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DC- Direito das Famílias Eficácia do Casamento Conceito • CC regula os efeitos do casamento • O casamento irradia uma série de efeitos de natureza social, pessoal e patrimonial • O casamento traz vantagens e restrições • 3 categorias Sociais Pessoais Patrimoniais Efeitos Sociais • Criação da família matrimonial • Assunção do status de casados • Constituição do parentesco por afinidade • Os efeitos atingem a união estável, mas não o concubinato Efeitos Pessoais • Atingem cada cônjuge individualmente • Normas cogentes • Direito Público • As partes não podem alterar Direitos e Deveres Art. 226, 5°§, CF, os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher Mesmos que impostos os deveres conjugais, não há qualquer impedimento que os cônjuges deliberem da forma que desejarem o modo que vão levar as suas vidas. Só não podem ir contra disposições absolutas de lei, dispor sobre direito sucessório e sobre alimentos • Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. - Delegar aos pais o dever de assegurar o cumprimento dos direitos que são outorgados às crianças e aos adolescentes (art. 277, CF) • Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos. • O inadimplemento dos deveres conjugais em nada afeta a existência, a validade ou a eficácia do casamento • O descumprimento dos deveres matrimoniais não gera a possibilidade de o cônjuge credor buscar seu adimplemento em juízo • A quebra dos deveres vem sendo considera violação da boa-fé objetiva, lesando a confiança que um deposita no outro. Fundamento das ações de indenizações por dano moral Fidelidade Recíproca • Expressão da monogamia • Dever moral, sendo exigido pela norma em nome dos superiores interesses da sociedade • Norma social, estrutural e moral • Não se admite punição nem da esfera civil, nem na esfera criminal • Existe o crime de bigamia (art. 235, CP), que torna imperativa a anulação do casamento, pois pessoas casadas não podem casar • As famílias paralelas, por afrontarem o dever de fidelidade, não são reconhecidas como geradoras de efeitos jurídicos • A fidelidade não é um direito exequível Vida Comum no Domicilio do Casal • A imposição legal de vida conjugal não se justifica, pois compete a ambos os cônjuges determinarem onde e como vão morar • A previsão de vida em comum entre os deveres do casamento não significa a imposição da vida sexual ativa nem a obrigação de manter relacionamento sexual • Não significa a imposição de débito conjugal • Débito conjugal: dever de alguém se sujeitar a contatos sexuais • O casamento se constitui no ato de sua celebração, e, não no leito nupcial. E, somente poderá ser desfeito se houver infringência aos impedimentos legais (arts. 1.548 a 1.550), e em nenhuma dessas hipóteses encontra-se dever de ordem sexual • A abstinência sexual não assegura direito indenizatório, e a não aceitação de contato sexual não gera dano moral • Essa interpretação vai contra a dignidade da pessoa humana, o direito à liberdade e o direito de inviolabilidade do próprio corpo Mútua assistência, consideração e respeito • Casamento estabelece uma comunhão plena de vida • Dever de estabelecer um vínculo de solidariedade • As questões de ordem patrimonial podem ser resolvidas pelas normas de obrigação solidária (art. 264) • Se consolida na obrigação de alimentar Sustento, Guarda e Educação dos Filhos • É imposta a família o dever de sustento, guarda e educação dos filhos (CC 1.566 IV, CF 227, ECA 4°) • Obrigação dos pais enquanto pais, não enquanto casados • Exercem ambos os genitores o poder familiar durante o casamento (1.631) • Depois do divórcio não se modifica os deveres dos pais em relação aos filhos, persiste o dever de sustento e de educação da prole • A responsabilidade é divisível, pois depende dos bens e rendimentos de cada um, tanto que estão sujeitos à pratica do delito de abandono material (CP 244) • Cada um deve contribuir, na proporção de sua condição econômica, pra a manutenção dos filhos • A impossibilidade de honrar o compromisso de sustento não transfere ao outro a obrigação de pagar sozinho o sustento da prole. A transmissão do encargo não é ao outro genitor, mas aos parentes do credor DC- Direito das Famílias Invalidade do Casamento Introdução • Fora as hipóteses elencadas em lei, não há vício que possa desconstituir o casamento • O regime das nulidades dos atos jurídicos não tem aplicação em matéria de casamento • A anulação do casamento tem efeitos retroativos e o dissolve desde sua celebração. O divórcio produz efeitos a contar do seu trânsito em julgado • A situação de fato (posse do estado de casado) não serve exclusivamente como prova de casamento, mas também como elemento saneador de algum defeito ocorrido em sua celebração. Assim, não se anula o casamento quando há posse de casado, que sana qualquer vício existente • A dúvida sobre a celebração do casamento também leva à presunção de sua ocorrência pelo princípio in dubio matrimonio. Empresta-se validade ao casamento julgando-se a favor do matrimônio Casamento Nulo e Anulável • A validade do casamento depende de dois requisitos A manifestação de vontade dos noivos de estabelecer o vínculo conjugal A declaração do celebrante de que estão casados • A eficácia do casamento depende da implementação do requisito próprio do registro público • O vício sanável gera nulidade relativa; o vício insanável gera leva a nulidade absoluta • Casamento nulo e anulável dependem de chancela judicial para serem desconstituídos • Na dissolução do casamento nulo há interesse social. Já no casamento anulável há interesse privado • A nulidade não se convalida, e pode ser proposta a qualquer tempo • A anulabilidade está sujeita a prazo decadencial, só podendo ser proposta dentro de determinados lapso de tempo • Ambas as sentenças tem efeitos retroativos à data da celebração (ex tunc) Casamento Nulo • Afronta preceitos públicos • O casamento nulo existe e gera efeitos até ser desconstituído em relação ao cônjuge que estava de boa-fé e à prole, • O Estatuto da Pessoa com Deficiência autoriza o casamento de pessoa com deficiência mental ou intelectual, não sendo necessário a autorização do curador para casar • A validade do casamento está condicionada à inexistência de impedimentos legais (art. 1521) • As vedações estão ligadas à interdição de incestos e à proibição da bigamia • Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Casamento Anulável • Não há ameaça à ordem pública, dispõem as partes da possibilidade de intentar a ação anulatória, pois o legislador é indiferente a sobrevivência do casamento • O silêncio das partes permite que um ato jurídico defeituoso convalesça (ratificação tácita) 1. Menoridade • É anulável o casamento de menores de 16 anos, pois estes não atingiram a idade núbil • O casamento demenores relativamente capazes, maiores de 16 e menores de 18, é anulável quando não existir a autorização dos pais. Realizado o casamento sem o suprimento do consentimento, os genitores, dentro de 6 messe, podem buscar a sua anulação • Anulado o casamento o menor de idade retorna a sua incapacidade • Se os pais compareceram e participaram da solenidade do casamento, convalida-se a ausência do consentimento (art. 1522, §2°) 2. Vicio de Vontade • É anulável o casamento realizado com vício de vontade • Apenas os vícios de coação e erro quanto á pessoa do cônjuge • O prazo para propor a ação anulatória é de três anos a contar da data de celebração do casamento (art. 1.560, III) • A coabitação é uma causa de exclusão do vício de vontade, pois a vida em comumvalida o casamento (art. 1.559) a) Erro essencial • Erro essencial quanto a pessoa do noivo • Erro quanto a identidade qualidade físicas, morais e de caráter do cônjuge • Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; • Requisitos Circunstância preexistente ao casamento Descoberta da verdade seja subsequente ao matrimônio Torne intolerável a vida em comum • A impotência e a infertilidade não dão ensejo à anulação do casamento • O não advento de filhos também não compromete a validade do casamento. Nem a alegação de homossexualidade ou de ausência de relacionamento sexual b) Coação • Não é utilizado o conceito de coação que enseja a anulabilidade dos NJ • O consentimento de um ou dos dois nubentes deve ter sido captado mediante a fundado temor de mal considerável e iminente para a sua vida, saúde e a honra, sua ou de seus familiares (art. 1.558) • Não é reconhecida a coação a outras pessoas ou bens • A ameaça de exercício normal de um direito e o temor reverencial, são posturas cabíveis para anular o casamento • O prazo de anulação sob o fundamento de coação e de 4 anos depois da sua celebração, prazo decadencial c) Incapaz de consentir ou manifestar a sua vontade inequivocadamente • Pessoas que não adquiriram condições de se comunicar • Ébrios habituais • Viciados e m tóxicos 3. Revogação por procuração • Se o ato de revogação não chegar antes da celebração do casamento, poderá ser ensejada a anulação do casamento • Se mesmo revogada a procuração, o casal ostentar a posse do estado de casado, descabe a anulação do casamento. A solenidade do casamento, pode dar início a uma união estável • 180 dias para propor a anulação do casamento • O arrependimento gera obrigações indenizatórias por perdas e danos 4. Incompetência do Celebrante • Se o casamento foi celebrado por quem atribui falsamente a autoridade para celebrar o casamento • Prazo de 2 anos (art. 1.560, II) Efeito quanto aos Filhos • Com relação aos filhos o casamento produz todos os efeitos Casamento Putativo • Casamento que se acreditava ser verdadeiro, mas não o é • O juiz reconhecendo a boa-fé de um ou dos dois cônjuges, declara, com elação a um ou a ambos, declara o juiz que o casamento e putativo • Reconhecida a boa-fé, os efeitos da desconstituição do casamento só vigoram a partir da sentença • A sentença só eficaz depois de definitiva • Perde o cônjuge culpado as vantagens havidas do cônjuge inocente • Persiste o dever de alimentos ao cônjuge de boa-fé • Perde a eficácia o pacto antenupcial. No entanto o cônjuge que agiu de má-fé deve cumprir as obrigações assumidas • As questões patrimoniais volvem ao status quo ante Ação de Nulidade e de Anulação • A desconstituição do casamento somente poderá ser proclamada via ação judicial • Não pode ser declarada ex officio pelo juiz • A sentença declaratória de nulidade de casamento nulo dispõe de carga eficacial declaratória. O casamento não chegou a se constituir juridicamente por infringência a uma proibição legal • O casamento anulável é desconstituído através de ação de anulação de casamento, cuja a sentença tem eficácia constitutiva negativa • A declaração de nulidade pode se dar a qualquer tempo, a ação é imprescritível • O casamento anulável está sujeito a prazo decadencial para a sua anulação • A participação do MP se limita as ações de anulação ou quando existir interesse de incapaz • Ambas só podem ser promovidas a quem a lei expressamente legitima • Devem tramitar em segredo de justiça • A sentença que anula o casamento deve ser averbada no registro civil e no registro de imóveis, se houver bens 1. Legitimidade • Cônjuges • MP para ação declaratória de nulidade absoluta, pois há interesse público. Para a nulidade absoluta, o MP só tem legitimidade enquanto o cônjuge for menor de idade • Alei confere legitimidade a qualquer interessado para propor a ação declaratória de nulidade absoluta do casamento (1.549) • Para a nulidade absoluta depende do vício • Menores de 16 anos: próprio cônjuge, seus representantes legais, seus ascendentes e pelo MP • Maiores de 16 e menores de 18: por quem deveria ter dado o consentimento e pelo cônjuge 2. Ônus da Prova • É do autor o ônus da prova dos fatos que alega • A confissão, a revelia e o reconhecimento do pedido pelo réu não ensejam a procedência da ação e a dispensa da fase probatória, pois se trata de ação de estado 3. Efeitos da Sentença • A sentença que declara a nulidade do casamento nulo, ou que, anula o casamento anulável, possui efeito retroativo (ex tunc) • É como se nunca tivesse existido Alimentos • Enquanto não anulado o casamento, persistem todos os deveres e direitos dele decorrente • Mantida a eficácia do casamento durante um pérfido, permanece hígido o dever de mutua assistência a gerar direito a alimentos • Havendo filhos, ação desconstitutiva deve definir a guarda, o regime de convivência e os alimentos • Adquiridos bens durante a vigência do casamento é necessário que ocorra a partilha
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