemia de Covid-19 escancara a urgência de recompormos uma Terra habitável, este texto de análise propõe também uma reformulação das relações econômicas e de trabalho e sugere inviabilizar a concentração de grandes fortunas em instituições de interesses privados que decorre para um modelo econômico egocêntrico de competitividade animalesca e predatória, para um modelo onde nossos esforços guiados rumo ao desenvolvimento, organicamente tomem um caráter de melhoria e aprimoramento não só do nosso estilo de vida com o desenvolvimento tecnológico e científico, mas um caráter de conservação e cuidado da espécie e do planeta bem como da vida que com ele compartilhamos, um sistema econômico mais natural onde a população trabalha em benefício da população não do indivíduo, assim como observamos animais de bando ou grupos de insetos bem como asabelhas ou formigas que nunca trabalharam pelo enriquecimento do indivíduo mas sim do grupo ao qual pertence, se somos animais sociais, tenhamos como exemplo aqueles que também são.
REFERÊNCIAS
CRISTINA LOPES DE OLIVEIRA.; Ciência, tecnologia e sociedade. E-book. 75 p. p 2-73. Universidade Veiga de Almeida. Acesso em: 19 ago. 2022
JOSÉ ERNESTO LIMA CONÇALVES.; CECÍLIA DE ALMEIDA GOMES.; Tecnologia e a realização do trabalho. Revista de Administração de Empresas, São Paulo. 10 p. p. 2-10, 1993. Acesso em: 20 ago. 2022
SILVIO SENO CHIBENI.; O que é ciência?. Texto acadêmico. 17 p. p. 1-12. Departamento de filosofia - IFCH - UNICAMP. Acesso em 21 ago 2022
LUIZ AUGUSTO HAYNE.; ANGELA TEREZINHA DE SOUZA WYSE.; Análise da evolução da tecnologia: uma contribuição para o ensino da ciência e tecnologia. R. bras. Ci. Tecnol., Ponta Grossa, v. 11, n. p 37-60, set/dez. 2018. Acesso em 21 ago. 2022
ACHILLE MBEMBE.; O direito universal à respiração. Buala.org, 09. abr. 2020, Disponível em <https://www.buala.org/pt/mukanda/o-direito-universal-a-respiracao>. Acesso em: 19 ago 2022
KRENAK. A.; Ideias para adiar o fim do mundo. 57 p. São Paulo: EDITORA SCHWARCZ. 2020.; S.A.; Acesso em: 22 ago. 2022
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
KRENAK. A.; A vida não é útil. 72 p. 2020. São Paulo: EDITORA SCHWARCZ S.A
KRENAK. A.; O amanhã não está a venda. 13 p. 2020. São Paulo: EDITORA SCHWARCZ S.A

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